Buscar

Trabalho de teoria das RI - Morgenthau

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Hans Morgenthau
Acadêmicos: 
Carolina P. de Souza, 
Daniela D. Padilha, 
Gabriel Previatto 
e Larissa V. Beling.
A Política Entre as Nações
Hans J. Morgenthau
Nasceu em 1904 em Coburgo na Alemanha e morreu em 1979;
Formação básica em direito e pós-graduação pelo Instituto de Estudos Internacionais de Genebra. Chega a ser magistrado em Frankfurt, de 1927 a 1932. Passa a ensinar direito público em Genebra, de 1932 a 1935. Exerce as mesmas funções em Madrid em 1935-1936. Emigra para os Estados Unidos da América em 1937, tornando-se cidadão americano em 1943.
Assinala a sobrevivência como fim principal do Estado;
É um dos principais escritores do Realismo nas Relações Internacionais;
A Política Entre as Nações: Caps. I e II
A teoria do realismo político que Morgenthau desenvolve em sua obra Política entre as nações é baseada principalmente nas ações entre estados e busca uma ideia conclusiva sobre política internacional visando entende-la como realmente é, e não como as pessoas a idealizam.O autor possui dois principais objetivos: entenderas forças que regem as relações internacionais dos Estados e entender o meio pelo qual essas forças agem. 
Hans opina também,sem dar muita relevância sobre o indivíduo e suas ações.Para ele o homem não é naturalmente bom e o conflito é o problema resultante da busca de poder. O realismo político preocupa-se primeiramente com o poder e afirma que a sobrevivência é o objetivo principal do estado. A política internacional possui suas próprias leis morais que diferem das leis morais do individuo.
Para Morgenthau o realismo político pode ser descrito em seis princípios:
(1) a política é governada por leis objetivas que são frutos da natureza humana.
“Para estar em condições de melhorar a sociedade, é necessário entender previamente as leis pelas quais a sociedade se governa. Uma vez que a operação dessas leis independe, absolutamente, de nossas preferências, quaisquer homens que tentem desafiá-las terão de incorrer no risco de fracasso”, portanto, torna-se possível a criação de uma teoria com base nessas leis;
(2) o interesse da política é configurado pelo poder.
“Uma teoria política, de âmbito internacional ou nacional, desprovida desse conceito, seria inteiramente impossível, uma vez que, sem o mesmo, não poderíamos distinguir entre fatos políticos e não-políticos, nem poderíamos trazer sequer um mínimo de ordem sistêmica para a esfera política”.
(3) O poder é uma categoria objetiva universalmente válida, contudo seu significado poderá variar. Basicamente o poder é qualquer coisa que estabeleça e mantenha o controle.
(4) Princípios morais universais não poderão ser aplicados abstratamente ao Estado, pois a sobrevivência do estado deve ter prioridade sobre questões morais.
(5) As leis morais universais destoam da moral de qualquer povo;
(6) o realismo mantém a autonomia da esfera política, padrões moralistas são apropriados a outras esferas, pois a política internacional tem suas próprias leis e regras.
O realismo político de Morgenthau trata também a respeito da paz.Ele diz que a paz só existirá quando existirem também negociações dos interesses que por algum motivo são divergentes entre Estados.
Cap. III: Poder Político
A Política Internacional consiste em uma luta pelo Poder;
Desse conceito tira-se duas conclusões:
1- Nem todas as ações de um país em relação a outro são de cunho político;
2- Nem todas as nações estão, o tempo todo, em maior ou menor grau, engajados em atividades de Política Internacional;
“Em resumo, a relação das nações com a Política Internacional apresenta uma qualidade dinâmica, que se modifica como decorrência das vicissitudes do poder, e que pode trazer uma nação para a frente da ribalta da luta pelo poder ou arrancar de outra nação a capacidade de participar ativamente dela.” (MORGENTHAU, 2003, pág. 51) 
 Poder e Poder Político:
Poder significa o controle do homem sobre as mentes e ações de outros homens;
Poder político são relações mútuas de controle entre titulares da autoridade pública e entre os últimos e o povo em geral. 
O Impacto de quem exerce o Poder sobre o exercido deriva de 3 fontes: A expectativa de benefício, o receio de desvantagens e o respeito ou amor por indivíduos ou instituições.
Quatro Distinções Importantes:
Poder x Influência/força;
Poder Utilizável x Poder Inutilizável;
Poder Legítimo x Ilegítimo;
Poder x Amor 
(por pessoas ou instituições);
A Depreciação do Poder Político
O Poder tem objetivo de fazer cm que a mente do inimigo se curve perante a vontade do “poderoso”. 
