Buscar

1 MPA GEN CITOGENETICA FARMÁCIA 2018

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MATERIAL PEDAGÓGICO DE APOIO – Profa. Dra. Marlene Boccatto
CURSO: Farmácia DISCIPLINA: Genética e Citogenética
Genética (grego genne = fazer nascer) – Ciência que estudo a hereditariedade e variação dos organismos. –1900 – Marca o início da genética moderna – Mendel - Biologia molecular. 
Citogenética – É a ciência que estuda a constituição genética da célula através da análise dos cromossomos. –Aberrações cromossômicas: Estruturais e Numéricas.
CROMOSSOMOS (português brasileiro) ou cromossoma (português europeu) - Kroma=cor, soma=corpo - são filamentos espiralados de cromatina, existente no suco nuclear de todas as células, que coram intensivamente com uso de corante citológico (carmin acético, orceína acética, reativo de Schiff), composto por DNA e proteínas, sendo observável à microcopia de luz durante a divisão celular. É uma longa sequência de DNA, que contém vários genes, e outras sequências de (nucleotídeos) com funções específicas nas células dos seres vivos.
CROMOSSOMOS HOMÓLOGOS ou cromossomas homólogos são cromossomos iguais entre si (do grego homologos = igual, semelhante) que juntos formam um par. Os cromossomas nesse par são também designado por bivalentes. São cromossomos de origem paterna e materna que apresentam genes para as mesmas características. Esses genes têm localização idêntica nos dois cromossomos (genes alelos). São cromossomos que apresentam a mesma morfologia (tamanho e forma), e são portadores dos mesmos genes, pareiam-se durante a meiose e entre eles ocorrem permutas. Um proveniente da mãe e outro do pai, apresentam no mesmo locus gênico, genes para a mesma proteína ou para proteínas muito parecidas.
GENE (Genetica clássica) - segmento de molécula de ácido desoxiribonucléico (DNA) que contém uma informação codificada para determinada característica Ex. AA, Aa, aa.
GENE – (Genética molecular) - sequência de nucleotídeos (pedaço do DNA) que é transcrita em RNA. E o RNA mensageiro será traduzido em proteína. 
ALELO - uma dentre duas ou mais formas que podem existir em um único lócus gênico.
Os cromossomos homólogos têm os mesmos locos gênicos. Assim, para cada loco gênico um indivíduo tem dois genes, um em cada cromossomo homólogo, responsáveis pela mesma característica fenotípica.
ALELOS MÚLTIPLOS - gene que tem mais do que duas formas de alelos. Ex. grupos sangüíneos do sistema ABO são determinados por três genes alelos: gene A, que determina a presença do antígeno A nas hemácias; gene B, a do antígeno B nas hemácias e gene O, que determina presença de nenhum antígeno nas hemácias.
POLIMORFISMO GENÉTICO - ocorrência de múltiplos alelos num loco, onde pelo menos dois alelos aparecem com freqüências superiores a 1%. Ex. alelos comuns A, B e O.
HETEROZIGOTO - indivíduo ou genótipo com dois alelos diferentes em dado locus num par de cromossomos homólogos (Aa). 
HOMOZIGOTO - indivíduo ou genótipo com alelos idênticos em dados locus num par de cromossomos homólogos (AA ou aa).
DOMINANTE, ALELO - um alelo que expressa seu efeito fenotípico, mesmo quando em heterozigoze, para um alelo recessivo; assim, se A é dominante em relação a, AA e Aa terão o mesmo fenótipo.
RECESSIVO, ALELO - um alelo cujo efeito fenotípico não é expresso no heterozigoto. (expressa seu efeito fenotípico apenas em homozigotos ou hemizigotos). 
Um gene não age isolado, seus efeitos dependem não só de suas próprias funções, mas também das funções de outros genes e do ambiente.
LEIS MENDEL
Por volta de 1860, Gregor Mendel experimentou diversos cruzamentos entre pés de ervilha da variedade Pisum sativum, que apresentavam diferenças de caracteres facilmente observáveis, como a superfície lisa ou rugosa das sementes e sua cor verde ou amarela. Determinou, em seguida, a proporção de descendentes que herdavam um e outro caráter e acompanhou as modificações dessa proporção ao longo de gerações sucessivas.No caso de um caráter tal como a cor da semente. As sementes eram deixadas para amadurecer nas hates das plantas. No caso de um caráter tal como a cor da semente, a classificação podia ser realizada imediatamente; mas para caracteres como a tamanho da planta pudessem ser classificados as sementes tinham que ser plantadas na estação seguinte e esperar que as plantas amadurecessem. Experiências de hibridização foram realizadas durante várias gerações e retrocruzamentos foram feitos entre híbridos e variedades paternas puras. 
A escolha da planta A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes. Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes com as mesmas características das plantas genitoras. A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem e altura da planta. Elas são relacionadas na tabela que segue. 
	Característica
	Dominância
	Recessividade
	Tipo de inflorescência
	axilar
	terminal
	Forma da casca da semente
	lisa
	rugosa
	Cor dos cotilédones
	amarelos
	verdes
	Cor da casca da semente
	cinza
	branco
	Forma da vagem
	normal
	sulcada
	Cor da vagem
	verde
	amarela
	Altura da planta
	alta
	anã
A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários experimentos efetuados por Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º lei: “Cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”, isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator.
Mendel não tinha ideia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam.
1o Lei de Mendel – (Monoibrídismo) Os dois membros de um par de genes segregam um do outro nos gametas, de modo que metade dos gametas carrega um membro do par e a outra metade porta o outro membro do par de genes.
Cada caráter e condicionado por dois fatores. Eles se separam na formação dos gametas, indo apenas um fator por gameta (Lei da segregação de genes). 
As bases celulares da segregação
A redescoberta dos trabalhos de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde estão os fatores hereditários e como eles se segregam?
	
	
	Em 1902, enquanto estudava a formação dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos homólogos levava à segregação dos fatores.
Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir), e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da semente de ervilha,por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do gene para cor da semente. 
Exemplo da primeira lei de Mendel em um animal
Vamos estudar um exemplo da aplicação da primeira lei de Mendel em um animal, aproveitando para aplicar a terminologia modernamente usada em Genética. A característica que escolhemos foi a cor da pelagem de cobaias, que pode ser preta ou branca. De acordo com uma convenção largamente aceita, representaremos por B o alelo dominante, que condiciona a cor preta, e por b o alelo recessivo, que condiciona a cor branca. 
Uma técnica simples de combinar os gametas produzidos pelos indivíduos de F1 para obter a constituição genética dos indivíduos de F2 é a montagem do quadrado de Punnet. Este consiste em um quadro, com número de fileiras e de colunas que correspondem respectivamente, aos tipos de gametas masculinos e femininos formados no cruzamento. O quadrado de Punnet para o cruzamento de cobaias heterozigotas é: 
	B
Gametas paternos
Bb
b
	Gametas maternos 
B b 
	
	BB
Preto
	Bb
Preto
	
	Bb
Preto
	bb
Branco
Parental (linhagem pura) AA (normal) x aa (albino)
F1 (1o geração) Aa Aa Aa Aa 100% normal
F1xF1			 	 Aa (normal) x Aa (normal)
F2 (2o geração) AA Aa Aa aa ¾ ou 75% normal e ¼ ou 25% albino
Resumo do modo operandi para estabelecimento de herança mendeliana simples
Procedimento experimental: 
1.Escolher linhagens puras exibindo uma diferença de caráter 	(flores púrpuras versus brancas).
2.Intercruzar as linhagens.
3. Autofecundar os indivíduos F1.
Resultados: F1 é toda púrpura, F2 é ¾ púrpura e ¼ branca
Deduções: 1. A diferença de caráter é controlada por um gene importante : para a cor da flor.
2. O alelo dominante deste gene causa pétalas púrpuras; o alelo recessivo causa pétalas brancas.
2o Lei de Mendel – Durante a formação de gametas, a segregação de um par de genes é independentemente dos outros pares de genes.
A segunda Lei de Mendel : ( Diibridismo) Os genes para dois ou mais caracteres são transmitidos aos gametas de forma totalmente independente , um em relação ao outro. A segunda lei também e conhecida como lei de segregação independente. 	Uma fórmula, onde e fácil descobrir quantos tipos de gametas são possíveis é 2n, onde n representa número de heterozigotos do genótipo. Essa formula só indica o número, para sabermos os tipos é usado o sistema de chaves. 
Por não ser pratico a Segunda lei de Mendel pode ter seu uso substituído por noções de probabilidade. Condição: as características tem que estar em cromossomos diferentes, se ocorrer o contrário ( dois caracteres estarem no mesmo cromossomo é um caso de Linkage ). 
A segunda lei, a da transmissão independente, dispõe que cada caráter é herdado independentemente dos caracteres restantes. Para chegar a essa conclusão, Mendel cruzou plantas que diferiam em dois caracteres (di-híbridos) e cujo genótipo era, por exemplo, AaBb. Quando se formaram as células reprodutoras, originaram-se quatro tipos distintos: AB, Ab, aB e ab, que se combinaram de todas as formas possíveis com os mesmos tipos do outro indivíduo:
No total, obtêm-se 16 genótipos possíveis, que aparecem no quadro acima. Manifestarão o duplo caráter A e B os seguintes: AABB, AABb, AaBB, AaBb, AAbB, AabB, aABB, aABb e aAbB, num total de nove genótipos. O caráter dominante A com o recessivo b está em três indivíduos: AAbb, Aabb e aAbB; o recessivo a e o dominante B em outros três: aaBB, aaBb e aabB; e os recessivos a e b só aparecem em um, o aabb. A proporção é, portanto, 9/3/3/1. As leis de Mendel cumprem-se em todos os seres vivos dotados de reprodução sexuada e nos quais se formam células reprodutoras especiais.
