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Primórdios da arquitetura- FAZIO

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M ichael Fazio
M ississippi State U niversity
M arian M offett
The U niversity of Tennessee
Law rence W odehouse
The U niversity oF Tennessee
A H istória da A rquitetura M undial
T erceira Edição
T radução técnica
A lexandre Salvaterra
A rquiteto e U rbanista pela U niversidade federal do R io G rande do Sul
C R E A n ° 9 7 8 7 4
Reim pressão 2 0 15
il W
Education
A M G H E ditora L tda
ımmn
A V ISA O D E M U N D O D O S SU M ERIO S
M ichael Fazio
s surn ćrios vencravam vários deu
scs «lc difere ntcs tipos e nlveis de
ım portinciae os representavam
cm sua arte Iiste pcqncno objeto (Figura
1 8 ) é a cabeça de uına ovelha talhada por
um escultor sum ć rio laıvez em LIrukhá
niais de cinco m iı anos A tualm ente ele está
no M useu de A rte K im bellde Louis K ahn
em Fon W orth no T iexas (veia as Figuras
1 6 1 5 1 6 1 7 ) ISta bela obra de arte conse
gue nos aproxim ar dos sum érios anô nim os
que criaram u m a arquitetura m onum ental
quase que exclusivam ente a partir do barroÉ preciso im aginar a figura inteira
seu corpo intacto com 6 0 ou 9 0 cm de
altura e aproxim adam ente o m esm o
com prim ento O s curadores do m useu
interpretarn na co IT Io um sím bolo da deu
sa D ittur cujo fılho D um uzi era um deus
im portante, do pastoreio e do leite (daĺ a
im agem da ovelha) bem co m o do reino
dos m ortos
A cabeça da ovelha está bastante des
gastada m as precisam os im aginála com o
era no passado im aculada realista e
anim ada e considerar sua representaç ão
num a sociedade em que tais anim ais eram
essenciais para a sobrevivência hum ana
C om sua boca am pıa narinas abertas e
oreıhas alertas que parecem ter acaba
do de ouvir a voz do pastor ou do deus
do pastoreio ela nos convida ao toque
respeitoso (talvez até uns tapinhas se nāo
fosse tiio sagrada) N ovam entq podem os
im aginar o calor nĵ stico de sua lanugem e
sua respiraçāo silenciosa P odem os im a
ginar o artista tentando com unicar sua
textura de ovelha e transm itir seu signi
ficado enquanto trabalhava a pedra m acia
da qual a escultura foi feita
Seu lar provavelm ente era um local
com o o T em plo B ranco (veja a Figura 1 11)
A ]iela era tratada pelos sacerdotes e vene
rada diariam ente O M useu N acional do
Iraqu¢ em B agdá tragicam ente saqueado
durante a guerra em 2 0 0 3 continha im a
gens esculpidas de tais sacerdotes e outros
sum érios em posição de adoração (Figura
1 9 ) A form a dessas estátuas é m ais abstrata
que a da ovelha com torsos supeń or e infe
rior em form a de cunha com o os caracteres
da escrita cuneiform e sum éń a seus traços
m ais m arcantes sāo os olhos extrem a
m ente proem inentes em posição rituale
18 Cabeça de oveıha em arenito cerca de 3200 & C
14 6 cm x14 0 cm x15 9 cm
0 criador deste peq ueno animal de pedra capturou tanto suas
carađeristicas de oveıhť como o aspecto enigmático ?
eternidadeao qual aspiram as grandes obras de arte religio» s
m äns quase contorcjdas aparentem ente
exprwisandn ceria ansiedade O s sum érios
lutavam contra inúm eras incenezas em um a
terra onde a nature? a Ę principalm ente,
o rlim a oscilava incrivelm ente entre a
benevolênria e a m alevoıência Etes faziam
as m esm as perguntas que nos f? em os até
hoje D e onde teriam vindoł C om o podiam
ter algum controle sobre o m eio am biente?
o que encontrariam após a m orte?
19 F mhretas Teıl Asmancercade 29oo
2600 ac Gesso m « ido com conchas e calcirio preto
apıoximadameme 45 cm
CompaJeesta estatueta com a abeçada ovelha na Figun
18 Enq» ntoaovelhaffirepresentadade maneirarealim
o devnto nmêrio é estili?ado O memo fenômeno ocone
na arte egipdą ıuqialas fw as menos saeadas
fıequmtemente ıepresentadas com um altograu de realismo
ao passo que as imagensdefaraósou deuses eram abstratas
como se a abóbação pudesse oferecer uma ideia melhor dos
aspectos mais inpondeäw& da condição humana
36 A H ıSTÓR IA D A A RQ U IT ET U RA M U N D IA L
110 Reconstruqāo da Acrópole Tepe G awra Suméria (lraque)cerca de
3800 aC
Este ediĦdo religioso estava associado a uma sociedade urbana mais
complexa que as da préhistóriaA escała da edificaçāo construida na parte
alta da cidade (acrópole) reflete a importância da religião e da classe de
líderes religiosos para seus habitantesAs pilastras reforçavam as paredes de
adobeO templo norte fica na extremidade esquerdano atto do desenho e
mede aproximadamente 7 5 × 12 0 metros
A s com unidades urbanas surgiram ao redor de santuii
rios isto é as m oradias dos deuses e os depósitos de ali
m entos eccedentes o que resultou na criaçāo de conjuntos
de tem plos m onum entais nns nıĵ cleos das cidades sum érias
O prim eiro nível de E ridu a ridade m ais antiga tinha um
: eno santuário com altar de tijolo em frente a um nichona m uralha construida provavelm ente para receber um a