“Se o desejo de poder não puder ser abolido em todos os cantos do mundo, aqueles que dele ficarem curados seram simplesmente vítimas do poder dos demais.” (MORGENTHAU, 2003, pág. 62)
Para Morgenthau a luta pelo poder faz parte da essência humana. 
Duas Raízes para depreciação do Poder Político:
A Filosofia do Século XIX; 
A Experiência Americana;
Utopia Contemporânea
“A ciência da Paz moderna parte do pressuposto de que o mundo é totalmente acessível à ciência e à razão e que ele contém todos os elementos necessários para que se obtenha a cooperação harmoniosa de toda a humanidade.” (MORGENTHAU, 2003, pág. 71)
Para essa ciência (idealismo) cabe a negociação (diplomacia) encontrar esses elementos na superfície dos conflitos aparentes.
Cap. IV : A Luta Pelo Poder:
A Política do Status Quo.
A Política Interna e a Internacional são manifestações diferentes da luta pelo poder onde prevalecem diferentes condições morais, políticas e sociais.
A Ordem Política Interna revela-se mais estável e menos sujeita a transformações violentas do que a Ordem Internacional;
Três Padrões Básicos de Política Internacional:
Uma diretriz que visa aumentar o Poder;
Manter o Poder;
Demonstrar Poder;
Política do Status Quo
Uma política que tende a manter as Relações de Poder já existentes é chamada Status Quo;
Uma Política que visa aumentar o poder de uma Nação é chamada Imperialista ou Imperialismo;
Uma Nação que visa demonstrar Poder, seja qual for o interesse, segue uma Política de Prestígio;
CAP. 16 MORALIDADE INTERNACIONAL
É necessário avaliar o papel da moralidade na política como um todo, para poder situá-lo dentro da realidade específica das relações internacionais, o que leva á conclusão de que existem uma relação entre essas dimensões mesmo dentro da perspectiva realista.
As regras morais não permitem que certas políticas sejam consideradas de modo algum, do ponto de vista da conveniência.
Proteção da vida humana na paz: a política internacional, como vimos, pode ser definida como um esforço contínuo no sentido de defender e ampliar o poder de uma determinada nação, além de manter sob observação, ou reduzir, o poder de outras nações.
Proteção da vida humana na guerra: como uma decorrência lógica da concepção de guerra como uma disputa entre forças armadas, desenvolveu-se a ideia de que só deveriam ser objeto de um ação militar deliberada aqueles que estivessem de fato capazes e desejosos de participar ativamente das hostilidades.
Condenação moral da guerra: Caso ocorra a guerra, ela terá de vir como se fosse uma catástrofe natural ou um ato perverso de uma outra nação, e não como culminação, prevista e planejada, se sua própria política externa.
Moralidade internacional e guerra total: A guerra moderna constitui, em boa parte,um embate em que se apertam botões , travado anonimamente por pessoas que jamais viram seu inimigo, morto ou vivo, e que jamais saberão quais e quantos indivíduos elas mataram. Nem as vitimas, por seu turno, verão jamais o rosto do adversário. A única conexão existente entre os inimigos é o maquinário com o qual eles tentam matar uns aos outros.
A ética pessoal do aristocrata internacional: Até a Primeira Guerra Mundial, a moralidade internacional constituía matéria da responsabilidade de um soberano.
Destruição da moralidade internacional: Em certos países, como Grã-Bretanha, A
França ou Itália, nos quais o governo precisa do apoio da maioria do Parlamento para permanecer no poder, qualquer mudança na composição da maioria parlamentar implica uma alteração no acordo do governo. Essa transformação no âmbito das diversas nações fez com que a moralidade internacional como sistema de limitações morais deixasse de ser uma realidade para transformar-se em uma mera figura de expressão.
 Já na Destruição da sociedade internacional: Enquanto a seleção democrática e a responsabilidade das autoridades governamentais destruíam a moralidade internacional como um sistema efetivo de limitações, o nacionalismo aniquilou a própria sociedade internacional.
 Vitoria do nacionalismo sobre o internacionalismo: a maioria das pessoas, tanto hoje como nos tempos modernos, vem resolvendo esse conflito entre a ética supranacional e a nacional, em favor da lealdade para com a nação.
Transformação do nacionalismo: As nações já não se opõem entre si como faziam no período que vai do Tratado de Vestfália até as guerras napoleônicas e no fim até da Primeira Guerra Mundial. Hoje, existem figuras que se defrontam com os sistemas éticos, cada um dos quais de origem nacional e dentro do qual suas políticas externas devem operar.
