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[FICHAMENTO] HOMOFOBIA E VIOLÊNCIA MORAL NO TRABALHO NO DISTRITO FEDERAL - Marcus Vinicius Siqueira Soares

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Universidade de Brasília
Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia
Abordagens Críticas ao Estudo das Organizações
Professor: Marcus Vinicius Siqueira
Poliana Lourenço Braga - 16/0072107
Referência: SIQUEIRA, Marcus Vinicius Soares. HOMOFOBIA E VIOLÊNCIA MORAL NO TRABALHO NO DISTRITO FEDERAL. O&S. [online]. 2009, vol.16, n.50, pp.477-461. 
Pesquisa de abordagem qualitativa, coleta de dados baseado nas histórias de vida por investigação participativa, para entender como o sujeito faz a história e como se relaciona com a sociedade, especialmente no contexto do trabalho.
O assédio moral: “toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos e escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho” (HIRIGOYEN, 2002).
A discriminação do gay no ambiente de trabalho leva a que os indivíduos mantenham sua orientação sexual in closeted, ocultando sua própria identidade, acarretando desdobramentos físicos e emocionais.
são necessários para se levantar propostas de medidas de prevenção e de combate à violência e à estigmatização do homossexual na sociedade contemporânea, o que inclui as organizações.
No momento em que o homossexual é preterido em um processo de promoção por conta de sua orientação sexual, ele se sente constrangido frente aos colegas e perante si mesmo, vulnerável e inseguro, sem referências e sem saber a quem recorrer (BARRETO, 2003).
A história de vida, também, pode evidenciar fenômenos sociais como o assédio moral: permite desvendar “algo relativo a relações de poder, dominação, subordinação, cuja desigualdade impregna, penetra ou se irradia na convivência dos homens, comunicando ou se opondo entre si” (MARRE, 1991)
Os entrevistados lidam com a sua homossexualidade em diversos níveis, desde os que assumem ser gays apenas para amigos e/ou colegas de trabalho, aos que revelam sua sexualidade para todas as pessoas de sua convivência, sem restrição.
Segurança e coming out: É melhor para trabalhar do que ficar escondendo e remoendo aquilo o tempo todo. O conteúdo do depoimento sugere que a verdade passa pela revelação de quem se é aos outros.
Coming out está associado a segurança assim como a preferência por manter-se in closeted está relacionado a receios e medos. Seja no trabalho, na família, na faculdade ou na/por causa da religião.
O indivíduo prefere se isolar, abrir mão da convivência do seu grupo de referência naquele contexto, seus colegas, do que se expor a possíveis represálias, inclusive físicas, o que não é tão raro, como pode ser verificado nos casos de assassinatos frequentes (GGB, 2008).
Sair do padrão social e moralmente definido, do homem heterossexual viril, pode acarretar prejuízos pessoais e profissionais para o indivíduo, pois ele representa, visivelmente, uma diferença.
A impressão que se tem, a julgar pelos depoimentos selecionados, é que os efeminados o são assim porque desejam, pois, de certa forma, ao infringirem a regra socialmente aceita, põem em xeque, propositadamente, a sociedade que lhes discrimina, o que não poderia estar mais longe da verdade.
Notou-se, também, que mesmo quando o discurso é de não preconceito, de defesa da diversidade no meio gay, existe um preconceito velado.
Este constitui um dos principais desafios na própria comunidade gay: o de respeitar sua diversidade intrínseca, de maneira a demandar, legitimamente, diversidade nas organizações. Sem o respeito às diferenças próprias de qualquer agrupamento humano, pode-se presenciar uma dramatização da vida organizacional.
Percebeu-se nas entrevistas que, embora a maioria das agressões seja velada e o preconceito, sutil, existem, porém, situações-limites, explícitas na sua violência, analisadas no decorrer do estudo.
“Aí chegou um tempo que eu não aguentava, não mais, quis retaliar essas situações [...], mas eles não tomavam atitudes. Eles não têm uma atitude com relação a esse tipo de preconceito, né?”.
A omissão constitui outra forma, bastante patente, de violência moral, porque se deixa de agir em nome de um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável em prol da manutenção de uma falsa harmonia em que uns agridem e são acobertados e outros silenciam a respeito da agressão que sofrem.
Sabotagem no trabalho: falta de argumentos profissionais que permitissem demiti-lo por justa causa. 
Os principais resultados encontrados nesta pesquisa confirmam ser a homofobia um problema presente tanto na sociedade quanto nas organizações. O estudo auxilia na compreensão da violência moral no ambiente organizacional, evidenciando a necessidade das empresas assumirem e trabalharem na prevenção e no combate à discriminação e a qualquer forma de violência moral no local de trabalho.

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