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Insulinas e Hipoglicemiantes Orais Prof. Fernando Luiz Oliveira de Araújo Pâncreas: ~ 1 milhão de Ilhotas de Langerhans Ilhota de Langerhans: ~ 2000 células (70%: Cél. Beta) Anatomia do Pâncreas Cél. Delta (somatostatina) Cél. Alfa (glucagon) Cél. Beta (insulina, amilina) Pâncreas Ilhotas de Langerhans Homeostasia Energética Controle da captação, utilização, armazenamento e liberação de nutrientes glucagon insulina Ações catabólicas Ações anabólicas Homeostasia Energética Substâncias que favorecem a liberação de insulina Glicose; Outros açúcares; Aminoácidos; Ácidos graxos; SN parassimpático; Hormônios TGI (gastrina, secretina, colecistocinina); GLP-1 (peptídeo glucagon- símile); GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) Hormônios contra- reguladores Glucagon; Catecolaminas; Cortisol e glicocorticóides; Hormônio do crescimento Estado pós-prandial Captação de glicose pelas células beta e secreção de insulina SUR1: regulam a sensibilidade do canal ao ADP e a agentes farmacológicos; Kir6.2: forma o poro do canal de potássio Células b pâncreas: SUR1 Células musculares e adiposas: SUR 2 Captação de glicose pelas células-alvo Secreção de insulina em resposta à elevação da glicemia – 2 fases Ação nos tecidos-alvo No fígado: A insulina aumenta a atividade da glicocinase mediando a fosforilação e sequestro da glicose nos hepatócitos; Ativação: glicogênio sintase; Ácido graxo sintase; Inibição: Glicogênio fosforilase; Enzimas gliconeogênicas Ação nos tecidos-alvo No músculo esquelético: Estimula a translocação do transportador de glicose responsivo a insulina GLUT-4 para a superfície; Aumenta a captação de aminoácidos; Estimula a síntese de proteínas ribossômicas; Ativação da glicogênio sintase; Armazenamento do glicogênio Ação nos tecidos-alvo No tecido adiposo: Estimula a translocação do transportador de glicose responsivo a insulina GLUT-4 para a superfície; Expressão da lipoproteína lipase (hidrolisa os triglicerídeos a partir das lipoproteínas circulantes para captação nos adipócitos); Glicose e ácidos graxos são armazenados como triglicerídeos; Transportador Tecidos Função GLUT1 Todos os tecidos, particularmente eritrócitos e cérebro Captação basal de glicose;transporte através da barreira hemato- encefálica GLUT2 Células B do pâncreas; fígado, rim, intestino Reg. Da liberação de insulina; GLUT3 Cérebro, rim, placenta, outros tecidos Captação em neurônios e outros tecidos GLUT4 Músculo, tecido adiposo Captação da glicose mediada pela insulina GLUT5 Intestino, rim Absorção da frutose Cadeia B Cadeia A Insulina Diabetes mellitus-Classificação Grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia, por defeito na ação ou na secreção de insulina ou em ambos I. Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) II. Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) III. Outros tipos específicos (doenças não- pancreaticas, terapia farmacológica) IV. Diabetes mellitus gestacional Mundo: ~ 230 milhões de diabéticos em 2005 ~ 350 milhões em 2025 (Federação Internacional de Diabetes) Diabetes mellitus tipo I - 5-10% dos casos Predomínio em idade < 20 anos Destruição das cél β levando a deficiência absoluta de insulina decorrente de doença auto-imune ou de causa desconhecida Indivíduo magro Sintomas: polidipsia, poliúria, polifagia e emagrecimento Tratamento: Insulinoterapia Diabetes mellitus tipo I - Falta da insulina leva a ação dos hormônios contra- reguladores sem qualquer oposição induzindo uma resposta semelhante à inanição pelas células e tecidos do corpo: Degradação das proteínas (liberação de AA) Triglicerídeos degradados e liberados na circulação Liberação de ácidos graxos Gliconeogênese Liberação de corpos cetônicos no sangue Glicogenólise Diabetes mellitus tipo II - 90-95% dos casos Predomínio em idade > 40 anos Deficiência na secreção de insulina e ação (resistência) à insulina Indivíduo geralmente obeso, sedentário e hipertenso Início gradual, às vezes assintomático ou por complicações crônicas Tratamento: Hipoglicemiantes Orais, se necessário e/ou Insulinoterapia Diabetes mellitus tipo II - Inicia com um estado de resistência à insulina que provavelmente resulta da obesidade ou do sedentarismo; - Defeitos no receptor e defeitos de sinalização pós- receptor; - Compensada pelo aumento da produção pelas células b no início; Diabetes mellitus tipo II - Falta de compensação: Células b – apoptose ou renovação diminuída; - Desequilíbrio insulina x hormônios contra-reguladores - Hiperglicemia e dislipidemia - Base genética da diabetes tipo II: - predisposição à obesidade; - resistência à insulina; - e deficiência das células b. Diabetes Tipo 1 Diabetes Tipo 2 Etiologia Destruição auto-imune das células b do pãncreas Resistência à insulina, com função inadequada das células b Níveis de insulina Ausentes ou insignificantes Mais altos que o normal Ação da insulina Ausente ou insig. Diminuída Resistência à insulina Não Sim Idade de início <30 anos >40 anos Complicações agudas Cetoacidose Hiperglicemia (convulsões e coma) Complicações crônicas Neuropatia, retinopatia, nefropatia, doença vascular periférica, coronariopatia Iguais Intervenções farmacológicas insulina Hipoglicemiantes orais e insulina TOTG: teste oral da tolerância à glicose (75g de glicose) * jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8h. ** aquela realizada a qualquer hora do dia, sem observar o intervalo da última refeição. *** sintomas clássicos de DM: poliúria, polidipsia, perda de peso Categoria Jejum* Ao acaso** 2 h (TOTG) Normal < 100 ---- < 140 Tolerância diminuída 100 - 125 ---- 140 - 199 à glicose Diabetes 126 200 ≥ 200 com sintomas*** Glicemia (mg/dL) - Hemoglobina glicada (HbA1c): < 7% (meta da terapia) > 7% (risco maior de complicações crônicas) Diabetes mellitus-Diagnóstico Hipoglicemiantes Orais Drogas que aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas (secretagogos): - Sulfoniluréias, Meglitinidas Drogas que melhoram a ação periférica da insulina (sensibilizantes): - Biguanidas, Tiazolidinedionas Drogas que alteram a absorção intestinal de carboidratos - Inibidores de -glicosidase Hipoglicemiantes Orais Secretagogos Sulfoniluréias Secretagogos - Sulfoniluréias GERAÇÃO PRINCÍPIO ATIVO NOME COMERCIAL PRIMEIRA GERAÇÃO Clorpropamida Diabinese® Acetohexamida Dymelor ® Tolazamida Tolinase ® Tolbutamida Rastinon ® SEGUNDA GERAÇÃO Glibenclamida (Gliburida) Daonil ® Glipizida Minidiab ® Glicazida Diamicron ® ÚLTIMA GERAÇÃO* Glimepirida Amaryl ® Aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas SULFONILURÉIAS despolarização GLICOSE AMINOÁCIDOS fecha (ATP) (ADP) Ca++ (Ca++ ) PROINSULINA M E T A B O L IS M O K+K+ INSULINA & PEPTÍDEO C Secretagogos - Sulfoniluréias A inibição do canal de K+/ATP é funcionalmente semelhante aos eventos moleculares fisiológicos no estado pós-prandial Ligação às Proteínas Plasmáticas: 90-99 % T ½: 3-48h Metabolização: Hepática, exceção clorpropamida 20-30% Excreção: Urinária Secretagogos - Sulfoniluréias Indicações: Mais apropriadas para pacientes não-obesos Contra-indicações: doença hepática e/ou renal, coronariopatias Secretagogos - Sulfoniluréias Efeitos Adversos