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Fármacos Antifúngicos Profa Dra Andréa Barretto Motoyama Infecções fúngicas • Número crescente por uso indevido e indiscriminado de antibióticos • Difícil tratamento por questões da biologia do patógeno crescimento lento + colonização de áreas pouco irrigadas (de difícil acesso dos medicamentos) • Sistêmica (pulmões, coração, cérebro) • Tópica ou localizada (unhas, pele, boca) • Fungos: • Candida spp • Criptococcos neoformans • Blastomyces spp • Paracoccidioides brasiliensis Medicamentos Antifúngicos 1. Polienos 1. Anfotericina B 2. Nistatina 2. Flucitosina – Inibe a sintese de ácidos nucléicos 3. Azóis Cetoconazol Itraconazol Fluconazol Voriconal Anfotericina B • Insolúvel • Macrolídeo (grande anel de lactona0 • Age sobre o ergosterol, componente essencial da membrana celular do fungo (células de mamíferos tem colesterol e não ergosterol). Anfotericina B • Formulações em suspensão coloidal, com desoxicolato sódico ou em lipídeos (esta formulação é de custo bem maior) • Pouco absorvida se administrada por via oral • Toxicidades lenta e de infusão • Toxicidade de infusão ocorre em quase todos os casos – cefaléia, febre, calafriors, hipotensão. • Diminuir a velocidade de infusão • Pré-medicar com anti-histamínico, corticóides e/ou antipiréticos • Toxicidade lenta – • lesão renal • diminuição da perfusão, em geral reversível Anfotericina B Anfotericina B • Maior espectro – Candida albicans, Cryptococcus neoformans, Blastomyces dermatidisis, Coccidioides immitis, Aspergillus fumigatus • Farmaco de escolha para todas as infecções potencialmente fatais, incluindo imunossuprimidos • Terapia sistêmica iv com infusão lenta, porém intratecal é pouco tolerada. (Se for necessário que seja intratecal, opta-se por substituição do medicamento) • Uso tópico sem maiores complicações. Nistatina • Modo de ação similar ao da anfotericina B (polieno) • Toxicidade por demais elevada para uso sistêmico • Uso tópico restrito • Indicado para infecções com Candida albicans Flucitosina • Análogo hidrossolúvel da fluoruracila (quimioterápico antineoplásico, inibidor da síntese de pirimidinas) • Captada por citosina permease (enzima/canal) que não está presente nas células de mamíferos. • No micro-organismo, forma FdUMP e FUTP. • Apresenta efeito sinérgico com anfotericina B e com “azóis” • Toxicidade óssea, anemia, leucopenia e trombocitopenia • Infecções por Candida albicans e Cryptococcus neoformans “Azóis” antifúngicos Inibem as enzimas do citocromo P450, que são resposnsáveis pela demetilação de lenosterol a ergosterol membranas porosas e com “vazamentos” Toxicidade então se relaciona a afinidade por enzimas P450 mamíferas. Triazóis tendem a ter menos efeitos adversos, melhor absorção e distribuição, além de menos interações medicamentosas • Cetoconazol • Primeiro antifúngico azol utilizado • Maior tendência a inibir as enzimas P450 de mamíferos • Foi substituído (administração VO) pelo itraconazol no tratamentos de todas as micoses (exceto quando o menor custo do cetoconazol supera as vantagens do outro medicamento). • O itraconazol carece de hepatotoxicidade e da supressão dos corticosteróides produzidas pelo cetoconazol, mas mantém a maioria das das propriedades farmacológicas deste, com expansão do espectro antifúngico. • Atividade antifúngica: mostra-se eficaz na blastomicose, histoplasmose, coccidioidomicose, pseudoleisqueríase, paracoccidioidomicose, dermatofitoses, na tinha versicolor, na candidíase mucocutânea crônica, na vulvovaginite por Candida e na candidíase oral e esofágica. • Uso terapêutico: a dose habitual para adultos é de 400 mg, 1 X dia adultos e 3,3-6,6 mg/kg/dia para crianças. • A duração: 5 dias na vulvovaginite, 2 semanas na esofagite por Candida e de 6-12 meses nas micoses profundas. • A resposta lenta tornou-o inapropriado para pacientes com micoses graves ou rapidamente progressivas. • Efeitos adversos: náuseas, anorexia e vômitos. A administração do fármaco com alimentos, ao deitar ou em doses fracionadas pode melhorar a tolerância. Pode ocorrer erupção cutânea e perda de cabelos, hepatite depois de alguns dias ou pode se desenvoler ao longo dos meses. • Não é indicado durante a gravidez devido à secreção do fármaco no leite materno. • Itraconazol • Hidrofilico • Necesita de um pH ácido para abssorção • Oral e intravenosa • Não é carcinogênico, mas é teratogênico em ratos, sendo contra-indicado na gravidez. • Interações farmacológicas • Concentração aumentada do outro fármaco: Exemplos: alprazolam, ciclosporina, midazolam, diazepam, lovastatina, triazolam, varfarina, fenitoína, cisaprida, quinidina, astemizol, e