CRUZAMENTO-TESTE - é um tipo de experimento em que um indivíduo de fenótipo dominante, cujo genótipo é desconhecido, é cruzado com um indivíduo de fenótipo recessivo e necessariamente homozigoto.
Se no cruzamento-teste forem produzidos dois tipos de descendente, com fenótipos dominante e recessivo, conclui-se que o genitor testado é heterozigoto (Aa x aa). Se, por outro lado, todos os descendentes, em número razoável, tiverem fenótipo dominante, tem-se certeza de que o indivíduo testado é homozigoto (AA x aa).
RETROCRUZAMENTO - algumas vezes o cruzamento-teste é também chamado retrocruzamento. Esse termo é indicado para indicar que o indivíduo da geração F2, possuidor do fenótipo dominante (duvidoso), é cruzado com um indivíduo de fenótipo recessivo, como um de seus avós.
PADRÕES DE HERANÇA MONOGÊNICA
Herança de um caráter condicionado por um único gene ou par de genes com dois ou mais alelos. 
Na prática clínica, a maior importância da genética é seu papel na etiologia de um grande número de distúrbios de cromossomos. 
Os distúrbios monogênicos, denominados mendelianos, caracterizam-se por seus padrões de transmissão nas famílias. A fim de estabelecer o padrão de transmissão, a primeira etapa habitual é obter informações sobre a história familial do paciente e resumir os detalhes na forma de heredograma (diagrama de uma história familial indicando os familiares, sua relação com o probando – o familiar através do qual a família é averiguada – e seu estado a respeito de uma condição hereditária) por meios de símbolos padronizados. A obtenção de história familial abrangente é uma primeira etapa fundamental na análise de qualquer distúrbio. Uma história familial adequada deve incluir informações sobre os parentes, nos vários ramos da família pelo menos até os avós e seus irmãos, os pais, os irmãos, os tios e os primos em primeiro grau do paciente. A história deve conter detalhes como nomes, datas de nascimento, morte, mortes precoces de lactentes, partos de natimortos e abortos espontâneos. Deve-se documentar a consanguinidade dos pais, bem como antecedentes geográficos e étnicos. 
Existem quatro padrões básicos de Herança Monogênica:
Herança Autossômica Dominante Herança Autossômica Recessiva
Herança Dominante Ligada ao X Herança Recessiva Ligada ao X
A distinção entre a herança autossômica e ligada ao X depende da localização cromossômica do gene. Um critério de exclusão de herança ligada ao X é a transmissão do fenótipo de homem para homem. 
Uma herança é dominante quando um fenótipo é expressado da mesma maneira em homozigotos e heterozigotos e é recessiva quando somente expressado em homozigotos.
Os padrões mostrados pelos distúrbios monogênicos nos heredrogramas dependem principalmente de dois fatores:
a localização do lócus do gene, que pode ser autossômica (situada num cromossomo autossomo), ou ligado ao X (situada no cromossomo X)
se o fenótipo é dominante (expressas até mesmo quando apenas um cromossomo de um par possui o alelo variante) ou recessivo (expressado apenas quando ambos os cromossomos de um par possuem o alelo variante).
Assim, existem apenas quatro padrões de herança monogênica: Herança Autossômica Dominante ou Recessiva e Herança Ligada ao X Dominante ou Recessiva. 
Existem duas considerações a serem feitas:
Os indivíduos do sexo masculino apresentam apenas um cromossomo X e, portanto, diz-se que são hemizigotos em relação aos genes ligados ao X, em vez de homo ou heterozigoto; os homens 46,XY jamais serão heterozigotos para os caracteres ligados ao X.
Para compensar o complemento duplo de genes ligados ao X nas mulheres, em oposição ao componente único nos homens, os alelos em apenas um dos dois cromossomos X são expressados em qualquer célula feminina, ao passo que ambos os alelos de qualquer lócus autossômico são ativos (compensação de dose em mamíferos: hipótese de Lyon – cromatina sexual ou corpúsculo de Barr). Ex. pelagem malhada preto e amarelo nas fêmeas de gatos e pelagem preta ou amarela nos machos .
A inativação de um cromossomo X explica porque a quantidade de produto dos genes localizados no cromossomo X é a mesma em machos e fêmeas, apesar da diferença de dose gênica (o machocom um só X e a fêmea com dois).
Esta observação, entretanto, não é valido para o cromossomo X inteiro, existem regiões que permanecem sempre ativas (=desesperilizadas na interfase). Nestas regiões existem vários genes que se comportam como se estivessem localizados em um autossomo.
Mulheres heterozigotas para genes localizados nos cromossomos X expressam o alelo dominante em algumas células e o alelo recessivo em outras. Isto explica o fato de algumas mulheres heterozigotas para o gene do daltonismo (XDXd) terem visão normal em um dos olhos e serem daltônicas do outro. O cromossomo inativado nas células de um olho é portador do alelo recessivo que condiciona cegueira a cores (Xd). 
OBS: Herança liga ao Y– genes estão situados no cromossomo Y . Esses genes são denominados genes holândricos. Ex. hipertricose auricular – presença de pelos na orelha. Alguns autores denominam a herança ligada ao Y de herança restrita ao sexo, uma vez que esses genes estão presentes apenas nos indivíduos do sexo masculino.
HERANÇA AUTOSSÔMICA
Herança Autossômica Dominante Herança Autossômica Recessiva
Ex. Síndrome de Waardemburg Ex. galactossemia
WW – Síndrome de Waardemburg GG - normal
Ww – Síndrome de Waardemburg Gg – Norma
ww – normal gg - galactossemia
HERANÇA LIGADA AO X
Herança Ligada ao X Dominante Ex. Síndrome de Rett 
Mulher XRXR – Síndrome de Rett Homem XRY – Síndrome de Rett
	 XRXr – Síndrome de Rett XrY - Normal
 XrXr - Normal
Herança ligada ao X recessiva Exs. daltonismo, hemofilia, distrofia muscular de Duchenne.
Mulher XDXD – normal Homem XDY - Normal 
	 XDXd – Normal (portadora) XdY - daltônico
 XdXd - daltônica
DISTROFIA MUSCULAR DO TIPO DUCHENNE (DMD) http://www.abdim.org.br/neuro.htm
Dentre as formas conhecidas de Distrofia Muscular, a mais comum é a do tipo Duchenne. Esta doença atinge apenas meninos, numa incidência de 1 para cada 3.500 nascimentos masculinos. Os primeiros sintomas da doença são: quedas freqüentes, dificuldade para correr e subir escadas. Geralmente, eles se manifestam por volta de três a cinco anos de idade, e vão se agravando progressivamente, levando à incapacidade para andar, na maioria dos casos, no início da adolescência. A DMD é uma doença genética de herança recessiva, ligada ao cromossomo X. O gene da DMD está localizado no braço curto do cromossomo X, numa região denominada Xp21. Como na mulher existem dois cromossomos X, se um deles tiver o gene defeituoso, o outro cromossomo X garantirá o bom funcionamento dos músculos. Assim sendo, a mulher pode ser portadora do gene da DMD, mas ela não tem a doença. Portanto a DMD afeta apenas o sexo masculino porque nele só há um cromossomo X. Sabe-se que cerca de 2/3 de todos os casos de DMD são herdados da mãe, que chamamos de portadora assintomática do gene, e que nos 1/3 restantes dos casos, ocorre uma mutação nova na criança com distrofia, sem que o gene tenha sido herdado. Nesses casos, não há risco de recorrência para futuros filhos. Em 1987, dois grupos de pesquisadores, um nos Estados Unidos e outro no Canadá, identificaram e isolaram o gene da DMD e DMB. Isto significou um grande avanço no conhecimento destas doenças, tanto no diagnóstico como na detecção de portadoras. A partir desta descoberta, e com a introdução de novas técnicas da Biologia Molecular, tornou-se possível analisar diretamente o gene responsável pelas Distrofias do tipo Duchenne e Becker. Verificou-se que em cerca de 70% dos pacientes, um pedaço minúsculo do gene está faltando. Dizemos então que há uma deleção de DNA. Nos 30% dos pacientes restantes, não é possível identificar a deleção. Isto não significa que eles não tenham a mesma doença, mas sim, que as técnicas que dispomos atualmente não permitem, nesses casos, visualizar o defeito genético. Há alguns anos, para saber se uma mulher era portadora do gene da DMD ou DMB, era realizado um estudo de enzimas musculares, principalmente a CK (Creatinofosfoquinase). Valores aumentados dessa enzima no sangue indicavam que a mulher era portadora do gene, e portanto, tinha risco alto de vir a ter filhos com distrofia. Valores normais no entanto, não permitiam uma conclusão segura. Atualmente, por meio do exame de DNA, é possível, na maioria dos casos, detectar com segurança se uma mulher é portadora ou não do gene da DMD ou DMB e é possível também, a realização do diagnóstico pré-natal, que consiste em se saber, numa fase bem precoce da gravidez, se o feto herdou ou não o gene defeituoso, ou seja, se será uma criança normal ou afetada pela distrofia (com 95% a 99% de certeza). Outra importante conseqüência da descoberta do gene da DMD e DMB foi a identificação do produto que este gene codifica: uma proteína chamada Distrofina, que está ausente ou em quantidade muito diminuída nos meninos afetados pela DMD, e alterada, porém parcialmente funcional, nos pacientes com DMB. 
Hoje sabemos que a Distrofina faz parte de um complexo de proteínas, todas elas necessárias para a manutenção da permeabilidade da membrana da célula muscular. Na deficiência total ou parcial da Distrofina, haverá uma degeneração progressiva dos músculos esqueléticos.
