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TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Ligantes: Alexandra Lopes e Thiago Paiva EPIDEMIOLOGIA Mais da metade da pop. da Europa e América já experimentou álcool pelo menos uma vez; Consumo de drogas ilícitas: 4,2% da pop. mundial; Prevalência do uso de drogas no mundo tem se mantido estável, com cerca de 5% da pop. mundial entre 15 e 64 anos; Abuso e dependência: Homens. SUBSTÂNCIAS COM POTENCIAL DE ABUSO PADRÃO DE CONSUMO TRANSTORNOS RELACIONADOS AO ÁLCOOL 14% da pop. americana apresenta dependência ou abuso de álcool; 3ª causa de mortalidade que poderia ser prevenida; Baixa quantidade: Benéfico para risco de doença cardiovascular; Uso indevido do álcool é responsável por 5,9% das mortes no mundo (mais do que HIV e a Tuberculose); O uso nocivo do álcool está associado a mais de 200 tipos de doença. FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DE DEPENDÊNCIA Motivação: Mudanças no comportamento, humor e cognição; Genético: Sexo masculino com antecedente de familiar alcoolista do mesmo sexo; Primeiros episódios de intoxicação Adolescência; Dependência 20 – 40 anos; Problemas sociais, legais, financeiros, trabalho, faculdade e relações interpessoais !!! QUADRO CLÍNICO Intoxicação Aguda: - Euforia leve evoluindo para tontura, ataxia e incoordenação motora; Confusão, desorientação; Disartria, anestesia; Estupor, coma, depressão respiratória e morte. OBS: Broncoaspiração de vômitos e TCE* QUADRO CLÍNICO Intoxicação alcoólica idiossincrática ou patológica: - Alterações da consciência, desorientação, amnésia lacunar, alucinações , delírios e aumento da atividade psicomotora; SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Leve a moderada (24 a 36h): Tremores, insônia, agitação e inquietação psicomotora; Grave (3 a 4 dias): Crises convulsivas tônico-clônicas (3%) / Mortalidade (1%); Delirium tremens: Obnubilação da consciência, confusão, desorientação temporoespacial, alucinações, tremores marcantes, agitação, insônia, inversão do ciclo sono-vigília e hiperatividade autonômica (hipertensão arterial, taquicardia, taquipneia, hipertermia). SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Alucinose alcoólica: Alucinações predominantemente auditivas; Ansiedade, medo, agitação; Ausência de rebaixamento do nível de consciência e alterações autonômicas; Tratamento: Prevenção do agravamento do quadro clínico; BDZ e reposição de vitaminas. COMPLICAÇÕES CLÍNICAS TGI: Pancreatite, gastrite, úlcera gástrica e duodenal, esteatose e cirrose hepática, tumores hepáticos; Cardiovasculares: Hipertrigliceridemia, hipertensão, aumento do LDL, cardiomiopatia; Endócrinas: Diminuição da libido, amenorreia, impotência; Miopatia periférica induzida por álcool; Cognitivas: Disfunções cognitivas subclínicas, demência. Neurológicas: Relacionada a deficiência de vitaminas (Tiamina): Neuropatias periféricas, déficits cognitivos, prejuízo da memória, alterações degenerativas cerebelares. TRANSTORNO AMNÉSTICO PERSISTENTE INDUZIDO PELO ÁLCOOL Alterações da memória (recente); Síndrome de Wernicke e Síndrome Korsakoff (deficiência de Tiamina); Síndrome de Wernicke: Ataxia, confusão mental e nistagmo; Tto: Tiamina 100 mg, 2 a 3x/dia (1 a 2 semanas); Síndrome de Korsakoff: Déficits mnêmicos (recente), confabulação, perda da capacidade de fixar informações. SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL Retardo mental, hipotonia, microcefalia, malformações craniofaciais, defeitos nos membros e coração. TRATAMENTO Abstinência, prevenção de recaídas e reabilitação; Motivação Pré-contemplação Contemplação Ação Manutenção TRANSTORNOS RELACIONADOS À COCAÍNA 0,3% da pop. mundial; Prevalência: Homens (2x maior) e adultos jovens; Rápida e eficaz absorção: mucosas oral, nasal e pulmonar; Mecanismo de ação: Inibição da recaptação de dopamina, bloqueio da recaptação de NE e 5-HT. DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Irritabilidade, concentração comprometida, comportamento compulsivo, insônia severa e perda de peso; Incapacidade de executar tarefas esperadas associadas com o trabalho