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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA TRANSFERÊNCIA DE MASSA POR DIFUSÃO EM MEIO NÃO-ESTACIONÁRIO ANA CRISTINA DOS SANTOS AMANDA BRANDT BRUNA SEGATTI CAMILA DAIANA ZAGO NATAN FELIPE BORGES BRUCH BLUMENAU 2018 Introdução O coeficiente de Difusão (DAB) é um valor que representa a facilidade com que cada soluto em particular se move em um solvente determinado. Pode ser determinado por diversas maneiras. A escolhida nesse experimento foi pela célula de Arnold, onde acontece difusão através de um filme gasoso estagnante. Quando existe uma diferença de concentração em um ambiente, a transferência é remanejar até que o equilíbrio seja instituído, forçando o fluxo a partir da região da alta concentração para a de baixa concentração. Um dos fatores que influenciam o processo de difusão é o espaçamento molecular, ou seja, quanto menor o espaçamento, menos a taxa de difusão. Nomenclatura SÍMBOLO DESCRIÇÃO UNIDADE DE MEDIDA (SI) Taxa de transferência de massa mol/s Coeficiente difusivo m²/s A Área m² Concentração molar da espécie A mol/m³ Fluxo de transferência de massa mol/(s.m²) Y Fração molar - P Pressão atm R Constante dos gases cm³.atm/(mol.K) T Temperatura K L Distância m MM Massa molecular g/mol ρ Massa específica g/cm³ T Tempo s α Coeficiente angular da reta - Fundamentação Teórica Sabemos que o calor é transferido se existir uma diferença de temperatura, a transferência de massa ocorre de maneira semelhante, se houver diferença na concentração de alguma espécie química em uma mistura, a transferência de massa tem que ocorrer, assim como citado a seguir: “Transferência de massa é massa em trânsito como o resultado de uma diferença de concentrações de uma espécie em uma mistura” INCROPERA. O gradiente de concentração de uma espécie em uma mistura fornece o potencial motriz para o transporte dessa espécie. A equação da taxa de transferência de massa é conhecida como Lei de Fick e pode ser escrita na forma vetorial como: Com sendo a taxa de transferência de massa da espécie A e é a área perpendicular a transferência, divide-se a taxa pela área então obtém-se o fluxo molar como sendo: A quantidade de A que é transferida por unidade de tempo e por unidade de área perpendicular a transferência é dada por , que representa o fluxo molar difusivo da espécie A. A taxa total de difusão será expressa como: A difusão é denominada contradifusão equimolar quando para cada mol da espécie A que difunde em um sentido e direção, um mol da espécie B se move na mesma direção, porém em sentido oposto Considerando que não há fluxo de massa nas direções x e y, pois não tem gradiente de A nestas direções, teremos então: Trata-se de uma mistura ideal, então tem-se a concentração em função da pressão e temperatura, segundo a equação dos gases ideais. Substituindo as equações, integrando e aplicando os limites, obtém-se a seguinte equação: – distância da extremidade superior até a interface do líquido – distância da extremidade superior até a interface do líquido no tempo zero – coeficiente difusivo da espécie A em B – constante dos gases – temperatura ambiente – pressão ambiente – massa específica da amostra – massa molecular da amostra – fração molar de ar na extremidade superior do tudo – fração molar de ar na interface Materiais e métodos Os materiais utilizados neste experimento foram: Éter; Acetona; n-hexano; Béquer; Pipeta de 1 mL; Régua; Suporte de isopor. Para determinar a difusividade, o processo adotado consistiu em preencher uma pipeta de 1ml com um líquido volátil. Neste experimento foram usados, acetona, éter e n-hexano. Para que não houvesse interferência de calor e movimentação brusca do ar, foram fixadas verticalmente ao suporte de isopor, as três pipetas com os respectivos líquidos, com temperatura e pressão controladas, como na figura 1. Figura 1: suporte de isopor com as pipetas Fonte: autores Em seguida, foi realizada a leitura inicial das amostras, em duplicata. A aparelhagem para medição de altura contava com um suporte para pipeta anexado a uma régua, conforme nas figuras 2 e 3, respectivamente. Figura 2: Medição de altura Fonte: autores Figura 3: Régua para Medição Fonte: autores Repetiram-se as medições durante dois dias com intervalos de 10 minutos no início, passando para intervalos de 30 minutos, a fim de obter uma maior gama de dados. Resultados e discussões Os resultados obtidos nas leituras de comprimento das colunas de difusão dos líquidos estão descritos na tabela abaixo (tempo em segundos e altura em cm). Fonte: dados experimentais A tabela 1 mostra os dados para as amostras em duplicatas, descritas como A e B para cada substância. As mesmas passaram pelo mesmo processo de transferência de massa sob as mesmas condições. A única diferença é as pipetas onde as amostras estavam. Abaixo segue a tabela 2 que mostra os cálculos da distância da interface á extremidade superior. Para o cálculo considerou-se a pipeta de tamanho 27 cm, diminuiu-se pela variação da altura (cm) e multiplicou-se por 100. Fonte: dados experimentais Dada a equação: Nota-se que trata-se de uma equação linear onde tem-se a distância da interface até a extremidade do tubo em função do tempo. O coeficiente difusivo é obtido a partir das condições do ambiente e propriedades da substância juntamente com a linearização dos dados, onde o coeficiente angular da reta é usado. Fração molar de Ar na extremidade do tubo é 1. (Corrente continua de ar). A fração molar de Ar na interface é calculada a partir da seguinte equação: = Pressão de saturação do líquido = Pressão ambiente Para obter-se a pressão de saturação das amostras, utilizou-se a equação de Antoine: Com os dados obtidos e calculados plotou-se os gráficos 1 e 2. Gráfico 1 – Variação da altura da amostra de Acetona A Fonte: dados experimentais Gráfico 2 – Variação da altura da amostra de Acetona B Fonte: dados experimentais O coeficiente difusivo é calculado a partir do coeficiente angular que foi obtido a partir dos gráficos 1 e 2, juntamente com os dados relacionados abaixo: Constante dos gases (cm³.atm/mol.K) = 82,06 Pressão (atm) = 1 Tempetatura (K) = 298 Massa específica (g/cm³) = 0,791 Massa molecular (g/mol) = 58,08 Pressão de saturação (atm) = 0,3066 Y da acetona na extremidade = 0 Y da acetona na interface = 0,3066 Y do ar na extremidade = 1 Y do ar na superfície = 0,6935 O coeficiente de difusividade é calculado a partir da seguinte equação: Para a amostra de Acetona A: Para a amostra de Acetona B: O coeficiente de difusividade da acetona teórico é 0,1010 cm²/s, analisando os dados observou-se que a amostra A ficou mais próximo ao ideal, porém as duas estão com valores além do esperado. Segue abaixo os gráficos 3 e 4 das amostras de N-Hexano: Gráfico 3 – Variação da altura da amostra de N-Hexano A Fonte: dados experimentais Gráfico 4 – Variação da altura da amostra de N-Hexano B Fonte: dados experimentais O coeficiente difusivo é calculado a partir do coeficiente angular que foi obtido a partir dos gráficos 3 e 4, juntamente com os dados relacionados abaixo: Constante dos gases (cm³.atm/mol.K) = 82,06 Pressão (atm) = 1 Tempetatura (K) = 298 Massa específica (g/cm³) = 0,657 Massa molecular (g/mol) = 86,18 Pressão de saturação (atm) = 0,2019 Y do n-hexano na extremidade = 0 Y do n-hexano na interface = 0,2019 Y do ar na extremidade = 1 Y do ar na superfície = 0,7980 Para a amostra de N-Hexano A: Para a amostra de N-Hexano B: O coeficiente de difusividade do N-Hexanoteórico é 0,0829 cm²/s, analisando os dados observou-se que a amostra B ficou mais próximo ao ideal, porém obtém-se um erro bem significativo em relação ao valor teórico. Segue abaixo os gráficos 5 e 6 das amostras de Éter: Gráfico 5 – Variação da altura da amostra de Éter A Fonte: dados experimentais Gráfico 6 – Variação da altura da amostra de Éter B Fonte: dados experimentais O coeficiente difusivo é calculado a partir do coeficiente angular que foi obtido a partir dos gráficos 5 e 6, juntamente com os dados relacionados abaixo: Constante dos gases (cm³.atm/mol.K) = 82,06 Pressão (atm) = 1 Tempetatura (K) = 298 Massa específica (g/cm³) = 0,716 Massa molecular (g/mol) = 74,12 Pressão de saturação (atm) = 0,7162 Y do n-hexano na extremidade = 0 Y do n-hexano na interface = 0,7162 Y do ar na extremidade = 1 Y do ar na superfície = 0,2837 Para a amostra de N-Hexano A: Para a amostra de N-Hexano B: O coeficiente de difusividade do Éter teórico é de 0,0930 cm²/s, analisando os dados observou-se que ambas as amostras resultou-se em valores iguais, porém observa-se um erro significativo em relação ao valor teórico. Fontes de Erros Ao colocar os líquidos nas pipetas, pode ter ocorrido vazamento do líquido ou formação de bolhas, o que pode influenciar diretamente aos dados. O manuseio das pipetas pode também influenciar, já que o contato prolongado da pipeta com a mão do medidor altera as condições do experimento. Outro fator que pode ter causado mudanças nos resultados é a falta de precisão das medições, já que esta avaliação foi feita por diferentes pessoas. Referências bibliográficas HOLMAN, J. P. Transferência de calor. 10ª ed. México: CECSA, 1999. INCROPERA, Frank P. et al. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
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