estátua a ser venerada ; altares e nichos foram encontrados
em todos os tem plos srtmrins posteriores A s reconstruçōes
do tem plo de Eridu aum pntaram sucessivam ente o santuá
rio originalque era relativam ente m odesto e por volta de
3 8 0 0 a C e]e já se encontrava sobre um a plataform a Seus
m uros estabilizados pela form a trapezoidal confıguravam
um a sala de altar retangular com câm aras laterais m enores
M ais ou m enos na m esm a época, a cidade de T epe G aw ra,
quase 8 0 0 km ao norte abrigava um a acrópole com dois
tem plos, um santuáń o e habitaçōes Suas edificaçōes pń n
cipais com punham um pátio interno em form a de U Suas
fachadas eram artim ladas por pilastras (Figura 1 10 ) um
tem a que seria retornado no infcio da arquitetura egfpcia
A m aioria das edificaçōes sum érias foi construĺda com
tijolos secos ao sol (adobe), um m aterial obtido farilm ente
colocando se lam a em m oldes e deixando secar ao sol por
várias sem anas ; porém , os tijolos resnltantps nâo resistembem ao intem peń sm o O resultado é que grande parte da
arquitetura sum éria que conhecem os se resum e a funda
çōes e partes inferiores de paredes A s coberturas eram fei
tas com elem entos leves ? m adeira ou junco incapazesde vencer grandes vãos por isso, os espaços internos eram
pequenos N a arquitetura sum éria e posteń orm ente na m e
sopotâm ica as edificaçōes im portantes tinham m ais durabilidade um a vez que seus tijolos recebiam revestim entos
resistentes a intem péries, e m aior form alidade, sendo ele
vadas sobre plataform as artificiais
ĺsso aconteceu em U ruk, onde o cham ado Tem plo R ranco foi constmfdo (cerca de 3 5 0 0 3 0 0 0 a C ) sobre um a basede caliqa com 12 m etros dc aıtura ; esse m aterial foi obtidodc edilicaqòes anteriores e recebeu um a cam ada de caiaqāoprotctora sobre m uros de terra inclinados cobertos por tijolos secos ao soı (Figura 1 11 ) O a c e s s o ao tem plo se dava porum a câm ara na lateral m ais longa dc m aneira que um eixo
quebrado ]cvava do exterior ao saguāo e ao santuário
A s estruturas contem porâneas escavadas no conjuntodc E anna (dedicado à deusa ínanna) que fica nas proxi
m idades incluem dois grupos de tem plos nos lados de um
piitio ornam entado com um m osaico com posto por m ilhares de pequenos cones de terracota A base de cada conefoi m ergulhada em esm alte preto branco ou verm elho e
sua ponta foi inserida no m uro de argila para form ar um
zigue zague policrom ático com elem entos circulares
E m 2 3 5 0 a C povos de linguagem sem ita instalados
principalrnente nas cidades de Sipar e A kkad de onde
veio o llam e acadiano depuseram a civilização sum é
ria A s evidências sugerem que os acadianos eram um povo
violento governado por um rei m ilitar e não apenas por
um a classe de sacerdotes E les assim ilaram m uitos aspectos
da cuıtura sum éria e sua rorm a de governo centralizada é a
origeın da hegem onia da B abilô nia, que ocorreria cerca de
5 0 0 anos m ais tarde0 75ft
1II Vista e planta baixa do Tempo Branco urutM esopotâmia (Iraque)
cerca de 3500 3000 aC
M uitos templos da M esopotâmia foram construidos sobre plataformas
elevadaī A base deste tempio foi feita em parte com a caliqa de edificaqóes
que ocupavam o terreno anteriormentee conta com muros inclinados num
padrão regular e protegidos por camadas de caiçāo o que acabou dando
nome ao templo
38 A H rSTä «rA D A A R O U IT ETuM M U F ID \A L
島
歹
114a Cidade de UrM esopotāmia (ıraque)cerca de 2100 a C
Esta planta mosm o conjunto murado com o zl urate ea m uralha ue
demarcava os ıimıtes da cıdade Parte da área residencial que foi escavada
pode ser vısta a sudestedo centro da cidade O bserve o am njo ıabırınrico
das habitaqöeį em grande contraste com os espaqos abertos maıores dos
centnDs adminism tiw e cerimonial
114b Ħanta da area residencial U rM esopotåmia (lraque)cerca de 1100 ıc
As fundações remanescentes mdicam habraqões organiıadas em plantas
ortogonais e espaqos de estar dlstrıbuidos em tom o de patios cenM ıs
(hachurados)configuraqão qte promovia a densidade urbaru e ao m?sITı)
tempo dava prıvacıdade e ar fresco a cada ıar V ers postenores dfite hpo
de habltaqåo podem ser en cnm das em M hen】Daro(no Vale do t
Priene (na ionia ocidentalarual Turquia) e em cidades ıslåm icas no O nente
M édio e no norte e leste da África
O $ babilônios, hititas e assirios
E m 1 8 0 0 a C , a M esopotâm ia foi dom inada peıa dinastia
A m ori ta, da cidade estado da B abilô nia, cujo rei m ais cé
lebre foi H am urabi (1 7 2 8 1 6 8 6 a C ) Em 1 8 3 0 a C , os
vigorosos hititas indo europeus subj ugaram a B abilô nia e
conquistaram o norte da M esopotâm ia M ais ao sulos assi
rios falantes de um a ıíngua sem ita assum iram o controıe
e estabeleceram capitais sequencialm ente em C aıah (atual
N im rud), D urSharrukin (Khorsabad) e N fnive (Kuyunjik)
