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Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 3 Trabalho Escolar de Antropologia Introdução Habitat significa o espaço onde seres vivos vivem, e se desenvolvem. É um ambiente natural onde nasce e cresce qualquer ser organizado. Habitat é um termo utilizado na ecologia, que compreende o espaço e o ecossistema onde os seres se desenvolvem, dentro de uma comunidade. No caso de espécies vegetais e animais, quando se descreve o habitat, é importante mencionar outros animais ou plantas que pertencem a essa comunidade. O habitat é o local que oferece as condições climáticas, físicas e alimentares ideais para o desenvolvimento de uma determinada espécie. As atividades e o modo como cada espécie vive, se desenvolve e se reproduz é chamado de nicho ecológico. Habitat não se limita somente a uma espécie de animal, podem ser várias espécies convivendo em um mesmo habitat, e isso inclui os fatores onde os humanos, animais, como aves, peixes, etc., vivem, se reproduzem e morrem, como terra, água, mar etc. Existem também os habitats artificiais, que são construídos pelo homem, utilizados em zoológicos, ou em lugares para promover o desenvolvimento de uma espécie que esteja em extinção, por exemplo, e então é necessário que a espécie se sinta em seu próprio habitat. Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 4 Trabalho Escolar de Antropologia Formação do Habitat do Homem na Terra Gênesis 1.1 trata da vinda do mundo material à existência pelo poder da Palavra criadora de Deus. Depois da criação da matéria, Deus passa a colocá-la em ordem, distribuindo-a, com sua sabedoria, a fim de torná-la bela. Esse serviço de organização deu- se nos chamados “dias da Criação”. O capítulo 2 trata dos detalhes preparatórios para a existência e desenvolvimento da vida humana. Deus, cria um ambiente encantador para sua criatura mais importante. No meio da terra que já existia, ele faz um primor de jardim. Deus tomou todas as providências para a criação do habitatdo homem. Primeiramente, a narrativa das Escrituras nos diz que a obra do jardim foi divina. Foi Deus que “plantou um jardim no Éden”. Ao plantar o jardim, Deus o fez com os atributos de seu poder e sua sabedoria. Quando Deus, por seu poder, trouxe à existência todas as coisas que não existiam (Gn 2.4), não as trouxe todas à existência de forma organizada. Depois de criar o mundo da matéria, Deus começou a organizar seu mundo material, que era inabitável. Este é o sentido da expressão “sem forma e vazia” (Gn 1). Uma das coisas mais fascinantes que a ciência estuda é a difusão das sementes. Sabemos que, de uma forma ou outra, a semente é dispersa pela face da terra pelo movimento do vento e a ação benéfica dos pássaros, que a levam de um lado para o outro. As sementes são espalhadas e germinam belamente, fazendo que as plantas e ervas cresçam, estimuladas e vitalizadas pela água. Mas antes da ação providencial de Deus de proporcionar uma neblina que “subia da terra e regava toda a superfície do solo” (Gn 2.6), nem as ervas do campo podiam nascer. Sem essa providência divina, não haveria possibilidade de vida nem mesmo botânica; antes dessa ação, não havia erva de tipo algum. O modo natural das coisas acontecerem, para que surgisse a vida das plantas, dependeu, assim, da ação providencial de Deus. Então, por sua sabedoria, Deus começou a preparar um habitat para o homem. Além de sua sapiência em colocar todas as coisas de um modo extraordinariamente ordenado, Deus ainda, por sua bondade, cuidou de todos os detalhes da habitação de sua criatura mais importante. A primeira grande providência governativa de Deus foi plantar um jardim, para depois colocar o homem no jardim. Parece-nos que Deus primeiro organizou o habitat para depois criar o homem. Deus colocou primeiro as plantas do campo, que não precisavam ser cultivadas pelo homem, pois crescem pela polinização causada pelo vento e por pequenos animais, assim como pela irrigação de fontes subterrâneas e, posteriormente, também das chuvas, que passaram a cair sobre a terra. A água dos mananciais e da chuva faz as plantas do campo crescerem independentemente da ação do cuidado humano. Todavia, as plantas boas para comer vieram depois, quando Deus colocou o homem para cuidar delas. Deus fez as coisas Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 5 Trabalho Escolar de Antropologia muito organizadamente para o deleite do ser humano. O jardim plantado por Deus estava realmente num lugar — Éden —, que significa “prazer”. As Escrituras nos revelam que a terra foi designada por Deus para ser o lar do homem desde sua criação. A terra é um lugar perfeitamente adaptado para a vida humana. O jardim era o cerne deste planeta azul, onde o ser humano deveria desfrutar de toda a beleza. A terra é o lar definitivo do homem. Nunca houve ameaça da parte de Deus de que, se o homem pecasse, seria retirado deste lugar e colocado em outro habitat. Quando o homem pecou, Deus o amaldiçoou, tanto quanto o seu habitat, mas o deixou em seu lugar próprio. Seria uma infelicidade extrema para o homem estar fora do seu habitat. Esta terra nunca será destruída [ou aniquilada] porque ela é o habitat perene dos filhos de Deus. No final do presente estado da história humana, Deus ateará fogo na terra, não, todavia, para destruí-la, mas para purificála, renová-la, a fim de que o homem possa viver nela da forma como ele vivia no tempo da sua criação. No decreto de Deus está claramente inclusa a ideia de a terra ser o lugar definitivo da habitação dos homens, porque a terra é o lugar original da habitação deles. Nunca a terra será um lugar vazio [isto é, um ‘caos’], mas será para sempre o lar dos seres humanos. Não é sem razão que o profeta diz: “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.18). Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 6 Trabalho Escolar de Antropologia O Habitat do Homem Habitat é o local ideal para que uma espécie, seja ela animal ou planta, possa se desenvolver, se alimentar e procriar. Pesquisadores já identificaram os habitats de inúmeras espécies. Sabemos, por exemplo, quais são os melhores lugares para que o elefante, a onça, o tamanduá-bandeira e o esquilo possam viver. Identificamos os biomas naturais e os seres vivos que os habitam. Até mesmo fomos capazes de considerar algumas espécies como exóticas, quando elas passam a ocupar e interagir de maneira pouco saudável com as espécies chamadas nativas dessa região. E nós, humanos, quais são os nossos ambientes, nem diria naturais, mas ideais para podermos viver com qualidade? Ao longo da nossa história, as cidades e comunidades humanas foram sendo formadas levando em conta as questões ambientais existentes no local. Bom exemplo é o da água, vital para a sobrevivência. Nós humanos íamos ao seu encontro e instalávamos nossas moradias próximas às fontes do líquido precioso. Não é à toa que todas as grandes civilizações do passado se desenvolveram em torno dos grandes rios e muitas continuam lá até hoje. O crescimento desordenado plenamente acompanhado da evolução tecnológica capacitou o homem, em sua megalomania, a vencer, domar a natureza criando espaços artificiais que aterraram e desviaram rios, asfaltaram a terra e eliminaram os outros seres vivos que, de alguma forma, bloqueassem esse caminho chamado de progresso, até mesmo outros seres humanos (indígenas e povos tradicionais, só para citar alguns). Claro que muita coisa boa foi criada, mas junto com interessantes inovações vieramtambém a total falta de bom senso em relação a uma análise criteriosa sobre os benefícios e malefícios envolvidos com essas transformações. Perguntas básicas deixaram de ser feitas, como as que envolvem, o quanto determinada obra impacta a vida de todos e interfere nas fundamentais leis naturais a que todos nós estamos subordinados. As cidades, assim como elas foram concebidas, representam a melhor e mais saudável maneira de se viver? Uma perversa consonância entre ganância, ignorância e ausência de planejamento foram os principais responsáveis pelo atual caos generalizado dos grandes aglomerados urbanos, notadamente nos países mais pobres e em desenvolvimento. Sem que isso signifique que o tal mundo desenvolvido tenha equacionado tais problemas, mas ao menos foram capazes de trabalhar em parte com maior seriedade. Tal estado de coisas ao menos foi capaz de fazer surgir um movimento povoado de boas intenções conhecidos por vários formatos como ecovilas, cidades e comunidades sustentáveis, movimentos de moradias alternativos e também as chamadas construções sustentáveis. Mas é verdade também que mais do que o crescimento das construções sustentáveis - ou novas ecovilas - e mesmo o desenvolvimento de núcleos de moradias Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 7 Trabalho Escolar de Antropologia autossuficientes será preciso um envolvimento mais sério dos nossos gestores públicos responsáveis pela elaboração de macro políticas urbanistas. Será preciso uma nova visão que pense as atuais cidades e as futuras aglomerações urbanas de modo a priorizar uma maior integração com o meio ambiente e o uso racional de todos os recursos disponíveis. Prioridade também para o bem viver de todos, mais próximo de uma imagem do paraíso, ao invés do inferno atual das metrópoles. Mais harmonia no dia a dia e menos estresses cotidianos que empobrecem as nossas rotinas e prejudicam a saúde física e psicológica de tantas pessoas. E, antes de mais nada, possam fazer a simples e óbvia pergunta que ainda não foi respondida no início dessa missiva e que de certa maneira também não foi feita ao longo de toda a nossa história, afinal, qual é mesmo o habitat do homem? O habitat do homem é o meio em que as pessoas vivem, onde os elementos naturais e os construídos devem se integrar para a manutenção da vida e o desenvolvimento da sociedade. A relação do homem com a natureza através dos tempos A relação da sociedade com a natureza, não se manifesta de maneira igual no espaço e no tempo. Em uma atitude simplista e objetiva é possível destacar três momentos da relação da espécie humana com a natureza: o homem amoldando-se a ela, o que podemos chamar de adaptação; o homem confrontando-se com a natureza, a que leva a uma posição de ataque à mesma (contra a natureza), e o homem restituindo os ambientes por ele degradados e preservando os que ainda restam (a favor da natureza). Sabe-se que no início de sua aparição sobre a terra, uma fase de estreita subordinação o homem “sofreu” os imperativos de seu habitat natural. Nessa época, o homem procurou adaptar-se às condições oferecidas pelo meio, submetendo-se aos seus imperativos e modificando seu modo de vida em função dos climas e dos habitats onde se instalara. Mas esse período de adaptação foi relativamente curto, e rapidamente o homem contra atacou, exercendo uma série de ações às comunidades naturais a que pertence, passando a depredador e competidor. Essa adaptação das culturas humanas aos seus ambientes é originada pelas mudanças culturais. De acordo com Viertler (1988, p.20) "o processo de adaptação das culturas humanas do século XX aos seus respectivos ambientes não significa que a convivência e a sobrevivência sejam “melhores” ou mais “vantajosas” para os indivíduos”. Segundo a autora, adaptar-se significou em muitos casos, sobreviver por meio de numerosas concessões, por vezes com altos custos físicos e morais". Portanto, adaptar-se significa "lograr sobreviver”, “não extinguir-se como cultura humana”, e se esta adaptação representa um progresso, este é sempre relativo podendo muitas vezes, manifestar-se por perdas culturais ou involuções. Em suma, a adaptação é a inter-relação de culturas humanas e seus respectivos ambientes e não uma melhoria das condições de sobrevivência. Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 8 Trabalho Escolar de Antropologia Mas a ciência, procurando apenas o conhecimento, não é culpada da agressão direta contra o meio ambiente. A tecnologia, por seu lado, dedicada à ação, alimenta-se vorazmente das descobertas da ciência. Ainda que suas categorias não sejam as mesmas da ciência, a tecnologia, a seu modo, é também altamente especializada, orientada para fins estreitamente definidos. À medida que seu poder aumenta, e como as consequências estão fora de seu estreito campo de ação, proliferam “os efeitos colaterais” da tecnologia com impactos desastrosos para o ambiente. Se considerarmos a sociedade capitalista, sabe-se que a ciência destina-se a gerar o saber necessário para garantir a produção e a reprodução dos processos vitais desta sociedade. Se a própria ciência tem um caráter de classe na sociedade capitalista, com mais razão o terá, a tecnologia, que é a aplicação dessa ciência ao processo produtivo. Mas, dentro de todas essas ponderações, um fato é incontestável: o estado primitivo da natureza é modificado, quando não comprometido, logo que o homem disponha de meios técnicos um pouco mais aperfeiçoados e também, logo que a densidade de sua população ultrapasse um determinado limite. O homem pode definir-se como desestabilizador nato da terra e do céu, pois não se instala em nenhum trecho do planeta sem impor modificações em cadeia no meio natural. A antropóloga Renate B. Viertler (1988), em seu livro Ecologia Cultural, subdivide os ambientes da vida das comunidades humanas em: ambientes naturais e ambientes humanos. Os primeiros correspondem a condições físicas associadas à fauna, à flora, aos recursos minerais e hidrográficos, característica dos solos e dos climas existentes nos territórios de exploração e de moradia das populações humanas. Segundo a autora, é interessante notar, que as culturas humanas nunca utilizam todos os recursos disponíveis no seu território de ocupação e sim, selecionam alguns deles em termos da tecnologia de que dispõe. A habilidade tecnológica nos leva a constatar a importância dos ambientes humanos. Estes são representados pelos antecedentes históricos das culturas que explicam a presença ou ausência de determinado padrão tecnológico, soluções socialmente herdadas. Os ambientes humanos, além das influências históricas, correspondem aos efeitos sociológicos, econômicos e políticos desencadeados pela sobrevivência amistosa ou hostil, de diversas comunidades culturalmente semelhantes ou não, engendrando as mais variadas modalidades de troca de recursos, indivíduos e conhecimentos. É inegável que as mudanças culturais sofridas pela humanidade alteraram de modo irreversível, as condições qualitativas e quantitativas da sobrevivência humana e do meio ambiente. Se no início da fase protecionista, com exceção dos exploradores naturalistas, havia outros interesses que não propriamente a conservação da natureza, é possível considerar, que tais medidas acabaram protegendo a fauna de modo eficaz, moderando o processo de delapidação da natureza. Segundo Cortez (1994) a tomada de consciência tem sido registrada ao longo da história da humanidade em diferentes pontos e em diferentes momentos e paralelamente à exploração desmedida dos recursos Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 9 TrabalhoEscolar de Antropologia naturais e a poluição ambiental, uma nova fase se inicia nas civilizações contemporâneas, que é a da preservação e recuperação dos ambientes degradados. Atualmente, são observadas em todo o mundo inúmeras ações não somente de conservação como também de recuperação ambiental: recomposição de matas ciliares e outros tipos de áreas verdes; descontaminação de cursos d’água; reciclagem e reaproveitamento de materiais; criação de animais em cativeiro para a preservação da espécie; substituição de matérias primas com o objetivo de conservação dos recursos naturais entre outras. O meio ambiente, o homem e as outras espécies animais É importante ponderar que a relação homem/natureza ocorre simultaneamente e necessariamente se interagem produzindo e resultandoacções advinhas deste relacionamento, independente das diferenças de posicionamento entre os cientistas sobre a categorização das sociedades por meio da hierarquia tecnológica. Qualquer que seja o nível de desenvolvimento de uma sociedade, as interações entre o homem e o meio ambiente são permanentes, intensas e íntimas. Essas interações são de tal intensidade que, o ambiente é entendido por muitos, como o todo, o conjunto das manifestações da vida no planeta; o homem na biosfera. Destacando-se ainda, a noção de que não se distingue um meio ambiente humano e um meio ambiente físico a comporem a biosfera. O ser humano e a biosfera configuram uma unidade, um ambiente único, que é o ambiente que nos explica no universo. Nessa concepção, fazemos parte de um ambiente constituído por componentes indissociáveis: o meio natural e o meio cultural, mas inteiro como ambiente, como um só lugar para a vida da humanidade. Para sua sobrevivência, necessariamente o homem relaciona-se com a natureza, desestabilizando-a, pois não retira somente o necessário para a sua reprodução física, mas para satisfazer as necessidades socialmente fabricadas. E se perguntarmos à qualquer ser, humano sobre a existência das coisas, a resposta geral é que tudo na natureza foi criado para nosso auxílio e uso prático. Todo o cenário magnífico proporcionado pelos elementos naturais é diária e confiantemente visto como destinado à conveniência peculiar do gênero humano. O biólogo Jakok Von Uexüll (1982) há mais de setenta anos, demonstrou que a realidade do meio ambiente não é tão simples quanto parece. Na aparência, o meio ambiente é um fenômeno que “já está ali”, como um cenário vazio e idêntico para todas as espécies. Segundo a biólogo alemão, essa imagem não procede, pois o meio ambiente surge da ação biológica da espécie sobre o contorno, formando com este um todo funcional no qual não há vazios, nem separação entre o corpo vivo; o meio acontece diversamente para cada espécie. Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 10 Trabalho Escolar de Antropologia Cada qual tem seu meio próprio e exclusivo, o que não impede que se associem na totalidade superior do ecossistema. Portanto, na teoria de Von VexKull, o “habitat" constitui-se pelos elementos que o ente vivo de determinado tipo percebe no contorno, aos quais está funcionalmente aderido. Kujawski (1980) não concorda que essas afirmações possam também, serem aplicadas com relação à espécie humana, simplesmente porque o homem não conhece a ação biológica puramente instintiva. O autor salienta que, no homem, a ação biológica manifesta-se complicada com a ação racional, entremeada de hesitações, opções, ponderação, avaliação, cálculo e planejamento. Ao sair das relações sensitivas originais das ações biológicas instintivas, o homem tenta construir as ações de fora, à base de ponderação e planos. Não há continuidade antológica entre o ser humano e a natureza; a solução de continuidade é esperada pela razão, conforme esta substitui a resposta inteligente, inventiva, criadora. A partir dessas idéias, Kujawski conclui que o homem está fora da natureza, sendo, portanto, a única espécie conhecida que não tem "habitat" próprio, ao qual se conjuga funcionalmente. Assim, sem ''habitat" ao qual se inclua, solto e livre em toda a extensão da terra, o homem não passa de um estranho no ninho da natureza. Com essas ponderações, a conclusão que se chega, é que o homem é um ser essencialmente desambientado, inadaptado a natureza, que não é para ele seu ambiente natural. A natureza assalta o homem como um repto exigindo respostas e este responde de acordo com seu peculiar ideal de vida, ou, como salienta Ortega, segundo a “inspiração histórica", que é o projeto vital de um povo. Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 11 Trabalho Escolar de Antropologia Conclusão Com todas essas ponderações, a conclusão que se chega é que a terra como habitat do homem é o local onde um determinado grupo, no caso a sociedade, interage abrangendo diversas relações entre si, sendo estas específicas e vitais para o equilíbrio geral. Nosso habitat abrange as cidades, onde as pessoas vivem e trabalham para seu próprio sustento. Ao longo da nossa história, o homem foi formando as cidades e comunidades levando em conta as questões ambientais existentes no local. Nós humanos íamos ao seu encontro e instalávamos nossas moradias próximas às fontes do líquido precioso. As grandes civilizações do passado se desenvolveram em torno dos grandes rios e muitas continuam lá até hoje. A desordem plenamente acompanhado da evolução tecnológica capacitou o homem, em sua megalomania, a vencer, criando espaços artificiais que aterraram e desviaram rios, asfaltaram a terra e eliminaram os outros seres vivos que, de alguma forma, bloqueassem esse caminho chamado de progresso, até mesmo outros seres humanos (indígenas e povos tradicionais, só para citar alguns). Existe uma grande e comum preocupação com o perigo do esgotamento dos recursos naturais dos quais dependem todas as espécies de seres vivos, e a extinção até da própria espécie humana. Nesse momento uma reflexão toma conta de muitos setores da população, em especial cientistas e pesquisadores: onde está a lógica e a razão em promovermos a destruirão da meio ambiente, se estamos intimamente dependentes e vinculados a ele? Afinal, somos partes integrantes desse meio, e, como tal dependemos dele… O "homem é uma parte desta terra e é composta por ele, no entanto, ele se autodeclara ter o poder de estipular a importância dos outros componentes em relação a seu interesse”. Através das atitudes do homem com relação a natureza, fica evidenciado que seu relacionamento biológico-psicológico com o meio ambiente passa a ser, inevitavelmente, completado pelo relacionamento cultural. Portanto, apenas como ser biológico, o homem pode ser comparado com os outros animais: ele nasce, se desenvolve, utiliza-se dos elementos da natureza para esse desenvolvimento, se reproduz e morre. Desde os tempos mais remotos, o homem buscou na natureza formas de sobrevivência: abrigo, alimentação, defesa, cura para suas doenças. O diferencial que marcou a relação de equilíbrio ou desequilíbrio do homem com a natureza, foi o objetivo da retirada ou apropriação dos bens da natureza. Na situação de equilíbrio, visava satisfazer suas necessidades básicas; já na relação de desequilíbrio, o objetivo era a produção de excedentes e não mais sua subsistência. É preciso uma nova visão que pense as atuais cidades e as futuras aglomerações urbanas de modo a priorizar uma maior integração com o meio ambiente e o uso racional de todos os recursos disponíveis. Prioridade também para o bem viver de todos, mais próximo de uma imagem do paraíso, ao invés do inferno atual das metrópoles. Curso de Ciências Económicas e Jurídicas 12 Trabalho Escolar deAntropologia Bibliografia CHISHOLM, A. Ecologia: uma estratégia para a sobrevivência. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. DORST, J. Antes que a natureza morra. São Paulo: Edgard Büicher; EDUSP, 1973. KUJAWSKI, G.M. Ecologia: qual o verdadeiro lugar do homem? O Estado de São Paulo, São Paulo, Caderno 2, ano 1, n. 4, p. 4, 06 jul.1980. LIMA, S. do C. A relação sociedade & natureza. Sociedade & Natureza, Uberlândia, n. 2, p. 155-163, 1989. http://pt.wikipedia.org/wiki/Habitat_humano CAMPOS, Héber Carlos de. O habitat humano: o paraíso perdido. São Paulo: Hagnos, 2012. João Lutas Craveiro. O homem e o habitat: Território, poderes públicos e conflitos ambientais, 2012. Ana Tereza Caceres Cortez. O Lugar do Homem na Natureza, 2011.
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