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3 ANÁLISE DE REAÇÕES RESUMO Esta aula prática foi realizada no dia 12 de abril de 2018, no laboratório de Química Geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – IFAP, sob a supervisão da Docente Sabrine Gemelli. Durante o experimento foram observadas características que são específicas de cada elemento e suas modificações decorrentes das reações químicas, como a mudança de cores, a formação de precipitados, a liberação ou absorção de energia. INTRODUÇÃO As Reações Químicas são o resultado de ações entre substâncias que geralmente formam outras substâncias. Assim, as moléculas presentes nessas substâncias sofrem alterações gerando novas moléculas. Por sua vez, os átomos dos elementos permanecem inalterados. De acordo com CONSTANTINO et. Al (2014) fenômeno químico é aquele que ocorre a transformação de uma ou mais substâncias químicas em outras (ou uma) substâncias químicas diferentes. O reconhecimento dessas substâncias é feito através de evidências de que pode ter ocorrido uma reação química, como por exemplo, “pode ser observado mudança de cor, ou a formação de gases, ou a formação de produtos com diferentes solubilidades” (CONSTANTINO, 2014). Outras evidências que podem ser observadas são em relação à liberação (reação exotérmica) ou absorção (reação endotérmica) de energia. Essas reações podem ser representadas através de equações, usando símbolos e números para descrever, respectivamente, os nomes e proporções das diferentes substâncias presentes numa reação química. Essas equações são de uso universal, podendo ser usadas em qualquer lugar do mundo da mesma forma, nelas os reagentes são mostrados no lado esquerdo da equação, enquanto que os produtos são colocados à direita. As reações químicas obedecem a duas leis: as ponderais e as volumétricas. As leis ponderais estudam as relações entre a massa dos reagentes e a massa dos produtos numa reação. As principais leis ponderadas são: as leis de Lavoisier, de Proust e de Dalton. A lei de Lavoisier, ou da conservação da massa, como é conhecida, diz que a massa dos reagentes, 4 num sistema fechado, é igual à massa dos produtos, obedecendo à frase que diz: “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (USBERCO E SALVADOR, 2002). As reações químicas são classificadas em quatro tipos: 1. Síntese ou adição 2. Análise ou decomposição 3. Simples troca ou deslocamento 4. Dupla troca REAÇÃO DE SÍNTESE OU ADIÇÃO É a reação onde duas ou mais substâncias reagem para se transformar em uma. Podemos citar como exemplo a síntese do Dióxido de carbono (popularmente conhecido como gás carbônico). 𝐶 + 𝑂2 → 𝐶𝑂2 REAÇÃO DE ANÁLISE OU DECOMPOSIÇÃO É a reação onde uma substância se divide em duas ou mais substâncias de estrutura mais simples. Cita-se como exemplo a decomposição do Brometo de Prata: 2𝐴𝑔𝐵𝑟 → 2𝐴𝑔 + 𝐵𝑟2 REAÇÃO DE SIMPLES TROCA OU DESLOCAMENTO É a reação onde uma substância simples troca de lugar com um elemento de uma substância composta, se transformando em uma nova substância simples. Exemplos: 𝑍𝑛 + 𝐻2𝑆𝑂4 → 𝑍𝑛𝑆𝑂4 + 𝐻2 𝐹𝑒 + 𝐶𝑢𝑆𝑂4 → 𝐹𝑒𝑆𝑂4 + 𝐶𝑢 REAÇÃO DE DUPLA TROCA É a reação onde duas substâncias compostas reagem e trocam seus elementos, se transformando em duas substâncias também compostas. Exemplos: 𝐻𝐶𝑙 + 𝑁𝑎𝑂𝐻 → 𝑁𝑎𝐶𝑙 + 𝐻2𝑂 𝐹𝑒𝑆 + 2𝐻𝐶𝑙 → 𝐹𝑒𝐶𝑙2 + 𝐻2𝑆 5 OBJETIVOS Observar diferentes reações químicas, analisar os aspectos qualitativos, quantitativos e físico-químicos das reações químicas realizadas em laboratório. PARTE EXPERIMENTAL Materiais utilizados: Suporte universal; Argola para funil; Béquer de 250 mL; Manta elétrica; Cápsula de porcelana; Erlenmeyer de 250 mL; Balão volumétrico de 100 mL; Estante para tubos de ensaio; Tubos de ensaio; Fita de magnésio; Funil