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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
AvAliAção NutricioNAl
Elaboração
Leila Barreto Corsi
Atualização e ampliação
Susiane Gusi Boin e Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL .............................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
PRONTUÁRIOS ........................................................................................................................ 12
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL ......................................................................... 15
CAPÍTULO 3
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL .................................................................................................... 18
UNIDADE II
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ................................................................... 24
CAPÍTULO 1
ANTROPOMETRIA ................................................................................................................... 25
CAPÍTULO 2
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) ............................................................................................. 45
CAPÍTULO 3
MÉTODOS INDIRETOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ..................................... 48
UNIDADE III
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS ................................................................................................................ 54
CAPÍTULO 1
EXAMES BIOQUÍMICOS NA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS ....................................... 55
CAPÍTULO 2
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS, AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E RESPOSTA INFLAMATÓRIA .................... 69
CAPÍTULO 3
BIOMARCADORES DE MICRONUTRIENTES NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ................................. 75
UNIDADE IV
CONSUMO ALIMENTAR ........................................................................................................................ 88
CAPÍTULO 1
RECORDATÓRIO DE 24 HORAS .............................................................................................. 88
CAPÍTULO 2
QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR .......................................................................... 91
CAPÍTULO 3
HISTÓRIA ALIMENTAR E REGISTRO ALIMENTAR ESTIMADO ........................................................ 93
UNIDADE V
AVALIAÇÕES NUTRICIONAIS NAS DIFERENTES FASES DE VIDA ................................................................ 96
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES .................................................... 96
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ADULTOS ................................................................................ 111
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE GESTANTES ............................................................................. 118
CAPÍTULO 4
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DOS IDOSOS ............................................................................... 123
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 129
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 130
ANEXOS ........................................................................................................................................ 146
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
A avaliação nutricional é o ponto de partida para a intervenção nutricional, visando 
a recuperação e(ou) manutenção do estado de saúde de seu cliente. É por meio 
desta avaliação que serão determinados os passos para elaborar o plano terapêutico 
e acompanhar de maneira clara a adesão e o desenvolvimento do tratamento 
escolhido. 
Não se pode determinar o estado nutricional de um indivíduo por um único 
parâmetro, por isso empregamos quantas avaliações forem necessárias e quantas 
estiverem ao nosso alcance para determinar com a maior precisão possível o 
diagnóstico nutricional.
A avaliação nutricional engloba métodos objetivos e subjetivos. Como métodos 
objetivos, a determinação da composição corporal, os parâmetros bioquímicos e 
o consumo alimentar, e como métodos subjetivos, o exame físico e a Avaliação 
Nutricional Subjetiva Global (ANSG), além da história clínica e nutricional do 
cliente. 
Este caderno de estudos não pretende esgotar o assunto nem abordá-lo em 
todas as suas variantes, mas, sim, apresentar os métodos mais utilizados de 
avaliação e estimular o interesse para outras possibilidades.
A avaliação nutricionalé função exclusiva do nutricionista. Assim, cabe 
ao profissional nutricionista explorá-la em todas as suas vertentes, a fim 
de alcançar o melhor resultado, contribuindo com a conduta terapêutica 
que será adotada. 
Realizá-la de maneira competente valoriza sua aplicação e, também, o 
trabalho do profissional, que pode mensurar o sucesso do tratamento. 
Assim, o treinamento incansável torna-se fundamental para que o 
profissional se torne apto a realizar uma avaliação nutricional correta e 
eficiente. 
9
Objetivos
 » Expor e explicar os métodos e técnicas mais utilizados na avaliação do 
estado nutricional. 
 » Orientar sobre os melhores métodos de avaliação nutricional em cada 
fase da vida e de acordo com a condição de saúde do indivíduo.
 » Capacitar o nutricionista para a realização do diagnóstico nutricional 
de acordo com as características do serviço e necessidades do 
tratamento.
 » Promover o aprofundamento e a discussão do assunto em busca de 
novos conhecimentos. 
10
11
UNIDADE IINICIANDO A AVALIAÇÃO 
NUTRICIONAL
Antes de iniciar as mensurações de medidas antropométricas, perguntar 
ao cliente/paciente quais são suas preferências alimentares ou avaliar seu 
consumo dietético, algumas práticas são importantes, e, às vezes, elas são 
mais silenciosas. O registro da consulta nutricional, com todas as descrições 
necessárias, é ação primordial para a documentação do atendimento, trazendo 
segurança ao profissional, registrando suas ações e condutas, expondo para 
outros profissionais quais são os cuidados nutricionais atuais e oferecendo ao 
cliente/paciente cuidado e segurança.
Para o início do atendimento, existem as ferramentas de triagem de risco 
nutricional. Em alguns serviços, a triagem é realizada com o objetivo de 
determinar qual o tipo de atenção que o cliente/paciente necessita do Serviço 
de Nutrição. Dentre as ferramentas, têm-se a Avaliação Nutricional Subjetiva 
Global (ANSG). Durante a triagem do risco nutricional, algumas observações 
simples podem garantir o sucesso da avaliação, como a escuta da queixa e 
verificação de sinais e sintomas que o paciente apresenta (exame físico).
A ANSG é um dos métodos subjetivos utilizados na avaliação nutricional. 
Outro método subjetivo muito utilizado, que deve seguir uma metodologia 
específica para que sua aplicação tenha bons resultados, é o exame físico. O 
exame físico, ou semiologia nutricional, é a análise dos sinais e sintomas que o 
paciente apresenta e que podem estar relacionados a desordens nutricionais. 
Este exame difere dos exames clínicos realizados na ANSG e deve ser descrito 
em formulário próprio.
Esses dois métodos subjetivos de avaliação nutricional – ANSG e exame 
clínico – determinam, de forma simples, fácil, rápida e com baixo custo, quais 
as primeiras ações que se deve ter na atenção nutricional e norteiam quais 
instrumentos e métodos podem ser utilizados para um diagnóstico nutricional 
correto.
12
CAPÍTULO 1
Prontuários
O Conselho Federal de Medicina, no Art 1o da Resolução CFM no 1.638/2002, 
define prontuário como: 
Documento único, constituído de um conjunto de informações, sinais 
e imagens registrados, gerados a partir de fatos, acontecimentos e 
situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de 
caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre 
membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência 
prestada ao indivíduo. (CONSELHO FEREDERAL DE MEDICINA, 
2002)
Por ter caráter sigiloso, as informações contidas em um prontuário não podem 
ser reveladas a ninguém, salvo sob autorização escrita do paciente. Suas 
informações são protegidas pelo segredo profissional. 
