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Ponto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora. CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO I. Apresentação ...................................................................................................................... 1 II. Planejamento do curso............................................................................................... 4 1. Ambiente de projetos. O projeto no contexto global das organizações ............................................................................................................................ 6 1.1 Contextualização....................................................................................................... 6 1.2 O que é projeto? Principais características dos projetos. ............... 7 1.3 Projetos e Atividades de rotina. Projetos, Programas e Portfólio................................................................................................................................ 10 1.4 O que é gestão de projetos? ............................................................................ 12 1.5 O PMI e o PMBOK.................................................................................................... 14 2. Seleção e priorização de projetos ....................................................................... 15 3. Ciclo de vida dos projetos........................................................................................ 18 4 Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos......................... 22 5. Influência da estrutura organizacional nos projetos: estrutura funcional, matricial e projetizada............................................................................. 31 5.1 Estrutura Funcional ............................................................................................... 32 5.2 Estrutura Matricial ................................................................................................. 33 5.3 Estrutura Projetizada ........................................................................................... 34 6. Escritórios de projeto. ................................................................................................ 37 7. Exercícios ........................................................................................................................... 39 8. Gabarito............................................................................................................................... 43 9. Bibliografia utilizada ................................................................................................... 45 I. Apresentação Olá, pessoal! Estamos aqui para ajudá-los a enfrentar um grande desafio, que é a preparação para a prova do concurso do TCU na área de Planejamento e Gestão. Nosso curso abrange as seguintes disciplinas da parte específica: Gestão da Estratégia, Avaliação da Gestão Pública, Gestão de Processos e Gestão de Projetos. Em primeiro lugar, vamos às apresentações. Eu, Marcela, sou formada em Administração Pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, do Estado de Minas Gerais. Desde que optei por esse curso (antes cursei dois anos de comunicação social na UFMG) optei pelo setor público. A gestão pública me atraiu e é nesse setor que busco desenvolver minha carreira profissional. Minha história de concursos públicos começou em 2005, quando eu ainda estava em Belo Horizonte, cursando o 7º período da faculdade. Como sabia que queria ser servidora pública, no último ano da faculdade eu vivia pesquisando sobre concursos, remuneração e carreiras. Em uma dessas navegadas pela internet me deparei com o concurso para Analista de Finanças www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e realmente me encantei pelo cargo da área de desenvolvimento institucional. As atribuições do cargo estavam ligadas à área de Gestão, incluindo Recursos Humanos, Gestão da Informação e Planejamento e Modernização. Decidi então fazer o concurso da STN com a base que tinha adquirido durante os anos de faculdade de administração pública, já que eu já havia estudado grande parte do edital nas aulas. Fui aprovada em 5º lugar e a partir daí minha vida mudou completamente. Minha última atuação profissional antes de virar analista da STN tinha sido como estagiária... Mudei para Brasília e encarei o desafio do primeiro emprego em uma instituição estratégica no âmbito governamental. Ainda em 2005 fui aprovada em 12º lugar no concurso de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG). Optei por não fazer o curso de formação nem assumir o cargo, pois achei meu perfil profissional mais adequado às atividades que eu iria exercer na STN. No Tesouro Nacional trabalhei por dois anos na área de Planejamento, Organização e Modernização. Lá desenvolvi trabalhos relacionados aos temas contemplados no nosso edital, como planejamento estratégico, gestão de projetos, gestão de processos, estrutura e desenvolvimento organizacional. A STN me proporcionou a oportunidade de realizar vários cursos nessas áreas, que já eram minhas preferidas desde a faculdade. Minha monografia de conclusão de curso versou inclusive sobre a temática da gestão de projetos. Há mais ou menos um ano, percebi que o setor público poderia me oferecer oportunidades de trabalho ainda melhores e decidi me preparar para o concurso do Tribunal de Contas da União. Comecei pelas matérias mais gerais, pois havia grandes rumores de que haveria vagas para a área de Gestão de Pessoas, em que eu me considerava uma candidata bem mais forte do que em Auditoria Governamental. As previsões se concretizaram em parte, pois surgiram dez vagas para a área de Educação Corporativa, cujo edital incluía a matéria de Gestão de Pessoas de uma maneira bastante ampla e profunda. Depois do edital a preparação se intensificou de modo significativo. Estudar passou a ser prioridade e mesmo trabalhando oito horas por dia consegui estabelecer uma boa rotina de estudos, apesar da dificuldade de encontrar material e questões de provas anteriores para todos os itens daquele edital interminável... Dediquei-me ao máximo para essa prova que era meu grande objetivo e acabei sendo aprovada em 1º lugar. Hoje sou Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas da União e tenho certeza de que todo o esforço valeu muito a pena. Atualmente trabalho no Instituto Serzedello Corrêana área de seleção, integração e gestão por competências. Agora vou passar a bola para o meu amigo Flávio. Espero não ter sido muito detalhista, mas estou percebendo que até escrevendo eu falo www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO muito...rsrsrrs Eu, Flávio, comecei a fazer concursos públicos em 2003, aos 21 anos. Em 2004, obtive aprovação no concurso de Técnico de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, tendo sido convocado para o programa de formação em janeiro de 2005. No dia da matrícula do curso de formação, o TCU pedia ao futuro servidor que preenchesse um papel que tratava de experiência profissional. Conheci outros aprovados que tinham extensa bagagem profissional e acadêmica. Eu, por outro lado, me considerava um ―oreia‖, um ―Zé Mane‖. Nunca tinha trabalhado, nunca tinha feito estágio, nunca tinha tido bolsa de pesquisa na universidade. Imaginei: ―vão me botar pra fazer algo bem chato, carregar caixas, carimbar arquivos, sei lá‖. Por conta disso, já desanimado, nem preenchi o formulário de experiência profissional. Por uma sorte imensa, fui lotado na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplan). Apesar de eu ser novo lá, os trabalhos de que participei, desde o começo, exigiam um grau alto de especialização, razão pela qual todos os servidores da unidade eram constantemente incentivados a fazer cursos na área e a se capacitar para enfrentar novos desafios. Foi uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento profissional para mim. Trabalhei na Seplan por três anos. Mais especificamente, fui lotado na 2a Diretoria, onde, no dia-a-dia, trabalhei diretamente com as áreas de Avaliação da Gestão Pública e Gestão de Processos. Em minha experiência profissional no TCU, tive contato direto e indireto com as outras atividades (gestão da estratégia e gestão de projetos) que constam como disciplinas no edital do nosso concurso de Planejamento e Gestão de 2008. Diversas pessoas já me perguntaram como é trabalhar com planejamento e gestão no Tribunal. Posso garantir que é muito bom. Os trabalhos são desafiadores, geralmente fogem da rotina e as oportunidades são excelentes: há muitos cursos, há contato com as mais variadas áreas do