Os direitos humanos e a moralidade internacional: Algo muito diferente, dada a onipresença do elemento moral na política externa, é concluir que um país tem como missão aplicar os seus próprios princípios morais em relação ao resto da humanidade ou a certas parcelas da mesma.
CAP. 17 OPINIÃO PÚBLICA
O que nos deve ocupar aqui é a realidade da opinião pública mundial.
Quando uma nação invoca valores como a “opinião pública mundial” ou a “consciência da humanidade”, no intuito de assegurar a si própria e ás demais nações que as suas políticas externas se ajustam aos padrões compartilhados pelos homens em toda parte, ela não está apelando para algo real.
A opinião pública mundial se transforma no avaliador mítico com o qual se pode contar para apoiar as suas próprias aspirações e ações, bem como as de todos os demais seres humanos.
Redução numérica das grandes potências
A inflexibilidade do equilíbrio de poder
-De 900 Estados soberanos, restaram apenas 355, devido ao tratado de Vestfália.
-No início da 1º Guerra Mundial, restaram apenas 8: Áustria, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia e Estados Unidos.
-No fim da 2º Guerra Mundial, viu esse número reduzido a três: Grã-Bretanha, União Soviética e E.U.A
A bipolaridade do poder
A potência dos Estados Unidos e da União Soviética, em comparação ao poder de seus aliados afetivos ou potenciais, tornou-se de tal modo avassaladora, que graças ao seu peso predominante, as duas superpotências determinam o equilíbrio de poder.
O equilíbrio de poder se transformou de multipolar para bipolar. 
A tendência para um sistema de dois blocos
Como resultado, desapareceu a flexibilidade da balança do equilíbrio de poder.
Era de tal ordem o poder das duas grandes potências, que as demais perderam completamente seu papel na manutenção do equilíbrio de poder.
Porém as esperanças de uma terceira potência chegaram a ser alimentadas por algumas nações que não haviam tomado partido, nada que tenha tido êxito.
Terceira modificação no equilíbrio de poder
Essa modificação seria do desaparecimento das fronteiras coloniais, pois naquele período as nações buscavam poder mediante a aquisição de territórios.
Era o símbolo de poder nacional.
Obter terras de inimigos poderosos era importante, 
porém arriscado. 
Então para alcançar este mesmo fim partiram as vastidões de três continentes: África, as Américas e parte da Ásia. 
A possibilidade de sua ruptura
A transformação de um sistema bipolar em um outro constituído por dois grandes blocos, seria muito oportuno para as superpotências, porém se afiguram repulsivas para as nações não engajadas com nenhumas das superpotências ou por aquelas que se engajaram por forças das circunstancia ou por meio militar.
Porém nesse meio tempo, houve as revoluções das nações asiáticas, mais precisamente a China acarretou em certo período graves implicações para o resto do mundo.
Foi ai que as nações dotadas de espaço, de recursos naturais e de grandes massas de homens estavam apenas começando a usar o poder político, a tecnologia atualizada, para os seus princípios objetivos.
Pessoas que até agora haviam sido apenas objeto das políticas dos outros, acabam de entrar na política internacional, na qualidade de participantes ativos.
 
Guerra Fria
Para essas duas superpotências parecia restar somente uma política a seguir, aumentar cada vez mais o seu poder e de seus aliados.
Détente e coexistência pacífica
Richard Nixon tentou buscar um relaxamento as tensões entre as superpotências, mediante a adoção de uma política externa baseada na détente.
Em 1976, o presidente Jimmy Carter buscou redefinir o significado da détente.
Porém não foi a détente que preservou a paz, mais sim o equilíbrio de terror nuclear.Esse equilíbrio impôs realmente limitações efetivas ás políticas externas de ambas as superpotências.
Diplomacia
A função da diplomacia se apresenta por meio de quatro fatores:
Primeiro , a diplomacia precisa determinar os seus objetivos a luz do poder disponível, tanto de fato como em potencial, para alcançar os seu objetivos.
Segundo, a diplomacia tem de ser capaz de avaliar objetivos das outras nações e o poder disponível , tanto de fato como em potêncial para a consecução desse objetivos.
Terceiro, a diplomacia precisa determinar até que ponto esses diferentes objetivos são compatíveis entre si.
Quarto, a diplomacia tem de entregar os meios apropriados para a concretização de seu objetivos.
