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AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Aula 3: Avaliação do estado nutricional - Parte II AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo O acompanhamento longitudinal dos compartimentos corporais, de massa magra e de gordura corporal, possibilita compreender suas modificações resultantes de várias alterações metabólicas, além de identificar precocemente os riscos à saúde. (KAMIMURA et al., 2014) Avaliação da Composição Corporal - permite diagnosticar possíveis anormalidades nutricionais AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Diretos: dissecção de cadáveres; extração lipídica; • Indiretos: absorciometria radiológica de dupla energia (DEXA); densitometria corporal, água corporal total, tomografia computadorizada; ressonância magnética; análise de ativação de nêutrons; água corporal total; contagem total de potássio; • Duplamente Indiretos: técnicas de avaliação da composição corporal (dobras cutâneas, circunferências e diâmetros corporais); bioimpedância elétrica. (KAMIMURA et al., 2014) Métodos para Avaliação da Composição Corporal DEXA AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo Adipômetros Dobra Cutânea - fornece uma estimativa das reservas de gordura corporal. AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Harpenden (inglês) e Lange (norte-americano) - aceitos no meio científico internacional. Alta precisão e confiabilidade; • Sanny e Cescorf - fabricação nacional; • O compasso Harpenden requer 3 vezes mais força para abrir suas hastes, o que pode subestimar em aproximadamente 1,5% a gordura corporal relativa para homens e mulheres. (ROSA & PALMA, 2008) Dobra Cutânea - características dos adipômetros: AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (ROSA & PALMA, 2008) Dobra Cutânea - técnica de aferição: AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Ser criterioso na localização da dobra; • Marcar os pontos anatômicos; • Pele seca, sem hidratantes, óleos e/ou loções; • Não medir após o exercício; • Praticar: 50 a 100 avaliações; • Limitação em obesos: a espessura da dobra pode ser maior do que a abertura das hastes do adipômetro. (ROSA & PALMA, 2008) Dobra Cutânea - técnica de aferição: AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Dobra cutânea triciptal; • Dobra cutânea biciptal; • Dobra cutânea subescapular; • Dobra cutânea suprailíaca. (KAMIMURA et al., 2014) Dobra Cutânea Triciptal Biciptal Subescapular Suprailíaca AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Posicionar o braço não dominante em direção ao tórax, formando um ângulo de 90º; • Marcar o ponto médio entre o acrômio e o olecrano; • Segurar a dobra formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador a 1cm do ponto marcado; • Pinçar a dobra com o adipômetro na face posterior do braço, segurando-a até o término da aferição; • Realizar a leitura no milímetro mais próximo em cerca de 2 a 3 segundos; • Utilizar a média de 3 medidas. (KAMIMURA et al., 2014) Dobra Cutânea Triciptal AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Posicionar o braço não dominante em direção ao tórax, formando um ângulo de 90º; • Marcar o ponto médio entre o acrômio e o olecrano; • Segurar a dobra formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador a 1cm do ponto marcado; • Pinçar a dobra com o adipômetro na face anterior do braço, segurando-a até o término da aferição; • Realizar a leitura no milímetro mais próximo em cerca de 2 a 3 segundos; • Utilizar a média de 3 medidas. (KAMIMURA et al., 2014) Dobra Cutânea Biciptal AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Marcar o ponto onde deverá ser aferida a dobra, situada na linha axilar média, imediatamente superior à crista ilíaca; • Pinçar com os dedos polegar e indicador votados para baixo a dobra cutânea diagonalmente, em um ângulo de aproximadamente 45º do plano horizontal do corpo, na linha natural da pele localizada um pouco posterior à linha axilar média (1cm); • Utilizar a média de 3 medidas. (KAMIMURA et al., 2014) Dobra Cutânea Supra Ilíaca AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Utilizar o somatório das 4 dobras cutâneas (triciptal + biciptal + subescapular + suprailíaca); • Avaliar o percentual de gordura na tabela, de acordo com a faixa etária e gênero. (DURNIN & WORMERSLEY, 1974) Percentual de Gordura Corporal Estimado pelo Somatório das 4 Dobras Cutâneas AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • Circunferência do Braço (CB) - avalia a reserva proteico somática; Ponto médio do braço não dominante entre o acrômio e o olecrano. (KAMIMURA et al., 2014) Medidas de Circunferência - não fornecem medidas específicas de composição corporal, mas são úteis para quantificar diferenças interindividuais. • Circunferência Muscular do Braço (CMB) - avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da área óssea). CMB= Circunferência do braço (cm) – (0,314 x prega cutânea triciptal (mm)3 ) • Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) - avalia a reserva de tecido muscular (com correção da área óssea): Π= 3,14 AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo Posição ortostática; Pernas levemente afastadas; Colocar a fita no plano horizontal, no ponto de maior massa; A CP pode ser utilizada para estimar o peso em idosos. (WHO, 1995; KAMIMURA et al., 2014) Circunferência da Panturrilha (CP) - avalia a reserva proteico somática: A circunferência da panturrilha é considerada um indicador sensível de alterações musculares no indivíduo idoso e deve ser utilizada para monitoração dessas alterações. Sarcopenia <31 cm. AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo • A medida da distribuição de gordura é importante na avaliação de sobrepeso e obesidade porque a gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco potencial para a doença, independentemente da gordura corporal total; • A mensuração da quantidade de gordura visceral, do