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E. histolytica é o agente etiológico da amebíase - Mata 100 mil pessoas ao ano - 12% da população mundial possuía o parasito em seu trato intestinal, mas somente 10% destes apresentavam os sintomas - Amebíase é a infecção sintomática ou assintomática causada pela E. histolytica - Todas as espécies do gênero Entamoeba vivem no intestino grosso, exceto uma - O gênero se caracteriza por núcleo esférico, cromatina periférica lembrando roda de carroça Grupos de Entamoebas de acordo com o número de núcleos do cisto maduro ou desconhecimento dessa forma: - Cisto com 8 núcleos (grupo coli) - Cisto com 4 núcleos (grupo histolytica): E. histolytica; E. dispar; E. moshkovskii (vida livre) - Cisto com 1 núcleo - Não possuem cistos ou não são conhecidos E. histolytica Trofozoíto - Pleomórfico - Apresenta um ectoplasma claro e um endoplasma finamente granuloso, com vacúolos e outras coisas - Cromatina periférica e um cariossoma central - Não possui mitocôndrias, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, nem porra nenhuma Pré-cisto - Fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto - Oval, um pouco menor que o trofozoíto, com corpos cromatóides em forma de bastonetes no citoplasma Cisto - Esféricos ou ovais - Possuem vacúolos de glicogênio - Um a quatro núcleos Metacisto - Intermediário entre o cisto e o trofozoíto - Multinucleado Biologia e Ciclo biológico - Trofozoítos vivem na luz do intestino grosso podendo penetrar na mucosa e causar ulcerações - Geralmente anaeróbias para sobreviver no intestino - Ciclo monoxênico - Ingestão de cistos maduros do parasito em água ou alimentos contaminados - No estômago começa o desencistamento por conta do pH baixo - Metacisto origina cerca de oito trofozoítos que colonizam o intestino grosso - Se desprendem, viram cistos novamente e saem nas fezes Progressão da doença - Genética, idade, resposta imune - Microbiota anaeróbia aumenta a virulência Patogenia - Adesão forte mediada por lectinas - Fagocitose de células epiteliais - Uma vez penetrada a barreira epitelial, enzimas proteolíticas são lançadas para destruir os tecidos - Certa dificuldade de entrar na mucosa intestinal intacta, por isso penetram inicialmente em regiões intraglandulares - Uma vez na submucosa, eles podem progredir pra qualquer direção formando a úlcera em botão de camisa - Ocasionalmente, elas podem induzir uma resposta inflamatória que forma um ameboma, um aglomerado de células de defesa e amebas - Podem chegar aos vasos sanguíneos e atingir primeiramente o fígado Manifestações clínicas Formas assintomáticas: 80 a 90% dos pacientes Formas sintomáticas: - Colites não-disentéricas: Duas a quatro evacuações por dia, fezes moles ou pastosas, podendo conter muco ou sangue, caracteriza-se por manifestações clínicas alternadas com períodos silenciosos com funcionamento normal do intestino. - Colites disentéricas: Modo agudo, oito a dez evacuações por dia mucossanguinolentas, ou com predomínio de muco e sangue, com cólicas intensas, costuma ocorrer perfurações no intestino também. Amebíase extra-intestinal - Forma mais comum é o abscesso amebiano no fígado - Tríade sintomática: Dor, febre e hepatomegalia Escape imunológico - A ameba pode simplesmente fagocitar a célula do hospedeiro, induzir sua apoptose ou trogocitar (pequenas partes de cada vez) Diganóstico - Principalmente por exame alternados de fezes, devido a uma liberação inconstante dos cistos - Imunológico é indicado para amebíase extra-intestinal Tratamento - Amebicidas que atuam na luz intestinal - Amebicidas que atuam nos tecidos - Amebicidas que atuam em ambos Amebas de Vida Livre Capazes de produzir patologias em humanos: - Naegleria fowleri: Meningoencefalite amebiana primária - Balamuthia mandrilaris: Identificada em casos de encefalite amebiana granulomatosa - Gênero Acanthamoeba: Encefalite amebiana granulomatosa, ceratite - Amebas anfizóicas: Têm capacidade de viver uma vida livre ou facultativamente como parasitos Morfologia e biologia - N. fowleri - Cisto, trofozoíto ameboide e forma biflagelada - Cistos esféricos, dupla parede com um ou dois poros e um único núcleo com nucléolo volumoso - Trofozoítos uninucleados que se movimentam por pseudópodes - Forma biflagelada pode ocorrer em meios aquosos, estas não se multiplicam - Termofílica, pode ser encontrada em fontes termais e piscinas aquecidas ou sem cloração adequada (Maioria das infecções ocorrem nesses locais) - Acanthamoeba - Cistos e trofozoítos uninucleados com grande nucléolo - Ativas em ambientes úmidos e aquosos - Encistamento ocorre em condições limitantes - Pode ser hospedeira de bactérias patogênicas - Balamuthia - Cistos e trofozoítos uninucleados com grande nucléolo - Normalmente encontrada no solo - Cisto esférico de parede dupla, sem poros e com a externa mais ondulada Patogenia - N. fowleri - Meningoencefalite amebiana primária que apresenta progressão mais rápida - Acomete geralmente indivíduos jovens e saudáveis que nadaram em lagoas ou piscinas - Acredita-se que os trofozoítos entram pelo nariz, atravessam a placa cribiforme do etmóide e chegam ao encéfalo pelo nervo olfatório - Leptomeningite purulenta, lesões hemorrágico-necróticas em várias regiões do cérebro e do bulbo olfatório - Rinite seguida de dores de cabeça, febre alta, rigidez na nuca, náusea, vômito, problemas neurológicos, progredindo rapidamente para coma e morte - Acanthamoeba e Balamuthia - Encefalite ambiana granulomatosa descreve infecções encefálicas por Acanthamoeba e Balamuthia - Doença de curso prolongado - Ocorre principalmente em indivíduos imunodeprimidos - Parece ocorrer também pela via epitélio neuro-olfatório, mas também pela disseminação hematogênica em lesões cutâneas ou pelo trato respiratório - Edema nos hemisférios cerebrais, lesões hemorrágico-necróticas - Trofozoítos e cistos identificados no exame histopatológico, além de infiltrados inflamatórios granulomatosos - Sinais e sintomas semelhantes à meningoencefalite amebiana primária - Ceratite por Acathamoeba - Colonização e ulceração da córnea pelo protozoário - Só invadem a córnea previamente lesada - Lesões causadas por lentes de contato somadas a amebas presentes na solução de lavagem da lente provavelmente vão causar a infecção - Lesões traumáticas por areia ou solo que contém cistos podem causar também - Invasão mediada por proteínas de adesão do parasito que interagem com glicoproteínas do epitélio córnea e facilitam a liberação das proteases pelo parasito - Podem se encistar no tecido dificultando o tratamento - Dor intensa, fotofobia, conjuntiva inflamada, e típico infiltrado inflamatório em forma de anel - Se não tratada pode haver perfuração da córnea, diminuição ou perda da visão e até necessidade de retirada do olho Tratamento - Poucos tratamentos bem-sucedidos - Medicamentos com algum efeito foram anfotericina B, miconazol, rifampicina, pentamidina, azitromicina e fluconazol, com associação de duas ou mais drogas - Na ceratite, alguns medicamentos de uso tópico e cetoconazol e itraconazol de uso oral, corticoides diminuem inflamação e favorecem desencistamento do parasito e permite melhor efeito do antibiótico, porém também favorece a proliferação do parasito e aumento da lesão, portanto, seu uso é CONTROVERSO
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