Nele devem ficar registrados todos os atendimentos prestados, orientações, 
prescrições, faltas em atendimento e todo tipo de contato do profissional com 
o paciente (por exemplo, no caso de atendimento ambulatorial/consultório, em 
que muitas vezes acontece o contato telefônico ou por e-mail). 
O prontuário deve ser composto minimamente dos seguintes itens:
 » identificação do paciente;
 » folha de anamnese;
 » exame físico/avaliação;
 » guias e relatórios de encaminhamento;
 » folhas de prescrição;
 » exames;
 » folha de termo de consentimento livre e esclarecido (quando 
necessário).
Dada a importância do prontuário, as seguintes regras devem ser observadas 
em seu preenchimento:
13
INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL │ UNIDADE I
 » Escrita a caneta (evitando cores claras).
 » É proibido o uso de corretivo (em caso de erro, deve-se anular a 
anotação passando-se um risco e escrevendo “sem efeito” ao lado).
 » Evitar o uso de siglas e abreviações, especialmente as de uso restrito 
de profissões específicas ou aquelas pouco conhecidas.
 » Letra legível.
 » Atenção a regras gramaticais.
 » Não deixar espaços ou folhas em branco (caso ocorra, anular o espaço 
ou a folha com um risco).
 » Sempre carimbar e assinar as evoluções/prescrições. 
Ao se fazer uma anotação no prontuário, deve-se inserir o dia e a hora do 
atendimento, começando a evolução pela identificação do cliente/paciente, 
seguido de anamnese alimentar, avaliação antropométrica, exames complementares 
solicitados e resultados, diagnóstico nutricional e prescrição da terapia 
nutricional indicada, sempre assinando e carimbando a evolução (nome do 
profissional completo, profissão e número de registro no conselho de classe). 
Um prontuário corretamente preenchido traz benefícios ao paciente, pois 
todos os profissionais têm acesso às informações necessárias; à equipe, 
pois fortalece a relação multiprofissional; e ao profissional em si, que tem 
registrado todos os serviços e atendimentos prestados ao indivíduo.
Algumas resoluções do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) orientam e 
auxiliam na prática da evolução no prontuário, assim como na realização das 
prescrições dietéticas (nutricionais).
Dentre as resoluções, têm-se a Resolução CFN no 594, de 17 de dezembro de 
2017, que dispõe sobre o registro das informações clínicas e administrativas 
do paciente, a cargo do nutricionista, relativas à assistência nutricional, em 
prontuário físico (papel) ou eletrônico do paciente.
Tem-se, também, a Resolução CFN no 600, de 25 de fevereiro de 2018, que 
teve parte do seu texto retificado em 23 de maio de 2018 e, portanto, para 
conhecimento e consulta correta do material, sua retificação também deve 
ser verificada. Esta resolução dispõe sobre a definição das áreas de atuação 
do nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de 
14
UNIDADE I │ INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
referência, por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados à 
sociedade e dá outras providências. Nela, é possível encontrar as atribuições 
do nutricionista da área clínica, que contemplam, entre outras atribuições, 
a necessidade da evolução no prontuário, que deve conter, no mínimo, 
a prescrição dietética e evolução nutricional de acordo com os protocolos 
estabelecidos pelo próprio serviço de alimentação e nutrição. 
O Conselho Regional de Nutricionistas – 3a Região (CRN-3) publicou, em abril 
de 2008, um parecer para o nutricionista com atuação em consultório, e nele 
está descrito que devem constar na evolução nutricional do prontuário os 
seguintes dados: identificação do cliente; anamnese alimentar; avaliação 
antropométrica; exames complementares solicitados e seus resultados; 
diagnóstico nutricional; e prescrição da terapia nutricional indicada.
Em 15 junho de 2020, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Resolução 
no 656, que dispõe sobre a prescrição dietética e de suplementos alimentares 
pelo nutricionista. Com esta Resolução, é possível conhecer e compreender 
quais são os compostos que o nutricionista pode prescrever, em qual 
forma de administração e dosagem. Essa abordagem é importante neste 
capítulo, uma vez que toda prescrição deve estar descrita no prontuário do 
cliente/paciente, com o objetivo de documentaras condutas, dessa forma, 
orientando para a sequência de atendimentos e conhecimento de outros 
profissionais que trabalham com o mesmo cliente/paciente.
Para acesso às Resoluções do CFN, basta acessar o site da instituição e 
buscar pelo número da resolução. Abaixo estão as URL das resoluções 
citadas no texto.
Para acessar e conhecer a Resolução CFN no 594, de 17 de dezembro 
de 2017, basta clicar em https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/
resolucoes/Res_594_2017.htm.
Para estudo da Resolução CFN no 600, de 25 de fevereiro de 2018, basta 
clicar em https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/
Res_600_2018.htm. 
A Resolução no 656, de 15 de junho de 2020, está disponível para acesso 
no endereço eletrônico https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-
656-de-15-de-junho-de-2020-262145306.
15
CAPÍTULO 2
Avaliação Nutricional Subjetiva Global
A Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG), ou Avaliação Subjetiva 
Global do estado nutricional, foi desenvolvida para ser utilizada na avaliação 
do estado nutricional de pacientes hospitalizados, a fim de identificar 
aqueles em risco nutricional. É composta de história clínica(mudança de 
peso, ingestão alimentar, sintomas gastrintestinais e capacidade funcional) e 
exame físico. 
Sua aplicação é rápida, não invasiva e de baixo custo. Entretanto, o 
profissional deve estar bem treinado para identificar os sinais do exame 
físico que serão usados na pontuação. Profissionais com pouca experiência 
podem confundir os parâmetros, já que é ele em que determina qual 
pontuação atribuir a cada item da ANSG.
Pacientes que estão acamados há um longo período podem ter uma avaliação 
errônea quanto à perda de peso, já que o quadro destes pacientes pode estar 
estável no momento da avaliação. 
Das ANSG já elaboradas, a mais conhecida é a proposta por Detsky et al. 
(1987) (Figura 1). Ela foi a primeira proposta de ANSG, desenhada e aplicada, 
inicialmente, com o objetivo de avaliar pacientes cirúrgicos. Posteriormente, 
ela foi aplicada a outros tipos de pacientes, e, hoje, ela é utilizada no ambiente 
hospitalar para o paciente internado.
