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Relatório 9 - Estágio em Patologia

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Peterson Vinicius Elias da Silva 15/0064021
Relatório 9 do Estágio em Patologia – 10/05/2017
	 Cheguei ao estágio cerca de 9h40 e encontrei o R1 na macroscopia, ele explicou que mudou de bloco e dessa vez está responsável por intestinos, porém essa macroscopia era de órgãos de natimorto.
	Tratava-se de um natimorto do sexo masculino em maceração grau 3, um nível acima da maceração da necrópsia do último relatório. O professor Takano explicou na ocasião passada que macerações de grau 3 geralmente apresentam órgão internos de coloração mais homogênea, o que não era o caso daquela necrópsia, porém, é o caso dessa macroscopia.
	Os órgãos vieram fixados em três potes. O pote 1 veio com alguns órgãos, reconheci o coração e o pulmão esquerdo, por conta de seus dois lobos, os outros órgãos tive certa dificuldade, um deles era o timo, cuja versão fetal eu nunca tinha visto anteriormente. Havia ainda outro órgão bem grande, de aspecto bem irregular, porém, descobrimos se tratar do fígado com a vesícula biliar e o tamanho muito aumentado se deve à eritropoiese fetal, que ocorre basicamente no fígado. Além desses órgãos, no pote 1 ainda havia um cassete com uma amostra, que o relatório apontava se tratar da tireóide.
	O pote 2 também veio com cassetes já com amostras, no caso amostras de uma glândula salivar e dos testículos direito e esquerdo. Pegamos um órgão e tentamos reconhecê-lo, não consegui, porém o R1 disse se tratar da traqueia por conta de conseguir tatear anéis cartilaginosos. Reconheci o pulmão direito, com seus três lobos, o baço e os rins, que no feto possuem superfície lobulada. Além desses, veio também outras duas peças que eu não consegui reconhecer, que eram a bexiga e a porção fetal do cordão umbilical.
	O pote 3 veio com alguns anexos embrionários, no caso o cório, o âmnio e a inserção da placenta (Figura 1), não havia visto nenhum deles anteriormente.
	O procedimento foi basicamente representar algumas partes de todos os órgãos para procurar alguma possível anormalidade na microscopia. Os órgãos menores já vieram representados nos cassetes, os maiores foram cortados em vários pedaços, que foram representados a critério do R1, que basicamente observava todos os cortes prcurando anormalidades macroscópicas e dando preferência aos cortes que eventualmente tinham. Ao final do procedimento, havia um total de 21 cassetes, contando os que já vieram prontos, representando todos os órgãos que vieram nos potes, cassestes esses que foram colocados no formol para fixação e futura análise microscópica.Figura 1: Representação esquemática dos anexos embrionários. Imagem disponível em: https://i1.wp.com/www.lagravidanza.net/wp-content/uploads/2012/03/corion.gif
	Ao final da visita, a R2 me mostrou um balde contendo um ovário pesando 10 kg, que estava esperando para passar pelo procedimento de macroscopia, apresenta um formato provavelmente esférico, com cerca de 40 ou 50 cm de diâmetro. Não se sabia o conteúdo dele por conta de ainda estar fechado, porém, espera-se que seja líquido para facilitar a representação e para que o próprio caso tenha melhor prognóstico, caso a paciente esteja viva. Eu particularmente arriscaria se tratar de um cistoadenoma seroso, cistoadenoma por conta do tamanho absurdo (Figura 2) e seroso por ser mais frequente do que o seu correspondente mucinoso, imagino que caso se tratasse de um carcinoma, a paciente já teria sido levada a óbito muito antes de chegar a essa dimensão.Figura 2: Cistoadenoma mucinoso retirado em cirurgia. Imagem disponível em: http://www.gastrointestinalatlas.com/imagenes/OvarioGiL.jpg
	Foi uma visita relativamente tranquila, aprendi algumas coisas sobre os órgãos fetais e presenciei uma cena que mostra a que ponto um órgão acometido por uma patologia pode chegar, a maioria das pessoas não imagina que um ovário pode chegar a 10 kg, eu mesmo só acreditei nessa visita e gostaria de participar da análise macroscópica dele. No mais, agora é aguardar os próximos estágios.

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