A s cidadeıas extrem am ente fortificadas construĺdas para
cada capital refıetem as gueiT as incessantes lutadas pelos as
sírios bem com o o carlliter im placável de seus reis
Khorsabad a cidade real construfda por Sargāo 11 cerca
de 7 20 aC , apresenta as principais caracterfsticas da arqui
tetura e do planejam ento urbano ass[ń os (Figuras 1 15 a, b)
P rojetando se em relação a um a das m uralhas fortificadas
da cidade o palácio de 10 0 m il m z ocupava um platô que
ficava 15 m etros acim a do nfvel do soıo A geom etria ono
gonal organizava as edilicaçõ es da área ao redor do palácio,
articulado por m eio de um a séń e de piitios U m zigurate de
base quadrada com 4 3 6 m etros de lado se elevava sobre um
eixo com baluartes ; seus sete níveis representavam a ordem
cósm ica dos sete planetas O s pátios do palácio eram cer
cados por cô m odos retan \ lares incluindo a sala do uo
no, acessada por um a rota tortuosa e criada provavelm ente
para confundir ou assustar os visitantes e intensiĥ car a aura
de poder e grandeza T ouros atados com cabeças hum anas
em alto relevo Taıhados em blocos de pedra com quatro
m etros de aı tura guardavam as entradas do palácio O ssos e
m ťisculos foram representados de m aneira realista enquan
to penas cabelo e barba bram estilizados transm itindo
com vigor o poder do m onarca : com o hom em , o senhor da
criação com o águia o rei «los céus; e com o touro o keun
dador do rebanho D entro do palácio, outras im agens em
alto reıevo representavam exércitos em m archa queim ando,
m atando e saqueando o que enfatizava a tolice de se resistir
ao poder assfrio Sem quaıquer sutiıeza, Sargāo ıl usou a arte
e a arquitetura de seu pa1åicio para com unicar o poder irre
sistfveı representado pela sua pessoa
C A P ÍT U L0 1 0 5 P R IM ÓRD IO S D A A RQ U IT ET U RA 39
\ısı ReconĮ truqāo do pa【kio KhorsabadASSiia (lraweı cerca de no ıc
os persas
E m 5 3 9 a c o Im pério P ersa era governado por C iro II A n
tes, os persas haviam deposto os M edes e expan
dido os ıi
m ites de sua capitalem Susa (atual Irã), e conquistado toda
a M esopotâm ia Ásia M enor e até o Egito por volta de 5 2 5
a C E m um século, passaram a dom inar telT itórios do D anū
bio ao Indo, e de Jaxartes ao N ilo não conseguindo subjugar
apenas a penfnsula grega A m a
ior contribuição à arquitetura
rem anescente dos persas é a rufna im pressionante 
de P ersé
polis (Figura 1 1 6 ), Cidade fundada por D ário em 
5 1 8 a C
com o capital cerim onial para suplem entar Susa, a cap
ital ad
m inistrativa, e pasárgada, o centro da corte
C arentes de tra
diçōes artfsticas próprias, os persas se 
inspiraram à vontade
nas culturas que conquistaram Em P ers
épolis, são evidentes
os reflexos de portōes de tem plos e sa
lõ es hipostilos egfp
cios, sa1ōes de audiência hit
itas e esculturas da tem ática ani
m al m esopotâm ica O grande palácio usa
do pń ndpalm ente
para ceń m ô nias de A no N ovo e 
infdo da prim avera, ocupava
116 planta baixa do paıácio persépotisPérsia (Irã)cerca de 518 aC
Este gtande complexo foi edificado por pe
lo menos três monarcas persas para
ser uma das capitais do império Suas ruínas revelam influências 
da arquitetura
de outras culturas da M esopotâmia especialmente dos hititas e assiriosbem
como dos egípcios
0 300 ft §
C A P ÍT U L0 1 0 S P R IM ÓRD IO S D A A RQ U IT ET U RA 4 1
difim tlidos ıista arquitetura é m uito m ais diversi【icatla do
quc se pode im aginar e aıćn\ tlť ser lacilm ente entendida
pelo intelecto m oderno, é extrprnamente esclarecedora em
term os de ideias de projeto aplicáveis a qualquer épocaA geografia do Iįgito é tlom inada por urn grande rio DN ilo , que i1asce nos planaltos de l'ganda e passa peıo Sudāo c pela Itiópiaatravessando m ais de 3 2 oo km antes de
U esem bocar na M ar M editerrāneo, ao norte N os 9 6 0 km
do vale do rio a agricultura é ĺavarecida pelo clim a quente
e pelos depásitos anuais de siıte orgânico oriundo das en
chentes que renovam a fertiıidade dos cam pos N a épocadas dinastins as m argens do vale tinham pântanos e cam
pinas ricas em anim ais đe caça (H oje o deserto toına con
ta do local) rora da estreita faixa fértil que m argeia o N ilo ,
grandes áreas inóspitas de deserto protegiam o local contra
invasores assim com o o M editerriineo servia de barreira
para os assentam entos no delta do rio Logo a cultura que
surgiu naqueıas m argens era predom inantem ente agrfco
la contrastando com os assentam entos urbanos da turbu
lenta M esopotām ia A vida egípcia se organizava em tom o
da inundaçāo anuale o ritm o cĺ clico das estaçōes geFou
um a civilizaqāo que perm nnerprı incrivelm ente estável por
m ais dc dois m il anos D ois centros U e civilização egfpcia
com práticas culturais diferentes surgi ram nos tem pos pré
históricos : o B aixo Egito no am plo D elta do N ilo e o A lto
Egito no vale niais estreito ao sulM uito cedo os egípcios