Outros autores realizaram e validaram novas propostas de ANSG específicas 
para uma determinada população de diferente faixa etária, ou com alguma 
condição específica. Na Unidade V deste material será possível explorar um 
pouco mais de exemplos de ANSG.
16
UNIDADE I │ INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Figura 1. Exemplo de Avaliação Nutricional Subjetiva Global e seu preenchimento.
Como preencher a ANSG: Em cada um dos espaços se avalia a condição do paciente, de 
acordo com a experiência e avaliação do profissional. 
Determine com um X para seleção nos espaços em branco e coloque valor numérico onde 
indicado por #. Ao final, a ANSG será finalizada com a classificação do estado nutricional 
do paciente. 
Nome: __________________________________________________ Data: ____________ 
A. História Clínica
1. Alteração no peso.
Perda total nos últimos 6 meses: 
total = #__________kg; % perda de peso = # __________ 
Alteração nas últimas duas semanas: 
_______ aumento ______ sem alteração ______ diminuição. 
2. Alteração na ingestão alimentar:
______sem alteração 
______alterada, sendo: 
______dieta sólida sub-ótima ______dieta líquida completa ______líquida hipocalórica 
______inanição 
3. Sintomas gastrintestinais (que persistem por mais de 2 semanas)
______nenhum 
______náusea 
______vômitos 
______diarreia 
______anorexia 
4. Capacidade funcional
______sem disfunção (capacidade completa) 
______disfunção ______duração = #______semanas 
______tipo: 
______trabalho sub-ótimo ______ambulatório ______acamado 
5. Doença e sua relação com necessidades nutricionais
Diagnóstico primário (especificar): ________________________________________________ 
Demanda metabólica (estresse): 
______sem estresse 
______baixo estresse ______estresse moderado ______estresse elevado 
B. Exame Físico (para cada categoria especificar: 0 = normal, 1+ = leve, 2+ = moderada,
3+ = grave.
#______ perda de gordura subcutânea (tríceps e tórax)
#______perda muscular (quadríceps e deltóide)
#______edema tornozelo
#______edema sacral
#______ascite
C. Avaliação Nutricional Subjetiva Global (relacione uma)
______ A = bem nutrido
______ B = moderadamente (ou suspeita de ser = risco) desnutrido
______ C = gravemente desnutrido
Lembrando que:
A: Bem nutrido, sem alterações significativas no preenchimento das questões acima.
B: Desnutrição leve / moderada, com alterações leves ou moderadas nos critérios
avaliados acima. Pode ser chamado ou considerado também como suspeita de
desnutrição ou risco nutricional.
C: Desnutrição grave, com alterações ou depleções graves no critério avaliado.
Fonte: Adaptado de Destsky et al. 1987; e Cuppari, 2005.
Para execução do exame físico da ANSG, são avaliados alguns critérios 
específicos, como a perda de gordura subcutânea, perda de massa muscular, 
edema de tornozelo, sacral e ascite. Na Tabela 1 está descrito como realizar as 
avaliações.
17
INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL │ UNIDADE I
Tabela 1. Critérios de avaliação do exame físico para ANSG.
Local de avaliação Observação Sem alteração Alteração leve
Alteração moderada 
a grave
Gordura Subcutânea
Abaixo dos olhos --- Depósito de gordura visível ---
Círculos escuros, depressão, 
pele solta flácida, “olhos 
fundos”
Região do tríceps e do 
bíceps
Cuidado para não prender o 
músculo ao pinçar o local; 
movimentar a pele entre os 
dedos
Tecido adiposo abundante ---
Pouco espaço de gordura 
entre os dedos ou os dedos 
praticamente se tocam
Massa muscular
Têmporas
Observar de frente, olhar dos 
dois lados
É possível observar o 
músculo bem definido
Depressão leve Depressão
Clavícula
Observar se o osso está 
proeminente
Em homem não está 
visível; em mulher pode 
estar visível, mas não 
proeminente
Osso levemente 
proeminente
Osso protuberante
Ombros
O paciente deve posicionar 
os braços ao lado do 
corpo; procurar por ossos 
proeminentes
Formato arredondado na 
curva da junção do ombro 
com o pescoço e do ombro 
com o braço
Acrômio levemente 
protuberante
Ombro em forma quadrada 
(formando um ângulo reto), 
com ossos proeminentes
Escápula
Procurar por ossos 
proeminentes; o paciente deve 
estar com o braço esticado 
para frente e a mão encostada 
em superfície sólida
Ossos não proeminentes, 
sem depressões 
significantes
Depressões leves 
ou ossos levemente 
proeminentes
Ossos proeminentes, visíveis; 
depressão entre a escápula, 
as costelas, o ombro e a 
coluna vertebral
Músculo interósseo
Observar no dorso da mão o 
músculo entre o polegar e o 
indicador quando esses dedos 
estão unidos
Músculo proeminente, pode 
estar levemente achatado 
(sobretudo nas mulheres)
Com pequena 
depressão ou 
levemente achatada
Área entre o dedo indicador 
e o polegar achatado ou 
com depressão
Joelho (a parte inferior 
do corpo é menos 
sensível às alterações 
nutricionais)
O paciente deve estar sentado 
com os pés apoiados em uma 
superfície sólida
Músculos proeminentes, 
ossos não protuberantes
--- Ossos proeminentes
Quadríceps
Pinçar e sentir o volume do 
músculo
Sem depressão
Parte interna da coxa 
com leve depressão
Parte interna da coxa com 
depressão7
Edema / Ascite
Tentar identificar outras 
causas não relacionadas 
com a desnutrição
Em pacientes com mobilidade, 
observar o tornozelo e 
naqueles com atividade muito 
leve observar o sacro
Sem sinais de retenção de 
líquidos
Edema leve a 
moderado
Edema aparente significante
Fonte: Adaptado de Baxter Subjective Global Assessmnet, Training Packet, 1995; apud Cuppari, 2005.
18
CAPÍTULO 3
Semiologia Nutricional
A semiologia nutricional consiste na avaliação do grupo de sinais e sintomas que o 
indivíduo apresenta que pode estar relacionado com uma nutrição inadequada. 