TCU e, acima de tudo, há enormes possibilidades de crescimento na carreira para os que se destacam. Em 2006, concluí a minha graduação (bacharelado em Ciência Política na UnB), mas estava numa situação de completa acomodação. Estava em um excelente órgão, gostava do meu trabalho, ganhava mais do que precisava e tinha um pouco de preguiça de retomar os meus estudos pra concursos. Continuei acomodado até 2007, quando percebi que, se com o emprego que eu tinha eu podia fazer muita coisa da minha vida, como analista eu poderia fazer mais ainda, poderia ganhar um pouco mais e, acima de tudo, teria mais oportunidades profissionais. Decidi: eu queria ser Analista de Controle Externo! Após alguma reflexão, optei por fazer o concurso para a área de Educação Corporativa, porque eu sempre tive afinidade com as áreas estratégicas e de apoio e porque eu já tinha tido contato, direto ou indireto, com boa parte dos www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO conteúdos de gestão de pessoas e educação corporativa. Comecei pelos materiais. Juntei o máximo de conteúdo possível que encontrei em livros, apostilas etc. Estudei bastante a parte geral (principalmente Direito Constitucional, Direito Administrativo e Controle Externo) e, quando saiu o edital, montei minha estratégia: dominar 100% do conteúdo até uma semana antes da prova. Como eu trabalhava e o tempo até a prova era escasso, optei por não fazer cursinho, mas fiz vários cursos no Ponto dos Concursos que me valeram tanto quanto ou mais do que qualquer aula presencial. Pela primeira vez na vida, estudei com a máxima seriedade possível. Montei cronogramas, estabeleci metas de horas diárias de estudo, metas de acerto de questões do Cespe, metas de marcações na prova etc. Tive a imprescindível ajuda de meus amigos, de minha namorada, da minha família, de colegas de trabalho e de muita gente que gostava de mim, e as expectativas de todas essas pessoas certamente foram um grande motivador pra mim. Obviamente, abri mão de muita coisa para estudar. Valeu a pena: fui aprovado! Fui o segundo colocado do concurso e agora tenho motivos para comemorar pelo resto da vida! Atualmente, estou lotado no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), no Serviço de Planejamento e Projetos Educacionais. Trabalho com planejamento instrucional e devo participar da reestruturação do modelo de avaliação de programas educacionais promovidos pelo ISC. Gosto muito dos trabalhos feitos pela equipe do ISC e garanto que, para todos que quiserem, o TCU vai oferecer inúmeras chances de realização profissional. II. Planejamento do curso Feitas as devidas apresentações, gostaríamos de compartilhar com vocês o nosso planejamento para o curso. Vamos abordar todos os tópicos do edital das disciplinas ―Gestão da Estratégia‖, ―Avaliação da Gestão Pública‖, ―Gestão de Processos‖ e ―Gestão de Projetos‖ em 5 aulas semanais, além da aula zero. São cinco aulas teóricas, em que cobriremos todo o conteúdo, ilustrando-o sempre com exercícios do Cespe. Ao final de cada aula, há exercícios comentados. Resolvemos incluir uma aula prática, inteiramente dedicada à resolução de itens do Cespe, extraídos de provas anteriores, comentados. Dessa forma, os assuntos a serem tratados em cada aula são os seguintes: Aula zero – Gestão de Projetos: Ambiente de projetos. O projeto no contexto global das organizações. Ciclo de vida dos projetos. Processos do gerenciamento de projetos. Influência da estrutura organizacional nos projetos: estrutura funcional, matricial e projetizada. Seleção e priorização de projetos. Escritórios de projeto. Aula 1 – Gestão de Projetos: Gerenciamento de escopos. Iniciação, planejamento e detalhamento de escopo. Verificação do escopo e controle de www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO mudanças. Escopo de produto e de projeto. Estrutura analítica de projetos EAP (WBS). Gerenciamento do tempo. Estimativa de duração de atividades e desenvolvimento do cronograma. Controle do cronograma. Redes de precedência, folgas, caminho crítico. Técnicas de compressão e paralelismo. Gerenciamento de custo. Planejamento dos recursos. Estimativa dos custos. Controle dos custos. Análise de valor agregado. Gerenciamento de qualidade. Planejamento da qualidade. Controle e garantia da qualidade. Requisitos e indicadores de qualidade. Gerenciamento de recursos humanos. Montagem de equipes. Desenvolvimento de equipes de projeto. Matriz de responsabilidades. Análise de partes interessadas (stakeholders). Gerenciamento de comunicações. Planejamento de comunicações. Relatórios de desempenho de projetos. Matriz de comunicação e distribuição das informações. Gerenciamento de riscos. Identificação dos riscos. Análise qualitativa e quantitativa de riscos. Planejamento de resposta aos riscos. Controle e monitoramento de riscos. Gerenciamento de suprimentos e contratações. Planejamento das contratações. Preparação das contratações. Obtenção de propostas. Seleção de fornecedores. Administração de contratos. Tipos de contratosmais comuns. Gerenciamento da integração. Desenvolvimento do plano do projeto. Execução do plano do projeto. Controle geral de mudanças. Papéis e responsabilidades do gerente de projetos. Aula 2 – Gestão da Estratégia: O ciclo do planejamento (PDCA). Balanced Scorecard (BSC) - principais conceitos, aplicações, mapa estratégico, perspectivas, temas estratégicos, objetivos estratégicos, relações de causa e efeito, indicadores, metas, iniciativas estratégicas. Gerenciamento pelas Diretrizes (GPD) – principais conceitos, aplicações, diretriz, objetivos, meta, ação. Referencial Estratégico das Organizações. Análise de ambiente interno e externo. Negócio, missão, visão de futuro, valores. Indicadores de desempenho. Tipos de indicadores. Variáveis componentes dos indicadores. Aula 3 – Gestão de Processos: Conceito de processo de trabalho. Rede de processos da organização. Agregação de valor nos processos. Reunião de decomposição de processos. Necessidades de clientes e requisitos dos processos. Mapeamento de processos. Levantamento de atividades e normas. Identificação dos elementos do processo. Análise e melhoria de processos. Árvore de soluções. Modelagem de processo. Sistema de medição de desempenho. Alinhamento de processos e estratégias. Aula 4 – Ferramentas de Gestão: Ferramentas de análise e melhoria de processos – ciclo PDCA, 5W2H, brainstorming, matriz GUT, matriz BASICO, fluxograma, diagramas de causa e efeito, Pareto. Ferramentas de análise de ambiente: análise swot, análise de cenários, matriz GUT. Avaliação da Gestão Pública: Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. Critérios de avaliação da gestão pública. Sistema de pontuação. Aula 5 – Resolução de exercícios do Cespe. Além disso, estaremos à disposição de vocês no fórum para responder a quaisquer perguntas a respeito do conteúdo do nosso edital. www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Para iniciarmos nossos estudos na área de planejamento e gestão, escolhemos o tema ―Gestão de projetos‖, pois o edital deu um destaque grande para essa disciplina, que é um tema atual, muito cobrado em provas do Cespe e cujo estudo pode ser feito de maneira relativamente independente dos outros tópicos do edital. Além disso, vocês vão perceber que a gestão de projetos é um tema simples (apesar de as bancas de concurso gostarem dos detalhes!), que pode inclusive fazer parte do nosso cotidiano. Por exemplo, quando decidimos fazer uma viagem, estamos realizando um projeto! Quando decidimos nos preparar para um concurso também! Esses nossos projetos pessoais incluem planejamento, execução, objetivos, recursos, lições aprendidas... Mas, para fins de concurso, precisamos compreender essa disciplina de forma sistematizada e objetiva, entendendo como as modernas técnicas de gestão de projetos estão sendo utilizadas pelas organizações. Como o edital trouxe essa disciplina de maneira bastante extensa, vamos dividi-la em duas aulas. Vocês devem ter percebido que a primeira aula de gestão de projetos inclui menos tópicos do edital do que a segunda. Isso vai ocorrer porque os primeiros itens englobam matérias mais extensas. Além disso, incluímos tópicos introdutórios que não estão explícitos no edital, mas que são pressupostos para a compreensão do conteúdo e que podem, inclusive, ser objeto de avaliação na prova. Vamos iniciar então? Espero que estejam todos concentrados e em um lugar tranqüilo e favorável para começarmos o nosso processo de aprendizagem de hoje. AULA 0 – GESTÃO DE PROJETOS – PARTE I 1. Ambiente de projetos. O projeto no contexto global das organizações Neste item, vamos estudar alguns conceitos básicos da gestão de projetos, assim como conhecer o contexto global e organizacional em que os projetos estão inseridos. Vamos descobrir também o que é o PMI (Project Management Institute) e o Guia PMBOK (Project management Body of Knowledge), grandes referências internacionais em gerenciamento de projetos. 