Uma nação pode estar correndo risco de uma guerra se a sua diplomacia avaliar erradamente os objetivos de outras nações e o poder a disposição delas.
Existem três meios a disposição da diplomacia para se manter a conciliação entre duas nações, são eles:
-Persuasão, conciliação e ameaça do emprego de força.
Porém nenhuma diplomacia que se baseie somente no emprego de força pode ser tida como inteligente ou pacífica .Nenhum desse recursos utilizados separadamente pode ter êxito. 
 
Instrumentos da diplomacia
São dois:
Primeiro, serviços de assuntos externos, constitui a agência formuladora de política, o cérebro da política exterior.
Segundo, os representantes diplomáticos, que são os olhos, ouvidos e boca, do primeiro.
O diplomata representa três funções básicas:
Simbólica: o diplomata deve praticar funções simbólicas e expor-se a funções, praticadas por outros diplomatas e pelo governo estrangeiro do qual esta acreditado.
Legal: esses agentes atuam em nome dessa ficção legal que chamamos de corporação, empresa ou pessoa jurídica, assinando contratos....
Política: O diplomata, agindo juntamente com o serviço exterior, dá forma a política externa de seu país.E esta é de longe, a sua mais importante função.
Os diplomatas devem estar atentos ao plano de governo junto ao país que estão.
Cap. XXXII: O Futuro Da Diplomacia
A Diplomacia é a Disputa pelo Poder entre as Nações por Meios ordeiros e Pacíficos;
Para a revitalização da Diplomacia faz-se necessário atacar a depreciação e a desvalorização da mesma;
A Nova Diplomacia Parlamentar tende a agravar aspectos negativos da Perspectiva de Paz;
Três fatores (vícios) desfavoráveis da Nova Diplomacia;
Publicidade;
Votações Majoritárias;
Fragmentação das Questões Internacionais;
As diferenças entre uma Votação Majoritária em âmbito Interno e Internacional:
No Congresso a Maioria e a Minoria fazem parte de uma Sociedade Integrada;
Os recursos internos permitem uma mudança pacífica que pode transformam Minoria em Maioria;
A relação entre Maioria e Minoria busca representar uma distribuição de Poder objetiva;
Embora nem todos os votos tenham o mesmo “peso”, no Congresso 1 voto é apenas 1 voto;
4 Fatores que não existem no Cenário Internacional
e que possibilitam o uso do voto majoritário:
Na ONU não há “processos” que defendam a Minoria das injustiças da Maioria;
Uma Minoria nas Nações Unidas tende a permanecer como Minoria;
Uma Maioria de pequenos países asiáticos e africanos não tem poder contra um único voto dos EUA ou da Rússia;
Vicio da Fragmentação
Para serem votados ou discutidos os temas são considerados separados de seus predecessores, artificialmente.
 Essa atitude pode acabar em uma decisão errônea;
A Promessa da Diplomacia
Se a Diplomacia se afastar desses vícios e restaurar as antigas técnicas diplomáticas ela estará realizando uma das pré-condições para a paz. Morgenthau defende que a diplomacia só poderá “preservar a paz quando não for empregada como instrumento de uma religião política voltada para o domínio universal.” (MORGENTHAU, 2003, pág.1006)
Quatro Regras Fundamentais:
A Diplomacia não pode ser uma doutrina;
Os objetivos da Política Externa tem de ser definidos em termos dos interesses nacionais e precisam ser apoiados por um poder adequado;
A Diplomacia tem de observar o cenário político do ponto de vista de outras nações;
As nações tem de estar dispostas à conciliação a respeito de quaisquer temas que não sejam vitais para elas;
Para Ocorrer a conciliação são necessárias:
Abrir Mão de direitos inúteis pela substância de uma vantagem real;
Nunca se colocar em uma posição da qual você não possa recuar sem perder a dignidade e partindo da qual você não possa avançar sem graves riscos;
Jamais permita que um aliado fraco tome decisões por você;
As forças armadas são o instrumento de política externa e não o seu mestre;
O governo é o líder da opinião pública e não o seu escravo;
CONCLUSÃO DO AUTOR
A solução de Morgenthau para paz é a Diplomacia;
Ele admite que ela não é perfeita mas que em uma Sociedade de Nações Soberanas ela é o método mais eficaz;
O único meio seguro de manter a paz será quando as nações transferirem para uma autoridade mais elevada os meios de destruição, a saber abrirem mão de sua soberania, aí a paz Internacional será tão estável quanto a Interna;
Referência
MORGENTHAU, Hans J. Política entre as Nações. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2003.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais