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Resumo de engenharia Bioquímica (Slide 1 – Imobilização de enzimas) Enzimas imobilizadas são enzimas fisicamente confinadas ou localizadas numa região definida de espaço com preservação de suas atividades catalíticas que podem ser usadas contínua e repetidamente. O principal interesse em imobilizar uma enzima é obter um biocatalisador com atividade e estabilidade que não sejam afetadas durante o processo, em comparação a sua forma livre Vantagens do uso de enzimas imobilizadas: Desenvolvimento de sistemas contínuos Maior estabilidade enzimática Uso mais eficiente do catalisador através de reutilizações Flexibilidade no projeto de reatores Efluentes livres de catalisadores Maior versatilidade na etapa de separação Desvantagens do uso de enzimas imobilizadas: Custo adicional de suportes, reagentes, e da operação de imobilização Perdas de atividade durante a imobilização Possíveis exigências adicionais de purificação do catalisador Técnica pouco adequada a substratos insolúveis ou de alto peso molecular Maiores riscos de contaminação na operação contínua dos reatores Principais razões para imobilizar: Facilita a separação do produto; Permite a reutilização do biocatalisador; Reduz a possibilidade de contaminação; Ideal para processos contínuos; Reduz investimento inicial e custo operacional; Estabiliza termicamente a enzima. Principais componentes de um sistema imobilizado: Enzima Suporte Suportes para imobilização de enzima: Inerte Fisicamente forte e estável; Baixo custo; Melhor se puder ser regenerada após o uso e meia-vida da enzima; Superfície disponível para enzima. Suportes para imobilização: Orgânicos o Naturais Polissacarídeos (celulose, ágar, amido) Proteínas (Colágeno, albumina, gelatina, seda) o Sintéticos Poliestireno, poliacrilatos, polivinilicos, nylon Inorgânicos o Minerais Areia, Bentonita, Pedra-pomes o Fabricados Vidro porosidade, cerâmica poros, sílica porosidade, óxido de ferro. Seleção do método de imobilização: Características e composição química da enzima; Propriedades do substrato e produto; Finalidade de aplicação do produto obtido; Toxicidade dos reagentes de imobilização. Critérios para avaliação de um sistema enzima-suporte Estabilidade de fixação – a enzima deve estar bem fixa ao suporte; Estabilidade enzimática – a enzima não deve sofrer modificações como desnaturação. Resistência mecânica – o suporte deve resistir a várias condições favoráveis como, o peso do suporte dentro do reator. Capacidade de carga – o suporte deve fixar um número elevado de unidades enzimáticas por unidade de área – um pequeno reator uma grande capacidade catalítica. Métodos de imobilização Ligação em superfície sólida o Adsorção física; #É o método mais antigo, simples, eficiente e barato para imobilizar enzimas. É baseado na adsorção física de enzimas sobre a superfície de matrizes sólidas., principalmente pela força de Van der Walls, interações hidrofóbicas, pontes de hidrogênio entre a enzima e o suporte. Depende do pH, tamanho da proteína a ser adsorvida, área específica do carreador, natureza da superfície (porosidade e tamanho dos poros), natureza do solvente, força iônica, quantidade de enzima, tempo e temperatura. #Geralmente utiliza-se suportes inorgânicos (carvão-ativo, alumina, argila, sílica-gel, etc) e orgânicos (polímeros naturais e sintéticos) #Vantagens: Simplicidade, causa pouca mudança na conformação do catalisador. #Desvantagens: Fragilidade da ligação, dessorção do catalisador por flutuações de pH, forças iônicas e temperatura. o Adsorção covalente; #É baseado em ligações covalentes de enzimas em matrizes insolúveis em água diretamente ou com espaçador (grupos funcionais: hidroxil, amina ou carboxil). #Reação dos grupos reativos do suporte com os grupos funcionais da enzima, a fim de proteger o sítio ativo evitando que haja diminuição da atividade da mesma. #Vantagens: ligação muito estável entre a enzima e o suporte, evitando o fenômeno de dessorção. #Desvantagens: Preparação difícil e de alto custo; não tem muitas aplicações na indústria alimentícia, pois os reativos empregados nesse tipo de imobilização podem ser tóxicos. o Adsorção iônica #Método que envolve ligações iônicas entre a molécula da enzima e o suporte sólido que contém resíduos iônicos. Esse tipo de união é mais forte que a adsorção física, mas é fraca em comparação com os outros métodos. Para evitar que o catalisador se separe, é preciso controlar continuamente a força iônica e o pH do meio. Geralmente, utiliza- se como suportes, dietilamiotil celulose, celulose, etc. #Ligação de grupos com cargas opostas através de forças eletrostáticas. Processo simples, suave e não deletério para a maioria das enzimas. Confinamento o Encapsulamento #Consiste em aprisionar uma enzima dentro de uma matriz polimérica ou de uma membrana de maneira a impedir a liberação da enzima, mas permitindo a entrada do substrato. #Vantagens: não interage quimicamente com o suporte, evitando desnaturação. #Tipos de suportes: ágar, gelatina, alinato, celulose, etc. o Microencapsulamento #A enzima é oclusa em membranas poliméricas de porosidade de 300 µm (celulose, colágeno, polímeros em geral), semi-permeáveis esféricasde pequeno diâmetro. Ligação cruzada #Método que envolve o uso de agentes bifuncionais ou multi-funcionais, em geral diaminas alifáticas, que induzem a auto-reticulação das enzimas, resultando assim na formação de uma redetridimensional de moléculas de enzima. Ligação a suportes: É um dos métodos mais usados para imobilizar enzimas. A imobilização de enzimas pode ser subdividida em adsorção física, ligação iônica e ligação covalente. Em qualquer um desses métodos a seleção do suporte insolúvel e o tipo de ligação estabelecida são de suprema importância. Suporte ideal para uma dada aplicação deve preencher alguns requisitos: Aumentar a ligação do substrato; Diminuir a inibição pelo produto; Alterar o pH ótimo da enzima para um valor desejado; Não favorecer o crescimento microbiano; Ser rapidamente recuperado para reutilização. Efeitos causados pela imobilização: Perda de atividade enzimática o Algumas moléculas enzimáticas podem estar imobilizadas em uma configuração que impede completamente o acesso do substrato ao centro ativo. o O grupo reativo do centro ativo pode estar envolvido a ligação ao suporte. o Moléculas da enzima podem ter se ligado em uma configuração que as tornem inativas. o As condições de reação no processo de imobilização podem causar desnaturação ou inativação. o A estabilidade das enzimas pode diminuir ou aumentar devido ao microambiente a que fiquem restritas. Efeitos microambientais o A enzima ao ser imobilizada passa a ser circundada por um ambiente diferente do que quando estava livre, especialmente se a matriz ou suporte possui carga. o Os efeitos de circuvizinhança, que dependem da natureza física e química do suporte, podem acarretar uma distribuição desigual do substrato, produtos e cofatores entre a região vizinha ao sistema imobilizado e o resto da solução. Efeitos de acessibilidade o Resultado de impedimento físico, formado pelo suporte, ao acesso de moléculas grandes ao centro ativo da enzima. Efeitos a estabilidade o Enzimas durante a imobilização podem apresentar mudanças na estabilidade térmica (Slide 2 – ampliação de escala) Para que um processo fermentativo esteja funcionando e produzindo é necessário: Conhecimento deestequiometria e cinética das reações; Um controle eficiente; Buscar o aumento da produtividade e redução dos custos; Buscar equipamentos com versatilidade e eficiência. Variação de escala Na grande maioria dos processos, o desenvolvimento natural parte de uma escala de produção menor para uma escala de produção maior. A variação de escala nesse sentido é conhecida como aumento de escala “scale up”. Caso contrário, ou seja, quando se está operado uma instalação industrial e se necessita elaborar ensaios em pequena escala, a fim de verificar certos aspectos tem-se a chamada redução de escala ou scalae-down”. #Sob o ponto de vista econômico, há a necessidade de se ampliar a escala de produção de um bioprocesso. Sob o ponto de vista de desenvolvimento de um processo, é interessante que um processo de produção possa ser operado em pequena escala. #A extrapolação de escala constitui um dos principais desafios da engenharia bioquímica. Muitas vezes ao se ampliar a escala de produção, obtêm-se resultados diferentes e insatisfatórios àqueles obtidos em escalas reduzidas (laboratorial e piloto). Isso se deve seguramente ao fato das condições ambientais não terem sido mantidas constantes, afetando, consequentemente, o comportamento, das células do agente biológico em questão. Ampliação de escala: utiliza-se os dados do laboratório ara estabelecimento das variáveis de operação na escala industrial. Redução de escala: fundamental importância para o estabelecimento de inovações tecnológicas ao processo (novos lotes de matéria-prima, novas linhagens, etc). Desenvolvimento tradicional de um bioprocesso consiste em 3 escalas: Escala de bancada #Tendo em vista sua maior flexibilidade e menor custo de operação, os dados básicos sobre o processo devem ser levantados dentro do maior número de detalhes possíveis. Nessa escala são realizadas tarefas, como a seleção do microrganismo e o desenvolvimento do meio de cultura ideal. São também escolhidas as condições de temperatura e pH para o processo, assim como a forma de operação do biorreator. #Uma vez que se tenha acumulado suficiente experiência sobre o processo fermentativo em questão, e desde que tenha atingido desempenho adequado do ponto de vista econômico, pretendesse ampliar a escala para um reator piloto. Escala piloto #Deve-se manter constante grande parte das possíveis variáveis e definir critério de ampliação de escala; #Com o critério fixado, opera-se a escala piloto, objetivando a obtenção de igual desempenho que o observado na escala de bancada. Caso o desempenho seja adequado, conclui-se que o critério fixado está correto e, em caso contrário, deve-se ensaiar um novo critério, novamente escolhido de acordo com o conhecimento do processo. Ainda, caso não se obtenha o sucesso esperado, algumas corridas devem ser feitas na escala piloto, alterando-se ligeiramente as grandezas fixadas, a fim de melhorar o desempenho do processo, mas deve-se lembrar que agora os custos operacionais serão mais elevados. #A operação na escala piloto objetiva especialmente o teste do critério de ampliação de escala e não o estudo da influência de fatores (pH, temperatura, composição de meio, etc). #Sabe-se que ao ampliar a escala de trabalho vai-se deixando a condição de reator homogêneo, frequentemente observada na escala de bancada. Escala industrial #Essa escala, devido a própria dimensão, visa o lado econômico do processo, ou seja, a produção em alta escala. Na escala industrial procura-se operar o fermentador sob condições similares às ajustadas na escala piloto, as quais permitiram um desempenho adequado do processo. *Portanto, o grande problema da variação de escala está exatamente em reproduzir, na escala industrial, condições ambientais responsáveis pelo bom desempenho do sistema, obtidas nas de bancada e piloto. Problemas da variação de escala Reprodutibilidade na escala industrial das condições ambientais responsáveis pelo bom desempenho do sistema, obtidas nas de bancada e piloto. Fatores físicos: grau de mistura, consumo de potência, grau de cisalhamento de células, velocidade de transferência de oxigênio. Questionamento: Por que não é possível simplesmente construir um fermentador de tamanho industrial, geometricamente similar, e usar as mesmas condições de fermentação empregadas no reator menor? Resp: Por que os fatores físicos dependem da escala e, por essa razão, devem ser tratados com maior cuidado, buscando-se então a definição dos critérios de ampliação de escala. O procedimento usual de uma ampliação de escala com base nos critérios, baseia-se em manter a semelhança geométrica na escala maior, selecionar o critério e, a partir daí, encontrar as novas condições de operação na nova escala que, supostamente reproduziriam as condições encontradas na escala menor. Ampliação de escala: As condições que tiveram sucesso na escala menor devem ser mantidas no tamanho maior, além de ser conservada a mesma semelhança geométrica. Deve-se calcular a potência consumida o Semelhança geométrica o Otimizar a operação de um sistema agitado (Kla) o Biorreatores grandes apresentam tempo de mistura maior o Número de Reynolds Métodos usados em ampliação de escala: 1. Método fundamental: Trata-se de equações complexas (transferência de momento – transferência de massa e calor). Método usado apenas para sistemas muito simples. É útil para sistemas de células imobilizadas. 2. Método semi-fundamental: Significa o uso de equações simplificadas, de modo a se evitar os problemas de balanço de momento. Usados para alguns tipos de reatores. 3. Análise dimensional: significa manutenção de grupos de parâmetros adimensionais constantes durante a aplicação. a. Para momento: Número de Reynolds, número de Weber, etc b. Para massa: Número de Sherwood, número de Fourier, etc. c. Para calor: Número de Nusselt, número de Prandt, etc. 4. Manutenção de um parâmetro: manutenção de um parâmetro do processo – na grande maioria dos casos, a transferência de oxigênio. Deve ser aplicado para tanques agitados ou reatores de coluna de bolha e apenas para sistemas aquosos de baixa viscosidade. #Em escala de laboratório estabelecem-se as condições ideais do processo, e, co o conhecimento destas, define-se um critério para ampliar a escala, ou seja, uma variável cujo o valor, na escala de bancada, será mantido na escala piloto (ex: cisalhamento, transferência de oxigênio). Obs1: a variável deve ser crucial para o processo Obs2: na escala piloto visa-se apenas testar o critério de ampliação escolhido, e não estudar o processo. Obs3: a escala industrial visa o aspecto econômico do processo. Neste caso opera-se o fermentador em condições similares às ajustadas na escala piloto (que permitiram a obtenção de um desempenho adequado do processo). 5. Tentativa e erro: estabelecidas as condições de fermentação em escala de laboratório, procura- se determinar, em um fermentador de maior capacidade, as condições que melhor reproduzam os resultados. a. Repete-se o processo até que se atinja a escala industrial desejada. b. Ainda tem uso para otimização de processos, mas não para ampliação propriamente dita. (Slide 3 – Esterilização de equipamentos e meios de fermentação) Esterilização do equipamento: esterilizar um equipamento significa eliminar todas as formas de vida de seu interior ou superfície. #Em alguns processos biotecnológicos industriais, a eliminação parcial da população microbiana dos equipamentos já é suficiente para garantir a qualidade que se deseja no produto. #Exemplo: na indústria de laticínios, os processos de pasteurização destroema maior parte, mas não todos os microrganismos presentes. A pasteurização é empregada quando uma assepsia mais rigorosa destruiria propriedades importantes do alimento e seus subprodutos. #Assim, desenvolveram-se processos de desinfecção que não esterilizam, mas garantem a assepsia adequada. Por que esterilizar? A penalidade econômica é alta caso falte esterilidade; #A presença de microrganismos contaminantes pode levar a prejuízos. Muitas fermentações precisam estar absolutamente desprovidas de organismos estranhos; Vacinas precisam ter somente vírus inativados (mortos) Definição de esterilização: é o processo físico ou químico que destrói ou inativa todas as formas de vida presentes em um determinado material, especialmente microrganismos, tanto em suas formas vegetativas e esporuladas, e vírus. O termo esterilização possui um significa absoluto e não relativo, ou seja, uma substância ou material não pode ser parcialmente estéril. Definição de desinfecção: é um processo menos rigoroso de eliminação de microrganismos, envolvendo usualmente o uso de um agente químico, denominado desinfetante ou germicida, geralmente líquido e à temperatura ambiente ou moderada. A desinfecção não implica necessariamente na eliminação de todos os microrganismos, sendo direcionada aos mais prejudiciais, principalmente em sua forma vegetativa, que é menos resistente a forma esporulada. #A esterilização de equipamentos é feita pela aplicação de métodos físicos e/ou químicos. Os métodos físicos mais frequentes são o calor seco, calor úmido, radiação ultravioleta, radiação com partículas ionizantes e ultra-som. Os métodos químicos consistem na limpeza dos equipamentos com líquidos ou gases que matam os microrganismos ou danificam irreversivelmente sua capacidade reprodutiva (ex: hipoclorito fenóis, dióxido de enxofre, ozônio, etc). #Reatores bioquímicos e tubulações são, geralmente, esterilizados pela aplicação de calor úmido. #Equipamentos destinados ao processamento de produtos de fermentação (bombas, filtros, centrífugas, misturadores, etc) são preferencialmente esterilizados por calor úmido. Nos casos, em que isto não é possível, emprega-se agentes químicos adequados. #Material de laboratório utilizado durante o processo é esterilizado por calor úmido (autoclaves), seco (fornos) e mais raramente por radiação ultravioleta. #Meios de cultura são esterilizados por calor úmido. Nos casos em que a inativação térmica dos nutrientes do meio é significativa emprega-se a filtração de membranas ou cartuchos esterilizantes para remover fisicamente os microrganismos. Condições que influenciam a esterilização: Tamanho da população – quanto maior, mais tempo para morrer; Concentração do agente microbicida – quanto menor, mais tempo pra morrer Tempo de exposição – quanto maior, mais células mortas Temperatura: quanto maior, menos tempo para morrer; Características microbianas – esporos mais difíceis que vegetativos. A esterilização pode causar nos MO’s Alteração da permeabilidade da membrana: lesão de lipídios causa vazamento do conteúdo celular; Dano às proteínas: rompimento das ligações de hidrogênio ou das pontes de dissulfeto, causando desnaturação das proteínas (produtos químicos ou calor); Danos aos ácidos nucleicos: calor, radiação ou substâncias químicas afetam ácidos nucleicos resultando em falhas no processo de reprodução. Assepsia: remoção de microrganismos patogênicos ou indesejáveis; Pasteurilização: tratamento térmico (≈ 62º C por 30 min) seguido de resfriamento brusco. Tindalização: esterilização capaz de eliminar esporos resistentes ao calor = 100° C por vários minutos e resfriamento até a temperatura ambiente – repetido várias vezes; Biocidas: agentes capazes de causar a morte de microrganismos; Biostáticos: agentes capazes de impedir a reprodução microbiana sem necessariamente mata-los. Principais agentes esterilizantes: Calor úmido: destrói os microrganismos empregando temperaturas elevadas e alto grau de umidade. Geralmente emprega-se autoclaves (121ºC, 1 atm, 15-20 min); Calor seco: destrói os microrganismos através da oxidação de seus constituintes químicos. É muito mais lenta e menos eficaz que por calor úmido, pois no calor seco o calor é transferido muito lentamente e o nível de hidratação das células tende a diminuir, conferindo uma certa proteção as proteínas. (2 h, 160-170ºC). Não é aplicado para meios de cultivo ou líquidos, mas na vidraria e materiais de laboratório. Irradiação por luz ultra-violeta: a radiação UV é absorvida por muitas substâncias celulares, mas de modo mais significativo pelos ácidos nucléicos, onde geralmente ocorrem as lesões. O seu efeito letal é proporcional à dose de radiação aplicada. A região do espectro de UV com ação esterilizante é de 220 a 200 nm. Radiação ionizante: são principalmente os raios alfa, beta, gama, raio X, raios catódicos, além de prótons, nêutrons e elétrons de alta energia. Esse tipo de radiação pode causar uma grande variedade de efeitos físicos e bioquímicos em microrganismos. O principal alvo que leva à perda da viabilidade é a molécula de DNA. Óxido de etileno: é um éter cíclico que mata as células, agindo como agente alquilante. A sua ação consiste na substituição de um átomo de hidrogênio de grupos funcionais de proteínas, ácidos nucléicos e outras moléculas pela molécula de óxido de etileno aberta. Essa reação resulta no bloqueio dos grupos ativos das moléculas. Glutaraldeído: age na superfície das células, onde ocorrem interações glutaraldeído-proteínas, gerando diversos produtos. Essa interação aumenta com a elevação do pH, mas os produtos formados são estáveis à hidrólise ácida. Esterilização por agentes químicos: empregado quando alguns equipamentos são sensíveis à alta temperatura. A esterilização ocorre à temperatura ambiente e são requeridos altos tempos de contato. A eficiência está intimamente relacionada às propriedades físicas e químicas do sistema; presença de resíduos de sabão; etc. Esterilização por calor úmido (processo descontínuo) Esterilização de reatores