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20172 AULA 1 FERIAS alunos

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Direito do Trabalho II
2017 2- aula 1- férias. 
Profa. Maria Célia F. Rezende 
advmariaceliarezende@gmail.com
AULA 1 – PLANO DE AULA. 
 FÉRIAS: conceito, natureza jurídica, período aquisitivo e concessivo, remuneração, abono, férias coletivas e efeitos na cessação do contrato de trabalho.
 
Férias
SEDE NORMATIVA: 
Artigos art.129 ao 153 da CLT,;
ART. 7º, XVII, CRFB/88 ;
Convenção OIT, número 132, ratificada pelo Decreto 3.197/99.
CONCEITO:
	Lapso temporal remunerado, de frequência anual, constituído de diversos dias sequenciais, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e de sua inserção familiar, comunitária e política.
NATUREZA JURÍDICA :Direito Internacional Humano / Direito Trabalhista.
FUNDAMENTOS:
Recuperação das energias físicas e mentais do empregado.
 Instrumento de realização da plena cidadania do indivíduo.
 Mecanismo de política de desenvolvimento econômico e social, proporcionando intenso fluxo de pessoas gerando riquezas e estimulando o turismo. 
 	 AQUISIÇÃO DAS FÉRIAS E SUA DURAÇÃO:
 A assiduidade obreira, é fatos determinante para o dias de gozo de férias, que variam conforme as faltas injustificadas do empregado no período aquisitivo. 
 Faltas justificadas x Abonadas
Todas falta abonada é justificada, ou seja, não incide desconto, entretanto, a falta pode ser justificada pelo empregado em obrigar o abono, ensejando o desconto.
Faltas justificadas, vejamos:
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado:      
I - nos casos referidos no art. 473;       
Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;
III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;     
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário;      
 - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e      
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.
ATESTADOS MÉDICOS E ODONTOLOGICOS
 Lei 8.213/91 e Lei 605/49. rt. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
1º São motivos justificados:(...)
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.
2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que estiver filiado o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua escolha. (Redação dada pela Lei nº 2.761, de 26.4.56)
Lei 8.213/91 dispõe que o médico indicado pela empresa pode ter a incumbência de emitir atestados.
 Art. 6.º. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
(...)
3.º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
4.º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes ao período referido no § 3º, somente devendo encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.
Súmula 15. ATESTADO MÉDICO. A justificação da ausência do empregado motivada por doença, para a percepção do salário-enfermidade e da remuneração do repouso semanal, deve observar a ordem preferencial dos atestados médicos estabelecida em lei.
Súmula 282. ABONO DE FALTAS. SERVIÇO MÉDICO DA EMPRESA. Ao serviço médico da empresa ou ao mantido por esta última mediante convênio compete abonar os primeiros 15 (quinze) dias de ausência ao trabalho.
Precedente Normativo de n.º 81, da Seção de Dissídios Coletivos. ATESTADOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS. Assegura-se eficácia aos atestados médicos e odontológicos fornecidos por profissionais do sindicato dos trabalhadores, para o fim de abono de faltas ao serviço, desde que existente convênio do sindicato com a Previdência Social, salvo se o empregador possuir serviço próprio ou conveniado.
FALTAS REPETIDAS DO EMPREGADO MEDIANTE ATESTADO MÉDICO: Faltas em dias alternados ou descontínuos, por mais de 15 dias, em regra, a empresa pode encaminhá-lo ao INSS, vez que a bilateralidade pressupõe o desempenho das funções para o recebimento dos salários.
RECUSA DA EMPRESA - A recusa de um atestado só se justifica se ele for falso, conter adulteração ou contrariado por junta médica.
AFASTAMENTO PARA ACOMPANHAMENTO DE FAMILIARES: Salvo previsão em norma coletiva ou interna da empresa, os atestados médicos não servem para obrigar o empregador a abonar as faltas do empregado ao serviço.
AFASTAMENTO PARA ACOMPANHAR FAMILIAR IDOSO, ESTATUTO DO IDOSO, LEI 10.741/2003, artigo 16. Vide acórdão.
CONSULTADAS DE ROTINA - Como não demandam urgência e imprevisão, o empregado deve optar por atendimento em horário compatível com o serviço. Entretanto, como não há distinção com os “problemas de saúde”, o atestado é válido, porém, o empregador poderá estabelecer em norma interna qual o tempo que abonará para essa finalidade.
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS – Não são considerados doença, sem previsão para abono.
JURISPRUDENCIA :
ESTATUTO DO IDOSO, em seu artigo 16, elucida que: “Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico”. RO 00009062220125010032 RJ
TRT/RJ - Orgão Julgador-Sexta Turma-Publicação-02/06/2014-Julgamento-21 de Maio de 2014, Relator Marcos Cavalcante
FALTAS. ACOMPANHAMENTO DE IDOSO. DIREITO. ABONO.
A Lei nº 10.741/2003, Estatuto do Idoso, dispõe em seu artigo 16 que o idoso internado para tratamento médico e hospitalar tem direito a um acompanhante. Assim, o trabalhador que comprova que a falta foi em decorrência de acompanhamento de idoso em tratamento médico ou hospitalar, tem direito a ter a ausência abonada.
FALTAS INJUSTIFICAS E SEUS REFLEXOS: art. 131, CLT 
REDUÇÃO DOS DIAS DE GOZO:
Até 5 dias de faltas - 30 dias.
De 6 a 14 faltas - 24 dias;
De 15 a 23 faltas - 18 dias.
De 24 a 32	faltas – 12 dias.
Acima de 32 dias de faltas – perda integral das férias.
As faltas injustificadas, ensejam o desconto no pagamento do salário do repouso Semanal, sem prejuízo de gozo. 
REGIME DE TEMPO PARCIAL DURAÇÃO DO TRABALHO SEMANAL – ART. 58-A C/C 130-A, CLT.	
Férias serão gozadas de acordo com a jornada de trabalho:
 22hs / 25hs por semana	 - 18 dias
 20hs – até 22 hs	 - 16 dias
 15hs – até 20hs	 - 14 dias
 10hs – até 15hs	 - 12 dias
 5 hs – até 10 hs	 - 10 dias
0h – até 5hs	 - 8 dias
Atenção: Mais de 7 faltas no período aquisitivo, redução pela metade.
PERÍODO AQUISITIVO – artigo 130, CLT
O direito a férias é adquirido após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho. Ciclo aquisitivo de 12 meses (art. 130, e 130-a da clt);
-	Cada fração do mês superior a14 dias contar-se-á como um mês inteiro (art. 146, §ú).
-	O início de fluência do período aquisitivo situa-se no termo inicial do contrato, com o primeiro dia inclusive.
-	O aviso prévio, mesmo indenizado, integra o período aquisitivo de férias (art. 487, §1º, CLT).
PERIODO CONCESSIVO ARTIGO 134, CLT
Ao completar 12 meses de serviço o empregado passa a ter direito às férias, que devem ser usufruídas nos 12 meses subsequentes à data da aquisição do direito.
 ESCOLHA DO PERIODO DE GOZO:
A escolha do período das férias cabe ao empregador 
Exceções:
(art. 136, CLT). Empregado estudante, menor de 18 anos, tem direito de fazer coincidir suas férias com as férias escolares;
Empregados de uma mesma família – mesmo empregador, podem gozar as férias no mesmo período, se quiserem e desde que não seja prejudicial ao serviço.
PRAZO PARA PAGAMENTO DAS FÉRIAS: O empregador tem o dever legal de pagar as férias até 2 (dois) dias antes do início do respectivo gozo, art. 145, CLT).
CONCESSÃO EXTEMPORANEA DAS FÉRIAS: O empregador mantém a obrigação de conceder férias. Neste caso, porém, o empregador perde a prerrogativa de determinar o mês de sua fruição, que passa a ser imediata. O gozo das mesmas, será assegurado via Reclamação Trabalhista por fixação em sentença, da época do gozo das mesmas.
CONCESSÃO APÓS O PERIODO CONCESSIVO – REFLEXO NO PAGAMENTO: O pagamento das férias será em dobro, acrescido do adicional de 1/3, previsto na CF/88, incidindo sobre o valor da remuneração já dobrada.
 A natureza jurídica da dobra é de penalidade.
 
Penalidade administrativa. 
SÚMULA Nº 450. FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 386 da SBDI-1).
FORMA DE PAGAMENTO
O valor da remuneração da época da concessão ou da extinção do contrato, com cômputo das parcelas salariais, habitualmente pagas (Art. 142 CLT, inclusive quando parte do sálário for “ salário in natura” 
TERÇO CONSTITUCIONAL - Artigo 7, XVII CF/88 ABONO CONSTITUCIONAL: O empregador terá que remunerar as férias com um ABONO, correspondente ao acréscimo de 1/3 constitucional do valor da remuneração habitualmente paga à época da concessão.
ATOS ADMINISTRATIVOS PRATICADOS PELO EMPREGADOR:
		 Comunicação escrita ao empregado, mediante recibo, sobre a data das férias, com antecedência mínima de 30 dias (135, clt);
		 Anotação relativa às férias na CTPS (art. 135, §§ 1º E 2º, CLT).
		 Pagamento da remuneração das férias, acrescido de 1/3 CF/88; abono pecuniário (se for o caso); Metade do 13º salário (primeira parcela), se requerido no prazo de até 15 dias antes do término do período aquisitivo. 
Prazo para os pagamentos: Devem ser feitos até 2 dias antes do início das férias (art. 145, CLT).
 		
