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Parte Constitucional

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" O cônjuge ou companheiro pode ser autor do crime de estupro?" (Direito Constitucional).
No art. 1º, III, da CF: erigiu o princípio fundamental da pessoa humana, que, evidentemente, contempla a dignidade sexual. Neste sentido constitucionalmente, a inviolabilidade do corpo humano, o direito à opção sexual e a liberdade sexual, têm proteção constitucional, de acordo com o ordenamento jurídico vigente, de forma abrangente. Perpetrado na constância de uma relação conjugal, ou em outras palavras, o chamado estupro marital, existindo como um inimigo silencioso, em que o marido empreende violência sexual contra sua própria esposa. A violência sexual na relação conjugal, que é assunto de grandes polêmicas desde a antiguidade, onde as mulheres eram vistas e tratadas como objeto dos seus maridos. Discussão acerca da possibilidade de configuração do crime de estupro na relação conjugal teve início desde a sociedade patriarcal. Ao decorrer dos tempos, as mulheres passaram a conquistar direitos. O crime de estupro é um delito praticado desde os primórdios da existência humana, pois a liberdade sexual da mulher não era vista como ponto central de determinado crime em épocas anteriores, devido às mesmas serem consideradas propriedade e objetos de seus maridos. Baseado na nossa Constituição Brasileira tendo como enfoque a busca incessante por igualdade de direitos equiparados entre homens e mulheres, esse direito passou a ser constitucionalmente amparado por leis. Neste contexto, há desrespeito à pessoa humana, em especial às mulheres que eram consideradas “mulheres sem honra”. Necessário se faz o estudo e análise dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo previsto na Constituição Federal e dos direitos e deveres inerentes ao casamento trazidos pelo Código Civil, que demonstra o respeito quanto à decisão da vítima e direito que esta tem sobre seu corpo, para verificar que é possível o estupro acontecer na relação conjugal ou na união estável.  Desta forma, o marido ou companheiro que forçar ou constranger a sua esposa ou companheira à pratica de conjunção carnal, incorrerá no crime de estupro. Embora sejam frequentes os casos em que mulheres são violentadas sexualmente pelos maridos, algumas delas não sabem que estão sendo estupradas e quando sabem sentem-se envergonhadas e têm medo de denunciar o agressor e essa situação acaba que perdurando por muito tempo. O crime de estupro na relação conjugal existe, compreendendo como todos os atos praticados forçadamente contra a vontade da mulher. A Constituição Federal reservou um espaço para tratar da família, em seu artigo 226 explica que ela é a base da sociedade e merece especial proteção do estaco. O §8º deste artigo, preconiza que o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, devendo o Estado criar mecanismos para coibir a violência doméstica. A União Estável, como já dito, foi reconhecida pela Constituição Federal de 1988, o que significa dizer que a partir de então o Estado preocupou-se em proteger a união duradoura entre um homem e uma mulher como entidade familiar, tornando isso um fato jurídico. A relação entre o homem e a mulher vivendo em união estável passou a ser um interesse de ordem pública, da sociedade, e não só meramente dos conviventes. Depois de ressaltada a importância da Constituição Federal para o reconhecimento da união entre um homem e uma mulher como entidade familiar, é mister determinarmos a definição de União Estável. Portanto, o convivente ao se utilizar de violência ou de grave ameaça para a realização da conjunção carnal contra a companheira, poderá sim figurar como sujeito ativo do crime de estupro, visto que assim como no casamento existe o débito conjugal, mas isso não justifica o emprego de meios ilícitos para cobrá-lo. Com base nos Direitos e na nossa Constituição, chegamos à conclusão de que é possível a ocorrência do estupro marital na União Estável, ou seja, verificamos que o convivente pode ser agente no crime de estupro contra a sua companheira. Procuramos deixar bem claro que com o casamento ou com a União Estável, surge sim o dever de manter o relacionamento sexual, mas que isso não é motivo relevante que justifique tal atitude de violência de um homem contra uma mulher. Uma vez que um casal que manifesta a sua vontade de viver junto, ao aceitar os encargos dessa união, deve ter em mente que deve, acima de tudo, respeitar um ao outro, aceitando suas diferenças e sabendo lidar com cada uma delas, assegurando sempre uma boa convivência e a paz social. Assim respeitando o Direito Constitucional de cada um.
Podemos concluir sobre nossos Direitos Constitucionais sobre esse tema delicado, é que podemos demonstrar que a mulher, sendo casada, ou vivendo em União Estável, tem o direito de dispor da sua liberdade sexual, não podendo ser obrigada a praticar qualquer ato que seja contra a sua vontade. Que seus direitos devem ser mantidos acima de tudo pela pessoa que convive com ela diariamente, não importando se é o marido ou o companheiro.
“Deve-se entender que mesmo a mulher estando casada ela tem o direito de dispor de seu corpo da forma que ela melhor achar, portanto, se não for da vontade dela manter relação sexual, fundada em algum motivo, não tem o marido direito de força-la à pratica de tal ato. ”

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