Roteiro de estudo
 1. Conceitue herança monogênica.
2. Descreva os dois principais fatores de que dependem os padrões mostrados pelos distúrbios monogênicos?
3. Cite os quatro tipos de heranças monogênicas e descreva as duas considerações a serem feitas sobre esta classificação.
4. Comente sobre a hipótese de Lyon (compensação de dose em mamíferos – corpúsculo de Barr ou cromatina sexual). 
5. Sabe-se que o casamento consangüíneo, ou seja, entre indivíduos que são parentes próximos, resulta numa maior freqüência de indivíduos com anomalias genéticas. Isso pode ser justificado pelo fato de os filhos apresentarem:
maior probabilidade de heterozigoses recessivas 
maior probabilidade de homozigozes recessivas 
menor probabilidade de heterozigoses dominantes 
menor probabilidade de  homozigoses dominantes 
menor probabilidade de homozigoses recessivas
6. A fibrose cística é um dos mais freqüentes distúrbios autossômicos recessivos. Que proporções (fenotípicas e genotípicas) poderíamos esperar nos descendentes originados de casamentos de indivíduos heterozigotos para a fibrose cística? (Faça o diagrama dos resultados). 
7. A hipertemia maligna devida à ação do halotano (um anestésico) é causada por um gene autossômico dominante raro. Que proporções (fenotípicas e genotípicas) poderíamos esperar nos descendentes originados de casamentos de indivíduos heterozigotos para a hipertemia maligna? (Faça o diagrama dos resultados).
8. Acondroplasia é uma forma de nanismo herdado como caráter monogênico simples. Dois anões acondroplásicos se casam e tem um filho anão, mais tarde tem um segundo filho normal:
a acondroplasia é recessiva ou dominante? Explique.
Quais são os genótipos dos dois genitores neste cruzamento?
Qual é a probabilidade de um próximo filho ser normal? E ser anão?
9. Talassemia é uma doença hereditária do sangue humano que resulta em anemia. Nos homozigotos (TMTM) ocorre anemia aguda (talassemia maior) e uma forma mais suave (talassemia menor) é encontrada nos heterozigotos (TMTN). Os indivíduos normais são homozigotos (TNTN). Que proporções (fenotípicas e genotípicas) poderíamos esperar na geração F1 originária de casamentos de indivíduos com talassemia menor? (Faça o diagrama dos resultados).
10. A hemofília A é uma doença que se caracteriza pelo retardo no tempo de coagulação do sangue. Tal doença está presente nos cachorros (e também na espécie humana) e é condicionada por um gene recessivo (h), localizado no cromossomo X. Determine todos os tipos possíveis quanto a esse par de genes e seus fenótipos correspondentes em homens e mulheres?
11. A hemofília é condicionadapor um gene recessivo ligado ao sexo. Determine os genótipos e fenótipos dos possíveis descendentes de:
A. casamento entre uma mulher normal, filha de pai hemofílico, e um homem normal.
B. casamento entre uma mulher normal homozigota e um homem hemofílico
12. Um tipo comum de daltonismo (cegueira para cores) na espécie humana é condicionada por um gene recessivo (d) localizado no cromossomo X e cujo alelo dominante (D) condiciona visão normal. 
A. Determine todos os tipos possíveis quanto a esse par de genes e seus fenótipos correspondentes em homens e mulheres?
B. casamento entre uma mulher normal, filha de pai daltonico, e um homem normal.
C. casamento entre uma mulher normal homozigota e um homem daltonico
13. A distrofia muscular de Duchenne é uma moléstia grave que condiciona incapacitação e morte antes da idade de reprodução, causada por um gene recessivo ligado ao X. Como se explica a ocorrência sistemática desses casos, se os indivíduos afetados não se reproduzem? 
HEREDOGRAMA – GENEALOGIA - Introdução à Análise de Genealogias
Através do estudo das genealogias é possível identificar várias formas de herança e, para isto, usamos o heredograma (carta genealógica ou “pedigree”), que é a representação gráfica dos indivíduos relacionados por parentesco. A análise dos heredogramas pode permitir se determinar o padrão de herança de certa característica genética (se é autossômica, se é dominante ou recessiva, etc.). Permite, ainda, descobrir o genótipo das pessoas envolvidas, se não de todas, pelo menos de parte delas. Quando um dos membros de uma genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos determinar se ele é homozigoto dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_, B_ou C_, por exemplo. As Genealogias podem mostrar a hereditariedade das doenças genéticas humanas.
As convenções mais utilizadas na elaboração dos heredogramas são:  
  A montagem de um heredograma obedece a algumas regras: 
1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à direita, sempre que for possível. 
2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita. 
3ª) Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de cada geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos, da esquerda para a direita. Outra possibilidade é se indicar todos os indivíduos de um heredograma por algarismos arábicos, começando-se pelo primeiro da esquerda, da primeira geração. 
Interpretação dos Heredogramas
A primeira informação que se procura obter, na análise de um heredograma, é se o caráter em questão é condicionado por um gene dominante ou recessivo. Para isso, devemos procurar, no heredograma, casais que são fenotipicamente iguais e tiveram um ou mais filhos diferentes deles. Se a característica permaneceu oculta no casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene recessivo. Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam que o caráter presente no filho é recessivo! 
Uma vez que se descobriu qual é o gene dominante e qual é o recessivo, vamos agora localizar os homozigotos recessivos, porque todos eles manifestam o caráter recessivo. Depois disso, podemos começar a descobrir os genótipos das outras pessoas. Devemos nos lembrar de duas coisas:
1ª) Em um par de genes alelos, um veio do pai e o outro veio da mãe. Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele deve ter recebido um gene recessivo de cada ancestral.
2ª) Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para todos os seus filhos. Dessa forma, como em um “quebra-cabeças”, os outros genótipos vão sendo descobertos. Todos os genótipos devem ser indicados, mesmo que na sua forma parcial (A_, por exemplo).
 Exemplo:
 Em uma árvore desse tipo, as mulheres são representadas por círculos e os homens por quadrados. Os casamentos são indicados por linhas horizontais ligando um círculo a um quadrado. Os algarismos romanos I, II, III à esquerda da genealogia representam as gerações. Estão representadas três gerações. Na primeira há uma mulher e um homem casados, na segunda, quatro pessoas, sendo três do sexo feminino e uma do masculino. Os indivíduos presos a uma linha horizontal por traços verticais constituem uma irmandade. Na segunda geração observa-se o casamento de uma mulher com um homem de uma irmandade de três pessoas.
Os seres humanos possuem 22 pares de cromossomos autossomos (cromossomos do1 ao 22) e 1 par de cromossomos sexuais (mulher XX – homem XY)
HERANÇA MONOGÊNICA AUTOSSÔMICA 
Cromossomos autossomos (cromossomos não sexuais). Pode ser transmitida de pai para filho(a) ou de mãe para filha(o);
1.1 Herança monogênica autossômica dominante.
Exs: Doença de Huntington, Acondroplasia(nanismo), neurofibromatose e Hipertemia maligna.
Elementos de uma característica autossômica dominante:
1. É necessário apenas um alelo (gene) para ser afetado por essa característica - Heterozigotos (Aa) são afetados.
2. A característica está presente em todas as gerações (não “pula” geração)
3. Distribui-se de modo igual entre homens e mulheres. Afeta homens e mulheres igualmente
4. Indivíduos afetados são filhos(as) de casais onde pelo menos um dos cônjuges é afetado. Somente afetados, em geral, possuem filhos afetados. O indivíduo afetado Aa provavelmente transmite a característica a 50% da progênie. Se o afetado for AA TODOS (100%) os filhos(as) herdarão a característica. Portanto, indivíduos não afetados nunca transmitem a característica. Dessa forma, um casal normal (aa) não tem filhos afetados (a no ser que haja mutação ou penetrância incompleta).
OBS: Doença de Huntington– degeneração cerebral – ocorre aos 40-50 anos de idade. A doença de Huntington é uma doença que exibe penetrância completa – o que significa que se você possuir o alelo mutante (A)– sempre terá o fenótipo da doença.
Entretanto, para a maioria das doenças, se o indivíduo for Aa terá probabilidade de não apresentar a doença. Isto ocorre em virtude da penetrância incompleta – possuir o alelo mutante não significa que sempre apresentar o fenótipo da doença. Heterozigotos (Aa) exibem a característica com probabilidade p < 100%. 
Exemplos de doenças que mostram penetrância incompleta:
Câncer de cólon: ~80% dos indivíduos com genótipo Aa desenvolverão câncer
Diabetes tipo I (diabetes de início na juventude): exibe ~30% de penetrância
Câncer de Mama: ~85% dos indivíduos com alelo mutante desenvolver câncer de mama 
Cite o tipo e três características da herança do heredograma abaixo 
Herança monogênica autossômica dominante
1. Indivíduos afetados em todas as gerações.
2. Ocorre em homens e mulheres.
3. Indivíduos afetados são filhos de casais onde um dos pais é afetado. Filhos de pessoas afetadas (Aa) têm 50% de chance de manifestar o caráter.
Herança monogênica autossômica recessiva
Exs: albinismo, fibrose cística, fenilcetonúria e galactosemia
 
Albinismo http://www.teliga.net/2011/05/padroes-de-heranca-genetica.html
Elementos de uma característica autossômica recessiva:
1. Não está presente em todas as gerações - Ocorre saltos de gerações. Em uma grande genealogia pode haver apenas 1 ou 2 pessoas afetadas. 
2. Os afetados, em geral, possuem genitores normais, sendo que casal normal possui 25% (1/4) de chances de terem filhos(as) afetados(as). O caráter aparece tipicamente apenas entre irmãos, mas não em seus pais, descendentes ou parentes.