tam bém desenvoıveram unia escrita na form a de hierógli
fos, sistem a quĽ usava sím bolos pictóricos e fonéticos paFa
registrar inform aqōes
A história do Egito com eça por volta de 3 0 0 0 a C
quando M enes faraó do A lto Egi to uniu o A lto e o B aixo
Egito e estabeleceu sua capital em M ênfis perto da junção
dos dois tenitórios (O bserve que as datas relativas à históń a
egipcia, especiaım ente no caso de faraós específicos das pri
m eiras dinastias ainda 5 5o debatidas por especialistas P or
tanto todas as datas finm pridas aqui drvem ser entendidas
com o aproxim adas) C om o todos os seus sucessores M enes
era ao m esm o tem po o soberano secular e a m anifestaçāo
de H órus deus com cabeça de falcão que era a divindade
dos faraós Q uando m orria o faraó passava a ser idpntifi
cado com O síris pai de H órus e senhor do srrhm undn en
quanto seu sucessor assurnia o papeı de H órus
A teologia
egfpcia associava tanto O sĺ ris com o H órus a Rá o deussol,cujo sim bolo no antigo tem plo de H eliópolis era a pedra
cô nica bpnhpn de form a fálica posteriorm ente estilizada
com o um a pirâm ide P ortanto o uso de form as piram ida
is
no topo dos fustes de pedra (obeliscos) ou na edificação
propriam ente dita (com o nas pirâm ides) era um sím bolo
visual da cnnpxiio entre o sohprano e o deussol
O periodo Dinástico Primitivo e o Reino Anti8o
(1! a 89 dinastias, cerca de 2920 2134 aC )
A históń a do Egito se divide em 3 0 dinastias, englobando
o perioda da asrensiio do faraó N arm er ao trono (cerca de
3 0 0 o a C ) à conquista do Egito por A lexandre, o G rande
em 3 3 2 a C Q uase tudo o que sabem os deste periodo ini
dal vem de m ontim pnm s ĥ ınrrārins e inscń çōes, cujo foco
ć a transiçiio do rnundo dos vivos para o m undo dos m or
tos O s egípcios acreditavam piam ente em um a pósvida, na
quaı ìm a força vi talse reunia com ba, a m anifestação fisica,
para se tornar um nltlt ou espíń to R ituais elaborados eram
feitos dentro de cām aras m ortuárias para garantir o suces
so da transform açāo U a vida em m orte A preservaçāo do
corpo ĺ ĺsico (ou pelo m enos, o im pedim ento tem porário
de sua putrefaçiio) após a m orte era de grande im portância
e os defuntos deviam ter à disposiçāo objetos cotidianos
servos pessoais com iĹln bebida e um a ciim ara perm anente
adequada Q tıando preparada de m aneira inadequada para
a pósvida a luz de um a pessoa im portante especia
l m ente
o faraó podia vagar pelo m undo insatisfeita fazendo m a
t
dades para os vivos portanto era do interesse da socie
dade
oferecer um bom tratam ento ao corpo e espírito do faraó,
o que levou à construçiīo de túm ulos duradouros para a re
aleza e ao desenvolvim ento da m um ificaçāo para preservar
o corpo O s nim ulos e niio os tem plos ou palácios se
tom aram as edificaçōes religiosas m ais duradouras
A s m astabas túm ulos prim itivos foram construidas
com o m oradas eternas para os m ortos e m uito provavel
m ente baseavam se no projeto das habitaçōes dos vivos
A s habitaçōes com uns eram feitas de junco, sapé e m adeira
m arrriais totalm ente inadequados para um a residência
pprm anente por isso os construtores das m astahas usaram
tijolos para obter um a durabilidade m aior e ao m esm o
tem po, preservaram os dptalhps característiros dos feixes
? junco e suportes de m adeira convcnrinnais A m astaba
básica (Figura 1 19 ) era um a edifıcaçāo em form a de bloco
apoiada no solo contendo um a sala pequena para oferen
das e outra cām ara para o corpo e a estátua do falecido O s
bens m undanos guardados com o m orto logo atraíram os
ladrōes fazendo com que um a das prim eiras revisōes d?
projeto da m astaha acresrentasse um tūnel profundo sob a
edificaqāo O corpo era colocado na base e o tů nel preen
chido com pedra e caliça para deter possíveis intrusos N a
câm ara acim a do solo, ou serdab um a estátua do falprirın
recebia oferendas P osteriorm ente, em busca de m aior per
m anência, com eçaram a ser usadas pedras na construqão
119 Desenho de mastabas
Esta perspectiva area mostra as câmaras mortuárias sob ai « tnïturas e suas
pequenas cāmarasou serdabscolocadas no nivel do solo para receber
nferend ao espirito do defunto Acreditase que esses túmulo\ construidos
com adobe ou pedraeram baseadas no prcjđo de habitaqōes reais feitas
com materiais mennvduradm lms
回国回
N /
A S C IV ILIZA QO ES " H IO RA U LIC A Y
D an M acG ilvray
htuictım eiıte nilo chove 11(1 A ssfria Essa potıcd agua nutre as rcıfues [tos ceredis ?nm é tı irrigaçiio r
ïo rio que desenvolve a
Plantaçiio e W com qtıe os graos redım ente cresçam Nio ê com o ï 1o Egito onde o rio propinaïnente dico sobe e olaga os
cairrpos : na A sstria eles siło irT igtıcios m am m lrnente e por ìmiqtłintıs de inigdçiio co m braços oscilantes
Pois todo o territó
rio d[1 B abilðnia com o o do E xito é cortaìo por can[ıis O m aior tieles é nauegdueı : ele corre D o E ufrates até o T igre