1.1 Contextualização O mundo atual vem passando por alterações cada vez mais rápidas e significativas. Com o avanço do processo de globalização e evolução das mais diversas tecnologias, as barreiras entre os países têm se tornado mais tênues. A mudança tornou-se uma certeza e as organizações precisam se adaptar constantemente aos novos padrões, às novas tendências de responsabilidade www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO sócio-ambiental e, especialmente, às novas demandas dos consumidores e cidadãos, cada vez mais complexas e exigentes. Esse contexto tem como conseqüência um crescimento exponencial da competitividade, o que tem feito as organizações centrarem seus esforços em suas competências essenciais, naquilo que lhe proporciona vantagem competitiva frente ao mercado. Por outro lado, cresce também o número de parcerias e arranjos cooperativos, que muitas vezes são necessários para garantir a continuidade das instituições. Fato é que nesse contexto global a sobrevivência das organizações depende de sua capacidade de INOVAÇÃO. Nesse ambiente, a gestão de projetos oferece conceitos, métodos, ferramentas e técnicas para lidar com tais mudanças. Os projetos surgem como veículos para viabilizar a inovação nas empresas, para ajudar a organização a sair de situações de acomodação para alcançar as situações almejadas. Dessa forma, os projetos se tornam elementos relevantes da estratégia das organizações. Na apresentação do Manual de Gestão de Projetos do TCU, vemos a importância atribuída pela instituição a essa área de conhecimento: ‖A gestão de projetos é instrumento eficiente que permite focar prioridades e implementar as mudanças exigidas. Além disso, fornece técnicas que ajudam as equipes a atingir metas e gerenciar processos relativos a integração, escopo, custo, recursos humanos, tempo, riscos, comunicação e qualidade1.‖ Não podemos esquecer que, além das pressões do ambiente externo, as condições internas e específicas de cada organização são fatores determinantes do ambiente em que os projetos serão desenvolvidos. Os referenciais estratégicos, a cultura e a estrutura organizacionais são fatores determinantes de como o gerenciamento de projetos será conduzido. O Planejamento Estratégico organizacional, que será tema de aula futura, tem como um de seus principais produtos a priorização de projetos estratégicos. A cultura organizacional reflete-se nos valores, normas, crenças, expectativas, políticas e procedimentos da organização. Todos esses fatores que compõem a cultura são de extrema importância no desenvolvimento de projetos. Em relação à estrutura organizacional, teremos uma seção específica na aula para entendermos a relação de cada tipo de estrutura com o gerenciamento de projetos. 1.2 O que é projeto? Principais características dos projetos. De início temos que entender o conceito do termo ―Projeto‖ no contexto de planejamento e gestão, já que esse termo também é utilizado em outras áreas do conhecimento (projeto de lei, por exemplo). 1 Manual de Gestão de Projetos do TCU, Apresentação. Disponível em http://www2.tcu.gov.br/portal/page?_pageid=33,2333020&_dad=portal&_schema=PORTAL www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTOE GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Em uma definição bastante simples projeto é ―um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo‖.2 Temos a ampliação desse conceito com a seguinte definição: “Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade”3. Vargas4 conclui que projeto ―é um conjunto de ações, executado de maneira coordenada por uma organização transitória, ao qual são alocados os insumos necessários para, em um dado prazo, alcançar o objetivo determinado‖. Vejam que o conceito de organização transitória corresponde à idéia de início, meio e fim da definição anterior. Em geral, na execução de um projeto, constitui-se um grupo específico para essa ―empreitada‖. Ao final do projeto esse grupo se desfaz, por isso o autor nos traz a idéia de organização transitória. É interessante também conhecer a definição de projeto adotada no TCU5: PROJETO é um conjunto de atividades ou medidas planejadas para serem executadas com: a. responsabilidade de execução definida; b. objetivos determinados; c. abrangência (ou escopo) definida; d. prazo delimitado; e. recursos específicos. Vocês podem perceber que as definições de projetos dos diversos autores não são muito diferentes. Vamos fixar então quais são os principais pontos que caracterizam um empreendimento como um projeto: z FINITUDE: possui início, meio e fim. Atenção, pois o fim de um projeto não é apenas atingido quando os objetivos são alcançados. Um projeto também pode ser finalizado quando se chega à conclusão de que não será possível atingir os objetivos estabelecidos ou quando se percebe que o projeto não é mais necessário. Além disso, a característica de temporalidade não quer dizer que os projetos têm curta duração. Pelo contrário, muitos projetos duram anos. O que é importante fixar é que, em todos os casos, a duração de um projeto é finita. Projetos não são esforços contínuos6. Uma observação importante a fazer é que 2 PMBOK, 2004, p.5 3 Vargas, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos.2ª edição. Rio de Janeiro: Brasport,2000. p.8 4 Idem 5 Manual de Gestão de Projetos do TCU, p.15. 6 PMBOK, 2004, p.5 www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO ―geralmente o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto. A maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro‖.7 z FOCO: Tem um objetivo claro e definido. Para minimizar as incertezas de um projeto, a definição clara do que se espera é essencial. Todo o planejamento do projeto será estruturado com base no objetivo a ser atingido. E só é possível dizer se o projeto foi um sucesso ou não se os objetivos foram definidos e divulgados de maneira clara a todas as partes envolvidas, para que a comparação do resultado alcançado com o resultado esperado seja real. z SINGULARIDADE: Visa à criação de um produto, serviço ou resultado ÚNICO, com características exclusivas, mesmo que haja similares, ou que projetos parecidos se repitam de tempos em tempos. Por exemplo, digamos que uma universidade promova um congresso internacional anualmente. Apesar de todos os anos o congresso acontecer, cada evento será um projeto diferente e único, com resultados exclusivos. z LIMITES: Possui parâmetros de custo, recursos, qualidade e tempo. Todo projeto possui restrições, sejam elas de ordem orçamentária, de pessoal, de critérios específicos de aceitação do produto etc. z INCERTEZA: Como um projeto visa ao desenvolvimento de algo único e novo, sempre há um componente de incerteza, em menor ou maior grau, na sua execução. Para buscar minimizar tais incertezas, o planejamento e o controle devem ser realizados de maneira muito cuidadosa, com análises de risco e viabilidade, de acordo com o tipo de projeto. z ELABORAÇÃO PROGRESSIVA: ―Elaboração progressiva significa desenvolver em etapas e continuar por incrementos. Por exemplo, o escopo do projeto será descrito de maneira geral no início do projeto e se tornará mais explícito e detalhado conforme a equipe do projeto desenvolve um entendimento mais completo dos objetivos e das entregas. A elaboração progressiva não deve ser confundida com aumento do escopo‖.8 Pessoal, na próxima aula veremos em detalhe o significado de escopo e como é feito seu gerenciamento. z INTERDISCIPLINARIEDADE: ―O desenvolvimento de projetos requer uma gama de conhecimentos diferenciados. A metodologia de gestão de projeto compreende, além de técnicas específicas da área de projetos, ferramentas e conceitos de outras disciplinas tais como administração em geral, planejamento, controle de qualidade, informática, estatística, custos e orçamentação, entre outras.‖9 7 PMBOK, 2004, p.5 8 PMBOK, 2004,p.6. 9 Manual de Gestão de Projetos do TCU. Disponível em http://www2.tcu.gov.br/portal/page?