Principal: Hipoglicemia (princ. Glibenclamida, Clorpropamida) Aumento de Peso Intolerância ao álcool (dissufiran-like) (Clorpropamida) Retenção Hídrica e Hiponatremia dilucional ( ação ADH) (Clorpropamida) GI: anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, dor epigástrica Pior prognóstico após evento coronariano agudo (canais K+/ATP no miocárdio e coronárias) Secretagogos Meglitinidas - Estimula a secreção de insulina - Similar às SU através dos canais de K+/ATP - Absorção rápida: 15 min pós-administração - Pico de ação: 0,5-2,0 h - Duração da ação: 3 a 4 h - Controle glicemia pós-prandial Metabolismo Via de Eliminação Repaglinida (Prandin®) Nateglinida (Starlix®) 90 % Bile (Repaglinida) 83% urina (Nateglinida) Hepático Secretagogos - Meglitinidas Efeito Colateral Hipoglicemia Leve, Ganho peso, Náuseas, Diarréia Cefaléia Doença hepática e/ou renal, gravidez Contra-indicação - Derivado da D-fenilalanina; - Estimula a liberação muito rápida da insulina (1a fase); - Apresenta o menor efeito hipoglicêmico com relação aos demais secretagogos Nateglinida (Starlix®) Secretagogos - Meglitinidas Sensibilizantes Biguanidas Metformina Sensibilizantes - Biguanidas T ½: ~ 3 h Não se liga às proteínas plasmáticas e não é metabolizada Excreção: urina (inalterada) Usos clínicos: Pacientes cuja resistência à insulina é muito alta; Associação com sufoniluréias ou tiazolidinedionas Vantagens: Agente poupador de insulina; Não aumenta o peso corporal; Não provoca hipoglicemia; Metformina Sensibilizantes - Biguanidas Mecanismo: ativam a proteinoquinase dependente de AMP (AMPPK) Ações: - Redução da produção hepática de glicose - Inibe a gliconeogênese e glicogenólise hepáticas; - Redução da gliconeogênese renal - Retardo da absorção de glicose no TGI Ações secundárias: - Aumenta a sensibilidade da insulina nos tecidos periféricos (aumentando a sinalização do receptor) - Estimulação da glicólise pelos tecidos com remoção da glicose do sangue; - Aumento da responsividade do músculo e do fígado - Pode reduzir o peso em 2-3 Kg (melhora no quadro metabólico) Metformina Sensibilizantes - Biguanidas Efeitos Colaterais - Náuseas, vômitos, desconforto abdominal, anorexia, diarréia, gosto metálico na boca - Hipoglicemia (rara) - Acidose láctica rara (devido ao bloqueio da gliconeogênese) - Reduz a absorção de Vit B12 (5-10% pacientes) Contra-indicações - Insuficiência renal - Condições que favorecem o acúmulo de lactato (ex. Doença renal e/ou hepática, história de acidose láctica) Sensibilizantes Tiazolidinedionas Rosiglitazona e Pioglitazona Sensibilizantes – Tiazolidinedionas T ½: 24-150 h Absorção: 2h após a ingestão (pioglitazona) Rápida (rosiglitazona) Ligação às Proteínas Plasmáticas: > 99 % Metabolização: Hepática Excreção: Urina (Rosiglitazona) e Bile (Pioglitazona) Efeito sobre a glicemia: até 12 semanas Rosiglitazona e Pioglitazona Sensibilizantes - Tiazolidinedionas Receptor Nuclear de hormônios Receptor Ativado por Proliferador Peroxissomal-Gama (PPAR) (Tecido adiposo, e em menor escala no músculo e fígado) Regulação dos genes envolvidos no metabolismo da glicose e dos lipídios e na diferenciação dos adipócitos Produtos de Sinalização da Insulina (ex. Prot. Transportadoras de Glicose -GLUT) Mecanismo de Ação Rosiglitazona e Pioglitazona Sensibilizantes – Tiazolidinedionas Ações: Diminui a resistência à insulina Diminui a produção hepática de glicose Aumenta a ação da insulina nos tecidos periféricos Aumenta a síntese de glicogênio Redução dos níveis de triglicerídeos e ácidos graxos séricos Efeitos Colaterais: Hepatotoxicidade (2%), Ganho peso leve, retenção de líquidos, cefaléia, anemia discreta Contra-indicações: Hepatopatias, gravidez Inibidores de -glicosidase Acarbose Inibidor competitivo das enzimas alfa-glicosidases intestinais (maltase, isomaltase, sacarase, glicoamilase) Droga que Altera a Absorção Intestinal de Carboidratos Inibidor de -glicosidase Reduz a absorção de carboidratos reduzindo a glicemia Não causa ganho de peso ou hipoglicemia Indicações: Pacientes com hiperglicemia predominante pós-prandial; Hiperglicemia leve (início recente); Terapia adjuvante; Acarbose Droga que Altera a Absorção Intestinal de Carboidratos Inibidor de -glicosidase Efeitos Colaterais: Flatulência, diarréia, dor abdominal Contra-indicações: Insuficiência renal, obstrução intestinal, Doenças intestinais crônicas (ex. Doença Inflamatória Intestinal, ulceração colônica) Tempo (min) 140 – 30 0 60 120 180 240 120 100 80 * * Refeição Placebo Acarbose * P <.05 G li c e m ia p la s m á ti c a (m g /d l) Droga que Altera a Absorção Intestinal de Carboidratos Inibidor de -glicosidase DM tipo 2 Hipoglicemiantes Orais – Indicação Clínica Hipoglicemiantes Orais Medicamento Sulfoniuréias Repaglinida Nateglinida Metformina Glitazonas Acarbose Redução da Glicemia de jejum (mg/dl) 60-70 60-70 20-30 60-70 35-40 20-30 Redução da Glico-Hb (%) 1,5-2 1,5-2 0,7-1 1,5-2 1-1,5 0,7-1 Efeito no Peso Aumento Aumento Aumento Diminuição Aumento Sem efeito Hipoglicemia ++ + + raro - - • Estimula secreção de insulina glicose-dependente •Suprime a secreção de glucagon •Retarda o esvaziamento gástrico •Reduz ingesta alimentar •Aumenta a concentração de células b e mantém a sua função • Melhora a sensibilidade a insulina Após consumo de alimento ... GLP1 é secretado nas células do intestino... Incretinas GLP-1 (Peptideo 1 tipo glucagon) T ½: < 2 min Dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) Exenatida (Byetta®) • Potente agonista do GLP-1 resistente á degradação pela DPP-IV • Peptídeo com 39 aa com 53 % de similaridade ao GLP1 humano • Indicação de uso em DM2 associado a metformina, sulfoniluréia • Indicação de uso 5 ou 10 g SC 2x/dia • Efeitos adversos: náuseas, hipoglicemia, vômito, diarréia, cefaléia, pancreatite • Byetta – 2,4ml - $199,99 Sitagliptina (Januvia®) (Merk Sharp & Dohme) Vildagliptina (Galvus®) (Novartis) Inibidor de DPP-4 Uso no tratamento do diabetes tipo 2 emassociação com metformina, glitazonas ou sulfoniluréia Efeitos adversos: dor abdominal, náusea, diarréia, coriza, dor de garganta, infecção do trato respiratório superior, cefaléia Insulinas Extraída das glândulas de bovinos e porcos Converter a insulina suína em insulina humana pela mudança no aminoácido que as distingue Produção de Insulina Alterações na molécula da insulina humana em laboratório (análogos) Inserir o gene da insulina ou da pró-insulina humana no genoma de bactéria (E.coli) ou fungo (S. cerevisiae) e estes produzem insulina humana Origem Bovina Suína Bovina + Suína (mista) Humana Análogos Pureza Purificadas 10 ppm pró-insulina Altamente Purificadas 1 ppm pró-insulina Tipo de Preparação Ação Ultra-rápida Ação Rápida Ação Intermediára Ação Lenta Misturas Insulina - Classificação Ação Ultra-Rápida (sc) Lispro Aspart Glulisina Ação Rápida (sc,im,ev) Regular Ação Intermediária (sc) NPH Ação Lenta (sc) Glargina Detemir Tipo de Início Pico Duração Insulina de Ação de Ação de Ação 15 min 5-10min 30 min - 1h 2 - 4 h 2 – 4 h 1 – 2 h 30min – 1,5 h 2 - 3 h 6 - 10 h sem pico 6 – 8 h 3 - 4 h 4 – 5 h 3 - 6 h 10 - 16 h 20 - 24 h 18 - 20h Insulina-Tipo de Preparação
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