de vidro; Papel de filtro; Pisseta; Proveta de 25 mL; Pipeta de 10 mL e 5 mL; Balança Analítica marca Marte, fabricante Shimadzu, modelo ay-220 – capacidade 220g x 0,0001g; Bastão de vidro; Pinça de madeira; Reagentes utilizados: Água destilada; Solução de Ácido Sulfúrico (H2SO4) a 1 mol.L -1 ; Solução de Hidróxido de Sódio (NaOH) a 1 mol.L-1; Solução de Nitrato de Chumbo (Pb(NO3)2) 1 mol.L -1 ; Procedimento experimental 6 Ao iniciar a prática, os tubos de ensaio a serem utilizados, foram todos enumerados com um pincel piloto, para um controle mais rígido de atenção, além da marcação todos foram previamente lavados com água destilada. Quando os três tubos já se encontravam devidamente colocados no suporte, o procedimento para a realização das reações químicas foi iniciado. Foram realizadas duas práticas experimentais onde foi realizada a preparação de uma solução de Hidróxido de Sódio (NaOH) a 1 mol.L -1 . Para o preparo da solução de NaOH foi realizado o seguinte procedimento: 1. Encheu-se o béquer com um volume de água destilada inferior ao volume final de solução a ser preparada; 2. Foi pipetado o volume de solução em estoque de NaOH que contem a massa calculada para o preparo da solução problema, usando o pipetador de borracha; 3. Transferiu-se lentamente a solução pipetada para o béquer; 4. Foi realizada a transferência da solução pipetada para o balão volumétrico; 5. Foi efetuada a lavagem das paredes do béquer com o solvente e adicionado as águas de lavagem ao balão volumétrico; 6. Adicionou-se o solvente até que o volume de solução atingisse a marca indicativa no pescoço do balão; 7. Após a homogeneização da solução invertendo-se o balão volumétrico (bem tampado) diversas vezes foi transferido a solução para um frasco devidamente etiquetado com o nome do grupo, com a fórmula e concentração da solução. Na primeira parte do experimento proposto utilizando o auxílio de uma pipeta de 5 mL foi adicionado a um tubo de ensaio 5 mL de solução de Ácido Sulfúrico a uma concentração de 1 mol.L -1 . Pesou-se uma pequena tira de magnésio e foi anotado a massa de 0,0518 g e em seguida a tira de magnésio foi mergulhada no tubo de ensaio que continha a solução de H2SO4. Foi observado que ao entrar em contato com a solução de H2SO4 começou a ser notado na superfície da tira de magnésio o desprendimento de gases, tal fato pôde ser observado devido à presença de bolhas na superfície da tira de magnésio. O fato observado pode ser considerado como uma evidência de que houve uma reação entre o H2SO4 e a tira de magnésio. Ao adicionar H2SO4 e uma fita de magnésio em um tubo de ensaio ocorreu uma reação. A fita de magnésio se dissolveu, houve liberação de calor e a solução começou a borbulhar. Tal reação pode ser representada da seguinte forma: 7 𝐻2𝑆𝑂4(𝑙) + 𝑀𝑔(𝑠) → 𝑀𝑔𝑆𝑂4(𝑠) + 𝐻2(𝑔) O magnésio reagiu com o Ácido Sulfúrico formando Sulfato de Magnésio (MgSO4) e gás Hidrogênio (H2), o que explica a formação de bolhas. Esta reação é uma reação exotérmica (a liberação de energia foi verificada ao entrar em contato com o tubo de ensaio e perceber que o mesmo estava quente), pois a energia final dos produtos é menor que a energia inicial dos reagentes, ou seja, a reação química libera calor. O Sulfato de Magnésio (MgSO4) produzido é um sal solúvel em água, o que explica a não visualização do sal na solução aquosa. Após 5 minutos do contato do MgSO4 e a fita de magnésio os produtos envolvidos na reação foram colocados em uma cápsula de porcelana previamente pesada (36,8004 g) e levados ao aquecimento em uma manta elétrica marca DiagTech modelo DT3120He após a secagem da solução aquosa foi pesado novamente a cápsula com o produto da reação e foram anotados que o peso da tira de magnésio