_pageid=33,2333020&_dad=portal&_schema=PORTAL www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 1.3 Projetos e Atividades de rotina. Projetos, Programas e Portfólio. Uma boa maneira de compreender a essência dos projetos é perceber as diferenças entre esse tipo de empreendimento e as atividades de rotina (atividades funcionais ou operações). Como vimos no tópico anterior, projeto é um empreendimento único, finito e com parâmetros pré-definidos. Em contrapartida, atividades de rotina são ―processos de trabalho que se repetem continuamente. Elas se realizam sempre do mesmo modo com pequenas variações ao longo do tempo‖10. Vejam que a idéia de projeto opõe-se à de atividades rotineiras em vários pontos. Vamos fazer uma comparação? ROTINA (Operações) PROJETOS Trabalho Contínuo Trabalho temporário Produtos repetitivos Produtos exclusivos Executa e mantém padrões Altera e cria novos padrões Manutenção do negócio Inovação Mas prestem atenção, pessoal! Não podemos afirmar que projetos e atividades de rotina não possuem nada em comum, já que ambos são realizados por pessoas, possuem recursos limitados e são planejados, executados e controlados. Para que o conceito de projeto fique bem claro para vocês, vamos ver agora alguns exemplos de projetos: z Desenvolvimento de um novo produto ou serviço (lançamento de um novo automóvel); z Aprimoramento de um produto existente (construção de uma nova versão de um software que já está no mercado); z Implementação de mudança organizacional (alteração da estrutura organizacional de uma empresa); z Construção de uma casa; z Promoção de uma campanha política; z Implementação de um novo procedimento organizacional (automatização do controle de estoque) Na área de gestão muitas vezes confundimos conceitos próximos, por isso é interessante notar a diferença entre projeto, programa e portfólio. O termo Programa caracteriza-se por ser ―um grupo de projetos relacionados gerenciados de modo coordenado para a obtenção de benefícios e controle que 10 Idem, p.17. www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSOS ON-LINE– PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO não estariam disponíveis se eles fossem gerenciados individualmente‖11. Resumindo, um programa é um conjunto de projetos que se inter-relacionam. Já o portfólio ―é um conjunto de projetos ou programas e outros trabalhos agrupados para facilitar o gerenciamento eficaz, a fim de atender aos objetivos de negócios estratégicos. Os projetos ou programas no portfólio podem não ser necessariamente interdependentes ou diretamente relacionados‖12. Vamos ver como os assuntos vistos até agora vêm sendo cobrado em concursos do Cespe? Item 1 (Cespe/Ancine 2005) A principal característica de um projeto é o fato de ser executado apenas uma vez. Ao contrário de grande parte das atividades de uma organização, um projeto tem início, meio e fim. Mesmo que não seja denominado como tal, qualquer conjunto de atividades únicas, com objetivo bem definido e finito, é um projeto. Questão correta. A assertiva aponta as principais características de um projeto: unicidade, finitude e objetivo bem definido. Conforme afirmado, qualquer empreendimento que possua essas características é sim um projeto. Boa questão para fixarmos o conceito aprendido. Item 2 (Cespe/TSE 2007) Um projeto pode ser definido como um empreendimento temporário, planejado, executado e controlado, com o objetivo de criar um produto ou serviço. Um projeto tem data de início, mas não tem data de término definida. Questão errada e bastante simples. Não existe projeto sem data de término definida, pois, como vimos, a finitude é exatamente um dos principais requisitos de um projeto. Item 4 (Cespe/INMETRO 2007 Por seu caráter não-habitual, a metodologia de projetos não pode ser utilizada para a organização de eventos que se repitam de tempos em tempos. Questão errada. Vimos que o fato de a gestão de projetos tratar de empreendimentos únicos não quer dizer que não se aplica a eventos que se repitam de tempos em tempos, pois, a cada evento, teremos um novo projeto. Item 4 (Cespe/INMETRO 2007) Ao seu término, um projeto pode fornecer um produto físico ou conceito, serviço ou evento, bem como uma combinação entre essas categorias. Questão correta. Muita atenção para essa questão, pessoal! Ela destaca um ponto importante. Temos uma tendência a dizer que um projeto tem como resultado um produto. Mas o resultado pode ser também um conceito, serviço ou um evento, principalmente na era da informação em que vivemos. Cada vez 11 PMBOK, 2004, p.16 12 PMBOK, 2004, p.16 www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO mais conhecemos organizações cujo principal resultado é a produção de conhecimento. Agora que já sabemos o que é um projeto e suas principais características, vamos entender o que é a gestão de projetos. 1.4 O que é gestão de projetos? Desde a antiguidade, pessoas planejam e gerenciam projetos. Em todas as sociedades, sempre houve empreendimentos com característica de projetos que necessitavam de administração, como as construções e estradas. Apesar de ainda não existirem ferramentas, técnicas e metodologias avançadas, já havia cronogramas, alocação de recursos e materiais e avaliação de riscos, mesmo que informais. Com o passar do tempo, ao perceber a importância de se administrar bem os projetos para que eles atingissem os objetivos estabelecidos, a gestão de projetos tornou-se uma disciplina estruturada, com princípios bem definidos. Antes de passarmos ao conceito em si, gostaríamos de fazer uma observação. É importante que vocês entendam que os termos gestão de projetos, administração de projetos, gerenciamento de projetos e gerência de projetos são sinônimos, inclusive para fins de provas, ok? Cada autor usa o termo de sua preferência, mas, para nós, isso não importa, basta saber que o significado é o mesmo. Outro ponto importante é perceber que muitas vezes a gestão de projetos será apontada como disciplina, doutrina, habilidade, profissão. Não se apeguem a esses rótulos, pois, em geral, não são eles que indicarão se a questão está certa ou não. O que vale é a essência do conteúdo, da idéia colocada pelo examinador. Feitas essas considerações, avancemos para o conceito fundamental da nossa aula. O gerenciamento de projetos ―é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. Gerenciar um projeto inclui: z Identificação das necessidades; z Estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis; z Balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo; z Adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às diferentes preocupações e expectativas das diversas partes interessadas‖13. 13 PMBOK, 2004. p.8 www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO De acordo com esse conceito, podemos dizer que o objetivo primordial da gestão de projetos é ―alcançar o controle adequado do projeto, de modo a assegurar sua conclusão no prazo e orçamento determinado, obtendo a qualidade estipulada‖14. O Manual de Gestão de Projetos do TCU nos traz a seguinte definição15: ―A gestão de projeto refere-se à gestão individual de cada projeto. É a combinação de pessoas, técnicas e sistemas necessários à administração dos recursos indispensáveis para atingir com êxito o final do projeto. Significa fazer o necessário para completar o projeto dentro dos objetivos estabelecidos.‖ Pessoal, precisamos, para o nosso concurso, observar que a idéia central na gestão de projetos, é a utilização de vários recursos (metodologias, ferramentas, modelos...) para administrar os projetos da melhor forma possível, para que se cumpram os requisitos estabelecidos. Pode parecer fácil ou óbvio, mas quantas vezes vocês já viram um projeto ―estourar‖ o orçamento e/ou o prazo? Ou um cliente ficar insatisfeito com o produto ou serviço de um projeto que ele encomendou? Pois é, a gestão de projetos visa exatamente a impedir que esses inconvenientes ocorram. É a maneira de conduzir projetos profissionalmente, com métodos claros e racionais. Vamos ver como isso foi cobrado na prova do Serpro em 2005? Item 5 (Cespe/Serpro 2005) A gestão de projetos consiste em acompanhar, intervir e participar do desenvolvimento de conjuntos de atividades elaboradas com o objetivo de atingir um fim específico. Questão correta. Vejam como na nossa área de planejamento e gestão as idéias podem ser escritas das maneiras mais diversas. Por isso, volto a repetir, temos que entender a essência dos conceitos. Nessa questão, o examinador escolheu um conceito bastante simples, até um pouco restrito, para definir a gestão de projetos. Mas o conceito traz a idéia central de que a gestão de projetos é a forma de administrar os projetos de uma maneira sistemática (acompanhar, intervir, participar) para atingir um fim específico (podemos inferir que esse fim específico é exatamente a entrega do produto/serviço dentro dos parâmetros definidos). Para entendermos um pouco melhor a essência do nosso assunto de hoje, achamos interessante apontar quais são os principais benefícios do gerenciamento de projetos, de acordo com Vargas16: z minimiza surpresas durante a execução dos trabalhos;z antecipa as situações desfavoráveis que poderão ser encontradas, para que ações corretivas e preventivas possam ser tomadas antes que essas situações se consolidem como problemas; z adapta os trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente; 14 Menezes, Luis César de Moura. Gestão de Projetos. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. p.68 15 Manual de Gestão de Projetos do TCU.p.17 16 Vargas, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos.2ª edição. Rio de Janeiro: Brasport,2000. p.23, com alterações. www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO z disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos; z agiliza as decisões, já que as informações estão estruturadas e disponibilizadas; z aumenta o controle gerencial de todas as fases devido ao detalhamento realizado no planejamento; z facilita e orienta as revisões da estrutura do projeto que forem decorrentes de modificações no mercado ou no ambiente competitivo, melhorando a capacidade de adaptação do projeto; z Otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais necessários; z documenta e facilita as estimativas para futuros projetos. 1.5 O PMI e o PMBOK Caros alunos, vamos conhecer agora a instituição que é a maior referência em gestão de projetos atualmente e a referência bibliográfica mais famosa e mais cobrada em concursos nessa área. O PMI - Project Management Institute - foi criado em 1969 na Pensilvânia, Estados Unidos, com o objetivo de ser uma instituição que padronizasse termos e conceitos e divulgasse os conhecimentos em gerência de projetos. Em 1990, o PMI publicou o ―A Guide to the Project Management Body of Knowledge17 (PMBOK Guide)”, um guia que abrange as áreas do conhecimento que regem as regras do gerenciamento de projetos. Este guia se tornou a publicação central do PMI, sendo aceita, desde 1999, como padrão de gerenciamento de projetos pelo ANSI (American National Standarts Institute18). Hoje, o PMI compartilha seus padrões técnicos com a comunidade internacional de Gerência de Projetos por meio de mais de 200.000 associados em 125 países, praticando e estudando o Gerenciamento de Projetos nas mais diferentes atividades, incluindo a indústria aeroespacial, automotiva, gerenciamento de negócios, engenharia de construções, serviços financeiros, tecnologia da informação, farmacêutica e telecomunicações19. O principal objetivo do Guia PMBOK é ―identificar o subconjunto do Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos que é amplamente reconhecido como boa prática. ―Amplamente reconhecido‖ significa que o conhecimento e as práticas descritas são aplicáveis à maioria dos projetos na maior parte do tempo, e que existe um consenso geral em relação ao seu valor e sua utilidade. ―Boa prática‖ significa que existe acordo geral de que a aplicação correta dessas habilidades, ferramentas e técnicas podem aumentar as chances de sucesso em uma ampla série de projetos diferentes‖20. 17 Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos 18 Instituto Nacional Americano de Padrões 19 http://www.pmisc.org.br 20 PMBOK 2004, p.3 www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Segundo Maximiano21, ―o Guia PMBOK é o documento que sistematiza o campo da administração de projetos, identificando e definindo os principais conceitos e técnicas que as pessoas envolvidas e interessadas nesse campo devem dominar‖. Ainda de acordo com Maximiano, os outros objetivos do PMBOK são contribuir para a criação de uma linguagem comum para a área e fornecer as bases para programas de treinamento e educação em administração de projetos. O conhecimento do PMI e do PMBOK é muito importante para quem se propõe a estudar a gestão de projetos, inclusive para concurso público. Além disso, é possível que haja questões tratando especificamente sobre o assunto. Vejam só: Item 6 (Cespe/Companhia estadual de energia elétrica/RS-2005) O PMBOK (project management body of knowledge) é um guia específico para a área de produção de software, no qual se descreve a somatória de conhecimentos e as melhores práticas dentro da profissão de gerência de projetos. Questão errada, pois o guia PMBOK não é específico da área de software. É um guia aplicável a todas as áreas que lidam com projetos. Além do reconhecimento mundial do PMBOK como instrumento compilador do conhecimento em gerência de projetos, o guia foi a principal referência para a elaboração do Manual de Gestão de Projetos do TCU. Portanto, o PMBOK será nossa maior fonte nas duas aulas em que trataremos de gestão de projetos, ok? 2. Seleção e priorização de projetos Uma questão importante a fazer é: de onde surgem os projetos? As origens de um projeto são bastante diversas, mas podemos destacar as situações mais comuns, de acordo com o PMBOK22: z Uma demanda de mercado (por exemplo, uma companhia de petróleo autoriza um projeto para construir uma nova refinaria em resposta a um problema crônico de falta de gasolina); z Uma necessidade organizacional (por exemplo, uma empresa de treinamento autoriza um projeto para criar um novo curso para aumentar sua receita); z Uma solicitação de um cliente (por exemplo, uma companhia de energia elétrica autoriza um projeto de construção de uma nova subestação para atender a um novo parque industrial); z Um avanço tecnológico (por exemplo, uma empresa de software autoriza um novo projeto para desenvolver uma nova geração de 21 MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Administração de Projetos: como transformar idéias em resultados. 2ª edição. São Paulo:Atlas, 2002.p.41 22 PMBOK, 2004. P.7 www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO videogames após o lançamento de um novo equipamento para jogos por empresas de produtos eletrônicos); z Um requisito legal (por exemplo, um fabricante de tintas autoriza um projeto para estabelecer diretrizes para o manuseio de um novo material tóxico). Essas ―fontes‖ de possíveis projetos podem ser classificadas como oportunidades, problemas, ou necessidades de negócios. ―O tema central de todos esses estímulos é que a gerência precisa decidir como responder e para quais projetos deve fornecer autorização. Os métodos de seleção de projetos envolvem a medição do valor ou da atração para o proprietário ou patrocinador do projeto e podem incluir outros critérios de decisão organizacionais. A seleção de projetos também se aplica à escolha de formas alternativas de executar o projeto‖23. Vários fatores interferem na seleção de projetos24: fatores de produção, mercadológicos, financeiros, humanos e administrativos. Devido a essa multiplicidade de fatores, a seleção e priorização de projetos é uma atividade muito difícil e complexa, já que cada projeto tem suas características, dimensões, custos e benefícios específicos, muitas vezes de difícil comparação com outros projetos. Mas o fato é que todas as organizações possuem recursos limitados e, portanto, não podem realizar todos os projetos que desejam. ―A fim de tornar o processo decisório mais fácil, o executivo encarregado deste processo pode lançar mão de metodologias de seleção e priorização de projetos, as quais necessitam ser avaliadassob o enfoque do seu alinhamento com a estratégia traçada para a organização, de forma que não evidenciem apenas os aspectos financeiros como os fatores predominantes para a tomada de decisão, em detrimento dos demais aspectos vitais para a implementação bem sucedida da estratégia da organização‖25. Percebemos então que um dos principais critérios para a seleção e posterior priorização de projetos é a vinculação deles com a estratégia organizacional explicitada no Plano Estratégico da empresa. Os projetos que dão suporte às metas estratégicas da organização em geral são priorizados. Em aula futura estudaremos sobre planejamento estratégico e Balanced Scorecard e então ficará mais claro como esses métodos influenciam na seleção e priorização de projetos. Destacamos ainda que algumas organizações utilizam o modelo de Comitê para priorização de projetos, em que integrantes da alta administração se reúnem para definir projetos prioritários de tecnologia da informação, por exemplo. Dessa forma, podemos concluir que ―tão importante quanto executar os projetos corretamente é executar os projetos corretos. Processos de seleção e priorização de projetos que incluam critérios claros de retorno sobre 23 PMBOK, 2004, p.81 24 Menezes, Luis César de Moura. Gestão de Projetos. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. 53. 