grau de obesidade e da distribuição de gordura corporal avalia risco de doenças cardiovasculares e metabólicas. (KAMIMURA et al., 2014) Avaliação da Distribuição de Gordura Corporal Fonte: Pinterest AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (STRADLING & CROSBY, 1991) Indicadores de Distribuição de Gordura Corporal Fonte: VASQUES et al., 2010 Circunferência do Pescoço (CP) - medida de obesidade central: • Nível da membrana cricotireóidea com a fita mantida perpendicular ao longo do eixodo pescoço; • Correlação importante com doença cardiovascular e apneia obstrutiva do sono. AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo Circunferência da Cintura (CC) - reflete o conteúdo de gordura visceral: • A CC é obtida no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, mantendo a fita paralela ao chão, sem comprimir a pele, ao final de uma expiração normal e com o abdômen relaxado; • A CC avalia a gordura visceral e a subcutânea na região abdominal, e o aumento dessa medida está fortemente relacionado ao excesso de gordura visceral. (WHO, 2008; KAMIMURA et al., 2014) Indicadores de Distribuição de Gordura Corporal AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo Relação Cintura-Quadril (RCQ) - medida de obesidade central: RCQ = CC/CQ • Circunferência do quadril - maior circunferência na extensão posterior das nádegas; • Indicador de risco aumentado de doenças relacionadas com a obesidade: Homens RCQ ≥ 1,0 e Mulheres RCQ ≥ 0,85; • Limitações: influência exercida pela estrutura pélvica, dependência do grau de obesidade, incapacidade de diferenciar depósito de gordura visceral ou subcutânea; • CC- circunferência da cintura; CQ- circunferência do quadril. (WHO, 1998; KAMIMURA et al., 2014) Indicadores de Distribuição de Gordura Corporal AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (BERGMAN et al., 2011) Índice de Adiposidade Corporal (IAC) - estima o percentual de gordura corporal: Mulheres • Normal: 21 a 32%; • Acima do peso: 33 a 38%; • Obesidade: acima de 38%. Homens • Normal: 8 a 20%; • Acima do peso: 21 a 25%; • Obesidade: acima de 25%. AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (KAMIMURA et al., 2014) Bioimpedância Elétrica - avaliação da composição corpórea. Preparo para realização do exame: jejum absoluto de no mínimo 4h antes do teste; não fazer exercícios físicos ou sauna nas 24h anteriores; urinar 30 minutos antes; não consumir álcool e/ou bebidas contendo cafeína nas 48h anteriores; não fazer uso de diuréticos há menos de 7 dias do teste; estar fora do período menstrual; não possuir marca-passo; remover acessórios, adornos e peças contendo metal Equipamento Treta polar com 8 eletrodos Equipamento Treta polar Equipamento Portátil Bipolar AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (KAMIMURA et al., 2014) Proteínas Séricas - estimativa do estado das proteínas viscerais AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (OLIVEIRA, 2010) Contagem Total Linfocitária - indicador do mecanismo de defesa celular • Limitações: uso de corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, doença autoimune; • Interpretação: Depleção leve: 1.200 a 2.000 mm3; Depleção moderada: 800 a 1.199 mm3; Depleção grave: < 800 mm3. AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (OLIVEIRA, 2010) Índice de Creatinina-Altura - fornece a estimativa da massa proteica muscular: • Limitações: influência de função renal, hidratação, hipercatabolismo, ingestão recente de refeição com alto teor proteico; • Interpretação: Depleção proteica leve: 60 a 80%; Depleção proteica leve: 40 a 60%; Depleção proteica leve: < 40. AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Método objetivo (KAMIMURA et al., 2014) Balanço Nitrogenado (BN) - avalia a adequação da oferta proteica e do grau de catabolismo em indivíduos que estão recebendo terapia nutricional (enteral e/ou parenteral): BN: N2 administrado – N2 excretado N2 administrado = g proteína ingerida/6,25; N2 excretado = (dosagem da ureia urinária x 0,47) + 4 g (perdas nas fezes e pele); • Balanço positivo: ingerido > excretado (anabolismo); • Balanço negativo: ingerido< excretado (catabolismo). A maior dificuldade consiste na necessidade de coleta da urina de 24h Fonte: LONG et al., 1979 AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Nenhum método de avaliação nutricional pode ser considerado como padrão-ouro; • Todos apresentam limitações como o fato de serem influenciados por fatores independentes do estado nutricional; • Para um diagnóstico nutricional mais preciso e confiável, recomenda-se a utilização de vários indicadores associados. Considerações finais AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I BERGMAN, R. N. et al. A Better Index of Body Adiposity. Obesity. March, 2011. CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. 3. ed. São Paulo: Manole, 2009. cap.: 6, págs. 89-127. MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. cap.: 14, págs.: 383-410. ROSA, G; Palma, A. G. de C. Avaliação Antropométrica. In: Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado: uma abordagem teórico-prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. SILVA, SMCS; MURA, J. D. P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2010. WHO Physical Status: The Use and Interpretation of Anthropometry. Geneva; 1995. WHO Stepwise Approach to Surveillance (STEPS). Geneva, World Health Organization (WHO), 2008. Bibliografia complementar AULA 3: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PARTE II Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I 1. Monte uma ficha de acompanhamento nutricional para ser utilizada em consultório; 2. Preencha com os dados de um colega de seu curso. Exercício AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. Assuntos da PRÓXIMA AULA Equação de Harris-Benedict; Regra de Bolso; Adequação da Prescrição Dietética; Modificações da Dieta Normal.
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