ATOS ADMINISTRATIVOS PRATICADOS PELO EMPREGADO:
		 Requerimento de antecipação do 13º salário (art. 2º, §2º, lei n. 4749/65);
		Concessão do recibo de comunicação das férias;
		 Requerimento de conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário, até 15 dias antes do término do período aquisitivo (art. 143, §1º, CLT);
		(4) entrega da CTPS para anotação (art. 135, §1º, CLT);
		(5) assinatura dos recibos (art. 145, §ú, CLT). 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
REGRA: Férias não podem ser dividas, art. 134, CLT.
Excepcionalmente, admite-se a divisão em até 2 períodos, não podendo o gozo ser inferior a dez (10) dias.
A exceção acima, não se aplica aos Maiores de 50 anos e menores de 18 A escolha do período de gozo cabe ao empregador, 
Exceção: anos não podem ter suas férias divididas (art. 134, § 2º, CLT).
PERIODO DE GOZO: Empregado estudante, menor de 18 anos, tem direito de fazer coincidir suas férias com as férias escolares;
Empregados de uma mesma família – mesmo empregador, podem gozar as férias no mesmo período, se quiserem e desde que não seja prejudicial ao serviço.
ABONO PECUNIÁRIO, artigo 143, CLT
É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias, ou seja, no máximo 10 dias, a que tiver direito em abono pecuniário – “venda de férias”.
Trata-se de um direito, não comportando a recusa do empregador, desde que o empregado tenha se manifestado na forma do parágrafo 1º - do artigo acima mencionado, ou seja, requerimento do empregado até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.
 OBSERVAÇÃO: NÃO SE APLICA AOS EMPREGADOS SOB REGIME DE TEMPO PARCIAL (ART. 143, §3º, CLT).
FÉRIAS PROPORCIONAIS: Para cada mês ou fração superior a 14 dias de trabalho o empregado tem direito a 1;12 avos de férias, artigo 146 par. Único da CLT.
SUM-171	FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, vide, SUM-261	FÉRIAS PROPORCIONAIS. PEDIDO DE DEMISSÃO. 
SUM – 261 - CONTRATO VIGENTE HÁ MENOS DE UM ANO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003- O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT
PERDA DAS FÉRIAS:
Faltar mais de 32 dias no período aquisitivo de férias, artigo 130, CLT.
Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída;
Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
Tiver percebido da Previdência Social prestações de Acidente de trabalho  ou de auxilio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos, dentro de um mesmo período.
Deixar de trabalhar, com percepção do salário por mais de 30 (trinta) dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa. Neste caso a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locas de trabaho; 
Na extinção do contrato por justa causa o empregado perde as férias proporcionais, artigo 146, par. Único, CLT.
FériAs coletivas
FÉRIAS COLETIVAS : SÃO as concedidas, de forma simultânea, a todos os empregados de uma empresa, ou apenas aos empregados de determinados estabelecimentos ou setores de uma empresa, independentemente de terem sido completados ou não os respectivos períodos aquisitivos.
 
Podem ser concedidas:
1) Em dois periodos;
2) para toda empresa ou para alguns departamentos.
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS:
O empregador deverá com antecedência de no mínimo 15 (quinze) dias atender às seguintes formalidades: 
A) Comunicar o órgão local do Ministério do Trabalho (DRT) – informando o início e o final das férias, especificando, se for o caso, quais os estabelecimentos ou setores abrangidos, salvo se tratar de ME ou EPP, consoante o disposto no art. 51, inciso V da  LC 123/2006; 
B)Comunicar o  Sindicato representativo da respectiva categoria profissional, da comunicação feita ao MTE;
C)Comunicar a todos os empregados envolvidos no processo, devendo afixar os avisos nos locais/postos de trabalho.
MICROEMPRESAS E EMPRESA DE PEQUNO PORTE 
Dispensadas da comunicação ao Ministerio do Trabalho, ar. 20, lei 8864/94.
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
Empregados com menos de um ano de casa: Tem direito a férias proporcionais, sendo permitida a convocação para realizar serviços na empresa nos demais dias. 
PODERÁ, considerar concessão antecipada.
Afigura-se ilegal o fracionamento de férias, ainda que COLETIVA, para o menores de 18 anos e maiores de 50 anos. DD. 
FÉRIAS DO TRABALHADOR AVULSO 
Lei 5.085/66, regulamentada pelo Decreto 80.271 de 01/9/77, artigo 2 dispõe:
Serão pagas pelo tomador do serviço ou requisitante mediante contribuição de 10%, calculado sobre o valor da remuneração, sendo 9% destinado a remuneração de férias e 1% destinados a o custeiodos encargos de administração. 
30 dias corridos, salvo o montante do adicional for inferior a ao salario base diário, hipótese em que gozarão férias proporcionais.
Inaplicável o artigo 137, CLT – DOBRA DA FÉRIAS.

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