Toda a tena TcRtldd pť lo N iło em sm Į passagem era o Egito e todos os qtte m orautıïn abaixo da ci
dade de E 1ejan
tine (A stuaiı) e bebidm da água deste rio eTiMM coīısiderados egipcios
nio hti hoīnens 11o resto do Egito ou em quatquer parte o īłułndo que se beneficieīn t{tnto do solo com tito pouco
esforço ; etes niio têm o encalgo de trabalhar a ten a com o arađo neıìı com a enx[ł【ļ , 1 o rio sobe por conta pï \ ria m olha
O S Cal11
m entes e espera pela colheinı
0 historiador gregoH eródoto (4 8 4 4 2 5
a C ) viajou por todo
o m undo antigo e escreveu a
prim eira história em forn7a de
narrativa E 1e era um observa
dor apaixonada da cultura e
suas citaqōes definem um a das
características essenciais das
civilizaqōes m esopot im ica e
egípcia : sua dependência dos
rios Evidentem ente, a água é
um ingrediente essencial para
quaıquer form a de vida m as
a água corrente é necessária
para o desenvolviınpttn da
civilizaçāo pois além de ser
bebida e irrigaĻ tam bém serve
para rem over os dejetos hu
m anos que se acum ulam em
áreas dpnsas P ortanto, todas
as civilizaçōes prim itivas do
V ale do Indo aos M aias se
basearam em rios N ós as
cham am os rle civilizaçōes hi
dráulicas
P or necessidade a ci
vilizaçāo hidráulica é um a
federaqão corporativa con
trastando por exem plo com
um gFupo de ridndť s estado
beligerantes E m um a bacia
hidrográfica determ inada é
necessáń o um forte controle
centralizado para se cons
12 0 0 beıisco em uma pedreiraAswan, Egito
truir um sistem a de canais
interdependente que desvie
água para a irrigaçāo e faqa a drenagem necessárias para adm inistrar projetos dedos pāntanos para o cultivo ou barragens construção em grande escala buscando 
para barcos
e diques para controlar asenchentese controlar aságuasque traziam tanto £conter a água O s prim eiros engenheiros abuildância quanto destruiqão C om o H e giandes obehidráulicos aprenderam as técnicas da ródoto observou, a naçāo egfpcia era deft um a carga otopograĥ a e desenvolveram as habilidades nida pelo N ilo, e nāo resta dúvida de que ladas
os engenheiros responsáveis
pelas pirām ides aprenderam a
fazer levantam entos topográfi
cos e obras de terraplanagem
além de organizar grandes
contingentes de m āo de obra
nas m argens do rio Tam bém
se arrprıita que com o ficavam
ociosos durante as inunda
qōes os agricultores eram
recrutados para as equipes de
construçāo de projetos gigan
tescos com o as pirām ides
O s rios T igre Eufrates e
N ilo tam bém serviam com o
artérias de transporte princi
pais para a troca de bens entre
as m uitas cidades que o5 m ar
geavam A inda hoje na era
dos aviōes a jato o m eio m ais
barato de transporte de cargas
por quilô m etro tonelada é
a barca fluvialN o periodo
m edievalera dez vezes m ais
barato transportar cargas em
barcos do que em rarroças
puxadas por bois A lém disso
por causa do N iıo os egíptios
antigos nāo precisavam de
vefculos com rodas ou es? a
das pavim entadas a biga foi
um a invenqāo im portada que
chegou tarde para os egipcios
que preferiam se deslocar
pelo rio nāo é su【presa que
tenham desenvolvido técnicas
de construçāo sofisticadas
de todos os tam anhos N as
) s tt\m nlns as m aiorps embar
representadas carregadas co
m
leliscos, com o o da Fi \ ra 
1 20
que chegava a pesar m il ton
e 
四国团团团团■匡
r ĮH l(
1 21 A pirâmide escalonada de 5aqqara Egito cerca de 263o ac
Por ser a primeira construqão de pedra em escala monumental no
A s prim eiras pirâmides
À m edida que o ritu al religioso prescrito pelos sacerdotes
evoluiu e com eçou a dar m ais im portância ao faraó a m as
taba foi am pliada proporcionalm ente resultando na pro
dução da pirām ide A pós a m orte o faraó acom panhava o
deus sol em su A jornada diária pelo céu por issoprecisava
ser im pulsionado para cim a A pirâm ide inicialm ente um a
form a escalonada e verticalizada com o o zigurate cujo pico
recebia os prim eiros raios de lLız da m anhã era o em ble
m a do deus sol adorado em H eliópolis Sua form a tam bém
faz referência sim bólica ao renascim ento anual da natureza
um a vez que quando as águas baixam , os prim eiros sinais
de vegetação aparecem em pequenos oute
iros A ssim a for
m a escalonada da pirâm ide e, a partir de certo m om ento
a pirâm ide propriam ente dita, representava o re
nascim ento
tanto diário com o anual ao longo de toda a eternidade
A tribuise a Im hotep, arquiteto da T erceira D inastia o
projeto da prim eira pirâm ide para o com plexo funerá
ń o do
faraó D joser (2 6 3 0 2 6 11 a C ) em Saqqara nos subūrbios
de M ênfis (Figura 1 2 1) Esta tam bém foi a prim eira constru
ção m onum ental em pedra no Egito o que não é pouco
4 4 A H ISTÓN IA D A A RQ U IT ET U R A M U N D IA L
M re & D < Ħ am in Ħàe de 5ngferu ľ [ ebolal
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G i Pirāmidede Khafre (auquéfrm ) G 1sé P, râm ïdede M enkaure (Ou M iqu« inos)
100 .
