Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO APOSTILA PESQUISA OPERACIONAL II (Matéria P2) PROFESSOR: LUIS TORRES MONITOR: ANDREW DE JESUS NITERÓI - RJ PERÍODO 2013.2 Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 1 Sumário 1. Projeto Redes: PERT – CPM ................................................................................ 2 1.1 Definição: ................................................................................................... 2 1.2 Montar uma Rede: ..................................................................................... 3 1.3 Calcular a Duração da Rede: ..................................................................... 4 1.4 Construção da Tabela Caminho Crítico: .................................................... 6 2. CPM .................................................................................................................... 10 2.1 Definição: ................................................................................................. 10 2.2 Acelerar o Projeto: ................................................................................... 12 3. Programação Não Linear: ................................................................................... 14 3.1 Definição: ................................................................................................. 14 3.2 Método de Resolução: ............................................................................. 14 Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 2 1. Projeto Redes: PERT – CPM 1.1 Definição: Um projeto tem como ser entendido como um grupo de operações regidas numa certa sequência para se chegar a um objetivo. As operações que ocorrem num projeto, gastando tempo e recursos, são denominadas de atividades. Para representar estas atividades e o posicionamento em que são realizadas, é usado o esquema de redes. Nas redes, para cada atividade existe um início e um fim. As atividades são representadas por setas e os eventos, que são o respectivo início e fim de cada atividade, são ilustrados por círculos, que também são chamados de nós. A seta estará saindo da atividade que é início e chegando a uma que é o fim, desta forma, faz-se a analogia de uma progressão no tempo. As atividades são representadas letras e os círculos são numerados, em ordem crescente, da esquerda para a direita. Um exemplo prático do uso de redes pode ser a na tarefa de realizar almoço: ATIVIDADE IDENTIFICAÇÃO ATIVIDADE ANTERIOR Resolver fazer o Almoço A - Comprar ingredientes para o prato do dia B A Elaborar lista de convidados C A Preparar o almoço D B Ligar para convidados E C Arrumar mesa F D Receber convidados G E,F Servir o almoço H G Segue abaixo um possível modelo de rede para essa: Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 3 Numa rede, é chamado de caminho a qualquer conjunto de atividades, que leve do nó inicial até o nó final. Nesse exemplo, temos os possíveis caminhos: Caminho M: (1, 2), (2, 3), (3, 5), (5,6), (6,7) e (7,8) e outro caminho, Caminho N: (1,2), (2,4), (4,6), (6,7) e (7,8) A duração de um caminho é a soma das durações de cada uma das atividades que compõem esse caminho. Na rede, o caminho com o tempo de duração maior é conhecido como caminho crítico e domina o tempo de término do projeto, pois o tempo de duração de um projeto é igual ao tempo que seu caminho crítico tem. Qualquer atraso que ocorrer no caminho crítico, automaticamente determinará um atraso no tempo global do projeto. Cada atividade do caminho crítico é denominada de atividade crítica. De forma alguma essas atividades podem atrasar, porque se ocorrer um atraso na mesma, o projeto por consequência vai atrasar. Em pesquisa operacional, as atividades críticas, tem a característica de não possuírem folga, isto é, sua folga é zero. Nos caminhos que não são críticos, suas atividades podem sofrer algum atraso sem que isso implique, em primeira instância, no atraso do projeto. Mas se a mesma atrasar demasiadamente pode sim alterar o tempo total do projeto. 