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1. Responsabilidade civil pelo fato da coisa ou animal - Responsabilidade da pessoa que detém o poder de comando das coisas e animais causadores de danos à outrem, prejuízo este que não poderia ficar no esquecimento sem que houve uma maneira para sua reparação. - O termo "fato", e não "ato", já permite visualizar a idéia de que se trata da responsabilidade de uma ação não-humana, entretanto que a este humano sobre cairá o ato de indenizar o dano causado por ser o responsável pelo objeto ou animal. 2. O Responsável civil pela guarda da coisa ou do animal - O guardião é o responsável pela reparação do dano que causar a coisa ou animal, este guardião deve ser entendido como tanto o proprietário como o possuidor ou o mero detentor do bem que naquele momento em que ocorreu o fato, estivesse sob o seu poder de comando ou direção intelectual. - Uma observação deve ser feita para os casos em que o proprietário do animal ou coisa seja a Administração Pública, a responsabilidade civil objetiva que esta detém pela conduta de seus agentes a obriga à reparação dos danos, independentes do fato ter sido doloso ou culposo. 3. Responsabilidade civil pela guarda do animal “art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.” • TEORIA DO RISCO: O novo Código Civil, em seu artigo 927, parágrafo único, preceitua que haverá a obrigação de indenizar, independentemente de culpa, nos casos previstos em lei, ou quando a atividade desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrém. Assim, o novo diploma afasta a teoria da culpa e expressamente adota a Teoria do Risco, chamada de objetiva, segundo a qual aquele que em virtude de sua atividade cria um risco de danos a terceiro, fica obrigado a reparar, sendo irrelevante que a ação do agente denote imprudência ou negligência. O guardião somente se eximirá se provar quebra do nexo causal em decorrência da culpa exclusiva da vítima ou evento de força maior, não importando a investigação de culpa. • Outra questão se forma no caso de que o animal tenha sido furtado e ainda sob a posse do ladrão atacar um terceiro, se o proprietário tiver faltado ao dever de guardar seu animal e o furto ocorreu, a responsabilidade recai sob o proprietário, já que não cumpriu com seu dever de guarda, contudo, se a todo instante este dever foi cumprido, entretanto não sendo ainda assim suficiente se exonera o proprietário da culpa, e equipara-se o furto à força maior, essa equiparação também é aceita quando em casos de roubo, extorsão... • Nos casos de invasão de rodovias por animais, gerando graves acidentes e causando danos a veículos e pessoas, quando não for possível identificar o dono ou detentor do animal, a jurisprudência vem admitindo que o administrador ou concessionário da rodovia também responda pelos referidos danos, pois é seu o dever de vigilância • Casos em que o proprietário do animal ou coisa seja a Administração Pública: A responsabilidade civil objetiva que esta detém pela conduta de seus agentes a obriga à reparação dos danos, independentes do fato ter sido doloso ou culposo. 4. Responsabilidade civil pela ruína de edifício ou construção “art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta”. O dispositivo afirma que o dono do edifício responde pelos danos que resultarem de sua ruína, o que parece tratar de uma responsabilidade objetiva, mas, em seguida, completa o "se esta provier de falta de reparos cuja necessidade fosse manifesta", o que já traz a idéia de culpa, decorrente de negligência, com aplicação da responsabilidade subjetiva. • Uma observação que deve ser feita é que quando se refere a dono não se afirma apenas ao possuidor ou detentor, mas também o proprietário, sendo permitido o direito de regresso, no caso de culpa do locatário e na possibilidade da falha ser advento de falhas na construção, o que caberá ação regressiva contra o construtor do prédio, após a indenização da vítima. Em função desta questão duas correntes se formam, uma afirmando sobre a responsabilidade subjetiva e outra que afirmam que a responsabilidade não está ligada apenas à culpa. • Como excludentes da obrigação de indenizar admiti-se, o caso fortuito ou força maior e a culpa exclusiva da vítima. Assim, por exemplo, age com culpa a vítima que transitar por local onde podem cair materiais de construção, onde há avisos e proteções materiais suficientes para dar ciência do perigo a se correr ao passar naquele local. Entretanto, o caso concreto deve ser examinado, para que não reinem as fraudes e injustiças. 5. Responsabilidade civil pelas coisas caídas de edifício • O Código Civil em seu art. 938 afirma que aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. - Coisa que não são parte do prédio, não integradas a construção como vasos de plantas derrubados pelo vento, por exemplo, ou qualquer outro objeto. EXEMPLO: Uma placa de promoção de uma loja cai sobre um cliente que entrava para fazer compras, causando-o diversas lesões. • A responsabilidade reside no habitante ou o mero possuidor, independentemente de ter sido esse habitante o autor material do fato, e não necessariamente ao proprietário ou construtor. A responsabilidade é objetiva, surgindo como conseqüência. • Não se fala em dono nem detentor pelo fato da teoria da guarda. Aquele que habita o prédio é o guardião das coisas que o guarnecem, e cabe ao guardião o dever de segurança por todas essas coisas. • Em casos em que a vitima não tem como identificar de onde foi lançado o objeto, não se fala em falta de reparação. Um conjunto forma um condomínio como um todo indivisível, assim todos respondem pelos danos causados a terceiros. Como se trata de responsabilidade objetiva, não se pode deixar a vitima sem indenização por não ter sido possível identificar o apartamento de onde adveio o objeto causador do dano, responsabilizando assim o edifício como um todo. A impossibilidade de identificação do exato ponto de onde parte a conduta lesiva, impõe ao condomínio arcar com a responsabilidade reparatória por danos causados à terceiros. Inteligência do art. 1.529, do Código Civi. Referências bibliográficas GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: responsabilidade civil. 6.ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2008. v. III. SCWARTZ, Diego.Responsabilidade civil pelo fato da coisa e do animal.http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10805, junho de 2010 STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil. 6.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005. l
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