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0 300 ft
12 3 Cortes das pirâm ides de Saqqm M eidum Dahshur e G iséEgito cena
de 2550 2460 aC
Estes desenhos indicam os tamanhos relatrvos das maiores pïrâmīdes das
Terceirae Quarta D inastiaī A de Q uéops permanece como a maior pilha
de pedras da hist & iĄ eentre as pirimidw a mbém possui a am njo mais
complexo de passagens e cāmaras īnternas
para um a tradiqāo que perdurou por 4 6 0 0 anos A planta
baixa do com plexo tem a form a de um grande retāngulo co
bre 14 hectares e é rprrada por um a m uralha com 10 m etros
de altura e 1 6 0 0 m etros de extensão (Figuras 1 2 2 a, b) H á
apenas um a entrada um a pequena porta na quina sudeste
que leva a um estreito salão prorpssinnal com rnh 1natas N o
ĥ nal do salão fica o acesso ao pátio principaldom inado pela
pirâm ide escalonada de D joseĻ que se eleva 6 0 m etros acim a
de sua base de 12 1 × 10 9 m etros Inicialm ente um a m astaba
a pirâm ide foi construfda em várias etapas até chegar à sua
form a atual um volum e que snhr pm seis nĺveis O exteń or
da pirâm ide foi revestido com blocos de arenito desbasta
dos enquanto os pátios e edificaçōes adjacentes parecem ser
representaçōes do palácio terrestre de D joser em M ênfis, re
construído ali para durar pe] a eternidadeA aparência e os de
talhes típicos dos m ateriais originais foram reproduzidos na
pedra : pilares em form a de feixe de junco ou caule de papiro,
tetos de toras de m adeira e até um a dobradiça de pedra para
um a porta, tam bém de pedra com pletam ente im óvelA o
norte da pirám ide fica o tem pıo funerário onde foi realbado
o ritual anterior 1o enterro LIm a estátua de D joser olhando
para ĺ or1 repousa em um a câ m ara pequena U m a P?quena
abertura nn parede cm fr ? nte aos oıhos de pedra da estátua ë
o único acesso to m undo exterior
0 coīnpıcxo de D joser inclui áreas para a prática Ĺle ri
tuais que hoje nilo sāo bem entendidos, m as que aparen
tem ente, crarn sím bolos im portantes do vínculo entre o
A lto e o B aixo Egito O grande pi!tio era o cenário da corrida
H ebSed da qual o faraó participava anualm ente para garan
tir a fertilidade dos cam pos O p ? rcurso consistia de quatro
circuitos do pátio em caLl1 direçāo no sentido horário para
um a m etade do reino e no sentido antihorário para a outra
D joser tinha duas cām aras m ortuárias que representavam seu
poder e sua paternidade em reıaçiio ao A ] to e ao B aixo Egito
tJm a cām ara localizada abaixo da pirâm ide continha sua
m úm ia em um ataıīde de alabastro O acesso era bloqueado
por um tam pāo de pedra com 1 8 m etro de diiim prro e pesa
va seis ton?]adax essa proteção se m ostrou inadequada pois
os ladrōes encontraram um a m aneira de entrar no nim ulo
ainda na antiguidade E m 1 9 2 8 escavadores descobriram a
segunda câm ara no lado sul da m uralha E m bora tam bém
tivesse sido saqueada ela continha ori8inalm ente os órgāos
internos do faraá pm halsam ndos sim hnlizandn sua fertili
dade e a proteçāo do baixo Egito O s ladrōes de túm ulo nāo
roubaram a bela faiança azuı que decorava as paredes e
que hoje são tudo o que resta do inteń or F. sses az\ılejos estāo
assentados em faĹxas de pedra horizontais e veFticais, repre
spntanrln um a ? am a de junco entre as peças de m adeira ane
xadas a suportes m aiores tam h¢m de m adeira U m a parede
traz um baixo relevo representando D joser enquanto conta a
H ebSed U sando a coroa branca do A lto Egito o faraó foi re
tratado na m aneira tipica da arte egípcia com cabeça, pernas
e pës em pertile o torso virado para frente N esta obra em
particular os artistas egipcios capturaram as características
essenciais do corpo hum ano com bastante exatidāo, ainda
que a pose não seja realista ou natu ral
D esde seu surgim ento em Saqqara a evolução daquilo
que hoje consideram os a verdadpira pirâm ide passou por
pelo m enos três grandes projetos antes de chegar ao auge
nos tūm ulos da Q uarta D inastia em G isé nos subúrbios
? C airo (Figura 1 2 3 ) E ssas três pirām ides foram cons
truĺdas ou m ndifiradas por Sneferu (2 5 7 5 2 5 5 1 a C ), um
dos prim eiros faraós da Q uarta D inastia que continuou a
ser cultuado por m ais de dois m il anos após sua m orte Em
M eidtim dez quilô m etros ao sul de Saqqara Sneferu acres
centou um a cam ada pxtem a à pirâm ide que talvez tenha
sido iniriada por H unio tiltim o faraó da Tercpira D inastia
Ela com eçou com um núcleo esralnnado de sete patam ares
transform ado se em um a pirâm idp vprdadeira após a adi
Çāo de duas edificaçōes sobrepostas H á evidências de que
as partes superiores da obra entraram em colapso durante ainstalaçäo do terceiro e últim o revestim ento de calcáń o já
que a alvenań a de pedra nāo tinha suporte sufiriente considerando o ângulo relativam ente fngrem e da inclinaçāo (57
5 0 3 5 ' ) Se tivesse sido conchtfda com o planejado a pitä
m ide chegań a a quase 9 2 m etros de altura O restrltado coN
o nıĵ cleo escaıonado se elevando acim a do pedregulho fe
C A PIT U L0 1 0 5 PR IM ÓR D IO S D A A PQ U RW U R A
invertido P ilares dc granito verm elho sllstpntavam um a cobertura com clerestório ; as janelas foram distribuidas para
que a tuz do sol ilum inasse as 2 3 estátuas do faraá dispostas
ao longo das paredes D epósitos pequenos, em dois niv ? is
estendiam se para dentro das paredes m aciças A tualm ente
o tem plo se encontra scm cobertura e sem seu revestim ento
externo de pedra ao lado da Esĥ nge um leāo com cabeça dehom em com 5 7 m etros de com prim ento e 2o m etros de altu