1.2 Montar uma Rede: Antes de calcularmos o tempo global da rede e de sabermos qual é o caminho crítico, é necessário, primeiramente montá-la. O procedimento é respeitar a sequência de cada atividade e lembrando que as linhas que ligam as atividades (caminhos) podem ser em qualquer direção. Segue um exemplo de rede com suas respectivas atividades, de forma que se organizem respeitando a ordem em que ocorrem. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 4 “A” -> é a atividade inicial do projeto; “B”, “C”, “D” -> começam depois que a atividade “A” terminar; “E” -> Começa depois que as atividades “B” e “C”terminarem; “F” -> Começa depois de “C” terminar; “G” -> Começa depois que “D” e “F” terminarem; “H” -> Começa depois que “E” e “G” terminarem. Sendo “H” a atividade final. Basta colocar os eventos (círculos numerados) ligados pelas atividades, seguindo a ordem em que são planejadas. Segue a ilustração da rede descrita acima: De cada nó deve sair apenas um caminho, quando ocorre de saírem 2 (duas) atividades de um evento, um deles deverá ser “fantasma”, isto é, não atrasa o processo, é uma atividade que não consome custo ou tempo. Observação: Nunca devemos colocar uma atividade dentro do nó, apenas números ficam no nó. 1.3 Calcular a Duração da Rede: Após montar a rede, é necessário calcular a duração de seu caminho crítico, o qual determinará o tempo global do projeto. Segue a rede construída acima com os tempos de suas respectivas atividades. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 5 Agora teremos que calcular o valor de cada nós, o método usado é o mesmo que empregamos para achar o valor do nó na realização do “CAMINHO MAIS CURTO”, só que ao invés de escolhermos a menor soma dentre as atividades que chegam em cada nó, vamos escolher no caso de redes, a soma de atividades que der o maior valor. O valor máximo será representado por En, onde “n” é o número do respectivo nó de onde sai a atividade. Segue abaixo a rede com o respectivo valor máximo de cada nó: Temos aqui o valor máximo de cada nó. Com isso, o valor do último nó, em nosso exemplo, o nó 7 (sete), é o tempo total do projeto, que é 41 unidades de tempo. Observação: Temos do nó 3 (três) para o nó 4 (quatro), o mesmo valor, pois como foi mencionado anteriormente, a atividade fantasma não possui tempo, ou seja, sua duração é 0 (zero). Agora faremos o processo inverso. Iremos do fim até o início. Pegando o valor do último nó e diminuindo da sua atividade antecessora e colocando esse valor no nó anterior. Será realizado até o primeiro nó. A esse valor representamos por Ln, onde “n” é o número do respectivo nó de onde contamos o valor da atividade. Segue abaixo a execução dessa etapa. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 6 O caminho crítico será aquele em que o En e o Ln tiverem o mesmo valor. Para essa rede o caminho crítico é o representado pela linha em vermelho abaixo.Isso mostra que o caminho crítico não pode atrasar senão atrasa o tempo global do projeto. Entretanto, as atividades “B”, “D” e “E” possuem folga, pois não fazem parte do caminho crítico. 1.4 Construção da Tabela Caminho Crítico: Existe outra forma de encontrar o caminho crítico sem ser pelo método mostrado acima. É através da construção da tabela caminho crítico. Logo abaixo, existem alguns termos que é importante conhecer para a elaboração da tabela. ES:Tempo de início mais cedo da atividade; EF: Tempo de término mais cedo da atividade; LS: Tempo de início mais tarde da atividade; LF: Tempo de término mais tarde; TF: Folga total (não atrapalha o tempo global do projeto); FF: Folga livre (não atrapalha a atividade seguinte); Exemplo: Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 7 Na primeira coluna iremos colocar as respectivas atividades, sempre colocando em ordem o número das atividades de acordo com a ordem crescente das letras dos nós. Na segunda coluna, colocamos o tempo de cada atividade de acordo com a rede. Para preencher a coluna ES, olhamos na rede qual é o tempo máximo que o primeiro número (nó) do par ordenado pode receber do nó anterior, por exemplo, o par ordenado (1,2) o máximo que o nó 1 (um) pode receber do nó anterior é zero, pois ele é o nó inicial, não há outro nó antes dele. Nos pares ordenados iniciados com o 2 (dois), os nós (2,4), (2,3) e (2,5), o maior valor de chegada para o nós 2 (dois) é quatro. E fazemos assim sucessivamente. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 8 Encontramos o EF somando o Tempo com o ES, ou seja, EF = Tempo + ES. Agora para determinarmos as outras colunas, iremos para a última linha e o valor do último EF, será o mesmo valor do último LF. E o respectivo LS será obtido subtraindo o Tempo do LF, isto é, último LS = último LF – Tempo. Então preencheremos tanto a coluna do LF quanto do LS, analisando a tabela do fim para o início. Olharemos agora para o segundo número do par ordenado, por exemplo nos casos (4,6) e (5,6), o segundo número é o 6 (seis). Veremos, nesse número qual é o LS mínimo do par ordenado onde esse número é o primeiro número Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 9 no par ordenado abaixo. No caso do (4,6) e (5,6) teremos que ver, nas outras atividades onde o 6 (seis) é o primeiro número no par ordenado. Temos somente um par ordenado onde o 6 (seis) é primeiro que é o par (6,7). O seu LS é 33 (trinta e três). Esse valor do LS será o respectivo LF das atividades (4,6) e (5,6). O LS deles será obtido com a subtração do LF pelo Tempo da respectiva atividade. Repetimos o processo para as linhas de cima, sempre indo do fim para o início. Para encontrar o TF é simples, ele será igual ao subtração do LF pelo EF ou pela subtração do LS pelo ES, isto é, TF = LF – EF ou TF = LS – ES. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 10 Os valores onde o TF é igual a 0 (zero), termos o caminho crítico. Perceba que é o mesmo caminho crítico encontrado para o valor anterior. Para calcular o FF começaremos do início para o fim. Pegamos a atividade (n,m) e as próximas atividades que começam com “m”, ou seja, (m,k), pegamos o ES da atividade (m,k), diminuímos pelo ES da atividade (n,m) e diminuímos pelo tempo da atividade (n,m). Esse resultado dará o valor de FF da atividade (n,m). 2. CPM 2.1 Definição: É quando queremos analisar não só a duração de uma atividade, mas também o seu custo. Nessa etapa o objetivo principal é ver a viabilidade de reduzir o tempo de um projeto por meio de um aumento de custos. Cada atividade possui um tempo pré- determinado para ser realizada, no entanto, em muitos casos, por meio de um investimento em determinada atividade, é possível reduzir esse tempo. Como feito em outros casos, irá ser colocado abaixo um exemplo para facilitar o entendimento desse conceito. Seja a rede abaixo com seus respectivos tempos de execução de cada atividade. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 11 Em CPM estaremos preocupados no caminho mais longo, isto é, onde a soma das atividades é maior. Nessa rede o caminho mais longo é dado por (1,2) e (2,5), cuja soma é dezoito. Esse caminho mais longo é representado por seguimentos com tracejados mais fortes. Aqui usaremos vermelho para ficar mais claro o entendimento. Agora veremos, para esse projeto, uma tabela que revela o tempo e o custo do projeto se for realizado no tempo previsto, como também o seu tempo e custo caso desejarmos acelerar algumas ou todas as atividades. Segue a tabela para esse projeto e suas respectivas atividades. A primeira coluna “Atividade” representa cada atividade da rede; Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 12 A segunda e terceira colunas se referem, respectivamente, à duração e ao custo da atividade se a mesma for realizada normalmente, ou seja, se for executada com o mesmo tempo do planejamento inicial. A quarta e a quinta colunas dizem a respeito de quanto tempo conseguimos reduzir a duração de cada atividade, assim como o custo envolvendo essa aceleração. A última coluna menciona sobre quanto custa para se acelerar a duração de 1 (uma) atividade. Por exemplo a atividade (1,2) tem duração inicial de 8 (oito) unidades de tempo e custo de 100 (cem) unidades monetárias. É possível reduzir para 6 (seis) unidades do tempo e reduzindo essas duas atividades ele custará 200 unidades monetárias. Isto