25 http://www.esi-intl.com.br/pt_br/destaques/index.asp?id=15 www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO investimento, alinhamento à estratégia, aderência ao negócio, análise de risco, contribuem para que a alta gerência possa determinar o mix correto de projetos para atingir seus objetivos estratégicos, além de evitar desperdícios de recursos financeiros e de tempo em projetos que não trazem valor para o negócio‖26. Para finalizarmos esses itens, vamos conhecer alguns métodos de seleção de projetos. No PMBOK27 temos que esses métodos estão normalmente incluídos em duas categorias amplas: 9 Métodos de medição de benefícios (abordagens comparativas):modelos de pontuação, contribuição de benefícios ou modelos econômicos. 9 Modelos matemáticos. Menezes28 nos ensina alguns mecanismos de seleção de projetos, quais sejam: z Fórmulas para seleção: construção de fórmulas que espelhem os benefícios e os fatores que o determinem; são consideradas possibilidades de sucesso e insucesso das soluções. z Análise de custo-benefício: pode ser utilizada para comparar projetos por meio de um ranking; O foco é em elementos mensuráveis e importantes e leva em consideração a variável tempo. z Tabela de pontuação amostral do projeto: emprega fatores técnicos, de mercado, financeiros e outros fatores que auxiliem a escolha do projeto. z Custo de oportunidade: avalia o custo de não aproveitar a oportunidade, de não tomar nenhuma ação. z Análise de valor presente: é a técnica que considera o valor atual de todo o investimento que for feito no projeto, durante todo o seu desenvolvimento. É como se trouxéssemos o fluxo de caixa de todo o projeto para hoje. 26 http://www.expleo.com.br/documentos/15_motivos_p_adotar_GP.asp 27 PMBOK, 2004, p.85. 28 Menezes, Luis César de Moura. Gestão de Projetos. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. p.53-54 www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO z Taxa interna de retorno: Mede o possível retorno sobre o investimento ou lucratividade do projeto. z Técnicas de orçamento de investimento: Monta-se uma tabela na qual é possível comparar, para os vários projetos existentes, seus custos, retornos e valores líquidos, uma relação entre benefício e custo e a taxa interna de retorno. z Ranking de Projetos: é a técnica de seleção de projetos em que se verificam, por exemplo, os custos dos diversos projetos com os benefícios financeiros, benefícios técnicos, benefícios operacionais com o atingimento dos objetivos do projeto. z Técnicas de parametrização: consistem em um grupo de técnicas que estabelece, previamente, parâmetros que devem ser utilizados para selecionar os projetos. 3. Ciclo de vida dos projetos. O ciclo de vida do projeto compreende todas as atividades que ocorrem entre seu início e seu fim. De acordo com Menezes29, ―a elaboração do ciclo de vida permite-nos elaborar um ante-projeto, um estudo de viabilidade sobre o que se pretende desenvolver. Ele é considerado um instrumento valioso para aprofundar idéias e conceitos a serem implementados.‖ Maximiano30 também destaca que ―A idéia do ciclo de vida permite a visualização do projeto desde seu início até a conclusão, possibilitando o estudo e a aplicação sistêmica das técnicas de administração de projetos. É essencial ter a visão das atividades do ciclo de vida para administrar eficazmente o projeto‖. Resumidamente podemos dizer que o ciclo de vida é o conjunto de fases de um projeto. Essas fases costumam ser divididas em etapas específicas, de acordo com o tipo de projeto. Por sua vez, as etapas são detalhadas em atividades ou tarefas. De acordo com o PMBOK31, os ciclos de vida do projeto geralmente definem: z Que trabalho técnico deve ser realizado em cada fase (por exemplo, em qual fase deve ser realizado o trabalho do arquiteto?); z Quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada entrega é revisada, verificada e validada; z Quem está envolvido em cada fase (por exemplo, a engenharia 29 Menezes, Luis César de Moura. Gestão de Projetos. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. p.65 30 Maximiano, Antônio César Amaru. Administração de Projetos: como transformar idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 1997. p.29 31 PMBOK, 2004. p.20 www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO simultânea exige que os implementadores estejam envolvidos com os requisitos e o projeto); z Como controlar e aprovar cada fase. Vargas32 nos ensina que ―As fases do ciclo de vida de um projeto dependem, intimamente, da natureza do projeto. Cada fase do projeto é caracterizada pela entrega, ou finalização, de um determinado trabalho. Toda entrega deve ser tangível e de fácil identificação, como, por exemplo, um relatório confeccionado, um cronograma estabelecido ou um conjunto de atividades realizado.‖ Pessoal, esse ensinamento é muito importante. Devemos fixar que ao final de cada fase temos uma entrega tangível. Se não tivermos o produto de cada fase não saberemos quando essa fase efetivamente terminou e o controle do projeto ficará prejudicado. Vejam como esse ponto foi cobrado na prova da Prefeitura de Vitória no ano passado: Item 7 (Cespe/Prefeitura de Vitória 2007) As conclusões das fases do ciclo de vida de um projeto são marcadas pela entrega de subprodutos verificáveis. Para ser verificável, um subproduto deve atender a determinados padrões. Questão correta. A assertiva traz exatamente a idéia de que ao final de cada fase deve haver uma entrega, no caso denominada de subproduto. A questão nos ensina ainda que para ser verificável a entrega deve atender a alguns padrões. Isso é até um pouco óbvio, não é, pessoal? Você só pode verificar alguma coisa se tem padrões com os quais deve compará-la. Avançando no nosso estudo, é interessante entendermoscomo certas variáveis geralmente se comportam ao longo do ciclo de vida do projeto, de acordo com o PMBOK33: • níveis de custo e pessoal: são baixos no início, atingem o valor máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado. Vejam a representação gráfica desse comportamento: 32 Vargas, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos.2ª edição. Rio de Janeiro: Brasport,2000. p.38 33 PMBOK, 2004. p20-21 www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO • nível de incertezas: é mais alto no início do projeto, quando o risco de não atingir os objetivos é maior. A certeza de término geralmente se torna cada vez maior conforme o projeto continua. • A capacidade das partes interessadas de influenciarem as características finais do produto do projeto e o custo final do projeto é mais alta no início e torna-se cada vez menor conforme o projeto continua. Contribui muito para esse fenômeno o fato de que o custo das mudanças e da correção de erros geralmente aumenta conforme o projeto evolui. 2.1 As fases do ciclo de vida do projeto. Apesar de as fases poderem mudar de um projeto para o outro, podemos apontar as cinco fases mais comuns no ciclo de vida de vários projetos: iniciação, planejamento, execução, controle e finalização Vejamos então quais são as características de cada uma dessas fases: • Preparação: Também chamada de concepção ou iniciação. Nessa fase é identificada a demanda e reconhecida formalmente a necessidade do projeto, com a definição de seu objetivo e a elaboração de planos preliminares. É nessa fase também que costuma-se fazer a análise de viabilidade e a estimativa de recursos necessários à consecução do projeto. • Estruturação (Planejamento): De acordo com Vargas34, essa é a fase responsável por identificar e selecionar as melhores estratégias de abordagem do projeto, detalhando tudo aquilo que será realizado, incluindo cronogramas, interdependências entre atividades, alocação dos recursos envolvidos, análise de custos, etc., para que, ao final dessa fase, o projeto esteja suficientemente detalhado para ser executado sem dificuldades e imprevistos. Nessa fase os planos auxiliares de comunicação, qualidade, riscos, suprimentos e recursos humanos também são desenvolvidos. • Desenvolvimento e Implementação: É a fase em que as atividades 34 Vargas, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos.2ª edição. Rio de Janeiro: Brasport,2000. p.39. www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO previstas no planejamento são efetivamente executadas. É a fase em que o gerente de projeto irá aplicar todas suas habilidades para conduzir a equipe de modo a alcançar os padrões de qualidade, custo e tempo definidos. • Controle: Essa fase ocorre em paralelo com a fase de desenvolvimento (muitos autores inclusive consideram as duas fases como apenas uma). Nessa fase busca-se acompanhar e verificar se o que está sendo realizado corresponde ao que foi