e a vida familiar; Manifestações agudas: Psíquicas: Euforia, aumento do estado de vigília, aumento da autoestima, delírios persecutórios e alucinações*; Físicos: Taquicardia, hipertensão arterial, taquipneia, hipertermia, sudorese, tremor leve de extremidades, tiques, midríase, espasmos musculares (língua e mandíbula), vasoconstrição e efeito anestésico. DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Intoxicação aguda: Irritabilidade, sintomas maníacos, agitação, comportamento sexual compulsivo e óbito; Sistema Cardiovascular: Angina pectoris, arritmias e IAM (coronariopatas e tabagistas); Sistema Nervoso: Eventos vasculares cerebrais isquêmicos (ataques isquêmicos transitórios e infartos cerebrais isquêmicos). DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Abstinência: Disforia, anedonia, ansiedade, irritabilidade, fadiga, hipersonolência, ideação suicida; Leve e moderado: 24h / Uso pesado: 1 semana; Gravidez: Abortos espontâneos, baixo peso ao nascer e déficits cognitivos ao recém-nascido; TRATAMENTO Reforçadores negativos. Intervenções psicológicas em grupo, familiares ou individuais, e grupos de apoio (Narcóticos Anônimos). TRANSTORNOS RELACIONADOS À CANNABIS Cannabis Sativa, conhecida como maconha. Princípio ativo mais abundante: Δ- tetraidrocanabidiol. Efeitos medicinais: analgésico, anticonvulsivante e hipnótico. Uso clínico Tto das náuseas secundárias às drogas. Tto do câncer Estimular o apetite em pacientes com AIDS Tto do glaucoma ? TRANSTORNOS RELACIONADOS À CANNABIS Intoxicação com cannabis Euforia: após 30 min e dura 2-4hrs. Efeitos psicológicos e comportamentais: Euforia Risos imotivados Comprometimento da coordenação Sensação de lentificação do tempo Prejuízo na memória de curto prazo Retraimento social TRANSTORNOS RELACIONADOS À CANNABIS Intoxicação com cannabis Efeitos físicos: Hiperemia conjuntival Xerostomia Taquicardia Apetite aumentado Tontura Retardo psicomotor Hipotensão ortostática TRANSTORNOS RELACIONADOS À CANNABIS Complicações Agudas: quadros de ansiedade, reações de pânico ou sintomas psicóticos. Crônicas: síndrome amotivacional, risco respiratório (semelhante ao da nicotina). Efeitos psíquicosestão relacionados à/ao: Potênciada droga, via de administração, técnica de fumar, dose, contexto, experiência passada do usuário, vulnerabilidade biológica aos efeitos. TRANSTORNOS RELACIONADOS À CANNABIS Tratamento Abstinência e apoio Informar sobre os riscos do uso Uso de antidepressivos p/ síndrome amotivacional TRANSTORNOS RELACIONADOS A OPIOIDES Opioide x Opiáceos Atuam no SNC e em orgãos periféricos, ativando seus receptores: μ, κ, λ, δ, ε. Heroína é a mais frequentemente usada de forma abusiva. Outros: ópio, morfina, codeína, metadona, meperidina, fentanil. TRANSTORNOS RELACIONADOS A OPIOIDES Uso clínico como analgésico em dores de grande intensidade. Vias de administração: oral, inalação, intravenosa ou subcutânea. Causam: Euforia Sensação de calor Constipação Alterações na FC, PA e temperatura corporal TRANSTORNOS RELACIONADOS A OPIOIDES Intoxicação aguda miose sedação/inconsciência depressão respiratória bradicardia acentuada convulsões coma Tríadeclássica da intoxicação Coma,pupilas em pontas de alfinete e depressão respiratória Comoproceder ? Manobrasbásicas de suporte à vida Naloxone TRANSTORNOS RELACIONADOS A OPIOIDES Síndrome de dependência Sintomas físicos e psíquicos marcantes tais como: Ansiedade, fissura, sudorese, midríase, lacrimejamento, rinorreia, naúseas e vômitos, tremor, piloereção, diarréia, espasmo e dor muscular, taquicardia, hipertensão arterial, febre e calafrios, insônia. Complicações clínicas decorrentes do uso IV Marcas, abcessos e úlceras, tromboflebites, endocardite, micro-infartos pulmonares, meningite bacteriana, crises convulsivas, hepatites. Maior risco de contrair HIV. TRANSTORNOS RELACIONADOS A OPIOIDES Tratamento AbstinênciaRedução de danos e conscientização Metadona Outras formas de suporte TRANSTORNOS RELACIONADOS ÀS ANFETAMINAS Sintetizadas na década de 30. Sua produção e uso ilegal restringe a utilização terapêutica. Usos clínicos: Tto do TDAH, narcolepsia