3. Os filhos dos indivíduos afetados nem sempre são atingidos (não é comumente transmitida para a próxima geração). 
4. Os dois sexos são igualmente afetados.
5. Existe maior probabilidade de indivíduos afetados quando os pais são parentes (consangüíneos). Archibald Garrod (Médico ~1900’s) estudou este tipo de hereditariedade com pacientes de doença alcaptonúria – a urina da pessoa torna-se preta na exposição ao ar e descobriu que 8/17 eram filhos de casamentos entre primos de primeiro grau. A endogamia aumenta a chance que um alelo de doença(a), raro na população, torne-se homozigoto (aa). por ex., casos de albinismo são causados por casamentos entre primos de primeiro grau. O trabalho de Garrod levou ao trabalho de Beadle e Tatum, que em 1942 desenvolveram a noção de que um gene correspondia a uma enzima.
Cite o tipo e três características da herança do heredograma abaixo
Herança monogênica autossômica recessiva
1. Não está presente em todas as gerações.
2. Os afetados possuem genitores normais, sendo que casal normal possui 25% (1/4) de chances de terem filhos(as) afetados(as). 
3. Ocorre em homens e mulheres.
2. HERANÇA MONOGÊNICA LIGADA AOS CROMOSSOMOS SEXUAIS X E Y
O cromossomo Y humano recombina com o cromossomo X apenas em pequenos pedaços de regiões pseudoautossômicas nos telômeros chamada região não recombinante do cromossomo Y "NRY" (que compreendem cerca de 5% do comprimento do cromossomo). Estas regiões são relíquias de antigas homologias entre os cromossomos X e Y. Os genes presentes nesta região são utilizados para a detecção direta da linhagem paterna ancestral. Existem regiões no cromossomo X não homólogas ao Y. As mulheres possuem dois cromossomos X, enquanto os homens possuem apenas um.
Fonte: http://www.teliga.net/2011/05/padroes-de-heranca-genetica.html
A diferença de tamanho aliada à falta de homologia dos cromossomos sexuais humanos faz com que a herança dos genes presentes nestes cromossomos tenha características próprias.
2.1 HERANÇA MONOGÊNICA RESTRITA AO Y
Gene localiza-se no cromossomo Y na porção sem homologia a X.
Ex. a hipertricose auricular na espécie humana, – presença de pelos longos na orelha
Cite o tipo e característica da herança do heredograma abaixo.
HERANÇA RESTRITA AO Y, pois só existem homens com esta característica.
OBS: Na hipertricose congênita as pessoas ficam completamente cobertas por uma longa lanugem (cabelo), com exceção das palmas das mãos e dos pés. O comprimento destes pelos pode chegar a 25 centímetros. Ela afeta tanto meninos como meninas. Ainda não se sabe ao certo as causas, porém acredita-se que seja uma condição genética, considerada hereditária e, neste caso, autossômica. Popularmente esta anomalia é chamada Síndrome do Lobisomem. 
	
	Menina com hipertricose Fonte: http://www.teliga.net/2011/05/padroes-de-heranca-genetica.html
2.2 HERANÇA MONOGÊNICA LIGADA AO SEXO OU LIGADA AO X 
O gene localiza-se no cromossomo X na porção não homóloga a Y ou seja, designação da herança genética relacionada a genes presentes na parte não-homóloga dos cromossomos sexuais, ou seja, no caso da espécie humana, os genes presentes no cromossomo X sem correspondentes no humanos, como o daltonismo, hemofilia, distrofia de Duchenne ou glaucoma juvenil.
Herança Recessiva ligada ao X Ligada ao X dominante
Em características ligadas ao X com um fenótipo recessivo, as fêmeas portadoras possuem o alelo mutante, mas não exibem a característica.
Elementos de uma característica herdada ligada a X:
1. Afeta predominantemente os homens, pois eles possuem apenas um cromossomo X, portanto, precisam apenas 1 cópia do alelo mutante para exibir a característica. A característica é rara nas mulheres, pois elas devem receber o gene do pai e da mãe XaXa para exibir a característica. Portanto o pai deve ser afetado e a mãe no mínimo portadora XAXa.
2. Os homens afetados (XaY) não transmitem a característica aos filhos, pois não transmitem o cromossomo X com alelo mutante. Os homens transmitem para os filhos o cromossomo Y.
3. A característica “pula” gerações – As mulheres são portadoras não afetadas – carregam o alelo mutante, mas não exibem a característica, são fenotipicamente normais.
4. As fêmeas portadoras XAXa podem transmitir a característica (alelo mutante) a 1/2 dos filhos e 1/2 das filhas.
5. As fêmeas afetadas XaXa transmitem o alelo mutante a todos os filhos e filhas (as filhas tornam-se portadoras)
Por que os machos são predominantemente afetados por características ligadas ao sexo?
Os genes mutantes são transportados nos cromossomos X e como o homem possui apenas um X, eles precisam apenas de 1 cópia mutante do gene para exibir a característica XaY.
Exemplos: daltonismo, hemofilia
Cite o tipo e três características da herança do heredograma abaixo:
HERANÇA LIGADA AO X
1. Afeta predominantemente os homens, pois eles possuem apenas um cromossomo X.
2. Os homens afetados (XaY) não transmitem a característica aos filhos, pois não transmitem o cromossomo X com alelo mutante.
3. A característica “pula” gerações – As mulheres são portadoras são fenotipicamente normais, mas carregam o alelo mutante.
OBS: A determinação sexual também pode ser afetada por genes do cromossomo X causando a Síndrome de Feminização testicular. Por exemplo, as quatro “irmãs” da imagem abaixo deveriam ter nascido homens, pois possuem o par sexual XY, mas um gene do cromossomo X torna as células insensíveis à testosterona de forma que não formam testículos nem genitália masculina.
Estas “mulheres” possuem genitália e caracteres sexuais femininos, mas não têm útero e os “ovários” são em forma de fita. Em geral, elas somente descobrem que não são geneticamente mulheres quando resolvem investigar por que não menstruam. Porém, esta síndrome afeta todas as características sexuais secundárias, de modo que suas portadoras pensam e sentem como mulheres, apenas não menstruam e são estéreis
ROTEIRO DE ESTUDO
1. Cite três regras para a montagem de um heredograma. 
2. Quais as informações para a Interpretação dos Heredogramas?
3. Numere no heredograma abaixo as gerações I, II, III e IV e os respectivos indivíduos:
                  
a)      Quantos homens estão representados nessa genealogia? 
b)      Quantas mulheres estão representadas?
c)      Quantos indivíduos estão aí representados?
d)      Quantos afetados?
e)      Indique (pelos respectivos números) que casais possuem maior número de descendentes.
4. O heredograma representado abaixo refere-se a uma família com casos de albinismo (anomalia que se caracteriza por total ausência do pigmento melanina na pele).
 1 2
 
 
 3 4 5 6 7
 
 8
Baseando-se na genealogia, podemos afirmar:
a) O albinismo é um caráter dominante, sendo os indivíduos albinos todos homozigotos.
b) O albinismo é um caráter dominante, sendo os indivíduos albinos todos heterozigotos.
c) O albinismo é um caráter recessivo, sendo os indivíduos de números 2 e 6 ( no gráfico ) heterozigotos.
d) O albinismo é um caráter recessivo, sendo os indivíduos normais todos heterozigotos.
e) O albinismo é um caráter dominante porque o indivíduo de número 4 é albino e filho de pais normais.
5. O albinismo, a ausência total de pigmento é devido a um gene recessivo. Um homem e uma mulher planejam se casar e desejam saber qual a probabilidade de terem um filho albino. O que você lhes diria se ( a ) embora ambos tenham pigmentação normal, cada um tem um genitor albino; ( b ) o homem é um albino, a mulher é normal mas o pai dela é albino; ( c ) o homem é albino e na família da mulher não há albinos por muitas gerações. As respostas para estas três questões, na sequência em que foram pedidas, são:
a) 50%; 50%; 100% b) 25%; 50%; 0% c) 100%; 50%; 0% d) 0%; 25%; 100% e) 25%; 100%;10%
6. A genealogia anexa refere-se a uma família com casos de alcaptonúria, anomalia provocada por um gene recessivo.
 1 2
 3 4 5 6
 7 8 9 10 
Nesta genelalogia os genótipos que não podem ser determinados são os dos indivíduos:
a) 1, 2 e 5 b) 1, 3 e 6 c) 3, 5 e 6 d) 3, 8 e 10 e) 7, 8 e 10
FATORES QUE ALTERAM HERANÇA MENDELIANA
Co-dominância - indivíduo heterozigotoexpressa os dois fenótipos paternos simultaneamente. Ex. Grupo sangüíneo AB, possui antígenos A e B nas hemácias sem dominância entre eles.
Além das relações de dominância entre os genes, existem outras situações que podem alterar a herança mendeliana:
Gene letal - gene cujo efeito fenotípico resulta na morte do indivíduo, pré ou pós-natal (mas sempre antes da maturidade sexual), ou então, o impedimento da reprodução (ou seja, o gene não passa para a geração seguinte). Ex. distrofia muscular Duchenne - herança recessiva ligada ao X, só ocorrem em meninos, pois estes não se reproduzem. 
Fenocópia - fenótipo ambientalmente induzido semelhante a um fenótipo produzido por genes. Ex. a surdez congênita é hereditária em certa famílias, mas pode também resultar por doenças infecciosas durante a gestação(especialmente sarampo e rubéola). 
