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Resumo - A Imagem da Cidade e os seus Elementos

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alex sandro barêa _ intro. ao estudo do habitat _ profª simone polli 
A Imagem da Cidade e seus Elementos
A imagem de uma cidade parece se formar através da sobreposição de diversas imagens públicas, diversas imagens únicas. E essa imagem por sua vez é constituída por elementos físicos que provocam efeitos. Esses elementos são: 
Vias: canais de locomoção;
Limites: interrupções lineares na continuidade do espaço, fronteiras entre duas partes, não usados nem considerados como vias;
Bairros: regiões urbanas com determinada identidade comum, penetráveis pelo observador; 
Cruzamentos: pontos focais intensivos que o observador pode adentrar, se deslocar para ou de. Podem ser junções, concentrações, centros, etc;
Elementos marcantes: são referências externas ao observador, situando-se a grandes distâncias ou a nível local. Podem indicar identidades;
Essa imagem da cidade, a qual depende das circunstâncias do observador, é gerada através dos elementos citados acima, elementos esses que sobrepõem-se e interligam-se criando uma inter-relação entre diferentes níveis dessa imagem e os elementos constituintes, que por sua vez não existem isoladamente, mas de maneira conjunta e intrínseca, definindo a qualidade da imagem.
Vias
Para a maior parte dos observadores é o elemento predominante. No caso da cidade Boston, transeuntes que tinham pouco conhecimento da cidade imaginavam a cidade em termos topográficos, os que possuíam médio conhecimento dominavam vias específicas e suas inter-relações, enquanto os que tinham alto conhecimento da cidade se atentavam aos pequenos detalhes da cidade. Logo, é possível notar como a imagem que se forma de uma cidade está suscetível ao conhecimento que se tem dessa. 
As vias podem se constituir em elementos muito importantes por poderem concentrar costumes e/ou atividades. No caso da Rua Washington, característica por seu comércio, tem-se a sensação de seu término se dar juntamente com a interrupção da região de comércio, ou estendem suas características para outras partes que não pertencem à essa. Por as vias possuírem essa possibilidade de criarem uma identidade de costumes e/ou atividades, pode-se dizer que elas podem tomar a forma de “bairros lineares”.
As particularidades de uma via podem gerar, ou não, orientação direcional, além de diferentes sensações, como a confiança que pode se dar em vias principais, caracterizadas comumente como mais largas, enquanto vias mais estreitas são consideradas secundárias. A falta de domínio espacial numa via provoca grande dificuldade de orientação direcional. Características específicas em fachadas e muita vegetação são importantes na construção de orientação, enquanto texturas do pavimento e pouca vegetação não têm tanta importância visual.
Ruas de grande importância devem ser facilmente identificáveis, para isso devem possuir continuidade: na largura, nos tipos de fachada, tipos e quantidade de vegetação, relacionar o nome com o local. Assim, gera-se qualidades direcionais, como por exemplo uma curva prolongada (forte alteração). A clareza do início e do fim da rua torna as vias melhor identificáveis, além de manter a cidade como um todo, para isso pode-se usar elementos contrastantes no eixo óptico ou num lado específico da via.
Uma característica que melhora a orientação direcional é tornar a via “graduada”, além da contagem de quadras como maneira de calcular distâncias, fazer uso de uma sequência de pontos marcantes ou cruzamentos. Fazer a rua gradual cria uma noção de posição, de distância percorrida, de proximidade ou distanciamento.
Deve-se buscar criar determinado alinhamento entre a via e o resto do sistema de vias, com o fim de tornar a direção dessa determinada via um referencial. O desalinhamento provoca problemas na orientação direcional e separa a rua dos seus elementos circundantes. Evita-se mudanças de sentido muito sutis, enquanto abruptas podem ser positivas de maneira a criar espaços proeminentes.
A separação entre via e entorno pode acontecer em auto-estradas, vias-férreas, e outras que quebrem a continuidade visual ou se dissociem do entorno ao longo de seu percurso, como se saísse e entrasse na cidade.