ra talhado in loco em um a saliênda rochosa natural (ĦguFa1 2 6 ) (Por m uito tem po se acreditou que a caba da Esfinge
señ a um retrato de Q uéfren, m as isso nunca foi com provadoEspecuıaçōes recentes de que a Esfinge seūa sim ificativam en
te m ais antiga que as pirâm ides nio sio aceitas pela m aioria
dos egiptólogos) O tem plo m ortuário de Q uéfren, na base
da piriim ide, está conectado ao tem plo do vale por um a pas
sagem constru ĺda em um āngulo obıfquo ao rio A planta
baixa da piriim ide é re[angular com um a série de espaços
internos distFibufdos axialm ente É provável que a estrutura
de calcário tenha sido revestida de um m aterial m ais fino, e
que o piso fosse de alabastro N o centro do tem plo fica um
grande pátio interno cercado por enorm es pilares em frente
a ele havia 1 2 estátuas grandes do farad
H á m uito tem po as pirimidp especialm ente os exem
plares im pressionantes de G isé têm levado a duas pergun
tas : com o foi possivel que povos antigos trabalhanrïocom
tecnologias sim pıes, construíssem estruturas tāo grandes? E
por que as teń am construído? A resposta à prim eira pergunta
pode ser presum ida razoavelm ente em bora continue sendo
um a áFea de estudo A inda que nāo tivessem m atpriais m ais
resistentes que o cobre e nāo usassem a roda no transporte
os egĺpcios nāo eram pń m itivos Seu rnnhrrimmto de topo
grafia necessário para a rpmarrçāo dos lim ites das planta
çōes após a inundaçāo anual ajudou os a traçar a base das
pirâm ides com exatidāo e tam bém a orientar a planta baixa
quadrada de acordo com os pontos cardeais A pirâm ide de
Q uéops tem um desvio de apenas 5 1/2 m inutos de arco em
relaçâo ao norte seu ápice está apenas 3 0 cm deslocado em
relaçâo ao centro da base ; e há som ente um erro de 2 0 cm
na extensāo de um dos lados da base A ausência de veículos
com rodas nāo era um problem a sério pois grande parte do
transpoĦe provavelm ente era feita pela igua ou peıa areia,
onde as rodas não teriam vantagens reais sobre os barcos e
trenós que de fato foram usados A extraçāo das pe
dras era
feita com serras de m etalno caso dos calcários e arenitos,
m ais m acias ou com esferas ? rocha m uito duras (doıeri
tas), golpeadas repetidam ente ao longo de linhas nas pedras
m ais resistentes, com o o granito O acabam ento 
de pedras
afeiçoadas podia ser feito com m artelos, c
inzéis e m achados
de pedra, bem com o lixas ou m
ōs Independentem ente do
m étodo, o trabalho nas pedreiras era te
dioso, e, provavel
m ente, ficava a cargo de prisioneiros ou tra
balhadores re
crutados à força A s pedras m ais rrfinndas e o gran
ito eram
trazidos de locais m ais distantes
A s pirām ides eram consm iírïas, provavr
lm ent¢ por gran
des equipes de trahalhadnres durante a época 
das inunda
çōes quando era im possivel trabalhar nos cam pos
O s m lis
culos hum anos forneciam a força necessáūa para transportar
os blocos até o localO estudo de pirâm ides em ruinas ou
116 pirāmide de Q uéfren e Esfinge GisEgito cerca de 2550 2460 ac
O s resquicios da entrada do vale do tempo de Q uéfren podem ser vistos à
esquerdı
inacabadas revelou que nāo havia apenas um m étndo de
construçāo ainda m enos sp sahp sobre os m onum entos m ais
com pletos o trio de G isé porque seus interiores nāo po
dem ser investigados em detalhes Em alguns casos ram pas
eram m ontadas paralelam ente à crescente m ontanha de alve
naria para criar um plano inclinado que perm itisse arrastar as
pedras em trenōs T nmhm é possĺvel que o núcleo psralona
do arpndpntp das piriim idps de G isé tenha servido com o es
cada para os trahalhadnres que ptıxavam e usavam alavancas
para elevar os blocos até os nĺveis supeń ores um a vez que a
quantidade de m aterial nerpssiiria para a construção de ram
pas adicionais nessas edificzçðes enorm es bem com o a difi
culdade de se deslocar os blocos de pedra pelas quinas teha
im possibilitado o uso de planos inrlinadns E m bora o nū
m ero de hom ens e o tem po necessáūo para se concluir um a
das grandes pirām ides ainda sejam assunto para discussão, a
capacidade egipcia de organizar trabalhadores e pedreiros em
cam panhas sazonais de construçāo é um fato e tam hém um
testpm unho da habilidade de seus engenheiros
0 m otivo por trás da constlução das pirâm ides tem ins
pirado tanto pesqursas sérias com o bobagens espectılativas
Já surgiram teorias que vāo desde a definiçāo de m edidaspa
drāo a partir do corpo hum ano (com o ocorreu com as uni
dades inglesas) até previsōes apocalfpticas do fim do m un
do para explicar a configuração dim ensional da pirâm ide de
Q uéops os egiptólogos, porém , estão convencidos ? que
as pirām ides eram acim a de tudo, tum bas para os faraós O
m otivo que levań a as pessoas a dedicar tanto esforço a pro
jetos que poderiam ser considerados praticam ente inúteis
só pode ser com preendido dentro do contecto da visāo ?
m undo egipciaTalvez nenhum a sociedade, antes ou depois
da egĺpda, tenha investido tanto tem po e energia para ga
rantir a vida após a m orte de seus personagens m ais ilustres
Praticam ente toda a arte e a arquitetura egfpcias eram m uito
50 A H i5TónıA D A A RQ U IıŁıuRA M U N D IA L
150 ħ
ııeimpñ iÐmM m= n» mw
D eiretBahariEgito cerea de 1 4 1 4 5 8 ac
bra desmotivar os ladrōeso5 faraós do N ovo Reino decidiram que seus
coïpos senam enterrados em M m ulos rli\fnqarfn\ no Valp rļ m Rpit (atrás
destes penhascos)onde o5 sacerlotes os protegenam dos invasores
O M mulo de M entuhot ? pmais anrrgo pode ser visto logo além do
m nniJmpnmo a Hatshepsut
T ı } X ai, di
iĘıįi iË\!
