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Conceito de estado nutricional Estado nutricional Consiste na condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos. O estado nutricional representa o equilíbrio entre a ingestão alimentar e as necessidades de nutrientes. Quando ocorre um desequilíbrio, o indivíduo sai do estado de eutrofia, do estado de normalidade, o que pode ocasionar doenças ligadas ao excesso ou ao défices de nutrientes: Consumo em excesso: • Obesidade; • Dislipidemia; • Diabetes; • Hipertensão; • Hipervitaminose (A, D); • Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Déficits de nutrientes (carência nutricional): • Desnutrição (energética/proteica); • Carência nutricional; • Anemia ferropriva; • Hipovitaminose; • Tendência a infecções. Avaliação nutricional É um método clínico para diagnóstico do estado nutricional, muito utilizado para determinar as melhores recomendações alimentares a um paciente ou determinado grupo. Os métodos de avaliações podem ser diretos ou indiretos: Diretos: são mais objetivos, quando compreendem exames antropométricos (peso, estatura, dobra subcutânea, perímetros, IMC, RCQ), laboratoriais (hemoglobina, albumina, glicose, colesterol, hemograma e outros mais sofisticados), mas podem também ser subjetivas, como clínico nutricional (sinais clínicos e sintomas – cabelo quebradiço, sinais de edemas), avaliação subjetiva global; Indiretos: identificam os fatores que explicam ou justificam a ocorrência de problemas nutricionais diagnosticados por meio da avaliação nutricional, mas também permitem discriminar indivíduos ou grupos populacionais em risco nutricional. Podem ser realizados por inquéritos de consumo alimentar (recordando 24h, relatório de frequência alimentar, pesos e medidas), estudos demográficos (sexo, faixa etária, atividade, mortalidade, morbilidade) e inquéritos socioeconômicos e culturais (salário, ocupação, escolaridade, hábitos, saúde). • Antropometria: Trata-se de um método não invasivo, que analisa o tamanho, às proporções e a composição visual. Antropometria de acordo com o peso: • Peso atual; • Peso usual; • Peso ideal ou desejável (IMC x estatura); • Adequação do peso (%) = peso atual x peso ideal; • Peso ideal para amputados. 1-2% significativo (1 semana). Peso ideal (PCI%) = PA/PI x 100 I- Desnutrido = 60 a 80% II- Obesidade = >120% Antropometria de acordo com a altura: Altura do joelho (idosos) Homens = 64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 X altura do joelho em cm); Mulheres = (84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm) IMC (índice de massa corpórea) IMC Classificação <16 Magreza grau III (grave) 16 a 16,99 Magreza grau II (moderado) 17 a 18,49 Magreza grau I (leve) 18,5 a 24,99 Faixa normal 25 a 29,99 Pré-obesidade 30 a 34,99 Obesidade grau I (moderado) 35 a 39,99 Obesidade grau II (grave) >40 Obesidade grau III (muito grave) Peso ideal: A m2 x IMC médio Antropometria – circunferências e pregas cutâneas: 1. Circunferências: medidas utilizadas para uma avaliação corporal mais completa, influenciadas pelas massas gorda e muscular e pelos ossos. São medidas as circunferências principalmente do braço (região do tríceps), da cintura (no ponto mais estreito), do quadril (no ponto do largo), da panturrilha (principalmente em idosos). ➢ Cintura; ➢ Abdome; ➢ Quadril; ➢ Panturrilha. 2. Pregas cutâneas: representação da massa gorda abaixo da pele, que pode chegar a 50% de gordura armazenada pelo corpo. Principalmente medida na região do tríceps. ➢ Dobra cutânea subescapular; ➢ Supra-ilíaca; ➢ Tricipital; ➢ Bicipital; ➢ Cutânea abdominal; IMC médio: Homens: 22 kg/m2 Mulheres: 20,8 kg/m2 ➢ Coxa medial; ➢ Cutânea peitoral; ➢ Cutânea axilar média; ➢ Panturrilha medial. Circunferências (cintura e quadril): Índice de adiposidade corporal (IAC): Quantifica a gordura corporal, utilizando a medida do quadril e a altura. Apresenta maior correlação com a gordura corporal medida por densitometria que o clássico IMC. IAC Normal Sobrepeso Obesidade Homem 8 a 20 21 a 25 >25 Mulher 21 a 42 33 a 38 >38 Percentual de gordura %, somatório (Σ 4DC): 4 dobras DCT: dobra cutânea tricipital (mm) DCB: dobra cutânea bicipital (mm) DCSI: dobra cutânea supra-ilíaca (mm) DCSE: dobra cutânea subescapular (mm) Somatório (Σ 4DC) = DCT + DCB + DCSI + DCSE. Bioimpedância: É um método rápido, não-invasivo e relativamente barato para avaliar a composição corporal. Utiliza a passagem de uma corrente elétrica de baixo nível através do corpo do paciente e a impedância. • Tecidos magros: altamente condutores de corrente elétrica (quantidade de água e eletrólito). • A gordura, o osso, a pele e os pulmões constituem um meio de baixa condutividade, apresentando, portanto, elevada resistência. Parâmetros bioquímicos: Vários exames bioquímicos, são as medidas mais objetivas do estado nutricional usados para detectar deficiências subclínicas e para a confirmação diagnóstica, e possibilitar o acompanhamento do quadro. Exames clínicos: Consumo alimentar: • Recordatório de 24 horas; • Frequência alimentar; • História dietética. Risco de complicações metabólicas associadas a obesidade Homem: Elevado: ≥ 94 cm Muito elevado: ≥ 102 cm Mulher: Elevado: ≥ 80 cm Muito elevado: ≥ 88 cm. Tecidos corporais Oposições de passagem de corrente elétrica (movimentação de íons) que depende do tipo de tecido. Sinais clínicos: O reconhecimento de sinais e sintomas clínicos de alteração do estado nutricional (simples e econômica). É a avaliação de manifestações ligadas a alimentação inadequada. Cuidados na coleta de informações: • Evitar qualquer sinal de surpresa, aprovação ou desaprovação do hábito alimentar; • Insistir nos detalhes sem induzir; • Não esquecer de questionar sobre elementos calóricos “vazios”; • Não comunicar com antecedência o dia do inquérito. É importante lembrar que, para perceber o estado nutricional de um indivíduo é preciso considerar vários indicadores e parâmetros, um único indicador não pode definir o estado nutricional, devendo sempre considerar: • Parâmetros antropométricos; • Dosagem dos parâmetros bioquímicos; • Anamnese; • Análise socioeconômica; • História nutricional (dietética); • História clínica (antecedentes médicos, uso de medicamentos); • Sinais e sintomas (sistemas). •
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