Penetrância imcompleta - quando apenas uma parcela dos indivíduos com o mesmo genótipo expressa o fenótipo correspondente. indivíduos portadores de um determinado genótipo podem, eventualmente, não expressá-lo (penetrância incompleta) 
Exemplos de doenças que mostram penetrância incompleta:
Câncer de cólon: ~80% dos indivíduos com genótipo Aa desenvolverão câncer
Diabetes tipo I (diabetes de início na juventude): exibe ~30% de penetrância
Câncer de Mama: ~85% dos indivíduos com alelo mutante desenvolver câncer de mama 
Cerca de 15% dos portadores do alelo para polidactilia têm mãos e pés perfeitamente normais.
Expressividade É o grau de expressão do fenótipo. Quando a manifestação de um fenótipo difere em pessoas que apresentam o mesmo genótipo diz-se que o fenótipo tem expressividade variável. Ex. o portador para a polidactilia pode apresentar, dependendo da expressividade do gene, um ou mais dedos adicionais em um ou mais membros. 
Pleiotropia - um único gene produz diferentes manifestações fenotípicas. Ex. Síndrome de Marfan causa simultaneamente, fragilidade óssea, surdez congênita e esclerótica (o “branco do olho”) azulada. Ex. o gene M, que causa o fenótipo Merle, em cães (áreas cinza-azuladas na pelagem; olhos azuis - um ou ambos - heteocromia de íris; pêlos brancos; surdez; cegueira e esterilidade).
Fenótipo limitado ao sexo - aquele que se transmite autossomicamente, mas se expressa em apenas um sexo. Ex. A quantidade e distribuição de pêlos no corpo, a musculatura e outros traços são condicionados por genes que existem nos dois sexos, mas só se expresam em presença do hormônio masculino. Os genes que condicionam o volume dos seios e os tipos de bacia feminina, só se expressam em presença do hormônio feminino. Ex. Touro não produz leite. 
Fenótipo influenciado pelo sexo- aquele que se expressa em ambos os sexos mas com freqüência diferentes. Ex Calvice (dominante no homem e recessivo na mulher). Além de ser rara, a calvice na mulher se manifesta mais como uma diminuição do número de fios do que perda total do cabelo do topo da cabeça. Essa diferença de comportamento do gene é determinada pelo ambiente hormonal do corpo da pessoa: o alelo C só atua como dominante na presença de hormônios masculinos. Ex. O gene h+(autossômico), em ovinos, determina a presença de chifres, sendo dominante nos carneiros e recessivo nas ovelhas.
Heterogeneidade genética - genótipos diferentes produzem fenótipos semelhantes. Ex. surdez congênita hereditária, é devido, em 75% dos casos, a genes autossômicos recessivos (35 locos diferentes), em 3% dos casos a genes autossômicos dominantes e em 2% dos casos a genes recessivos ligado ao sexo. 
PADRÕES NÃO CLÁSSICOS DE HERANÇA MONOGÊNICA
Herança Mitocondrial - Herança de distúrbios codificados por genes contidos no DNA mitocondrial. Herança exclusivamente materna - a mãe transmite seu DNA para ambos os sexos.. Suas filhas, por sua vez, o transmitem, mas seus filhos não. O ovócito é bem suprido de mitocôndrias, mas o espermatozóide contém poucas e mesmo essas poucas não persistem na progênie. Exemplos: –Neuropatia óptica hereditária de Leber. Síndrome de Pearson. Cardiomiopatia hipertrófica com miopatia. Necrose estriatal infantil bilateral. 
Impressão (Imprinting) Genômica
É a expressão diferencial do material genético, ao nível cromossômico ou alélico, dependendo se este material foi herdado do genitor masculino ou feminino. 
Mosaicismo É caracterizado por apresentar em um mesmo indivíduo ou tecido pelo menos duas linhagens celulares, que diferem geneticamente mas provêm de um único zigoto. 
Epistasia: origem grega epi: sobre stasia: inibição - quando um determinando alelo de um gene mascara a expressão de alelos de outro gene e expressa seu próprio fenótipo
Gene epistático: aquele que inibe a expressão de outro gene
Gene hipostático: aquele cuja expressão é inibida
HERANÇA QUANTITATIVA OU POLIGÊNICA - efeito cumulativo de muitos genes, cada um contribuindo com uma parcela no fenótipo. Ex. as pessoas que têm maior número de alelos para altura são mais altas do que as que apresentam menor número desses alelos.
Exemplos de Herança poligênica : cores do olho, do cabelo, da pele, altura na espécie humana
Praticamente todos os traços poligênicos são também influenciados pelo modo de vida e outros fatores ambientais. Na verdade, não se herda determinada altura, peso ou cor, e sim uma potencialidade (predisposição genética) quantitativa, que será desenvolvida em maior ou menor grau pelo pelo ambiente representada na altura e peso pela nutrição e exercício e na pigmentação da pele, pela exposição ao sol. Os traços quantitativos são chamados de multifatoriais, porque neles interferem genes e ambiente, e de poligênicos, porque a influência genética é exercida por um sistema de poligenes e não por um monogene. 
A representação gráfica da distribuição da frequência de um traço quantitativo tende para uma curva normal, onde a maioria dos valores se localiza em torno da média, com decaimentos simétricos de frequência para os dois lados. Quanto maior o número de poligenes, mais próximo da curva normal fica a distribuição. Para saber se um traço depende dos genes, do ambiente, ou de ambos determina-se, em uma grande amostra de pares de gêmeos monozigóticos em que um apresenta o traço em estudo, a taxa de concordância, isto é, com que frequência o outro gêmeo do par também apresenta o traço. Se um traço é determinado pelos genes e não pelo ambiente, os gêmeos monozigóticos, que tem os mesmos genes, são iguais quanto ao traço: se um tem, o outro também apresenta. Ex. Albinismo é puramente genético (100% de concordância) .No caso do lábio leporino, por exemplo, encontrou-se uma concordância de 40% entre gêmeos monozigóticos (quando ela deveria ser de 100%, se o traço dependesse apenas dos genes) e apenas 5% entre os gêmeos dizigóticos. Conclui-se lábio leporino é um traço multifatorial poligênico.
Exemplo de HERANÇA POLIGÊNICA Supondo que, na espécie humana, a cor dos olhos seja determinada por dois pares de alelos, com efeito aditivo e segregação independente.
Parental 		aabb (olho azul) x AABB (olho castanho escuro)
F1 AaBb (olho castanho claro)
F2 F1xF1 AaBb x AaBb
	
	 AB
	 Ab
	 aB
	 ab
	AB
	 AABB 
Castanho-escuro
	 AABb
Castanho-médio
	 AaBB
Castanho-médio
	 AaBb
Castanho-claro
	Ab
	 AABb
Castanho-médio
	 Aabb
 verde
	 AaBb
Castanho-claro
	 Aabb
 Verde
	aB
	 AaBB
Castanho-médio
	 AaBb
Castanho-claro
	 aaBB
Castanho-claro
	 aaBb
 Verde
	ab
	 AaBb
Castanho-claro
	 Aabb
 Verde
	 aaBb
 Verde
	 aabb
 azul
ROTEIRO DE ESTUDO
1. Conceitue Penetrância incompleta; Expressividade variável; Mosaicismo, Pleiotropia; herança mitocondrial, gene letal, epistasia.
HERANÇA MULTIFATORIAL é a herança em que as causas dos distúrbios são devidas a combinação de fatores genéticose ambientais.
A base genética desses distúrbios é complexa (vários locos com vários alelos) e embora exista a tendência de serem recorrentes dentro de família não é possível observar nos heredogramas os padrões de transmissão mendelianos típicos. Por isso, pode-se dizer que para distúrbios multifatoriais os genes NÃO DETERMINAM o aparecimento do distúrbio - APENAS CONFEREM UM GRAU MAIOR OU MENOR DE SUSCETIBILIDADE, RISCO OU PROPENSÃO EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO DISTÚRBIO. A manifestação ou não dos distúrbios multifatoriais estará sempre na dependência das associações entre fatores ambientais e a base genética.
A maioria das malformações congênitas isoladas tem etiologia multifatorial, tais como: 
–Defeito do fechamento do tubo neural – DTNs (espinha bífida, anencefalia, encefalocele), 
–Fenda lábio-palatina, entre outros 
Algumas doenças crônicas muito freqüentes também têm etiologia multifatorial: diabetes mellitus tipo I e II, doença arterial coronariana, esquizofrenia, autismo, hipertensão arterial, entre outros 
Defeitos de Fechamento do Tubo Neural www.paulomargotto.com.br/documentos/tuboneural_14032003.doc
As doenças decorrentes de um defeito de fechamento ou uma subseqüente reabertura do tubo neural constituem as chamadas DTNs (Defeitos do tubo neural).	Dentre o grupo das DTNs, as mais comuns são a espinha bífida, a anencefalia e a encefalocele. Estas doenças carregam consigo o “peso” das deformidades física, sendo ao indivíduo afetado bastante sequelante, quando este consegue sobreviver (Possibilidade mínima, principalmente em casos de anencefalia.). Além destes inúmeros agravos biológicos, é observado também os impactos psicossociais nas famílias e, como conseqüência na sociedade em geral. É notório ainda o elevado ônus ao governo no setor hospitalar com tentativas frustradas (na maioria das vezes) de reparos das malformações. Assim podemos notar a grandiosidade dos impactos desta doença e repensar melhor os planos de intervenção nas mesmas. Atualmente já se sabe, por exemplo, da importância do folato na prevenção destes casos... No Brasil o folato ainda não é usado na rede pública. No entanto, é sabido que muito pouco é conhecido sobre estas doenças mas devemos, como profissionais da saúde, lutar para que novas descobertas sejam feitas e que o pouco conhecido seja efetivamente oferecido à sociedade de modo universal e equânime.
Condutas para se evitar a DTN antes e depois da gravidez - a mãe deve:
Procurar um serviço de aconselhamento genético para ter conhecimento sobre a doença e a probabilidade de vir a ter um filho afetado por ela.
