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SEPSE NEONATAL

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Janaina Almeida
SEPSE 
NEONATAL
SEPSE NEONATAL
• A sepse é uma infecção bacteriana do sangue.
• Podendo ser de origem bacteriana, viral ou fúngica, associada a alterações 
hemodinâmicas e outras manifestações clínicas.
• A sepse neonatal pode apresentar sinais e sintomas clínicos bastante escassos e de 
difícil avaliação, especialmente no recém-nascido pré-termo. Os sinais clínicos mais 
importantes incluem: instabilidade de temperatura (hipotermia ou febre), desconforto 
respiratório, taquipnéia, crises de apnéia, respiração acidótica, taquicardia, sintomas 
gastrointestinais, como distensão abdominal, resíduo gástrico à alimentação, vômitos, 
diarreia e choque. Os sinais neurológicos (convulsões, nistagmo, coma) podem indicar 
disseminação da infecção para o sistema nervoso central. As sufusões hemorrágicas 
(púrpura ou petéquias) sugerem a presença de coagulação intravascular disseminada.
• A incidência é elevada, especialmente nos recém-nascidos pré-termos com peso de 
nascimento inferior a 1.500 gramas.
• A sepse neonatal pede ser classificada como precoce ou tardia, dependendo do início 
do episódio. Manifestações clínicas de início precoce geralmente aparecem dentro das 
primeiras 72 horas da vida. As infecções de início precoce são adquiridas antes ou 
durante o parto e geralmente representam transmissão vertical da mãe para o bebê.
• As infecções de início tardio ocorrem após as 72 horas de vida e são atribuídas aos 
organismos adquiridos a partir da interação com o ambiente hospitalar ou comunidade. 
SEPSE NEONATAL PRECOCE
•A sepse neonatal precoce pode ocorrer por via transplacentária, sendo mais 
comum ocorrer devido ao aumento das bactérias da flora vaginal após a ruptura 
de membranas ovulares. Ou seja, os recém-nascidos podem ser infectados 
quando expostos a patógenos como bactérias, vírus e fungos durante a 
passagem pelo canal vaginal.
•Ruptura prolongada de membranas ovulares >24hs/sinais e sintomas de cório-
amnionite(inflamação da membrana e líquido amniótico; febre materna, 
hemorragia uterina, fisometria(produção de gases no útero, taquicardia fetal);
•Colonização materna por Streptococcus do grupo B: o risco de sepse neonatal 
na presença de colonização vaginal materna sem sinais clínicos, é cerca de 0,5% 
a 1%, aumentando quando houver associação com ruptura prolongada de 
membranas, febre materna ou prematuridade; 
•Infecção urinária materna: os recém-nascidos de mães com infecção do trato 
urinário apresentam maior risco de prematuridade, infecção urinária e sepse
SEPSE NEONATAL PRECOCE
• Sexo masculino: o recém-nascido do sexo masculino tem risco duas a seis vezes 
maior de apresentar sepse em relação ao sexo feminino. Alguns estudos 
sugerem a possibilidade da existência de um fator genético ligado ao sexo, 
relacionado à suscetibilidade do hospedeiro à infecção; 
• Prematuridade: os recém-nascidos pré-termo, principalmente aqueles com idade 
gestacional inferior a 34 semanas, apresenta fragilidade das barreiras cutâneas e 
mucosas, além do mecanismo de defesa contra infecção pouco desenvolvido, 
sendo imunodeficiente na produção de imunoglobulinas, no sistema 
complemento (C3 e C5) e na capacidade de opsonização e fagocitose. 
• Quanto menor o peso de nascimento, maior o risco de desenvolver sepse 
neonatal, assim como a idade gestacional também influencia na mesma direção.
• Quando a prematuridade ocorrer associada à ruptura prolongada de 
membranas, essas crianças apresentam risco de infecção oito a dez vezes maior 
em relação aos recém-nascidos de a termo.