planejado, e se é necessário promover alguma ação corretiva ou até mesmo uma mudança de rumo ou estratégia no projeto. • Finalização: É a fase de encerramento do projeto, quando o produto final é entregue e aceito e a estrutura montada para desenvolvimento do projeto é desmobilizada. Nesse momento ocorre uma avaliação final do projeto, com o registro das ―lições aprendidas‖, para que as boas práticas sejam aproveitadas em outros projetos e também para que não se cometam os mesmos erros posteriormente. Temos que ter em mente que o estudo em separado dessas fases é apenas um recurso didático. Na prática, as fases apresentam algumas sobreposições e não se desenvolvem de maneira completamente estanque. Um ponto que pode parecer um pouco confuso, mas que temos que estar bem atentos para entendermos o próximo tópico, é que cada uma das fases pode ter também início, meio de fim, com seus próprios resultados e seu próprio ciclo de vida. Ou seja, na fase de preparação podemos ter processos de iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento. O mesmo ocorre com todas as outras fases do projeto. Para ―descansarmos‖ de tantos conceitos, tanta teoria, vamos finalizar esse item fazendo alguns exercícios? Item 8 (Cespe/TRE/TO 2007) O ciclo de vida de um projeto pode ser dividido em fases. As fases não variam entre os projetos nem dependem dos tipos dos produtos gerados. Um ciclo é composto pelas fases de iniciação, planejamento, execução e encerramento. Questão errada. Identificaram onde está a ―pegadinha‖? Lembram que aprendemos logo no início desse tópico que as fases do ciclo de vida de um projeto dependem, intimamente, da natureza do projeto? Então, não podemos afirmar de maneira alguma que as fases não variam entre os projetos, ok? Quando estudamos as cinco fases fizemos uma ressalva de que elas se aplicam, em geral, a vários projetos, não a todos os tipos de projetos. Muita atenção na leitura da questão, pessoal! Não podemos deixar pontos como esse passarem batido! Item 9 (Cespe/TSE 2007) O ciclo de vida de um projeto consiste no conjunto de fases que o compõe. Uma fase de um projeto é um grupo de atividades, relacionadas de forma lógica, e a sua conclusão é marcada pela www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO entrega de subprodutos. Questão correta. A definição vai ao encontro do que vimos em aula, certo? Vejam como as questões se repetem, pessoal. Esse item é parecido com o item 7, apresentado no início do estudo do ciclo de vida. Ambos os itens dão destaque ao fato de que a conclusão de uma fase do ciclo é marcada pela entrega de um subproduto. Item 10 (Cespe/INMETRO 2007) O entendimento do ciclo de vida de um projeto permite sua visualização integrada, de modo a facilitar a aplicação das técnicas de gestão de projetos. Questão correta. O item traz uma das vantagens da definição do ciclo de vida do projeto, conforme estudamos na nossa aula. Item 11 (Cespe/Sebrae/AC 2007) O ciclo de vida de um projeto refere-se ao prazo decorrido entre a entrega do produto final e o término de seu período de garantia. Questão errada. Amigos, nada a ver essa questão, né? Vimos que o ciclo de vida do projeto engloba todas as atividades entre seu início e seu encerramento, não tendo relação com período de garantia do produto do projeto. Esse período já é uma etapa de manutenção decorrente da entrega do produto e da finalização do projeto. 4 Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos O PMI organiza os processos da gerência de projetos em nove áreas de conhecimento, também chamadas de nove gerências por alguns autores. Essa é uma divisão que considera o conteúdo do que se está gerenciando, a temática dos processos. As nove áreas de conhecimento são: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos e aquisições. No próximo item veremos que dentro de cada uma dessas áreas de conhecimento podemos encontrar processos de iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento. Mas não vamos passar o carro na frente dos bois, pessoal. Por ora, vamos entender do que trata cada uma das áreas de conhecimento. Vale ressaltar que nesse momento teremos uma visão mais geral sobre cada área. Ao longo da próxima aula nos aprofundaremosnos processos de cada uma dessas áreas que constam no nosso edital, ok? 1.Gerência da Integração: Envolve os processos necessários para assegurar que os diversos elementos do projeto sejam adequadamente coordenados‖. No contexto do gerenciamento de projetos, a integração inclui características de unificação, consolidação, articulação e ações integradoras que são essenciais para o término do projeto, para atender com sucesso às necessidades do www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO cliente e de outras partes interessadas e para gerenciar as expectativas‖35. 2.Gerência do Escopo: Inclui os processos que asseguram que o projeto abrange todo o trabalho necessário, e somente o trabalho necessário, para completar o projeto com sucesso. O foco dessa área é a abrangência do projeto, a definição exata do que deve ser realizado, para que a equipe não gaste esforços com atividades não contempladas oficialmente no projeto. 3.Gerência do Tempo: Contempla os processos necessários para garantir que o projeto termine dentro do prazo estipulado. Envolve definição, seqüência e estimativa de duração das atividades, assim como elaboração e controle do cronograma. 4.Gerência do Custo: Estabelece os processos que garantem que o projeto seja finalizado dentro do orçamento calculado. Engloba planejamento de recursos, estimativa, orçamento e controle de custos. 5. Gerência da Qualidade: Incorpora os processos que buscam garantir que as necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto sejam atendidas. 6. Gerência dos Recursos Humanos: Busca utilizar da melhor forma as habilidades das pessoas envolvidas no projeto. Está relacionada à montagem e desenvolvimento da equipe. 7.Gerência das Comunicações: Objetiva que a geração, captura, distribuição, armazenamento e apresentação das informações do projeto sejam feitas de forma adequada e no tempo correto. Inclui o planejamento das comunicações e relato de desempenho, dentre outros processos. 8.Gerência dos Riscos: Engloba a identificação, análise e respostas aos riscos do projeto. É composta por identificação, quantificação e análise de riscos, além do desenvolvimento e controle das respostas aos riscos. 9.Gerência das aquisições: Envolve os processos utilizados para aquisições de mercadorias, serviços e resultados necessários ao desenvolvimento do projeto, como o planejamento das aquisições, obtenção de propostas, seleção de fornecedores e administração de contratos. Agora vamos fazer algumas questões para fixarmos as nove áreas de conhecimento: Item 12 (Cespe/Auditoria Geral do Estado - ES) A área de conhecimento de gerência de integração de projeto do PMBOK descreve os processos requeridos para garantir que os vários elementos de um projeto encontram-se apropriadamente coordenados. 35 PMBOK, 2004, p.77 www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Questão correta. A definição é praticamente idêntica à que acabamos de ver na aula. Item 13 (Cespe/Cearáportos 2004) A área de conhecimento de gerência de integração de projetos do modelo PMI descreve os processos requeridos para garantir que o projeto inclua todo o trabalho requerido e somente o trabalho requerido para completar o projeto com sucesso. Questão errada. Conforme estudamos, essa é a definição para a gerência de escopo. Item 14 (Cespe/Anvisa 2004) Conforme padronização do PMI (Project Management Institute), a área de conhecimento denominada gerência de integração é responsável por adquirir, planejar solicitação, solicitar propostas, selecionar fornecedores e administrar e encerrar contratos. Questão errada. A definição da assertiva refere-se à área de conhecimento de aquisições e não à integração. Item 15 (Cespe/Serpro 2004) Segundo a metodologia PMI, a gerência de projetos envolve nove áreas de conhecimento: escopo, prazo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, risco, aquisições e integração. Questão correta. É pessoal, dessa ―decoreba‖ não dá pra fugir! Vocês realmente têm que saber as nove áreas de conhecimento em gerência de projetos. Essa questão é muito fácil e já foi repetida em vários concursos. Na figura abaixo36 temos uma representação gráfica dos processos que compõe cada uma das nove gerências. Relembro que iremos nos aprofundar naqueles processos cobrados no nosso edital. 