Ingestão da quantidade ideal de ácido fólico, indicada por um especialista.
Aconselhamento genético a DTN
O defeito do tubo neural consiste de uma doença influenciada por fatores ambientais e genéticos multifatoriais e quando for constatada a presença da síndrome em algum filho,a família deve ser aconselhada por algum médico a procurar um serviço de genética para saber o risco dos pais terem um outro filho com o mesmo problema uma vez que a mãe praticamente ingere a mesma quantidade de ácido fólico na primeira e nas demais gravidezes.Algumas informações básicas são necessárias para a família tais como:
O risco de recorrência é muito mais alto para parentes de primeiro grau de familiares afetados do que para parentes mais distantes.
A melhor estimativa de uma nova recorrência é o risco empírico, que simplesmente o risco de recorrência observado em famílias semelhantes, para o mesmo grau de parentesco. Muitas vezes, convém expressá-lo como múltiplo do risco populacional do defeito.
O risco empírico baseia-se exclusivamente na experiência passada e não significa que os fatores genéticos e ambientais na patogenia da má formação estejam compreendidos. Um risco empírico é uma média para a população e não é necessariamente exato para determinada família.
O risco de recorrência é elevado por: a presença de mais de um parente afetado, uma forma grave de distúrbio, uma pessoa afetada do sexo menos suscetível, acasalamento consanguíneo dos pais.
Devem-se evitar dois erros comuns no cálculo do risco: se o genitor de uma criança com defeito congênito multifatorial tiver outro filho de um parceiro diferente, as crianças são parentes de segundo grau, não de primeiro, e o risco empírico para a segunda criança é bem mais baixo do que se as crianças tivessem ambos os genitores em comum (em geral, o risco é de cerca de 1%, em vez de 5%). Quando um (a) tio (a) não afetado (a) de uma criança com defeito multifatorial pergunta sobre o risco do mesmo defeito para sua prole, o risco relevante não é o do consulente (um parente de segundo grau do paciente índice), mas o risco da prole do consulente (parente de terceiro grau).
O USO TARDIO DO ÁCIDO FÓLICO, OU SEJA, DEPOIS QUE O TUBO NEURAL JÁ FOI FECHADO, É OBVIAMENTE INEFICAZ PARA PREVENIR DEFEITOS DE TUBO NEURAL. 
Nota-se que as doenças decorrentes do defeito do fechamento do tubo neural são resultados de complexa herança multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais, sendo que nem todo o processo ainda está totalmente esclarecido. A etapa de desenvolvimento da estrutura nervosa na qual ocorrem os defeitos se dá por volta da terceira e quarta semanas e as mais comuns são a espinha bífida, a anencefalia e a encefalocele. A incidência da anormalidade não se mostra muito alta, e envolve diversos fatores geográficos, étnicos e nutricionais. O que agrava é o fato desses neonatos carregarem muitas vezes sérios defeitos físicos e mentais para o resto de suas vidas, resultando em trauma para a família e gastos para o Estado, quando sobrevivem, já que casos de anencefalia, por exemplo, têm sobrevida mínima.Atualmente temos plena noção de que o suplemento de ácido fólico antes da concepção até o quarto mês de gestação pode reduzir em mais da metade a incidência de DTNs. Essa vitamina que faz parte do complexo B não é encontrada em quantidade suficiente nos alimentos e pode ser adicionada a alimentos por imposição do estado, medida que o Brasil ainda não realizou. O ácido é barato e seu uso como preventivo é a melhor forma disponível atualmente de se evitar as DTNs.Estudos como o realizado em Santa Catarina demonstram que se há a alternativa de se prevenir, a saída óbvia é realizar a tarefa. Pesquisas estão em andamento para que um dia possamos ter, quem sabe, ate a cura das DTNs, mas enquanto isso, uma conscientização liderada pelos profissionais de saúde deve mostrar à população o que é a deformidade e os meios atuais de se evitá-la. Um velho jargão cabe bem para as DTNs e resume o que se pode ser feito de mais concreto:
Prevenir é melhor do que remediar!!!
 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=&imgrefurl=http%3A%2F%2Freportercoragem.com.br%2Fprofissionais-da-saude-promovem-cirurgias-em-criancas-com-labio-leporino-em-teixeira-de-freitas%2F
Fotografias de vistas anterior, lateral e posterior de um recém nascido com anencefalia (ausência do epicrânio), meroanencefalia( ausência parcial do cérebro), raquisquise( fenda extensa na coluna vertebral) e mielosquise (malformação acentuada da medula espinhal). Crianças com essas graves malformações craniovertebrais que envolvem o encéfalo e a medula espinhal geralmente morrem poucos dias após o nascimento. 
Fotografias de bebês com espinha bífida cística. Espinha bífida com meningomielocele nas regiões torácicas e lombar. O envolvimento do nervo afetou os membros inferiores. Estas malformações resultam do fechamento incompleto do tubo neural durante a quarta semana do desenvolvimento. Em consequência, há um defeito dos arcos das vértebras associadas. Fonte: MOORE & PERSAUD(2001). 
Método dos gêmeos. Fonte indicada: Otto e cols., 2004)
O estudo de gêmeos tem sido tradicionalmente empregado em diferentes áreas de pesquisa da genética humana, com a finalidade de averiguar a influência relativa do genótipo e do ambiente sobre a variação fenotípica. 
Os gêmeos são subdivididos em:
1. Monozigóticos ou Idênticos- aqueles originados a partir de um únicozigoto, portanto geneticamente idênticos. 
2. Dizigóticos ou fraternos - aqueles originados da concepção de diferentes zigotos, portanto geneticamente diferentes. Podem originar-se de dois zigotos ou mais.
O essencial do estudo do grau de influência da herdabilidade e ambiente pelo método de gêmeos consiste no seguinte: se o indício a ser estudado do organismo depender da herdabilidade (proporção da variância fenotípica que é devida à variância genética), os monozigotos serão muito parecidos. Pelo contrário, quanto mais indícios dependam do meio ambiente, maior será a diferença entre eles. Isso é explicado pelo fato desta categoria de gêmeos possuir o genótipo igual a quais quer mudanças entre eles serem o resultado da influência do ambiente. As maiores diferenças entre os gêmeos acontecem quando eles se educarem em condições diferentes ou forem sujeitos a fatores desiguais do treinamento. Por exemplo, um gêmeo treina, mas o outro não. Sendo assim, a diferença entre monozigóticos que crescerem juntos e monozigóticos que crescerem em separado, em condições diferentes, é determinada pela influência dos fatores exteriores. Na maioria dos casos, os monozigóticos se educam em condições iguais; por isso, a semelhança entre eles poderá ser explicada pelas condições idênticas exteriores. As diferenças entre monozigóticos e dizigóticos, crescidos em condições semelhantes, é determinada pela ação dos fatores genéticos. Quanto maiores forem às diferenças, mais dependerá o dado indício da herdabilidade. A comparação de 3 tipos de gêmeos (Tabela 1) permitirá identificar o grau de influência da herdabilidade e ambiente no desenvolvimento de certos indícios do organismo. 
Para saber se um traço familiar depende dos genes, do ambiente ou ambos, pode recorrer-se ao MÉTODO DOS GÊMEOS. Se o traço é determinado pelos genes e não pelo ambiente, os gêmeos monozigóticos, que têm os mesmos genes, são iguais quanto ao traço: se um tem e o outro também o apresenta. Por exemplo, quando um dos gêmeos monozigóticos é albino, seu co-gêmeo certamente também o é. A concordância de ambos é de 100%, por que o albinismo é puramente genético. Se um dos gêmeos monozigóticos tem o traço e o outro nem sempre, fica claro que o traço depende, em todo ou em parte, do ambiente. No caso do lábio leporino, encontrou-se uma concordância de apenas 40% entre gêmeos monozigóticos, quando deveria ser de 100%, se o traço dependesse apenas dos genes. A discordância de 60% só pode ser explicada pela interferência do ambiente, pois monozigóticos tem todos os genes iguais. Portanto, não há dúvida, que fatores ambientais influem sem exclusão dos genéticos, pois a concordância foi de apenas 5% entre gêmeos dizigóticos. A identidade entre os genes presentes elevou a concordância de 5 para 40%. Conclui-se que lábio leporino é um traço multifatorial poligênico.
O conhecimento da biologia da gemelaridade permite concluir que a proporção de pares monozigóticos concordantes em relação a um caráter qualitativo qualquer será tanto maior quanto menor for a participação do ambiente na sua determinação. 
IMPORTANTE: Lábio leporino e defeitos de tubo neural (anencefalia, espinha bífida e encefalocele). (Fonte indicada: Otto e cols., 2004)
VER http://drauziovarella.com.br/audios-videos/radio/labio-leporino-parte-1/
ROTEIRO DE ESTUDO – HERANÇA MULTIFATORIAL
1. Conceitue herança multifatorial.
RESPOSTA: Herança multifatorial é a herança em que as causas dos distúrbios são devidas a combinação de fatores genéticos e ambientais.
2. Porque se pode dizer que para distúrbios multifatoriais os genes NÃO DETERMINAM o aparecimento do distúrbio - APENAS CONFEREM UM GRAU MAIOR OU MENOR DE SUSCETIBILIDADE, RISCO OU PROPENSÃO EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO DISTÚRBIO. A manifestação ou não dos distúrbios multifatoriais estará sempre na dependência das associações entre fatores ambientais e a base genética.
RESPOSTA: A base genética desses distúrbios é complexa (vários locos com vários alelos) e embora exista a tendência de serem recorrentes dentro de família não é possível observar nos heredogramas os padrões de transmissão mendelianos típicos.