com os falecidos era dada em tem plos cada vez m ais ela
borados edificados separadainente
E ntre os tem plos m ais esplêndidos da 
D écim a O itava
D inastia destaca se o com plexo funerário 
da Rainha Faraó
ldatshepsut (14 7 3 14 5 8 a C ) em D eir e
ıB ahari (Figura
1 2 9 ) fam oso tanto pela arquitetura com o pelo 
fato de ser
dedicado a um a m ulher A sucessiio ao trono passava pela
linha fem inina, m as o farad cra quase sem pre um 
hom em
H atshepsut era filha dc T hutm ose 
I e se casou com seu
m eio irm io que veio a ser o Faraó T hutm ose 
ï ı E ]a o rete
gou a um papel spn ınrïārio durante se
tt reinado e após sua
m orte gavernou ndependentemente em bora se proc]a
m asse regente do filho de T hu[m ose IĮ com um a concubina
T hutm ose IIï Seu favorito na corte era um pıebeu, Senm ut
que tam bém foi responsável (talvez com o arquiteto) por
seu tem plo frinprÃrio H atshepsut foi enterrada do outro
lado da cadeia de m ontanhas do V 1le dD s Faraós por Isso
o com plexo de tem plos era um a capela m ortuária dedica
da a A m an o deus sol associado aos faraós R am pas leva
vam do vale a ? ês grandes terraços definidos por colunatas
qLre tam bém serviam com o m uros de arrim o para o nfvel
seguinte (Ħgura 1 3 0 ) N āo resta duvida de que o projeto
com o um todo foi inspirado no tem plo vizinho de M en
tuhotep em bora o de H atshepsut seja cn nsideravelm ente
m aior e m ais grandioso O s pilares da colunata ao norte do
segundo terraço têm facetas que rem etem às ranpluras das
colunas dóricas posteriores (Fi \ ra 1 3 1) O s relevos e as
pinturas m urals no inteń or do santuário e no salão princi
pal rptratam o nascim ento divino de H atshepsut com o filha
de A rnon, bem com o as atividades de seu reinado pacffi
co incluindo expediqōes com erciais a P unt (possivelm ente
na costa da S nm iilin) para buscar ouro m arfim babuínos
e espécim es botânicos A própria H atshepsut é geralm ente
reprpspntada com o um hom em e, poF vezes com o o deus
O siń s usando o avental e a coroa de um faraó
E m bora hoje sejam inférteis e cobertos de areia, os terra
ços do tem plo de H atshepsut apresentavam , durantp a D éci
m a O itĦva D inastia árvores de incenso plantadas em covas
cheias de terra criando um jardim para as esplanadas de
Arnon T ubos de inigação subterrâneos forneciam água para
a sobrevivência das plantas, enquanto sacerdotes reveren
ciavam o deus à som bra das árvores T odo o tem plo des
de o acesso pela ram pa axial até o fìm da rota processional
em um a porta falsa pintacıa na parede do ūltim o santuáń o
escavado no rochedo é um a espetacular obra hfbrida de
arquitetura, inseń da em um a paisagem espetacular que in
etui as faces escarpadas do penhasco A inda que H atshepsut
tenha reinado e m orrido em paz, seus sucessores fi? eram o
possĺvel para erradicar sua m em ń ria, apagando seu nom e
das inscriçõ es, quebrando quase todas as esculturas que a
representavam e profanando o tūm ulo de Spnm nt
U 1 Colunata superior etalhe\ templo mortu* io de H atshepsut
Deiw lBahariEgito cerca de 1 4 5 8 ıc
Por trás dos pilares ef« onm se cotum
jāforamchamadasprotodá Iratas
precedente egípcioquqnas mãosdos g
eldens da aïquitetura
_ {ñnș
ls com caneıw razāo pela qual
com certezĄ de evidências do
: ne viria a se tomar parte das
52 A H ISTÓR ıA D A A RQ U ıT ET U R A M U N D ıA L
l
1 33 Portao do tipo pilone Tem plo de EdufEgito 237 57 ac
Em boraqa doperiodoptolomaico depoisda conquista do Egito por
Aıexandre o G rande este pilone é sem elhante ao de C am ac em term os de
forma e finalidade Esses portais monumentais m arcavam o maior significado
sagrado do espaqo no qual se ingressariı O riginalmente as quatro fendas
verticais possuíam obeıiscos
134 pátio prirnipal G rande Templo de JU non Cam ac Egito iniciado em
cerca de 1550 ac
O s pilares gigantescos e as estatuas colossais de Ramsés II definem o percurso
axialq eleva o segu do piton o struido por Sethos(1]2 0 a 댜 M ais
além fica o sabohipostilo ilustrado na página 28
nascia diań am ente, os pilones rem etiam aos portõ es do
além por onde o espfrito eterno deveria passar
C inco geraçõ es depois de H atshepsut o faraó A m eno
phis rv (1 3 5 3 13 3 5 a C ) provocou um a grande ruptura
com a tradição religiosa do Egito ao rejeitar as várias di
vindades e instituir um a religião m onotefsta devotada ao
disco solar A ton M udando seu nom e para A khenaton que
significa tudo vai bem com A ton A m enophis abando
nou a antiga capital em Tebas por volta de 1 3 5 0 a C e esta
beleceu um a capital 4 8 0 km ao norte em A khetaton (atual
TellelA m arna) C om base nas escavaçõ es incom pletas de
suas rufnas acredita se que A khetaton era um a cidade li
near com quase 11 km de extensão, lim itada a oeste pelo
N ilo e a leste pelas m ontanhas, sem um planejam ento ur
bano geral consistente O transporte era facilitado pelo cur
so ď água enquanto um rio conectava as diferentes áreas
au k
二
伊
弘
歹
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