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DEPRESSÃO Profas: Patricia Forestieri/ Rosana Stopiglia/ Teresa Braga e Rosalina Vale DEPRESSÃO É uma das doenças que mais acometem os idosos, ocasionando graves problemas físicos e emocionais não só ao idoso, mas aos seus familiares e à comunidade. Doença de alta frequência mundial, podendo ser apontada como a segunda causa de morbidade para as próximas décadas. Principal fator da alta taxa de suicídio de homens e mulheres acima dos 70 anos. Idosos com depressão podem ser isolados do convívio de seus familiares, muitas vezes internados em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI), o que pode caracterizar ainda mais a sensação de desprezo e abandono para os mesmos. Idosos internados em instituições hospitalares também podem ser acometidos por depressão (longo período de internação, associação de diversas medicações prescritas). Idosos que residem com seus familiares e encontram-se deprimidos por sentirem-se desvalorizados, inúteis, pouco ouvidos, considerando-se como um peso físico e financeiro para os demais membros da família. DEPRESSÃO Prevalência de até 15% na população de idosos, porcentagem é ainda mais significativa (podendo atingir índices de 22%) para idosos hospitalizados. É um dos transtornos psíquicos mais comuns entre os idosos. Dados apontam que no Brasil, aproximadamente 10 milhões de idosos sofrem de depressão. Prevenção: Políticas Públicas = visam auxiliar os idosos a redescobrir a vida, bem como, afastar males (depressão) e proporcionar melhor qualidade de vida. (Políticas Públicas são ações, programas, projetos, leis e normas que o Estado desenvolve para administrar de maneira equitativa os diversos interesses sociais de determinada sociedade) Exemplo: Centros de Referência do Idoso (oferecidas atividades) como: aulas de artesanato, programação cultural com pequenas viagens, bailes, jogos, aulas de informática, ginástica, além de trabalhos em grupos. Deve ser uma ação conjunta entre Estado, profissionais da saúde, idosos e a sociedade em geral. DEPRESSÃO NÃO É MERAMENTE TRISTEZA... Existe tristeza em momentos por razões racionais, como por exemplo a perda de um parente, término de namoro, roubo, ou sofrer agressão física ou psicológica. Como diferenciar Tristeza de Depressão? Na Depressão existe... -a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral - a redução do interesse pelo ambiente. -sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado -lentificação ou retardo psicomotor Depressão ou Transtorno Depressivo Maior (TDM) De acordo com o Manual de Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-5), é uma condição de saúde mental caracterizada por quatro ou mais dos seguintes sintomas: alteração no humor (crise de choro), alteração no sono (insônia ou hipersonolência), alteração no apetite (perda e raramente aumento do apetite), letargia, sentimento de culpa, baixa autoestima, perda da capacidade de sentir prazer ou de ter interesse (anedonia), déficit de concentração, episódios de agitação, pensamentos suicidas, sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado, retraimento social perda da libido. Fatores Predisponentes Biológicos: perda de neurotransmissores, havendo um desequilíbrio químico no cérebro causado por uma baixa quantidade de neurotransmissores como a serotonina e noradrenalina. Genéticos: tal desequilíbrio pode ser herdado geneticamente, levando-nos a identificar um fator referente às questões genéticas. Alterações neuroendócrinas, a diminuição de resposta ao hormônio estimulador da tireoide, Limitações físicas, com diminuição da autonomia, alterações da acuidade visual e auditiva, pois levam o idoso ao isolamento Uso contínuo de vários medicamentos que podem ter efeitos adversos indesejáveis. Psicossociais e Ambientais- relacionados com a diminuição da capacidade produtiva e funcional, aposentadoria com consequente diminuição de renda, luto (especialmente do cônjuge ou familiar próximo), abandono, além da mudança no papel social. Principais Sintomas: Sintomas psíquicos: -humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa. -redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis antes. -diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões. Sintomas fisiológicos: -alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência) -alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite) -redução do interesse sexual , perda da libido. Principais Sintomas Evidências comportamentais : -retraimento social -crises de choro -comportamentos suicidas-retardo psicomotor e -lentificação generalizada Sintomas cardinais e situações de luto - humor deprimido e a anedonia ambos denominados sintomas cardinais (devem estar associados a pelo menos mais três sintomas, por um período mínimo de duas semanas). Para um diagnóstico definitivo, é necessário haver pelo menos, um dos sintomas cardinais. Em casos de luto, as pessoas apresentam reações que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizando-se por sentimento de profunda tristeza. Tais reações são tidas como normais e esperadas, podendo estender-se até por 1 ou 2 anos. Nas situações de luto, a pessoa geralmente preserva determinados interesses e reage positivamente ao ambiente, caso seja devidamente estimulada. Fatores importantes para diagnostico da doença Anamnese médica detalhada (conhecer o histórico do idoso e de familiares, incluindo histórico psiquiátrico), Avaliação