Como sintoma, é considerada qualquer alteração da percepção normal que uma 
pessoa tem de seu próprio corpo. É a queixa relatada pelo paciente, quesó ele 
consegue perceber (como dor e sede excessiva). Já como sinal, é considerada 
qualquer alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um 
profissional de saúde (febre, edema).
O método é simples e se baseia no exame clínico dos tecidos epiteliais 
externos, como pele, olhos, boca, cabelos, unha e mucosas. O exame clínico é 
um método de baixo custo, não requer equipamentos específicos, entretanto 
necessita de avaliador treinado e com constante supervisão para reconhecer os 
sinais clínicos das alterações nutricionais. Usualmente, deve estar associado 
a outros métodos de avaliação do estado nutricional para confirmação 
das hipóteses diagnósticas, como os inquéritos alimentares, avaliação da 
composição corporal e exames bioquímicos.
Existem algumas características particulares do método: 
1. o exame deve ser realizado em lugar claro, de preferência com luz natural; 
2. o avaliador não quantifica o resultado, somente sinaliza se o sintoma está 
ausente ou presente; 
3. o exame é realizado no sentido da cabeça aos pés; 
4. maior sensibilidade nos casos mais graves de desnutrição.
Seguem, abaixo, os sinais e sintomas de desordens nutricionais, separados 
por localização do exame físico:
Cabelo
 » Sinal de perda do brilho, cabelo ralo, fino, despigmentado, sinal de 
bandeira, fácil de arrancar, podem estar relacionados a desnutrição, 
especialmente Kwashiorkor.
 » Alopecia: relacionado a toxicidade de vitamina A, carência de biotina, 
ácido pantotênico e zinco.
19
INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL │ UNIDADE I
Face 
 » Dermatite seborreica (anormalidades na pele, principalmente nas 
regiões nasolabiais): relacionada a carência de riboflavina e piridoxina.
 » Face edemaciada (face em lua cheia), com bochechas flácidas, 
maxilar inferior caído: desnutrição Kwashiorkor.
 » Atrofia de musculatura temporal (região das têmporas): relacionada 
ao catabolismo muscular intenso, como desnutrição e câncer.
 » Palidez: associada a anemias devido a carências nutricionais, 
principalmente ferro, vitamina B9 e vitamina B12.
Olhos
 » Conjuntiva pálida: associada a anemias devido a carências 
nutricionais, principalmente ferro, vitamina B9 e vitamina B12.
 » Cegueira noturna (dificuldade de adaptação visual ao escuro): 
relacionada a carência de vitamina A.
 » Xerose da conjuntiva (perda de brilho e transparência com 
espessamento e endurecimento da conjuntiva): relacionada a 
carência de vitamina A. 
 » Manchas de Bitot (depósito de material espumoso, resultante do 
acúmulo de células epiteliais descamadas, fosfolipídios e bacilos 
saprófitas): relacionadas a carência de vitamina A.
 » Xeroftalmia (enrugamento, ressecamento e espessamento da 
córnea devido a queratinização das células epiteliais da conjuntiva): 
relacionada a carência da vitamina A.
 » Queratinização da córnea: relacionada a carência de vitamina A.
 » Ulceração da córnea (processo irreversível que causa cegueira): 
relacionada a deficiência de vitamina A.
 » Xantelasma (pequenas bolsas amareladas ao redor dos olhos): sinal 
relacionado a hiperlipidemia.
 » Exoftalmia: relacionada ao hipertireoidismo.
20
UNIDADE I │ INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Lábios
 » Estomatite angular (lesões róseas ou brancas nos cantos da boca): 
sinal relacionado a carência de riboflavina e vitamina B6.
 » Queilose (lesões avermelhadas ou edema dos lábios e boca): 
relacionada a carência de riboflavina e vitamina B6.
 » Erosões na boca e fissura labiais: relacionadas a carência de 
piridoxina.
Língua
 » Glossite (descamação dolorosa da língua com vermelhidão, secura e 
atrofia): relacionada a deficiência de riboflavina, vitamina B6 e 
vitamina B12.
 » Atrofia papilar: relacionada a carência de ferro.
 » Língua lisa: relacionada a deficiência de vitamina B9.
Gengiva
 » Gengivas esponjosas, com sangramento ou retraídas: sinais 
relacionados a carência de vitamina C.
Dentes
 » Presença de esmalte manchado, cáries, dentes faltando: sinais 
relacionados a deficiência de flúor.
 » Presença de cárie (sem outros sinais): relacionada a excesso de açúcar.
Glândulas
 » Hipertrofia (aumento do tamanho) da glândula tireoide e 
paratireoide – também chamado de bócio: relacionada com a 
carência de iodo e inanição.
Pele
 » Hiperqueratose folicular (espessamento da camada mais externa 
da epiderme associada a uma presença anormal de queratina): 
relacionada a carência de vitamina A.
 » Dermatite seborreica, com anormalidades presentes principalmente 
na pele ao redor do ânus e vulva: relacionada a carência de riboflavina.
21
INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL │ UNIDADE I
 » Dermatite seborreica na pele em geral: relacionada a carência de 
vitamina B6.
 » Dermatose pelagra (pigmentação edematosa avermelhada nas 
áreas de exposição ao sol, com um padrão típico de distribuição): 
relacionada a carência de niacina e triptofano.
 » Presença de eczema: relacionada a carência de vitamina B6.
 » Presença de petéquias: relacionada a carência de vitamina C.
 » Palidez: associada a anemias devido a carências nutricionais, 
principalmente ferro, vitamina B9 e vitamina B12.
 » Cicatrização deficiente: pode estar relacionada a carências 
nutricionais, como deficiência de vitamina A, vitamina C, zinco e 
proteínas.
 » Descamação da pele: relacionada a carência de ácidos graxos 
essenciais, zinco, vitamina A, piridoxina e riboflavina.
 » Xantomas: relacionados com a presença de hiperlipidemia.
 » Pele com secura excessiva, escamação e rachaduras: excesso de 
vitamina A.
 » Pigmentação amarelada nas palmas das mãos e plantas dos pés: 
relacionada com excesso de betacaroteno.
 » Presença de acantose nigricans - hiperqueratose (excesso de 
queratina) e hiperpigmentação com aspecto mais aveludado que 
comumente afeta regiões de dobras como pescoço, axila e virilhas: 
relacionada a obesidade, resistência a insulina, distúrbios da tireoide, 
distúrbios metabólicos e cânceres gastrintestinais.