3. O que permite o conhecimento dos fatores genéticos e dos fatores ambientais que influenciam uma doença multifatorial?
RESPOSTA: O conhecimento dos fatores genéticos e dos fatores ambientais que influenciam uma doença multifatorial permite: Propor um risco de recorrência para novas gestações; Afastar os fatores ambientais que podem aumentar os riscos nas próximas gestações; Estabelecer métodos de diagnóstico pré-natal;Prevenir as doenças multifatoriais em termos populacionais. 
4. A maioria das malformações congênitas isoladas, assim como algumas doenças crônicas muito frequentes tem etiologia multifatorial. Cite exemplos destas malformações e doenças crônicas.
RESPOSTA: A maioria das malformações congênitas isoladas tem etiologia multifatorial, tais como: 
–Defeito do fechamento do tubo neural (espinha bífida, anencefalia, encefalocele), 
–Fenda lábio-palatina, entre outros 
Algumas doenças crônicas muito freqüentes também têm etiologia multifatorial: 
diabetes mellitus tipo I e II, doença arterial coronariana, esquizofrenia, autismo, hipertensão arterial, entre outros 
5. O lábio leporino é uma alteração congênita provocada por herança multifatorial, cuja ocorrência é determinada durante a formação da face, por volta da 5ª a 8ª semana de gravidez. No tipo de herança apresentado por essa anomalia, as características são:
a) transmitidas de um dos pais afetados para todos os filhos
b) transmitidas apenas quando ambos os pais são afetados
c) determinadas apenas pela influência de fatores ambientais
d) transmitidas para apenas 25% dos descendentes
e) manifestadas por pessoas predispostas geneticamente em ambientes específicos
ROTEIRO DE ESTUDO - GÊMEOS
1. Qual a finalidade para o estudo de gêmeos tradicionalmente empregado em diferentes áreas de pesquisa da genética humana?
RESPOSTA: A finalidade é de averiguar a influência relativa do genótipo e do ambiente sobre a variação fenotípica
2. Diferencie gêmeos dizigóticos ou fraternos de monozigóticos ou idênticos? Que sexo esses gêmeos podem apresentar?
3.Circulou na Internet uma notícia verídica: uma inglesa negra, com ancestrais brancos, deu à luz a dois bebês, um negro e a outro branco. Tanto a mãe, quanto o pai são filhos de casais mistos (negro e branco). Levando em consideração o que foi estudado em sala de aula sobre gêmeos responda: Qual tipo de gêmeos esses bebês podem ser? Explique como foram originados. Associe esses gêmeos com o(s) tipo(s) de sexo(s) que podem apresentar? 
4. Quando ocorre as maiores diferenças entre os gêmeos monozigóticos?
RESPOSTA: Acontecem quando eles são educados em condições diferentes ou forem sujeitos a fatores desiguais do treinamento.
5. A que se pode recorrer para saber se um traço familiar depende dos genes, do ambiente ou ambos?
RESPOSTA: pode recorrer-se ao MÉTODO DOS GÊMEOS. Se o traço é determinado pelos genes e não pelo ambiente, os gêmeos monozigóticos, que têm os mesmos genes, são iguais quanto ao traço: se um tem e o outro também o apresenta. Por exemplo, quando um dos gêmeos monozigóticos é albino, seu co-gêmeo certamente também o é. A concordância de ambos é de 100%, por que o albinismo é puramente genético. Se um dos gêmeos monozigóticos tem o traço e o outro nem sempre, fica claro que o traço depende, em todo ou em parte, do ambiente. No caso do lábio leporino, encontrou-se uma concordância de apenas 40% entre gêmeos monozigóticos, quando deveria ser de 100%, se o traço dependesse apenas dos genes. A discordância de 60% só pode ser explicada pela interferência do ambiente, pois monozigóticos tem todos os genes iguais. Portanto, não há dúvida, que fatores ambientais influem sem exclusão dos genéticos, pois a concordância foi de apenas 5% entre gêmeos dizigóticos. A identidade entre os genes presentes elevou a concordância de 5 para 40%. Conclui-se que lábio leporino é um traço multifatorial poligênico.IMUNOGENÉTICA
Trata-se do aspectos genéticos dos antígenos, anticorpos e suas interações. 
Imunidade é a capacidade do organismo de reconhecer substâncias, considerá-las estranhas e promover uma resposta contra elas, tentando eliminá-las. A palavra imunidade origina-se do latim immunis, que se referia a indivíduos livres de impostos, de encargos pesados, a pessoas protegidas ou beneficiadas em relação às demais. Imunologia é o estudo da imunidade. Imunopatologia é o estudo das alterações da imunidade, estuda em especial as alergias, as doenças auto-imunes e as imunodeficiências
QUATRO ÁREAS IMPORTANTES: GRUPOS SANGUÍNEOS, OS TRANSPLANTES, DOENÇA POR DEFICIÊNCIA IMUNE E DOENÇAS AUTOIMUNES.
Doenças causadas por anomalias do sistema imunológico: Hipersensibilidade ALERGIAS: Respostas imunológicas a agentes inócuos; AUTOIMUNIDADE: Imunidade contra si próprio (a resposta imune adaptativa pode, em casos raros, ser produzida contra os antígenos próprios e causar uma doença auto-imune- Ex. Lupus); Respostas imunológicas a TRANSPLANTES (rejeição) e IMUNODEFICIÊNCIA: Defeitos da resposta imunológica.
GRUPOS SANGÜÍNEOS
- Polialelia ou alelos multiplos - Sistema ABO de grupos sanguíneos Quando uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que penetram na circulação formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando a circulação do sangue.
	Tipo Sangüíneo
	Aglutinogênio(s) nas hemáceas
	 Aglutinina(s) no plasma
	 A
	 A
	 Anti-B
	 B
	 B
	 Anti-A
	 AB
	 A e B
	 Nenhuma
	 O
	 nenhum
	 Anti-A e Anti-B
Anticorpos naturais – podemos ter anticorpos em nosso corpo com os quais aparentemente nunca tivemos um primeiro contato.
	Tipo sanguíneo
	 Recebe de
	 Doa para
	 A
	 A e O
	 A e AB
	 B
	 B e O
	 B e AB
	 AB 
	 A, B, AB e O
	 AB
	 O
	 O
	 A, B, AB e O
Existe a co-dominância (indivíduo heterozigoto expressa os dois fenótipos paternos simultanemente) entre os genes dos antígenos A e B 
	 FENÓTIPOS
	 GENÓTIPOS
	 A
	 AA E AO ou IAIA E IAi
	 B
	 BB E BO ou IBIB E IBi
	 AB
	 AB ou IAIB
	 O
	 OO ou ii
- Sistema MN e Ss de grupos sanguíneos
Em Antropologia e Medicina Legal são muito usado os conhecimentos dos grupos sanguíneos MN e Ss. Mas a produção de aglutininas nesses grupos não chega a crias problemas relativos a transfusões de sangue. Apesar da possibilidade de ocorrer reação antígeno-anticorpo, sua importância em transfusões de sangue não é tão grande, a não ser que elas sejam freqüentes, pois a pessoa fica sensibilizada. Portanto, eles não chegam a interferir na atividade médica das rotinas hospitalares.
Sistema MN
Landsteiner e Levine descobriram, em 1927, dois outros antígenos no sangue humano, designado-os antígeno M e antígeno N. Eles verificaram que algumas pessoas apresentavam um desses antígenos, enquanto outras apresentavam os dois juntos. Estabeleceram, então, o sistema MN, composto por três fenótipos; grupo M, grupo N e grupo MN. Nesse caso, os grupos sangüíneos são determinados por um par de alelos sem relação de dominância entre si – co-dominância. Os anticorpos anti-M e anti-N são produzidos apenas quando há estímulo: se um indivíduo do grupo M recebe sangue de um indivíduo do grupo N, há produção de anticorpos anti-N no receptor; se um indivíduo do grupo N recebe sangue de um indivíduo do grupo M, há produção de anticorpos anti-M no receptor.
	GENÓTIPO
	FENÓTIPO
	LMLM ou MM
	grupo M
	LNLN ou NN
	grupo N
	LMLN ou MN
	grupo MN
A letra L é empregada em homenagem a Landsteiner e Levine.
Sistema Ss - No sistema Ss, os gens S e s são alelos, mas há dominância absoluta de S sobre logo, nesse caso distnguimos 3 genótipo diferentes mas apenas dois fenótipos diversos. 
	GENÓTIPO
	FENÓTIPO
	SS
	grupo S
	Ss
	grupo S
	ss
	grupo s
- Sistema Rh de grupos sanguíneos
 O sistema Rh é condicionado por um par de alelos (D e d) com dominância completa indivíduos portadores do alelo dominante (homozigoto DD ou heterozigoto Dd) apresentam o fator Rh em suas hemácias, sendo, portanto, Rh+, os homozigotos recessivos (dd) não possuem o fator Rh e têm sangue tipo Rh-. RH+ = DD ou Dd RH- = dd
Os anticorpos anti-Rh não existem naturalmente no sangue das pessoas, sendo fabricados apenas por indivíduos Rh-, quando estes recebem transfusões de sangue Rh+. 