e da obesidade. O ecstasy (3,4-metilenedioxi-metanfetamina / MDMA) é a mais conhecida e utilizada no Brasil. Anfetamina mulheres, estudantes, atletas e motoristas. Metanfetamina cachimbos - “ICE” C gelo (USA). TRANSTORNOS RELACIONADOS ÀS ANFETAMINAS TRANSTORNOS RELACIONADOS ÀS ANFETAMINAS Complicações agudas Inquietação, irritabilidade, tremor, ansiedade, cefaleia, calafrios, vômitos, sudorese. Uso de MDMA pode causar também: Crises hipertensivas, precordialgias, arritimias cardíacas, hepatites tóxicas, hipertermia, convulsões, rabdomiólise e morte. TRANSTORNOS RELACIONADOS ÀS ANFETAMINAS Crises de abstinência Atingem 87% dos usuários de anfetamina Pode haver: fissura intensa, ansiedade, agitação, pesadelos, redução da energia, lentificação e humor depressivo. Benzodiazepínicos de duração curta (midazolam) TRANSTORNOS RELACIONADOS ÀS ANFETAMINAS Complicações crônicas Sintomas psicóticos semelhantes a fase aguda da esquizofrenia. IAM, vasoespasmos sistêmicos, edema agudo de pulmão. Tentativa de abandono depressão com risco de suicídio. TRANSTORNOS RELACIONADOS A ALUCINÓGENOS Causam alucinações, perda de conta com a realidade e uma expansão da realidade. Psilocibina (cogumelos) e a mescalina (cacto) e o LSD. Tolerância rapidamente, mas sem dependência física e nem crise de abstinência. TRANSTORNOS RELACIONADOS A ALUCINÓGENOS Intoxicação Ansiedade ou depressão acentuadas Medo de perder o juízo Ideação paranoide Comprometimento no julgamento Intensificação subjetiva das percepções Despersonalização e desrealização. Ilusões e alucinações Flashback Midríase, taquicardia, sudorese, palpitações, visão turva, tremores, incoordenação motora. TRANSTORNOS RELACIONADOS A ALUCINÓGENOS Complicações potenciais Comportamento suicida, transtornos depressivos, transtornos do pânico Diagnóstico diferencial Abstinência alcoólica e intoxicação por anticolinérgicos. TRANSTORNOS RELACIONADOS A INALANTES Os solventes (mais comuns), não possuem finalidade clínica. Cola, tintas, esmaltes, vernizes, cheirinho de loló, lança perfume entre outros. Uma das drogas mais consumidas entre adolescentes de baixa renda no Brasil. Funcionam como depressores centrais. Tolerância e síndrome de abstinência ? TRANSTORNOS RELACIONADOS A INALANTES TRANSTORNOS RELACIONADOS A INALANTES Etapas douso Sinaise sintomas Doses iniciais (1ªetapa) Euforia,desinibição, tinidos e zumbidos, ataxia, risos imotivados e fala pastosa. Como prosseguimento (2ª etapa) Confusão mental, desorientação alucinações visuais e auditivas. Terceira etapa Acentuadepressão central, redução do estado de alerta, incoordenação motora, inconsciência, convulsões, coma e morte. TRANSTORNOS RELACIONADOS A INALANTES Complicações crônicas Atrofia cortical e cerebelar, empobrecimento cognitivo, ataxia, sintomas relacionados aos nervos cranianos, insuficiência renal crônica, hepatites tóxicas, pneumonites químicas, tosse e broncoespasmo. Tratamento Abstinência TRANSTORNOS RELACIONADOS A BENZODIAZEPÍNICOS Amplamente prescritos para transtornos ansiosos Uso nocivo e risco de dependência. Propriedades farmacológicas: sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Efeitos colaterais: Sonolência excessiva, piora da coordenação motora, piora da memória, tonteira, zumbidos, quedas e fraturas, riscos de dependência. TRANSTORNOS RELACIONADOS A BENZODIAZEPÍNICOS Síndrome de abstinência Tremores, sudorese, palpitações, naúseas, vômitos, cefaleias, dores musculares, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, pesadelos, prejuízos de memória, delirium, alucinações e convulsões. Tratamento Suspensão reduzindo gradualmente a dose. Suporte psicológico TRANSTORNOS RELACIONADOS À NICOTINA Consumo de tabaco é um dos maiores problemas de saúde pública. Expectativa de vida de um fumante é 25% menor. Princípio ativo: nicotina Mecanismo de ação: agonista nicotínico de receptores de acetilcolina. TRANSTORNOS RELACIONADOS À NICOTINA Sintomas de abstinência Tratamento Terapia de reposição de nicotina (adesivos e gomas de mascar) Terapia comportamental breve em grupo Bupropiona
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