Unhas
 » Unha coiloníquea (forma de colher), quebradiça, rugosa: relacionada 
a carência de ferro.
 » Presença de manchas brancas: relacionada a carência de zinco.
 » Onicólise (descolamento da unha a partir da ponta - distal - ou dos lados; 
existe a separação do corpo da unha do leite ungueal): relacionada ao 
hiperparatireoidismo.
22
UNIDADE I │ INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Tecido subcutâneo
 » Edema: relacionado a deficiência de proteína, tiamina, Kwashiorkor e 
excesso de sódio.
 » Gordura abaixo do normal, com perda acentuada em região de bíceps, 
tríceps e subescapular: desnutrição.
 » Gordura acima do normal, presença de abdômen globoso: obesidade.
Sistema musculoesquelético
 » Desgaste muscular com atrofia da musculatura bicipital, tricipital e 
músculo adutor do polegar: associado a desnutrição.
 » Alargamento epifisário (aumento das extremidades dos ossos): 
relacionado a hipervitaminose A (usualmente a hipervitaminose A é 
medicamentosa).
 » Craniotabes (ossos do crâneo finos e frágeis no lactente): relacionado a 
carência de vitamina D.
 » Hemorragias musculares e/ou dérmicas: podem estar relacionadas a 
carência grave de vitamina C.
 » Dores articulares: podem estar relacionadas a hipervitaminose A 
(usualmente a hipervitaminose A é medicamentosa).
 » Frouxidão das panturrilhas: associado a desnutrição e deficiência de 
tiamina.
 » Rosário raquítico: associado a carência de vitamina D.
 » Fratura em idosos: associada a deficiência de cálcio, fósforo e vitamina D.
 » Pernas curvas ou com os joelhos em X: relacionadas com a deficiência de 
vitamina D.
 » Falha ou retardo no crescimento: relacionados a desnutrição, carência de 
vitamina A, vitamina D, zinco, cálcio, fósforo, ferro e proteínas.
 » Fraqueza muscular: relacionada a carência de ferro (anemia).
Sistema gastrintestinal
 » Hepatoesplenomegalia: relacionado a desnutrição. 
 » Hepatomegalia: associado a intoxicação por vitamina A (usualmente a 
intoxicação é medicamentosa) e a desnutrição.
 » Esplenomegalia: associado a carência de vitaminaB12.
23
INICIANDO A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL │ UNIDADE I
 » Náusea, perda de apetite, dor abdominal e diarreia: podem estar 
associados a intoxicação por vitamina D (usualmente a intoxicação é 
medicamentosa).
 » Náusea e perda de apetite: podem estar relacionadas a intoxicação 
por vitamina A (usualmente é medicamentosa).
 » Anorexia e geofagia: relacionadas à carência de ferro.
Sistema cardiovascular
 » Aumento do coração, taquicardia, alteração da pressão arterial: 
podem estar relacionados com a deficiência de tiamina, sódio e 
potássio.
 » Taquicardia: associado a carência de vitamina B12.
Sistema nervoso:
 » Síndrome do Beribéri (com neurite crônica periférica, encefalopatia de 
Wernick e psicose de Korskoff): associada a deficiência de tiamina.
 » Demência na pelagra: associada a deficiência de niacina e triptofano.
 » Irritabilidade: associada a deficiência de vitamina B6.
 » Apoplexia convulsiva: associada a vitamina B6.
 » Defeito na formação do tubo neural: associado a deficiência de vitamina 
B9 na gestação.
 » Depressão, doenças neurodegenerativas: associadas a carência de 
vitamina B9 e vitamina B12. 
 » Alterações neuromotoras: deficiência de ácido pantotênico.
 » Alterações neuromusculares: podem estar associadas a carência de 
magnésio.
 » Apatia, adinamia, irritabilidade: relacionadas a carência de ferro.
 » Sensações parestésicas em membros inferiores e mãos e dificuldade de 
locomoção: associados a carência de vitamina B9.
 » Distúrbio de sono, déficit de memória, alterações neurológicas: 
relacionados com a carência das vitaminas B9 e B12.
24
UNIDADE II
MÉTODOS DE 
AVALIAÇÃO DA 
COMPOSIÇÃO 
CORPORAL
A determinação da composição corporal se torna importante para identificação 
dos seus resultados e compreensão das alterações metabólicas e seu reflexo no 
organismo, trazendo benefícios ou riscos à saúde.
Os principais componentes do organismo de um indivíduo podem ser 
determinados por meio da análise de sua composição corporal, sendo a massa 
magra a massa corpórea livre de gordura (proteínas, água intra e extra celular, 
massa óssea) e a massa gorda, a gordura corporal. É possível realizar essa 
avaliação por diversos métodos. A escolha do melhor método dependerá do 
objetivo da avaliação da composição corporal, da população estudada e suas 
características, do custo, dos equipamentos disponíveis, da facilidade de 
execução e dotreinamento e acesso a técnica.
De forma direta, a avaliação da composição corporal consiste na dissecação 
de cadáveres, não sendo possível essa avaliação na prática clínica. Os métodos 
indiretos possuem um custo maior que os duplamente indiretos para a 
sua execução. São exemplos de métodos indiretos: pesagem hidrostática, 
plestimografia, densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA), tomografia 
computadorizada (TC) e ressonância magnética (RNM). Como exemplos de 
métodos duplamente indiretos, têm-se a bioimpedância e a antropometria, 
sendo estes os mais utilizados pelo baixo custo, acesso e facilidade de aplicação 
em diversas populações.
25
CAPÍTULO 1
Antropometria
A antropometria é a obtenção estática das medidas corporais de um indivíduo, 
sendo utilizada para definir o tamanho corporal e seus constituintes. Fazem 
parte da antropometria, as medidas de peso, estatura ou comprimento, 
circunferências corporais e dobras cutâneas. 
Por meio da antropometria pode-se estimar a composição corporal. Os 
componentes corporais que podem normalmente causar alterações de peso são 
os ossos, os músculos e as gorduras. 
Peso
O peso se refere à medida usada para mensurar a massa corporal. A melhor 
forma de obter essa medida é realizando-a em uma balança, ou seja, pesando 
o indivíduo. No caso da impossibilidade desta realização, existem formas de se 
estimar o peso corporal, seja em adultos ou em crianças.