Fator Rh e eritroblastose fetal. Mulheres Rh- podem produzir anticorpos anti-Rh se gerarem filhos Rh+. Durante a gestação ocorre passagem, através da placenta, apenas de plasma da mãe para o filho e vice-versa devido à chamada barreira hemato-placentária. Pode ocorrer, entretanto, acidentes vasculares na placenta, o que permite a passagem de hemácias do feto para a circulação materna ou, principalmente na hora do parto, ocorrem rupturas na placenta, com passagem de hemácias da criança (Rh+) para a circulação materna. Isso estimula a mãe a produzir anticorpos e adquirir memória imunitária, ficando sensibilizada quanto ao fator Rh. O diagnóstico pode ser feito pela tipagem sanguínea da mãe e do pai precocemente e durante a gestação o teste de Coombs que utiliza anti-anticorpo humano pode detectar se está havendo a produção de anticorpos pela mãe e providências podem ser tomadas. Uma transfusão, recebendo sangue Rh-, pode ser feita até mesmo intra-útero. O sangue Rh- não possui hemácias com fator Rh e não podem ser reconhecidas como estranhas e destruídas pelos anticorpos recebidos da mãe. Após cerca de 120 dias, as hemácias serão substituídas por outras produzidas pelo próprio indivíduo. O sangue novamente será do tipo Rh +, mas o feto já não correrá mais perigo. Se o grau de sensibilização da mãe é pequeno, os problemas se manifestam apenas após a criança nascer. Nesse caso, costuma-se substituir todo o sangue da criança por sangue RH-. Com isso, os anticorpos, eventualmente presentes no organismo não terão hemácias para aglutinar. E, as hemácias transferidas vão sendo gradualmente substituídas por outras fabricadas pela própria criança. Quando o processo de substituição total ocorrer, já não haverá mais anticorpos da mãe na circulação do filho. Atualmente, logo após uma mulher RH- dar a luz a um filho Rh+ injeta-se nela uma determinada quantidade de anticorpos anti-Rh, cuja função é destruir rapidamente as hemácias fetais Rh+ que penetram na circulação materna durante o parto, antes que elas sensibilizem a mulher.
Sintomas da eritroblastose fetal Os sintomas no RN que podem ser observados são anemia (devida à destruição de hemácias pelos anticorpos), icterícia (pele amarelada, devido ao acúmulo da bilirrubina, produzida no fígado a partir da hemoglobina das hemácias destruídas), e após sua persistência o aparecimento de uma doença chamada Kernicterus que corresponde ao depósito de bilirrubina nos núcleos da base cerebrais o que gerará retardo no recem -nascido. Como resposta à anemia são produzidas e lançadas no sangue hemácias imaturas, os eritroblastos. A doença é chamada eritroblastose fetal pelo fato de haver eritroblastos em circulação, ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), referindo-se à destruição de hemácias, a hemólise (do grego hemo, sangue e lise, destruição), causada pelo anti-Rh. As conseqüências desta doença são graves, podendo levar a criançaà morte. 
Teste de Coombs - O teste serve para avaliar o grau de resposta do organismo materno frente a um tipo de sangue que desenvolve na mãe anticorpos contra o sangue do feto. Caso o resultado torne-se positivo, durante a gravidez outros exames devem ser feitos e talvez até uma transfusão intra-uterina para salvar o feto.
Hemoglobinopatias
Os distúrbios das hemoglobinas humanas, ou hemoglobinopatias são as doenças genéticas mais comuns em todo o mundo. A hemoglobina é o transportador de oxigênio em hemácias de vertebrados. Sua molécula é um tetrâmero e cada subunidade compõem-se de uma cadeia polipeptídica, a globina, e um grupo prostético, o heme, um pigmento contendo ferro que se combina com o oxigênio e confere à molécula sua capacidade de transportar oxigênio. 
DISTÚRBIOS GENÉTICOS DA HEMOGLOBINA
Anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos) caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra. No Brasil, representam cerca de 8% dos negros, mas devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida no país, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda.
Se uma pessoa receber somente um gene com a mutação, seja do pai ou da mãe, e o outro gene sem a mutação, ela nascerá somente com o traço falciforme. O portador de traço falciforme não tem doença e não precisa de tratamento especializado. Ele deve ser bem informado sobre isso e saber que, se tiver filhos com outro portador de traço falciforme, poderá gerar uma criança com anemia falciforme ou com traço ou sem nada. Vejamos, em cada gestação, o que pode acontecer:
Legenda: AA = sem alterações; AS = traço falciforme; SS = anemia falciforme.
AS x AS AA AS AS SS 25% Sem alteração 50% Traço falciforme 25% Anemia falciforme
Sintomas:
A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas alguns sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais. Os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança.
- Crise de dor: é o sintoma mais freqüente da doença falciforme causado pela obstrução de pequenos vasos sanguíneos pelos glóbulos vermelhos em forma de foice. A dor é mais freqüente nos ossos e nas articulações, podendo, porém atingir qualquer parte do corpo. Essas crises têm duração variável e podem ocorrer várias vezes ao ano. Geralmente são associadas ao tempo frio, infecções, período pré-menstrual, problemas emocionais, gravidez ou desidratação;
- Icterícia (cor amarela nos olhos e pele): é o sinal mais freqüente da doença. O quadro não é contagioso e não deve ser confundido com hepatite. Quando o glóbulo vermelho se rompe, aparece um pigmento amarelo no sangue que se chama bilirrubina, fazendo com que o branco dos olhos e a pele fiquem amarelos;
- Síndrome mão-pé: nas crianças pequenas as crises de dor podem ocorrer nos pequenos vasos sangüíneos das mãos e dos pés, causando inchaço, dor e vermelhidão no local; 
- Infecções: as pessoas com doença falciforme têm maior propensão a infecções e, principalmente as crianças podem ter mais pneumonias e meningites. Por isso elas devem receber vacinas especiais para prevenir estas complicações. Ao primeiro sinal de febre deve-se procurar o hospital onde é feito o acompanhamento da doença. Isto certamente fará com que a infecção seja controlada com mais facilidade;
- Úlcera (ferida) de Perna: ocorre mais freqüentemente próximo aos tornozelos, a partir da adolescência. As úlceras podem levar anos para a cicatrização completa, se não forem bem cuidadas no início do seu aparecimento. Para prevenir o aparecimento das úlceras, os pacientes devem usar meias grossas e sapatos;
- Seqüestro do Sangue no Baço: o baço é o órgão que filtra o sangue. Em crianças com anemia falciforme, o baço pode aumentar rapidamente por seqüestrar todo o sangue e isso pode levar rapidamente à morte por falta de sangue para os outros órgãos, como o cérebro e o coração. É uma complicação da doença que envolve risco de vida e exige tratamento emergencial.
Diagnóstico:
A detecção é feita através do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, realizado gratuitamente antes do bebê receber alta da maternidade, proporciona a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme.
Tratamento:
Quando descoberta a doença, o bebê deve ter acompanhamento médico adequado baseado num programa de atenção integral. Nesse programa, os pacientes devem ser acompanhados por toda a vida por uma equipe com vários profissionais treinados no tratamento da anemia falciforme para orientar a família e o doente a descobrir rapidamente os sinais de gravidade da doença, a tratar adequadamente as crises e a praticar medidas para sua prevenção. A equipe é formada por médicos, enfermeiras, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, dentistas, etc. Além disso, as crianças devem ter seu crescimento e desenvolvimento acompanhados, como normalmente é feito com todas as outras crianças que não têm a doença.
VER http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml
Talassemias: Do grego = Mar Anemia comum na região do mediterrâneo. Tipo de anemia hereditaria causada pela redução ou ausência da síntese de cadeia de hemoglobinas.
Também denominada de Anemia do Mediterrâneo por ser mais comum nesta região em pessoas descendentes de Italianos, Gregos, Asiáticos e Africana. Também conhecida por Anemia de Cooley, nome dado em homenagem ao médico que primeiro a descreveu em 1925. Trata-se de um grupo de enfermidades genéticas do sangue que afeta a capacidade da pessoa de produzir hemoglobina.Há uma redução da síntese de uma ou mais das cadeias de globina, desequilibrando as quantidades relativas das cadeias.Nas talassemias, a mutação reduz o nível de síntese da cadeia a ou b. A redução leva a uma distorção da proporção de cadeia. A cadeia que é produzida na taxa normal está em excesso relativo; na ausência de uma cadeia complementar com a qual possa formar um tetrâmero, as cadeias normais em excesso precipitam-se na célula, lesando a membrana e provocando destruição prematura da hemácia. 
Em geral as talassemias podem ser divididas em dois tipos principais: alpha (a) talassemia e beta (b) talassemia. Dentro de cada tipo existem três classificações: talassemia minor (ou traço), talassemia intermedia, and talassemia major (doença). Uma pessoa com talassemia minor ou traço thalassemico não apresenta nenhum problema de saúde, exceto uma possível pequena anemia que não corrige com o uso de ferro (forma assintomática). A forma intermediária apresenta alterações que precisam ser acompanhadas regularmente por médico. A talassemia major é uma doença séria que exige constantes transfusões de sangue e cuidados médicos intensivos. 
As principais formas da Talassemia chamam-se de Talassemia Alfa e Beta, de acordo com a porção da hemoglobina, não sintetizada e ausente nos glóbulos dos pacientes. A talassemia Alfa é uma forma extremamente grave que ocasiona a morte do feto ou do recém nascido. A Talassemia Beta pode variar desde uma forma muito grave até uma forma com poucos ou nenhum efeito sobre a saúde; 1. Talassemia Maior ou Talassemia Major: A forma principal e mais grave, primeiramente descrita por Cooley. 2. Talassemia Intermediária: A doença com sintomas leves. 3. Talassemia Menor ou Talassemia Minor: Denominada de "traço de talassemia", pode apresentar-se sem sintomas apenas com alterações morfológicas no sangue. 
A criança com Talassemia maior - aparentemente saudáveis ao nascer, desenvolvem ao longo do primeiro ano de vida os primeiros sinais da anemia que caracteriza a doença: palidez, desânimo, falta de apetite e hipodesenvolvimento. Com o tempo tornam-se ictérico (a pele e

Continue navegando

Outros materiais