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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA LABORATÓRIO FENÔMENOS DE OPERAÇÕES TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA Tubarão-SC, 06 de novembro de 2019. Prática: DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DIFUSÃO EM GASES EQUIPE DE TRABALHO: Lucas Neves, Nicolly Remor, Paulo Sergio, Tainá Rocha, Victor Timm. 1. INTRODUÇÃO O coeficiente de difusão em líquidos é muito maior que o coeficiente de difusão em gases e depende fortemente do grau de idealidade da solução. Certas moléculas difundem como moléculas, enquanto outras, designadas como iônicas eletrolíticas, difundem como íons em solução. O coeficiente de difusão ou difusividade de massa é um valor que representa a facilidade com que cada soluto em particular se move em um solvente determinado. É uma proporcionalidade constante entre o fluxo molar devido a difusão molecular e o gradiente na concentração de espécies (ou pela força condutora para a difusão). A difusividade é encontrada na lei de Fick e numerosas outras equações da físico-química, relacionadas com a difusão de matéria ou energia. [1] Para fins de comparação, foram obtidos os coeficientes de difusão teóricos a partir de correlações retiradas da literatura, com isso serão determinados os coeficientes de difusão. 2. REVISÃO TEÓRICA 2.1. DIFUSÃO MÁSSICA / MOLECULAR A transferência de massa por difusão molecular, em consequência de uma diferença de concentrações espacial, é análoga à transferência de calor por condução, embora seja um fenômeno mais complexo, pois ocorre numa mistura com pelo menos duas espécies químicas. Trata‐se do movimento molecular aleatório que leva à mistura completa. Este transporte microscópico independe de qualquer convecção dentro do sistema. Para gases, o fenômeno é explicado pela teoria cinética dos gases a baixas pressões. [2] Na transferência de calor análoga, num gás, por condução, a distribuição das moléculas mais quentes (aquelas que têm um grau maior de movimento molecular casual) tende a se igualar pela mistura casual, em escala molecular. Igualmente, se há um gradiente de velocidade dirigida (distinta da velocidade casual) ao longo de um plano. A velocidade tende à uniformidade como resultado da mistura molecular casual. Há um transporte de quantidade de movimento que é proporcional à viscosidade do gás. [3] Um método simples e bastante preciso para a determinação da difusividade em sistemas gasosos binários, consiste em preencher um tubo fino, transparente, com líquido volátil puro (A) até certo nível e fixá-lo, verticalmente em uma sala onde o ar é continuamente renovado e a temperatura é mantida constante. Esta experiência é conhecida na literatura como experiência de Stefan. [4] 2.2. OBTENÇÃO DAS EQUAÇÕES Considerando estado estacionário de difusão na direção Z, numa mistura binária de espécies A e B e sem nenhuma reação química, para a difusão da espécie A em uma dimensão, a equação do fluxo molar pode ser escrita da seguinte forma: Na Equação 1 estão representados os efeitos causados no fluxo molar por difusão (A), sendo esta expressão proveniente da Primeira Lei de Fick, e convecção (B), conforme mostrado abaixo, na Figura 1. Quando não há ventilação forçada, o efeito da convecção é mínimo se comparado a difusão.A B Fluxo molar por difusão (A) e convecção (B). Separando as variáveis da equação, esta pode ser expressa como: Para a mistura gasosa, à pressão e temperatura constantes, C e DAB são constantes, independentemente da posição e composição. Na Equação 1.1, todos os fluxos molares também são constantes. Com isso, esta pode ser integrada com as seguintes condições de contorno: Onde 1 indica o começo da difusão e 2 indica o término. Depois da integração com as condições de contorno mostradas acima, a equação resultante é a seguinte: Em estado estacionário, para difusão de um componente A em um meio estagnado B, NB = 0 e NA = constante. Então a equação se torna: Considerando que para um gás ideal , e que é igual à distância percorrida no caminho de difusão (Z) e que na mistura de gases , então a equação do fluxo molar de A na direção Z, fica: Supondo que se tenha um líquido em um tubo e em um tempo dt o nível de líquido no tubo cai a uma distância dz, o volume de líquido evaporado será dado por , onde a é a área da seção transversal do tubo. Se a densidade do líquido é 𝜌𝐴 e o peso molecular MA, a evaporação molar de A, será igual a e a taxa de evaporação será: Igualando as equações 1.4 e 2, obtém-se: Organizando a Equação 3 para a integração: Após feita a integração chega-se em: Organizando a Equação 3.3, obtém-se a Equação 3.4 para difusão de um componente A em um meio estagnado B, onde se pode determinar o coeficiente de difusão de A em B através de experimento laboratorial. Onde: Z e Z0 – distância entre a extremidade aberta do capilar e o nível do líquido no tempo t; MA – massa molecular de A; P – pressão atmosférica local; R – constante dos gases; T – temperatura absoluta; DAB – coeficiente de difusão de A em B; yB2 – fração molar de B na extremidade superior do tubo; yB1 – fração molar de B na interface gás-líquido; A – massa específica de A; t – tempo decorrido. A equação 3.4 também pode ser expressa da seguinte forma: Onde: A Equação 3.5 sugere que um gráfico de versus t apresentará uma correlação linear com um coeficiente angular igual a α. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS · Conjunto de medida constituído pela célula de Stefan; · Éter dietílico; · Barômetro; · Termômetro; · Cronômetro. 3.2. MÉTODOS Para a realização dos experimentos precisou-se preencher os tubos de vidro da célula de Stefan com o líquido de medida (éter dietílico), e deixar o sistema se estabilizar por cerca de uma hora. Logo após isso foi anotado a distância da extremidade livre do tubo até a interface do líquido no tubo, anotado também a pressão barométrica e a temperatura ambiente. Foram feitas as medidas durante sete dias para a obtenção dos parâmetros solicitados para a realização dos cálculos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o cálculo do experimento, relacionaram-se as amostragens calculando-se o tempo decorrido e a diferença do quadrado da distância entre a extremidade aberta do capilar e o nível do líquido no tempo t, como apresentado na Tabela 1. Tabela 1 - Relação dos dados da amostragem. Dia Hora Tempo decorrido(h) Tempo (s) Z (cm) Z²-Z0² (cm²) T (ºC) 16/10 20:30 0 0 10,45 0 22 17/10 20:30 24,00 86400 12,95 58,50 24 18/10 19:45 47,25 170100 15,55 132,60 24 21/10 08:00 107,50 387000 20,35 304,92 21 21/10 11:30 111,00 399600 20,55 313,10 21 22/10 21:00 144,50 520200 22,35 390,32 21 23/10 21:00 168,50 606600 23,95 464,40 24 24/10 15:45 187,25 674100 25,15 523,32 26 Fonte: Autores, 2019. Com os dados obtidos, gerou-se um gráfico relacionando o tempo decorrido em segundos juntamente com a diferença do quadrado da distância entre a extremidade aberta do capilar e o nível do líquido no tempo t, adicionando-se uma linha de tendência e encontrando o coeficiente angular da reta. Gráfico 1 - Coeficiente Angular dos Dados de Difusividade. Fonte: Autores, 2019. Para dar continuidade ao cálculo da determinação do coeficiente de difusão em gases, necessita-se de outros dados determinados como parâmetros de cálculo. Os mesmos estão descritos abaixo: · Pressão ambiente – P = 101325 Pa; · Media de temperaturas – T = 296,02 K; · Massa molecular – Ma = 74,12 ; · Densidade – ρA = 785,60 . Para o cálculo do Coeficiente de Difusividade do componente A em B (DAB), é necessário encontrar a fração molar de ar, na extremidade do tubo e na interface de líquido vapor. Para o cálculo deste parâmetro, utiliza-se a Equação de Antoine, possibilitando-se encontrar a pressão de vapor (Pvap), onde através deste, encontra-se a concentração do componente A (éter dietílico) na interface entre líquido e vapor. Sendo: · A = 6,78574 · B = 994,2 · C = 220 Logo, Pvap é igual a 492,3526, dividindo-sepela pressão atmosférica que é 760 mmHg encontra-se a concentração de éter na interface líquido vapor, yA1 = 0,6478, podendo-se ainda encontrar o valor da concentração de ar na interface líquido vapor diminuindo-se este valor de 1 então yB1 =0,3522. Como é sabido, na parte superior do tubo não há éter etílico, havendo somente ar yB2 = 1 e yA2 = 0. Sendo assim, o DAB encontrado é igual a 0,09867 cm²/s. 5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES Através da análise feita a partir dos resultados experimentais e dos cálculos realizados, pode-se concluir que os números foram muito regulares levando-se em consideração que a pressão e a temperatura permaneceram constantes durante o experimento. Constatou-se que o experimento realizado para determinação do coeficiente de difusividade do éter etílico no ar pode gerar um valor com boa aproximação do valor teórico encontrado na literatura a uma temperatura de 293 K. A comparação entre o valor experimental obtido e o valor encontrado na literatura permite dizer, que o valor encontrado foi próximo ao experimental encontrado na literatura que era de 0,07780 para o éter etílico, uma diferença mínima ao valor calculado nesse experimento foi de 0,001408 . A comparação entre o valor experimental obtido e o valor encontrado na literatura permite dizer, que o modelo utilizado é eficiente na determinação experimental do coeficiente de difusividade do éter etílico no ar. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Everton G. D.e Santana; Medida do coeficiente de difusão, Disponível em: < www.fisica.ufs.br>; [2] Portal Laboratório virtual de processos químicos. Disponível em: <http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=249&Itemid>; [3] BENNETT, C. O. e MYERS, J. E. - Fenômenos de Transporte - Editora McGraw-Hill, São Paulo, 1978. [4] SHERWOOD et alii p. 90; BIRD et alii p.522 PERRY, Robert H. chemical Engineers Handbook, São Paulo, 2007. 7. MEMORIAL DE CÁLCULO 7.1. CÁLCULO DA TEMPERATURA MÉDIA 7.2. CÁLCULO DA FRAÇÃO Dados: · a = 6,78574 · b = 994,2 · c = 220 · T = 28,50°C 492,3526 · Concentração de éter na interface do líquido (yA1): Dados: · Patm = 760 mmHg · PVAP = 492,3526 mmHg · Concentração do ar na interface do líquido (yB1): 7.3. CÁLCULO DO COEFICIENTE DE DIFUSÃO Dados: · (Z²-Z0²) = 0,0008 (coeficiente angular da reta); · ρ = 785,60 ; · P = 101325 Pa · R = 8,314 ; · T = ; · Ma = 74,12 ; · yB1 = 0,3522; · yB2 = 1; Comparando-se com o Dab teórico que de acordo com a literatura tem-se que: Corrigindo Dab para a temperatura media encontrada no experimento:
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