Em alguns casos, podemos usar adaptações do peso corporal do indivíduo, 
com um objetivo específico de avaliação, como é o caso dos pesos usual, ideal, 
ajustado ou calórico.
Peso atual: usado sempre que for possível pesar o indivíduo. O peso atual deve 
ser mensurado com a pessoa usando roupas mais leves possíveis (se possível, 
a roupa de baixo), ser feito em balança calibrada (digital ou plataforma) e 
aguardar a estabilização da medida para a realização da leitura. 
Peso usual: peso normalmente apresentado pelo indivíduo. Na maioria das 
vezes, essa informação é questionada pelo avaliador e respondida pelo paciente. 
Usado para avaliar mudanças recentes de peso.
Peso ajustado: usado quando a adequação do peso (ver abaixo) for inferior 
a 95% ou superior a 115%, para o cálculo das necessidades energéticas. Para o 
cálculo da adequação do peso, é necessário determinar o peso ideal.
Peso ajustado = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual
26
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Peso ideal: o modo mais prático de defini-lo é usando o IMC médio da 
população estudada (sendo usado IMC 22 para homens e 21 para mulheres). Há 
outras formas de determinar o valor do IMC médio de um indivíduo, como 
usando o valor do percentil 50 de uma curva de referência (50th / mediana).
PI = IMC x A² 
Em que: PI: Peso ideal (kg)
 IMC: IMC ideal (kg/m2)
 A: altura (m)
Peso calórico: baseado nas necessidades hídricas do indivíduo, é 
considerado seu peso metabolicamente ativo. Usado, principalmente na 
pediatria, para cálculos de infusão intravenosa de glicose, fluídos, eletrólitos, 
nutrição parenteral e dose de medicamentos. Para realização do cálculo, usa-se 
a seguinte fórmula:
Tabela 2. Determinação das necessidades hídricas.
Faixa Etária Fórmula
De 2 a 10 Kg 100 ml/Kg
10 a 20 Kg 1.000 ml + 50 ml por Kg para cada Kg acima de 10 Kg
+ de 20 Kg 1.500 ml + 20 ml por Kg para cada kg acima de 20 kg
Acima de 50 Kg 3000 ml/dia
Fonte: Holliday and Segar, 1957.
Peso calórico (kg) = 
Necessidades hídricas
100
Fórmulas para ajuste ou estimativa de peso
Estimativa de peso
A estimativa de peso é usada na impossibilidade de pesar o indivíduo. O peso 
é estimado usando-se medidas alternativas propostas, como circunferência 
da panturrilha, altura do joelho, circunferência do braço, dobra cutânea 
subescapular, circunferência de braço, circunferência de abdômen.
27
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Tabela 3. Fórmulas de estimativa de peso corporal.
Autor Fórmula
Chumlea et al. Mulheres: Peso corporal (kg) = (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) – 62,35
Homens: Peso corporal (kg) = (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) – 81,69
Rabito et al. Mulheres: Peso corporal (kg) = (0,5759 x CB) + (0,5263 x CA) + (1,2452 x CP) – (4,8689 x 2) - 32,9241
Homens: Peso corporal (kg) = (0,5759 x CB) + (0,5263 x CA) + (1,2452 x CP) – (4,8689 x 1) - 32,9241
Ross Laboratories Mulheres negras: Peso corporal (kg) = (1,24 x AJ) + (2,81 x CB) – 82,48
Mulheres brancas: Peso corporal (kg) = (1,01 x AJ) + (CB x 2,81) – 66,04
Homens negros: Peso corporal (kg) = (1,09 x AJ) + (3,14 x CB) – 83,72
Homens brancos: Peso corporal (kg) = (1,19 x AJ) + (CB x 3,21) – 86,82
Fonte: Adaptado de Melo et al, 2014.
Correção de peso para amputados
Para os pacientes amputados, utiliza-se o peso corrigido, obtido através de 
fórmula específica, demonstrada na figura 2. O peso corrigido deve ser utilizado 
para a realização da avaliação nutricional e para comparação com as referências 
populacionais. Para o cálculo das necessidades nutricionais, necessidades 
hídricas, peso calórico e dose de medicamentos, o peso atual deve ser utilizado.
Figura 2. Percentual de correção de peso para amputados.
Peso corrigido = peso atual x _100_ 
 100 - % amputação 
16% 
Fonte: Osterkamp,1995.
Avaliações relacionadas ao peso corporal
Porcentagem de adequação do peso
A porcentagem da adequação do peso é usada para avaliar o quanto o peso atual do 
indivíduo está adequado em relação ao peso ideal.
28
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃOCORPORAL
Adequação de peso (%): 
Peso atual
x 100
peso ideal
A adequação do peso é classificada como:
Tabela 4. Classificação do estado nutricional segundo a porcentagem de adequação de peso corporal.
Adequação do Peso (%) Estado Nutricional
≤ 70 Desnutrição grave
70,1 – 80 Desnutrição moderada
80,1 – 90 Desnutrição leve
90,1 – 110 Eutrofia
110,01 – 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
Fonte: Blackburn, Thorton, 1979.
Porcentagem de perda de peso: usada quando a perda de peso é 
involuntária, avaliando a gravidade desta perda, de acordo com a tabela 5:
Perda de peso (%) =
(peso usual – peso atual)
= x 100
Peso usual
Tabela 5. Classificação do percentual de peso corporal.
Tempo Perda Significativa (%) Perda Grave (%)
1 semana 1 – 2 > 2
1 mês 5 > 5
3 meses 7,5 > 7,5
6 meses 10 > 10
Fonte: Blackburn, Bistrian, 1977.
Estatura
A estatura é sinônimo da altura e refere-se à medida longitudinal do indivíduo. 
Já o termo comprimento é usado para esta medida quando tomada com o 
indivíduo deitado, utilizada para crianças ou em indivíduos impossibilitados de 
ficarem em pé. 
Medida direta da estatura
A realização da estatura de forma direta ocorre quando esta é mensurada 
por meio de estadiômetro, com escala em centímetros. O indivíduo deve 
estar descalço, sem adereços na cabeça. O posicionamento deve ser ereto, 
com os pés paralelos, o peso distribuído em ambos os pés e os braços devem 
estar ao longo do corpo. O indivíduo deve encostar 5 pontos na superfície do 
29
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
estadiômetro: calcanhares, panturrilhas, glúteos, escápula e região occipital. 