36 PMBOK, 2004, p.11 www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Visão geral das áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos e os processos de gerenciamento de projetos 4.Processos do gerenciamento de projetos. Além da divisão em áreas de conhecimento, a disciplina de gestão de projetos também é organizada em processos. ―Um processo é um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas realizadas para obter um conjunto pré- especificado de produtos, resultados ou serviços―37. Cada processo é 37 PMBOK, 2004. p. 38 www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO constituído de entradas (insumos), recursos e atividades para transformar as entradas em saídas, e saídas (resultados do processo). De acordo com o PMBOK, existem cinco grupos de processos de gerência de projetos: grupos de processos de iniciação, de planejamento, de execução, de monitoramento e controle e de encerramento. Esses cinco grupos de processos perpassam as nove áreas de conhecimento. Ou seja, cada processo pertence a um dos cinco grupos e a uma das nove áreas de processos. Vamos ver do que cada grupo trata e visualizaremos os processos de cada grupo por meio de figuras retiradas do próprio PMBOK. Mas não precisam se desesperar com essa quantidade de processos, prezados alunos. As figuras são apenas para dar uma visão geral. Como já comentamos, o nosso edital selecionou alguns processos dentro de cada área de conhecimento. Na próxima aula iremos estudar mais detalhadamente esses processos contemplados no edital, ok? Vejamos agora o que cada grupo de processos engloba: • Grupo de processos de iniciação. Define e autoriza o projeto ou uma fase do projeto. Neste grupo há apenas dois processos, como podemos ver na figura abaixo. Grupo de Processos de iniciação • Grupo de processos de planejamento. Define e refina os objetivos e planeja a ação necessária para alcançar os objetivos e o escopo para os quais o projeto foi realizado. Temos nesse grupo processos de grande importância, como ao desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto e dos www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO planos setoriais (planejamento das comunicações, dos riscos, dos recursos humanos, etc.)Grupo de Processos de Planejamento Grupo de processos de planejamento z Grupo de processos de execução. Integra pessoas e outros recursos para colocar em prática o plano de gerenciamento do projeto. www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Grupo de processos de execução z Grupo de processos de monitoramento e controle. Mede e monitora regularmente o progresso para identificar variações em relação ao plano de gerenciamento do projeto, de forma que possam ser tomadas ações corretivas quando necessário para atender aos objetivos do projeto. www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Grupo de processos de controle z Grupo de processos de encerramento. Formaliza a aceitação do produto, serviço ou resultado e conduz o projeto ou uma fase do projeto a um final ordenado. Assim como o grupo de iniciação, o grupo de encerramento possui apenas dois processos, como vemos na figura: www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Grupo de processos de encerramento Após conhecermos os cinco grupos de processos, vamos fazer algumas observações importantes para fins de prova: • Os grupos de processos não são fases do projeto. “Quando projetos grandes ou complexos podem ser separados em fases ou subprojetos distintos, como estudo de viabilidade, desenvolvimento de conceitos, projeto, elaboração de protótipo, construção, teste etc., todos os processos do grupo de processos seriam normalmente repetidos para cada fase ou subprojeto‖38. Lembram que já havíamos comentado sobre isso quando estudamos o ciclo de vida dos projetos? Pois é, de acordo com o tipo de projeto e suas fases específicas podemos ter processos dos diversos grupos dentro de cada fase. Sabemos que isso fica um pouco confuso devido a terminologia das fases e dos grupos de processos, que são muito parecidas. Mas vamos prestar atenção, pessoal! z Os examinadores adoram misturar os cinco grupos de processos do gerenciamento de projetos com as nove áreas de conhecimento (ou gerências) em projetos. Sei que ao estudarmos evitamos direcionar o estudo para a ―decoreba‖, mas, nesse caso, recomendo fortemente que vocês gravem os cinco grupos e as nove fases, ok? Para exemplificar, olhem essa questão: 38 PMBOK, 2004,p.41. www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item 16 (Cespe/COHAB BAURU 2004) No modelo proposto pelo Project Management Institute (PMI) para a gerência de projetos, define-se o planejamento como uma das nove áreas de conhecimento aplicáveis à maioria dos projetos. Questão errada. O planejamento é um dos cinco grupos de processos de gerenciamento e não uma das nove áreas de conhecimento em projetos. Para finalizar esta parte da aula, vamos ver mais algumas questões: Item 17 (Cespe/STJ 2004 cargo 5) No project management body of knowledge (PMBOK), os processos de gestão do projeto são organizados em 5 grupos, que contam, cada um, com um ou mais subprocessos. Esses grupos são: iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento. Questão correta. Não há muito a comentar, pessoal. Vocês tem que saber de cor os cinco grupos de processos de gerenciamento de projetos! Item 18 (Cespe/Banco da Amazônia 2007) Todo projeto gerenciado deve iniciar-se pelos processos de planejamento. Questão errada. Vimos que os projetos geralmente começam pelos processos de iniciação. Item 19 (Cespe/Banco da Amazônia 2007) Não há distinção prática entre processos de execução e de controle, uma vez que ambos devem ser realizados ao mesmo tempo. Questão errada. Apesar de os processos de execução e controle ocorrerem concomitantemente, há sim uma distinção entre eles, já que os objetivos de cada um desses dois grupos de processos são distintos. Os processos de execução visam a colocar em prática o que foi planejado e os processos de controle servem para verificar se a execução está ocorrendo de acordo com o planejado. 5. Influência da estrutura organizacional nos projetos: estrutura funcional, matricial e projetizada. A estrutura organizacional representa a maneira como uma empresa se organiza em unidades e normalmente é representada por meio do organograma, aquele gráfico em formato de ―caixinhas‖ (veremos alguns exemplos ao longo desse item). A estrutura define também como se configura a hierarquia e as relações de autoridade dentro da organização. A forma como os projetos são desenvolvidos dependem sobremaneira da estrutura organizacional vigente. Veremos agora as principais características www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSOS ON-LINE – PLANEJAMENTO E GESTÃO P/ TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO dos três tipo de estrutura mais comuns e como elas influenciam a gestão dos projetos. 5.1 Estrutura Funcional A divisão das unidades organizacionais com base nas funções técnicas de cada departamento é o modelo mais tradicional de estrutura organizacional. A empresa é dividida, por exemplo, em departamentos de produção, de marketing, de finanças e de recursos humanos, conforme podemos ver na figura: Presidência Departamento de Marketing Departamento de Produçao Departamento de RH Departamento de Financas As principais características da estrutura funcional são: z Unidade de comando: cada funcionário tem um superior hierárquico bem definido. z Comunicação vertical: a comunicação ocorre dentro da linha hierárquica ou entre pessoas do mesmo nível. z Especialização elevada: alto grau de divisão do trabalho, cada unidade especializa-se unicamente na sua área técnica. Isso gera por um lado um nível de conhecimento profundo sobre a área, e, por outro, dificulta a integração entre as unidades e o atingimento de resultados globais. Apesar dessas características, é possível o desenvolvimento de projetos em estruturas funcionais. Entretanto, em geral, os projetos ficam restritos aos limites de cada unidade. É mais apropriada no caso de projetos pequenos e pouco complexos. Menezes39 nos chama a atenção para o fato de que ―essas estruturas [funcionais] foram e são muito úteis quando se precisa estabelecer disciplina no trabalho e onde as tarefas são mais permanentes (rotineiras). Entretanto, esse tipo de estrutura é pouco aplicável no ambiente de projetos, pois a obtenção de resultados no projeto exige a integração de várias disciplinas‖. Nesse modelo, não há exclusividade de dedicação ao projeto. As pessoas que trabalham nos projetos continuam se dedicando às atividades de rotina da unidade, o que enfraquece a autoridade do responsável pelo projeto sobre a equipe, assim como dificulta o cumprimento de prazos
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