outros. • Concentração diminuída do itraconazol: Exemplos: fármacos que diminuem a acidez gástrica (bloqueadores dos receptores H2, bloqueadores de bomba de prótons), carbamazepina, fenitoína (rifampicina e rifabutina), fenobarbital, e outros. • Concentração aumentada do itraconazol: Exemplos: claritromicina, indinavir, ritonavir. • Muitas das interações podem causar toxicidade grave do fármaco, bem como arritmias cardíacas potencialmente fatais com a cisaprida, quinidina ou o astemizol. • Atividade antifúngica: na forma de cápsula, constitui o fármaco de escolha para infecções não-meníngeas indolentes causadas por B. dermatitidis, H. capsulatum, P. brasiliensis e C. immitis. • A formulação IV é útil para as primeiras 2 semanas de terapia de pacientes com blastomicose, histoplasmose e aspergilose indolente, é utilizada para pacientes intolerantes a formulação oral ou incapazes de absorvê-la, devido à redução do ácido gástrico. • Os pacientes infectados pelo HIV com histoplasmose disseminada apresentam uma incidência reduzida da recidiva quando submetidos a terapia de “manutenção” prolongada com itraconazol (porem itraconazol não é indicado para meningite criptocócica em pacientes infectados com HIV). • A solução de itraconazol candidíase orofaríngea e esofágica. • Como os efeitos adversos gastrintestianis são maiores do que os comprimidos de fluconazol, a solução costuma ser usada em pacientes que não respondem a este fármaco. • Posologia: para tratar micoses profundas, são administradas 2 cápsulas de 100 mg 2 vezes ao dia com alimento. Durante os 3 primeiros dias, administra-se uma dose de ataque de 200 mg 3 vezes aos dia. Para a terapia de manutenção de pacientes infectados pelo HIV com histoplasmose disseminada, utiliza-se uma dose de 200 mg 1 vez ao dia. • A forma IV é reservado para pacientes gravemente enfermos, é administrado em uma infusão de 200 mg durante 1 hora, 2 vezes ao dia, durante 2 dias, seguida de 200 mg 1 vez ao dia, durante 12 dias. • A solução oral de itraconazol deve ser tomada em jejum, em uma dose de 100 mg em 10 ml, 1 vez ao dia, e deve-se agitá-la bem na boca antes de degluti-la, para otimizar o efeito tópico. Os pacientes com candidíase orofaríngea ou esofágica resistente ao fluconazol recebem 100 mg 2 vezes ao dia, durante 2 a 4 semanas. • Efeitos adversos: a formulação em cápsulas pode gerar desconforto gastrintestinal, náuseas, vômitos, hipertrigliceridemia, hipopotassemia (em altas doses – 3-6 X o recomendado), aumento das aminotransferases séricas. • Pode ocasionar a hepatotoxicidade ou a ocorrência de exantema levando à interrupção do uso do fármaco ou diminuindo a dose. • A formulação IV tem sido bem tolerada, à exceção da flebite química, sendo necessárioo uso de um cateter especial. • A solução oral é bem tolerada, mas apresenta todos os efeitos adversos das cápsulas. Os pacientes queixam-se do sabor e os efeitos gastrintestinais são comuns. A diarreia, as cólicas abdominais, a anorexia e a náusea são mais comuns do que com as cápsulas. • Fluconazol • Hidrossolúvel, com boa penetração no líquido cefalorraquidiano • Oral e i.v • É quase completamente absorvido pelo trato gastrintestinal. • Alta biodisponibilidade (diferente do ceto- e do itraconanol) • Absorção e biodisponibilidade não são alteradas pela presença de alimento nem pela acidez gástrica. • Toxicidade – depressão da medula óssea • Medicamento de escolha no tratamento e pofilzaix secundária de meningite criptocócica. • Pacientes em UTI com contagem normal de leucócitos: eficácia igual a anfotericina B no tratamento da candidemia • Interações: aumenta significativamente as concentrações plasmáticas de astemizol, cisaprida, ciclosporina, rifampicina, rifabutina, sulfonilureias (glipizida, tolbutamida), teofilina, tacrolimus e varfarina. • Uso terapêutico • Candidíase: dose de 200mg no primeiro e, em seguida, 100 mg/dia durante pelo menos 2 semanas, • A administração de uma dose única de 150 mg mostra-se eficaz para a candidíase vaginal. Voriconazol • Mais recente • Oral e i.v. • Biodisponibilidade > 90% • Baixa inibição de p450 de mamiferos • Efeitos tóxicos: erupção cutânea, elevação das enzimas hepáticas, disturbios visuais transitórios (visão embaçada, alteração para cores e luminosidade) • Em espectro de ação, assemelh-ase ao itraconazol- candidíase e fungos dimórficos Echinodicandinas • Medicamento: caspofungina • Inibidor da parede celular de fungos • Inibe a síntese de beta-1-2 glicanos • Indicada apenas para terapia de recuperação de pacientes com aspergilose invasiva que não respondem à anfotericina B.
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