O posicionamento da cabeça deve estar no plano de Frankfurt (a margem 
inferior da abertura do orbital e a margem superior do condutor auditivo 
externo estão em uma mesma linha horizontal). 
Figura 3. Posicionamento para tomada direta de estatura.
Olhar no plano 
de Frankfurt 
Occipital 
encostado 
Escápulas 
encostadas 
Glúteos 
encostados 
Panturrilhas 
encostadas 
Calcanhares 
encostados 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=0QaqKhWS4_A.
A realização do comprimento usualmente é utilizada para crianças de zero até 
2 anos de idade, mesmo para aquelas que já sabem ficar em pé e/ou caminhar. 
Para esta medida, deve-se utilizar o antropômetro ou a régua antropométrica 
na posição horizontal, com a criança deitada, preferencialmente despida, sem 
adereços e na presença de pais ou responsáveis. Colocar o aparelho apoiado em 
uma superfície plana, firme e lisa. Deitar a criança no centro do antropômetro, 
com as pernas relaxadas, com os olhos na direção vertical, as nádegas apoiadas 
na superfície horizontal e as costas retas. Realizar a tomada da medida 
movendo a parte móvel do antropômetro contra a planta dos pés, de modo a 
tocar simultaneamente os calcanhares. Anotar o comprimento antes da criança 
ser retirada da posição.
30
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Figura 4. Medida de comprimento.
Parte 
fixa 
Parte 
móvel 
Fonte: E-Tec Brasil, 2020.
Medidas indiretas da estatura
A estatura pode ser estimada por meio de medidas alternativas ao comprimento 
linear ou feita de forma indireta. As medidas mais comumente utilizadas 
para as fórmulas são: 
 » Altura do joelho: indivíduo em posição sentada ou supinada, 
com joelho e o tornozelo flexionados em 90º. A medida é feita 
entre o calcanhar e a joelho, na altura do côndilo do fêmur. 
Usualmente realizada com calibrador ou régua para medir 
crianças. 
 » Homens: [64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho em cm)]
 » Mulheres: [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)]
Figura 5. Posicionamento para medida da altura do joelho.
Fonte: Martins, 2009 (a).
31
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
 » Extensão dos braços ou envergadura: é a distância entre as pontas 
dos dedos médios de cada mão, quando os braços estão estendidos 
lateralmente no nível do ombro, formando um ângulo de 90º com o 
corpo. A medida obtida refere-se à estimativa da estatura. 
 » Estatura recumbente: esta medida é realizada no leito plano ou 
em outra superfície plana, na posição horizontal, onde posiciona-se o 
indivíduo de barriga para cima e se realiza as marcas no lençol na 
parte inferior do pé e acima da cabeça. Com fita métrica, se faz a 
leitura da estatura do indivíduo.
 » A semienvergadura é a distância entre a ponta do dedo médio de 
uma mão, com o braço estendido lateralmente no nível do ombro, 
formando um ângulo de 90º com o corpo, até o centro do tronco 
(osso externo). Essa medida é usada em algumas fórmulas para 
estimativa de estatura.
Na tabela 6, são apresentadas algumas fórmulas para a estimativa da estatura 
em adultos e idosos.
Tabela 6. Fórmulas para estimativa de estatura corporal.
Autor Fórmula
Mitchel e Lipschitz Altura = semienvergadura x 2
WHO Altura = (0,73 x (2 x metade da envergadura dos braços)) + 0,43
Chumlea
Mulheres negras: Altura = 68,1 + (1,86 x AJ) – (0,06 x idade) 
Mulheres brancas: Altura = 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x idade)
Homens negros: Altura = 73,42 + (1,79 x AJ)
Homens brancos: Altura = 71,85 + (1,88 x AJ)
Fonte: Adaptado de Melo et al., 2014.
Circunferências Corporais
As medidas de circunferências corporais auxiliam no entendimento da 
composição corporal e da sua estrutura e são medidas complementares ao 
peso e a estatura. Algumas delas estão associadas ao risco do desenvolvimento 
de patologias, bem como de deficiências nutricionais.
Ponto médio do braço
O ponto médio do braço é usado para medida da circunferência do braço, 
dobra cutânea do tríceps e dobra cutânea do bíceps. Sua medida deve ser feita 
marcando o ponto médio entre o processo acromial da escápula e o olecrano da 
ulna, com o braço flexionado, formando um ângulo de 90º.
32
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Circunferência do braço 
Esta medida deve ser tomada após a marcação do ponto médio do braço, com 
o braço estendido ao longo do corpo e a palma da mão voltada para a coxa. 
A fita métrica deve ser ajustada em torno do braço, com atenção para não 
apertar a fita, comprimindo a pele, não deixar folga e não deixar o dedo entre 
a fita e o braço, alterando o valor real da medida.
Figura 6. Medida correta da circunferência do braço.
Fonte: http://repocursos.unasus.ufma.br/PPU/manejo_clinico_paciente_drc_modulo_basico/und2/ebook/17.html.
Circunferência de pescoço
A circunferência do pescoço, embora possa ser uma medida não muito 
conhecida para a avaliação nutricional, vem sendo estudada desde a década 
de 1990, e seu valor aumentado tem se relacionado com aumento da gordura 
corporal, visceral e risco para doenças cardiovasculares.
Esta medida se refere ao ponto médio da altura do pescoço, na posição 
horizontal, na altura da cartilagem cricotireóidea. Quando houver 
proeminência no sexo masculino, a circunferência deve ser aferida abaixo da 
mesma.
33
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Figura 7. Circunferência de pescoço.
Ponto médio da 
altura do pescoço 
Fonte: Adaptado de Vasques et al., 2010.
Circunferência abdominal e circunferência de 
quadril
As circunferências abdominal e de quadril são indicativos da distribuição da 
gordura corporal, diferenciando-as em androide (obesidade superior, do tipo 
“maçã”) e ginóide (obesidade inferior, do tipo “pera”). 
A circunferência da cintura deve ser avaliada com o paciente em pé, ao final da 
expiração, no ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca.
Figura 8. Circunferência abdominal.
Fonte:Andhressa Araújo Fagundes et al., 2004.
A circunferência do quadril é mensurada com o paciente em pé, posicionado 
com os pés juntos, e a tomada da medida será feita com fita métrica anelástica 
circundando o quadril do indivíduo na região de maior perímetro entre a cintura 
e a coxa.
34
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Figura 9. Circunferência de quadril.