que sobrou era de 0,1659 g. De acordo com os cálculos estequiométricos (demonstrados abaixo) a massa dos produtos da reação é a seguinte: 6,136 g de MgSO4 e 0,013 g de H2. MM H2SO4 = 98,07 g.mol -1 MM MgSO4 = 120,37 g.mol -1 X = massa do MgSO4 Y = massa do H2 98,07 𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 − 120,37𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 5 𝑚𝐿 − − − − − 𝑋 𝑋 = 6,136 𝑔 24,30 𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 − 2𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 0,1569 𝑔 − − − − − 𝑌 𝑌 = 0,013 𝑔 Segundo a Lei Ponderal de Proust, denominada de Lei das Proporções Constantes, as reações sempre ocorrem em proporções definidas e constantes. Por exemplo, a reação de formação da amônia é realizada na proporção de 1 mol de gás nitrogênio para 3 mols de gás hidrogênio, conforme mostrado pelos coeficientes estequiométricos na equação abaixo: 𝑁2(𝑔) + 3𝐻2(𝑔) → 2𝑁𝐻3(𝑔) 8 Se essa reação for realizada numa proporção diferente dessa, então teremos um reagente em excesso e um reagente limitante. No caso de reagirmos 1 mol de N2(g) com apenas 2 mols de H2(g), veremos claramente que a quantidade de hidrogênio é menor do que a requerida pela relação estequiométrica, então ele é o reagente limitante da reação. Reagente limitante é aquele que limita a quantidade de produto que pode ser produzido na reação. Isso significa que quando o reagente limitante é totalmente consumido, a reação para, mesmo tendo ainda outros reagentes. Todos os outros reagentes que sobrarem serão considerados reagentes em excesso. Na segunda parte do experimento proposto utilizando o auxílio de uma pipeta de 10 mL foi adicionado a um tubo de ensaio 10 mL de solução de Nitrato de Chumbo (Pb(NO3)2) a uma concentração de 1 mol.L -1 . Em seguida foi adicionado, com o auxílio de uma pipeta de 5 mL, 1 mL de solução de Hidróxido de Sódio (NaOH) previamente preparada conforme descrito anteriormente neste relatório. Observou-se que ao entrar em contato as duas soluções, Pb(NO3)2 e NaOH a solução ficou turva, ocorreu a formação de uma mistura branca, leitosa pois, formou-se hidróxido de chumbo, sólido branco, geralmente em pó, estável, insolúvel em água (precipitado) e o tubo de ensaio ficou frio ao contato. A equação balanceada a seguir demonstra a reação ocorrida entre o Pb(NO3)2 e NaOH: 𝑃𝑏(𝑁𝑂3)2 + 2𝑁𝑎𝑂𝐻 → 𝑃𝑏(𝑂𝐻)2 + 2𝑁𝑎𝑁𝑂3 O hidróxido de chumbo é insolúvel em água, pois além de ser uma base – bases são de difícil dissociação pela água – o chumbo forma fortes ligações com seus ânions. Após a precipitação do hidróxido de chumbo a solução foi filtrada e lavada com 10 mL de água destilada, efetuado a secagem do sólido obtido e em seguida pesado. No procedimento efetuado a quantidade de hidróxido de sódio residual não foi suficiente para que fosse efetuada uma pesagem significativa o que resultou na diferença entre a massa obtida com o experimento e o esperado pelos cálculos estequiométricos. Na maioria das reações químicas realizadas na prática em indústrias e em laboratórios, a quantidade de produto obtido é menor que a quantidade esperada teoricamente. Isso quer dizer que o rendimento da reação não é igual a 100%, pois a massa total dos reagentes não foi completamente convertida em produtos. Isso pode acontecer devido a diversos fatores, veja os mais comuns: 1. Podem ocorrer reações paralelas à que desejamos e, com isso, uma parte de um ou de ambos os reagentes é consumida, formando produtos indesejáveis; 9 2. A reação pode ficar incompleta por ser reversível; assim, parte do produto formado é novamente convertida em reagentes; 3. Podem ocorrer perdas de produto durante a reação, como ao serem usadas aparelhagens de má qualidade ou por algum erro do operador. 4. Desse modo, é expressamente importante saber o rendimento real ou rendimento da reação que se pode esperar nas condições em que a reação for realizada. O rendimento da reação é uma porcentagem do teoricamente esperado. Previsão estequiométrica do sólido obtido: MM Pb(NO3)2 = 331,72 g.mol -1 MM Pb(OH)2 = 241,7 g.mol -1 X = massa do Pb(OH)2 331,72 𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 − 241,7𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 10 𝑔 − − − − − 𝑋 𝑥 = 7,286 𝑔 RESULTADOS E DISCUSSÕES Reação do Magnésio com Ácido Sulfúrico: Observou-se que na superfície do metal continha uma camada protetora. Essa camada são óxidos de magnésio formados pela reação do Magnésio com o oxigênio da atmosfera. Na reação entre o Mg e H2SO4 foram formados gás hidrogênio e Sulfato de Magnésio. A reação ocorreu lentamente. A reação ocorrida pode ser classificada como uma reação de substituição de natureza exotérmica. O resultado encontrado na primeira parte do experimento está em conformidade com o descrito por PERUZZO e CANTO (1998), com exceção da quantidade obtida que devido a erros humanos não foram confrontados de forma a atestar os cálculos estequiométricos. Reação do Nitrato de Chumbo com Hidróxido de Sódio: No momento em que foi iniciada a reação (mistura entre as duas soluções) pode ser verificado que se tratava de uma reação endotérmica, classificada como uma reação de dupla troca (formação de produtos compostos). O resultado obtido para a quantidade do produto do segundo experimento não pode ser comparado com outros experimentos realizados, pois não foi obtida uma quantidade satisfatória para realização da pesagem. Tal fato pode ser resultado do tempo de espera, que não foi suficiente, para a precipitação do produto esperado. 10 A falta de resultados palpáveis induz a pensar que o procedimento não foi realizado com a extrema cautela e atenção pelos executores do experimento. CONCLUSÃO Existem várias maneiras de se identificar uma reação química, com tudo a mais determinante é a formação de precipitado. O produto de dois ou mais reagentes é o resultado da reorganização dos átomos iniciais, mudando as características químicas das substâncias sem alterar a quantidade de átomos existentes. Este resultado vai depender da natureza dos reagentes envolvidos na reação. Assim, reação química é o processo pelo qual átomos ou grupos de átomos são redistribuídos, resultando em mudança na composição molecular das substâncias. Através dos experimentos realizados, vários itens teóricos no aprendizado da Química, foram observados, como a formação de precipitados, mudança de cor e classificação das reações. Adquiriu-se assim um treino valioso para análise qualitativa de uma reação, buscando os indícios que ilustram as reações envolvidas e fixou-se com a observação prática dos vários conceitos sobre reações. Para a maior otimização possível da reação é necessário usar reagentes nas proporções adequadas, no entanto deve-se levar em conta fatores como as impurezas nos reagente e o desperdício de material no próprio processo (perda durante transporte, erro do utilizador, entre outros). E que na prática é impossível se obter um rendimento de 100%, no entanto, é desejável se aproximar o máximo possível disso. REFERÊNCIAS CONSTANTINO, G. C.; SILVA, G. V. J.; DONATE, P. M. Fundamentos de Química Experimental. 2. ed. – 1. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L.; Química na Abordagem do Cotidiano, Ed. Moderna, vol.1, São Paulo/SP- 1998. RUSSEL, J. B. Química Geral. Volume 1. 2. ed. – São Paulo: Pearson Makron Books, 1994. USBERCO J.; SALVADOR E. Química. 5º ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.
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