neurológica; Exame clínico geral; Identificação das medicações em uso e seus possíveis efeitos adversos, Exames laboratoriais, Avaliação psicológica (reconhecer possíveis eventos estressores, avaliação de inserções laborativas, de lazer, suporte familiar e rede de relacionamentos). Existem algumas escalas para rastrear a depressão, porém, o diagnóstico não deve ser realizado unicamente baseado em tais escalas. Mais popular para avaliar os sintomas depressivos em idosos é a Escala de Depressão Geriátrica (Yesavage) Importante para a enfermagem.... Observa-se que o idoso deprimido, recusa-se a alimentar-se, sair, seguir orientações médicas e de enfermagem, desejando ficar no leito a maior parte do tempo, o que promove maior dano à sua mobilidade, autonomia, podendo ocasionar alteração na pressão arterial, comprometimento na circulação periférica, problemas cardíacos, pneumonia, artrose, constipação intestinal, desidratação, dentre outros. Em alguns casos ( mais graves) a equipe de enfermagem deverá REALIZAR as atividades, com a melhora do quadro, passar a AUXILIAR e depois SUPERVISIONAR. Tratamento: PSICOTERAPIA + MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS Quando resulta de conflitos pessoais ou interpessoais ou ainda dificuldade em lidar com os problemas da vida = PSICOTERAPIA (comportamental - cognitiva-psicodinâmicas breves tradicionais- interpessoal) MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS Os chamados inibidores seletivos de recaptação de serotonina(ISRSs). Ex: Fluoxetina(Prozac);Citalopram(Celexa);Sertralina(Zoloft);Paroxetina(Paxil);Escitalopram(L exapro). Não provocam tantos efeitos secundários! Outros tipos de antidepressivos disponíveis são conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSNs) : venlafaxina(Effexor) e a duloxetina(Cymbalta). Outro antidepressivo bastante utilizado é o Bupropiom (Wellbutrin), que age sobre o neurotransmissordopamina. Tratamento ( menos utilizado) Apenas para idosos que apresentem alto risco de suicídio, a Terapia Eletroconvulsiva (ECT). Tal tratamento é totalmente contraindicado em caso de presença de lesão intracraniana acompanhada de aumento da pressão intracraniana. Como contraindicação relativa tem-se a ocorrência de infarto agudo do miocárdio há 3 meses ou acidente vascular cerebral (AVC) há 6 meses. Necessário que o idoso seja submetido a minucioso exame físico, exames cardíacos incluindo eletrocardiograma (ECG), exames neurológicos, miniexame do estado mental, para que se possa ponderar os riscos e benefícios da utilização deste tratamento. Ficou fácil agora saber a diferença entre... ANSIEDADE, TRISTEZA E DEPRESSÃO?? Atuação da Equipe Multiprofissional Abrangente e importante trabalho em equipe que é composta por: - enfermeiro ( todos cuidados de enfermagem necessários), - médicos ( geriatra e psiquiatra- diagnóstico, prescrição e tratamento), - fisioterapeuta ( plano de condicionamento físico), - nutricionista ( avaliação e adequação dieta), - fonoaudiólogo ( avaliação e exercícios para disfagia), - farmacêutico ( avaliar interação medicamentosa), - terapeuta ocupacional ( elaborar atividades manuais e cognitivas), - psicólogo ( terapias), - assistente social ( relações interpessoais e avaliação dados habitação, renda), - educador físico ( supervisionar atividade física). Referencias Freitas EV, Py L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 Ferreira JR, Braga BFM, Reis DC, Soares MB, Borges PMM, Motta SB. O processo de envelhecer: Políticas Públicas e a qualidade de vida dos idosos. 2011. Disponível em: http://www.redepsi.com.br/2011/03/15/o-processo- de-envelhecer-pol-ticas-p-blicas-e-a-qualidade-de-vida-dos-idosos/. Acesso em 01 Ago 2016. Bächle C, Lange K, Stahl-Pehe A, Castillo K, Scheuing N, Holl RW, et al. Symptoms of Eating Disorders and Depression in Emerging Adults with EarlyOnset, Long-Duration Type 1 Diabetes and Their Association with Metabolic Control. PLoS One. 2015;10(6): e 0131027. eCollection. 2015. Snowdon J. How high is the prevalence of depression in old age? Rev. Bras. Psiquiatr. 2002; 24 (supl 1):42-7. American Psychiatric Association (APA). DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5a ed. Porto Alegre: Artmed; 2014. 9. Santos IS, Tavares BF, Munhoz TN, Almeida LS, Silva NT, Tams BD, et al. Disponivel em: http://c026204.cdn.sapo.io/1/c026204/cld- file/1426522730/6d77c9965e17b15/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V. pdf. Acesso em 20 Abr 2016. Matias AGC, Fonseca MA, Gomes MLF, Matos MAA. Indicadores de depressão em idosos e os diferentes métodos de rastreamento. Rev. Einstein. 2016;14 (1):6-11. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v14n1/pt_1679-4508-eins-14-1-0006.pdf. Acesso em 20 Abr 2016. Sung SC, Low CC, Fung DS, Chan YH. Screening for major and minor depression in a multiethnic sample of Asian primary care patients: a comparison of the nine-item Patient Health Questionnaire (PHQ-9) and the 16-item Quick Inventory of Depressive Symptomatology - Self-Report (QIDSSR16). Asia Pac Psychiatry. 2013; 5(4): 249-58. 8. Del Porto JA. Conceito e diagnóstico. Rev. Bras. Psiquiatr. [Internet]. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44461999000500003&script=sci_abstract. Acesso em: 20 Abr 2016. Stella F, Gobbi S, Corazza DI, Costa JLR. Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade Física. Motriz, Set/Dez 2002, Vol.8 n.3, pp.91 - 98.
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