significa que para reduzir 2 (dois) dias custou 100 unidades monetárias a mais, portanto, reduzir em 1 (um) a duração custará 50 unidades monetárias. Em termos matemáticos, pegue o tempo normal e subtraia pelo tempo acelerado e divida esse resultado pela diferença do custo acelerado pelo custo normal, assim encontrará a declividade de todas as atividades. Por meio desta tabela conseguimos saber em quanto tempo conseguimos reduzir a duração do projeto, como também quanto teremos que desembolsar em unidades monetárias para obter esse objetivo. Por exemplo, o custo desse projeto sem haver acelerações é 580 (quinhentos e oitenta) unidades monetárias. Mas podemos ir acelerando atividade por atividade e assim reduzir o tempo global do projeto e vendo quanto irá nos custar. 2.2 Acelerar o Projeto: Para acelerar o projeto existem algumas regras. Não adianta ir acelerando qualquer atividade, pois dependendo da atividade que for escolhida, esta pode não reduzir o tempo total do projeto. Tempos que reduzir as atividades que fazerem parte do caminho mais longo, reduzindo estas, estaremos garantindo que o tempo geral do projeto irá se reduzir. OBS: É claro que estaremos pressupondo que não haverá atrasos nas atividades, todas serão executadas no prazo planejado. Dentre as atividades que formam o caminho mais longo devemos reduzir aquelas com menor declividade, isto é, as que custam mais “barato” por dia de redução, pois como engenheiros de produção queremos sempre reduzir o tempo e custo o máximo possível. Então entre reduzir em 1 (uma) a duração, vamos ver qual custa menos. Cuidado, pois quando reduzirmos as atividades o caminho mais longo pode ser alterado, logo, esteja atendo para não reduzir uma atividade que não implicará em redução no tempo global. ApostilaPesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 13 Para esse estudo, vamos utilizar o exemplo utilizado no item anterior e iremos colocar na própria rede seus tempos normal e acelerado,como também os custos normal e acelerado. Para reduzir a duração iremos escolher sempre o caminho mais longo (caminho crítico) e vamos escolher, dentre as atividades do caminho crítico qual tem a menor declividade. Após isto, iremos “recalcular” o caminho mais longo e seu novo custo. Depois verificamos se temos condições financeiras de reduzir mais ainda o tempo, se tivermos, repetiremos o processo novamente até chegar a uma duração interessante que estabeleça uma relação custo benefício para a empresa. Temos ciência que o projeto acima possui duração de 18 (dezoito) unidades de tempo e custo de 580 (quinhentos e oitenta) unidades monetárias. Segue abaixo uma tabela com algumas reduções efetuadas: OBS: Na última linha da tabela tivemos que reduzir duas atividades, pois ambas, eram o caminho crítico, as duas demoravam 12 (doze) unidades de tempo, então só era possível reduzir o tempo total do projeto se reduzíssemos ambas. Por conseguinte, o custo é a soma da declividade das duas atividades. Apostila Pesquisa Operacional II Professor: Luis Torres Monitor: Andrew de Jesus 14 3. Programação Não Linear: 3.1 Definição: É quando queremos maximizar ou minimar equações e respectivas restrições que são não lineares. Por exemplo: A equação: 3 + 4 é uma equação linear, entretanto, a equação x² não é linear. 3.2 Método de Resolução: Resolver um problema de programação não linear, pode ser uma tarefa bem árdua, porém, em nosso curso nos atentaremos apenas a um método mais prático. Esse método consistem em derivar a equação dada e iguala-la a 0 (zero). Por exemplo, resolva o seguinte problema de programação não linear: Min + + 3 + S.A.: 3 + = 1 Iremos resolver derivando parcialmente em função objetivo em função de cada variável. E para cada restrição iremos igualá-la a 0 (zero) e “criar” uma variável para ela. Colocando as restrições na função objetivo teremos: Min + + 3 + 3 + – 1) Agora basta derivar parcialmente cada variável da função objetivo. = 2 + 3 + = 0 = 4 + 1 + = 0 = + – 1 = 0 Agora temos um sistema de três incógnitas e três variáveis, basta resolver o sistema e pronto temos a solução.
Compartilhar