vazios: injeta vapor para expulsar o ar. E seguida o reator é fechado e injeta-se vapor sucessivamente a 121ºC, 1 atm. Ao final, a alimentação é cessada e injeta-se ar esterilizado para resfriamento e para impedir a formação de vácuo. Esterilização de reatores com meio de cultura: a esterilização é feita em conjunto reator/meio, válvulas, filtros, tubulações, etc. Injeta vapor para expulsão do ar. Injeta vapor diretamente no meio de cultura até 100ºC, depois, o sistema é fechado e injeta-se vapor a 121ºC, 1 atm. Após a estabilização, a injeção de vapor é cortada, e posteriormente, ocorre resfriamento. #O meio é sempre agitado para assegurar a mesma temperatura em todos os pontos do sistema. #Nos slides 26 e 27 tem dois gráficos de Temperatura x tempo, um com um fermentador de 200 L e outro com 2000 L. É possível verificar que a estabilização da temperatura leva um maior tempo no fermentador de 2000 L porque este possui maior quantidade de conteúdo, maior tamanho populacional em relação ao fermentador de 200 L, sendo assim, necessita de maior tempo para que a temperatura estabilize em todos os pontos do sistema. #No processo descontínuo, o meio é quase sempre colocado no fermentador e aquecido com vapor. Nessas condições, esterilizam simultaneamente o meio e o fermentador. O aquecimento do sistema pode ser efetuado, quer borbulhando-se diretamente vapor no meio (é o chamado aquecimento com “vapor direto”), quer passando-se vapor por uma serpentina mergulhada no meio ou por uma camisa que envolve o fermentador (é o aquecimento com “vapor indireto”).Em qualquer um dos casos, o meio é agitado mecanicamente. Na esterilização descontínua distinguem-se nitidamente três fases: Aquecimento: elevação da temperatura inicial do meio até a temperatura próxima da esterilização; Esterilização: na qual a temperatura (cerca de 120ºC) é mantida constante durante um intervalo de tempo adequado. Resfriamento: quando a temperatura é reduzida (passagem da água fria, pela serpentina ou camisa) até se atingir a temperatura de fermentação. #A rigor, a destruição dos microrganismos não ocorre somente na fase de esterilização, mas também no aquecimento e resfriamento, enquanto a temperatura for superior a temperatura mínima letal. #Se por um lado, a esterilização descontínua apresenta a vantagem de esterilizar simultaneamente o meio e o fermentador, reduzindo assim os perigos de contaminação nas operações de transferência do meio para dorna, ela apresenta, por outro lado, algumas ´serias desvantagens. Desvantagens da esterilização descontínua Manutenção do meio em temperaturas relativamente altas (acima de 100ºC) favorecendo o desenvolvimento de reações químicas no meio com possíveis alterações indesejáveis (decomposição de nutrientes); Elevado consumo de vapor (no aquecimento) e de água (no resfriamento), consequentes da eficiência relativamente baixa do sistema de troca de calor. Problemas de corrosão ocasionados pelo contato prolongado do fermentador com o meio aquecido. Tempo “não produtivo” relativamente elevado, uma vez que o fermentador é utilizado apenas como um tanque de esterilização durante o processo de destruição de contaminantes. Esterilização por processo contínuo #Nesse caso, a destruição de microrganismos durante o aquecimento e durante o resfriamento pode ser desprezada. Vantagens da esterilização por processo contínuo Tempo de permanência em elevadas temperaturas é pequeno – 5 a 15 min (menor destruição de nutrientes). Maior produtividade para alguns compostos (vitamina B12 e riboflavina). Tubos de espera construídos com ligas especiais (aço inox) – menor contaminação e maior durabilidade; Dispensa o uso de agitadores para meios altamente viscosos (mosto de cereais); Economia de vapor, água de resfriamento, desde que o isolamento térmico seja adequado; Empregado no cozimento e sacarificação de matérias-primas amiláceas. Cinética de destruição térmica de microrganismos: a velocidade de destruição pelo calor úmido de MO presentes em um meio depende do microrganismo, do meio e da temperatura. *Observação: a partir do slide 38 tem as demonstrações das equações usadas em esterilização.
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