Interseções são elementos vitais na criação de direcionamento. As intersecções devem ser apoiadas por outros elementos que reforcem os contornos. Contudo, deve-se evitar intersecções com muitos ângulos, pois pode-se gerar confusão, salientando certas faltas de orientação direcional que as tramas feitas por algumas auto-estradas criam. Outro problema notado são bifurcações, elementos de difícil assimilação por não gerarem divergência, provocam desorientação pela dificuldade de memorizar a localização de onde ocorrem.
Na situação da locomoção de automóveis, ruas de sentido único geram complicações. A rede de vias deve compreender uma relação entre elas que se repita de maneira regular e seja imaginável, mas deve-se ter cautela com a regularidade para não inibir a distinção, dessa maneira faz-se necessário destacar a necessidade do aspecto individual e seus contrastes.
Limites
Limites são elementos lineares, normalmente fronteiras (como um rio, por exemplo), direcionais, que devem ter como qualidade forma contínua e impenetrabilidade ou uma costura de união. Podem ser ruas/vias que reforçam aspectos de fronteiras (assinalam bairros). Também podem se encontrar elevados do solo, não se tornando barreiras físicas mas bons pontos de orientação. 
Um limite aquático, por exemplo, pode ser explorado de maneira a se tornar uma grande linha limitadora de acesso, mas de visibilidade para todos, criando forte contraste, tendo a possibilidade de ser reforçado pela concentração de ruas e atividades ao longo de sua extensão.
Bairros
Áreas relativamente grandes, penetráveis mentalmente, de aspectos comuns. Fisicamente devem ser determinados pela continuidade temática, variando em componentes de textura, qualidade espacial, forma, simbologia, atividades, habitantes, etc. Indicações não visuais, como ruídos, incluem a própria confusão como pista. 
Deve-se reforçar as indicações para gerar uma imagem forte. Em casos onde não há fortes contrastes entre as partes é possível fazer uma associação com o nome. Já quando houver unidade e divergências entre as partes, o rigor na homogeneidade perde parte de sua importância. 
A função dos limites na questão dos bairros deve ser somente para fixar fronteiras e/ou reforçar identidades, pois estão passíveis de fragmentarem a cidade de modo desorganizado. Os bairros podem se encontrar únicos ou ligados uns aos outros na cidade, devendo haver gradual atenuação das temáticas, considerando contrastes e proximidades. 
Cruzamentos
Cruzamentos são pontos estratégicos, possíveis de serem penetrados. Podem se dar através da junção de vias ou da concentração de características. Têm importância no deslocamento, visto que as decisões de direção são tomadas nas junções de vias, quando ativa-se a percepção dos elementos do espaço que circunda o transeunte. No caso das redes de metrô, a dissociação delas com a cidade poderia ser solucionada efetivando-se interesses visuais e relacionando com o solo da superfície, suas vias e seus cruzamentos. 
No reconhecimento de um cruzamento, não é rigidamente necessário que o espaço possua uma forma física forte, contudo, onde há essa ocorrência o cruzamento torna-se mais assinalável. 
Pode-se dividir cruzamentos entre introvertidos e extrovertidos. Cruzamentos introvertidos são os que não indicam muita orientação direcional, pois direcionam para si próprio ou para fora, provocando a sensação de “aqui estou”. Já os extrovertidos, indicam direções claras e fazem ligações nítidas. 
Elementos Marcantes
São pontos de referência exteriores, indicam o caminho a seguir. Deve ser original, memorável e/ou único num contexto, possuir forma clara que contrasteie com as formas do cenário. Podem se dar como um elemento visível de muitos outros pontos, ou divergindo de elementos que circundam o local; podem ser reforçados por selocalizarem em cruzamentos e/ou serem associados a atividades. Sons e cheiros são características possíveis para reforçar elementos visuais pobres/fracos, tornando-os marcantes. Através da repetição, acentuam um ao outro formando a lembrança de conjuntos. Alguns detalhes desencadeiam movimentos, ajudando a criar o sentido de proximidade do destino final ou de pontos intermediários, produzindo, dessa maneira, certa continuidade.
Inter-relação 
Todos esses elementos citados e descritos até então são elementos base, os quais devem ser trabalhados em conjunto, havendo equilíbrio para mutuamente se reforçarem. Portanto, bairros, por conterem em si os outros elementos, devem ser estruturados internamente de maneira harmônica, mas que também ajam como intensificadores do todo.

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