SEPSE TARDIA
• A sepse tardia está relacionada a fatores pós-natais e múltiplos 
procedimentos na UTI ao quais os recém-nascidos estão sujeitos.
• O contato com profissionais de saúde, membros da família, fontes 
nutricionais e equipamentos contaminados acaba por representar 
oportunidades de exposição a patógenos.
• Prematuridade: A função diminuída dos neutrófilos e as baixas 
concentrações de imunoglobulinas aumentam a sensibilidade de 
infecções invasivas. Além disso, prematuros necessitam de cateteres 
venosos, intubação orotraqueal e outros procedimentos invasivos que 
quebram seus mecanismos de defesa.
SINAIS E SINTOMAS
• A sepse neonatal pode apresentar sinais e sintomas clínicos bastante escassos e 
de difícil avaliação, especialmente no recém-nascido pré-termo. Os sinais clínicos 
mais importantes incluem: instabilidade de temperatura (hipotermia ou 
hipertermia), desconforto respiratório, taquipnéia, crises de apnéia, respiração 
acidótica, taquicardia, sintomas gastrointestinais, como distensão abdominal, 
resíduo gástrico à alimentação, vômitos, diarréia e choque. Os sinais neurológicos 
(convulsões, nistagmo, coma) podem indicar disseminação da infecção para o 
sistema nervoso central. As sufusões hemorrágicas (púrpura ou petéquias) 
sugerem a presença de coagulação intravascular disseminada. 
• Uma das mais graves complicações da septicemia é a infecção das membranas 
que envolvem o cérebro (meningite). Um recém-nascido com meningite pode 
sofrer de lentidão (letargia) extrema, coma, convulsões ou projeção das partes 
moles entre os ossos do crânio (fontanelas).
• O diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível para que não evolua para um 
choque séptico, onde a infecção se alastra para os órgãos.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
MAIS FREQUENTES EM SEPSE NEONATAL
PRECOCE TARDIA
“RN QUE NÃO VAI BEM”
GEMIDO HIPO/HIPERTERMIA
TAQUIPNÉIA RECUSA ALIMENTAR
CIANOSE INEXPLICADA SUCÇÃO DÉBIL
HIPOTONIA (PERDA DE TONUS 
MUSCULAR)
VÔMITOS/RESÍDUO GÁSTRICO
LETARGIA/APNÉIA DISTENSÃO ABDOMINAL
ICTERICIA (<24HS) LETARGIA/APNÉIA
MÁ PERFUSÃO FONTANELA TENSA/CONVULÕES
CHOQUE CHOQUE
DIAGNÓSTICO 
• O diagnóstico precoce é importante e requer atenção para os fatores de 
risco (particularmente nos neonatos com baixo peso) e alto índice de 
suspeita quando se afasta dos padrões normais nas primeiras semanas de 
vida.
• Os recém-nascidos com suspeita de sepse e aqueles cujas mães estão com 
suspeita de corioamnionite devem ser investigados com a realização de 
hemograma, contagem diferencial de leucócitos e esfregaço, plaquetas, 
hemocultura, urocultura, PCR(proteína C reativa) e punção lombar.
• Aqueles com sintomas respiratórios devem submeter-se a radiografia de 
tórax.
• O diagnóstico é confirmado pela presença de organismo patogênico em 
culturas. 
TRATAMENTO
• Uma vez que a sepse pode manifestar-se com sinais clínicos inespecíficos e seus efeitos podem ser 
devastadores, recomenda-se antibioticoterapia empírica rápida (baseados na sintomatologia do paciente, 
apos resultados de exames as drogas serão reajustadas de acordo com a sensibilidade e o local da 
infecção.
• Se as culturas de bactérias não revelarem crescimento em até 48 h (embora alguns agentes patogênicos 
necessitem de 72 h) e o neonato esteja aparentemente bem, os antibióticos podem ser suspensos.
• Medidas gerais de suporte, incluindo manobras respiratórias e hemodinâmicas, adicionam-se à 
antibioticoterapia.
• O tratamento deve ser efetuado em condições que permitam o controle da temperatura, das perdas 
renais e extra-renais (diarréia, vômitos, secreções), da ingestão calórico-protéica adequada e da 
monitorização da função cardiorrespiratória.
• Os desvios do equilíbrio hidroetrolítico devem ser monitorizados e prontamente restabelecidos, através 
da dosagem de eletrólitos, densidade e/ou osmolaridade urinária e plasmática e variação do peso. Da 
mesma forma, devem ser corrigidos os distúrbios do equilíbrio ácido-básico e da glicemia (hipo ou 
hiperglicemia) que estes recém-nascidos tendem a apresentar.
• O suporte nutricional é de grande importância, no caso da criança tolerar alimentação por via digestiva o 
leite materno é aquele que deve ser utilizado. 
• A nutrição parenteral, especialmente por veiasperiféricas, deve ser realizada para evitar o 
autocatabolismo (auto-processamento da matéria orgânica para fins de obtenção de energia) e manter o 
estado nutricional.
• A oxigenação adequada, para manter a saturação entre 95% e 97%, deve ser realizada através da 
oxigenioterapia ou, se indicada, ventilação mecânica
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
❖PADRÃO RESPIRATÓRIO INEFICAZ
➢ Reconhecer sinais de angústia respiratória, retrações, roncos, cianose, abertura das narinas, apnéia, taquipnéia, baixa 
saturação de oxigênio;
➢ Executar o esquema prescrito de suplementação de oxigênio.
❖RISCO PARA INFECÇÃO
➢ Assegurar que todos os cuidadores lavem as mãos antes e depois de manusear o recém-nascido para minimizar a 
exposição a microorganismos infecciosos;
➢ Assegurar estrita assepsia e/ou esterilidade nos processos invasivos e em equipamentos tais como terapia IV periférica, 
punções lombares, e inserção de cateter arterial/venoso.
❖TERMOREGULAÇÃO INEFICAZ
➢ Evitar situações que possam predispor o Rn a perda de calor, coloca- lo na incubadora, berço de calor radiante ou bem 
vestido num berço aberto para manter a temperatura corporal estável;
➢Monitorizar a temperatura axilar nos recém-nascidos instáveis.
❖NUTRIÇÃO DESEQUILIBRADA
➢ Avaliar a capacidade de coordenar a deglutição e respiração, introduzindo aleitamento materno se possível;
➢Manter a hidratação venosa ou terapia com nutrição parenteral total conforme prescrito
❖RISCO DE DÉFIT DE VOLUME HIDRICO 
➢ Avaliar o estado de hidratação, assegurando a ingestão oral/parenteral adequada;
➢Monitorizar o débito urinário e os valores laboratoriais quando idícios de desidratação ou superidratação.
“Incentivar a visita frequente dos pais, assim que possível, estimulando o contato. 
Tocar, acariciar o rn de acordo com suas condições físicas.”
Bibliografia
✓Sepse neonatal tardia em recém-nascidos pré-termo 
com peso ao nascer inferior a 1.500g
➢http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-
14472015000400084&script=sci_arttext&tlng=pt
✓Sepse neonatal-portal ped
➢http://www.portalped.com.br/blog/especialidades-da-pediatria/neonatologia/sepse-
neonatal-o-estado-da-arte/
✓Sepse neonatal-Artigo de revisão
➢http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=245
✓Uma revisão atual sobre sepse neonatal 
➢http://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/131210152124bcped_12_01_06.pdf
➢https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-nos-
rec%C3%A9m-nascidos/sepse-neonatal
➢https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/problemas-
em-rec%C3%A9m-nascidos/sepse-no-rec%C3%A9m-nascido
➢http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_51458/artigo_sobre_assistencia-de-
enfermagem-a-um-recem-nascido-portador-de-sepse

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