Fonte:Andhressa Araújo Fagundes et al., 2004.Circunferência medial da coxa
A circunferência medial da coxa é a circunferência da coxa mais utilizada 
para a finalidade de avaliação nutricional. Ela deve ser realizada no ponto 
médio, que fica entre a dobra inguinal e a borda proximal da patela. Após 
marcar o ponto médio, passa-se a fita anelástica em torno da coxa neste 
ponto e se realiza a leitura da medida. 
Figura 10. Ponto médio da coxa.
Ponto médio 
Borda proximal 
da patela 
Dobra inguinal 
Fonte: Adaptado de Vasques et al., 2010.
35
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Circunferência de Panturrilha
A medida da circunferência da panturrilha é tomada no perímetro máximo do 
músculo da panturrilha do lado direito do corpo, horizontalmente, com uma 
fita anelástica. Essa medida é utilizada para a estimativa de estatura e peso, 
além de ser um indicador para a desnutrição ou risco de desnutrição.
Figura 11. Circunferência da panturrilha.
Fonte: Faria, 2011.
Dobras cutâneas
Também chamadas de pregas cutâneas. São utilizadas para estimar a gordura 
corporal, assim, estimando, também, outros compartimentos da composição 
corpórea. As dobras mais comuns são a do tríceps, bíceps, subescapular 
e suprailíaca. Outras dobras também podem ser avaliadas, de acordo com a 
população ou necessidade da avaliação do profissional, como axilar, peitoral, 
abdominal, coxa, panturrilha.
As medidas devem ser efetuadas no hemicorpo direito, exceto quando houver 
especificações diferentes na referência utilizada, como lado não dominante. 
Instruções gerais: 
 » usar equipamento calibrado (adipômetro) e fita métrica inextensível 
(também chamada de anelástica);
36
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
 » seguir rigorosamente o ponto anatômico e as instruções do autor usado 
como referência, para minimizar os erros inter e intra-avaliadores;
 » avisar ao cliente/paciente o que será feito e quais procedimentos serão 
adotados;
 » a dobra é pinçada utilizando-se os dedos polegar e indicador;
 » os dedos devem formar a prega a 1cm do ponto desejado e a medida 
deve ser feita com o adipômetro, exatamente no local marcado;
 » a leitura deve ser feita entre dois e três segundos;
 » utiliza-se 3 medidas para verificar possíveis erros, caso a diferença 
entre medidas seja maior que 5%, uma nova série de medidas deverá 
ser realizada, utilizando-se o valor médio como referência;
 » ao final da leitura, abrir o equipamento e soltar a prega, evitando beliscar 
o cliente/paciente. 
Dobra Cutânea Trícipital (DCT): realizada na marcação do ponto médio 
do braço, em sua face posterior. O braço deve estar ao longo do corpo, 
relaxado. Destaca-se a dobra do tecido muscular e faz-se a medição. Deve-se 
atentar para pinçar apenas a dobra referente ao músculo tricipital, para não 
superestimar a quantidade de gordura. Esta dobra apresenta forte correlação 
com a gordura corporal total e o percentual de gordura total.
Figura 12. Medida da dobra cutânea do tríceps.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas. 
37
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Dobra Cutânea Bicipital (DCB): também realizada na marcação do ponto 
médio, deve ser segurada verticalmente e aplica-se o medidor. Deve ser usada 
juntamente com outras medidas para estimar a composição corporal.
Figura 13. Medida da dobra cutânea do bíceps.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
Dobra Cutânea Subescapular (DCSE): essa dobra é medida 2cm abaixo do 
ângulo inferior da escápula, formando um ângulo de 45º entre esta e a coluna. 
Braços e ombros devem estar relaxados. 
Figura 14. Medida da dobra cutânea subescapular.
Fontehttps://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
38
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Dobra Cutânea Suprailíaca (DCSI): encontra-se essa dobra na linha média 
axilar e acima da crista ilíaca. Deve ser medida na diagonal. O avaliado deve 
afastar o braço para trás.
Figura 15. Medida da dobra cutânea suprailíaca.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas. 
Dobra Cutânea Axilar Média: essa dobra é medida no ponto de intersecção 
entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do 
xifoide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal. 
Para facilitar a medida e leitura do valor, o braço do cliente/paciente deve estar 
para trás.
Figura 16. Medida da dobra cutânea axilar média.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
Dobra Cutânea Torácica: Essa medida é realizada de forma diferente em 
clientes/pacientes de sexo feminino e masculino. 
39
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Sexo masculino: trata-se da medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, no 
ponto médio entre a linha axilar anterior e o mamilo.
Sexo feminino: medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, a um terço da 
linha axilar anterior.
Figura 17. Medida da dobra cutânea torácica realizada no sexo masculino.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
Figura 18. Medida da dobra cutânea torácica realizada no sexo feminino.
.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas. 
Dobra Cutânea Abdominal: essa medida de dobra cutânea é realizada a mais 
ou menos dois centímetros da cicatriz umbilical. De modo prático, mede-se a 
dobra aproximadamente a dois dedos de distância do umbigo. Ela é mensurada 
ao eixo longitudinal na maioria dos protocolos. Já Lohman (1988) propõe a 
medida da dobra cutânea abdominal de forma transversal.
40
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Figura 19. Medida da dobra cutânea abdominal no eixo longitudinal.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
Dobra Cutânea da Coxa: essa medida da dobra cutânea é realizada 
paralelamente ao eixo longitudinal, usualmente no ponto médio da distância 
entre a borda inguinal e borda superior da patela (ver Figura 10). Pode ser 
medida também a um terço de distância entre esses pontos, como proposto no 
protocolo de Guedes (1985).
Essa dobra é menos utilizada na prática clínica devido à dificuldade de sua 
execução (pinçamento correto e desconforto para a leitura rápida do dado). 
Para facilitar o procedimento do pinçamento da dobra cutânea, é melhor que 
o cliente/paciente coloque a perna direita (a que será medida) para frente, 
semiflexionando o joelho e mantendo o peso na perna esquerda. Dessa forma, o 
músculo da perna direita não fica contraído, facilitando a execução da medida 
e leitura do dado.
Figura 20. Medida da dobra cutânea da coxa.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
41
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Dobra Cutânea da Panturrilha Medial: para a realização da dobra cutânea 
da panturrilha medial, o cliente/paciente deverá estar sentado, com o joelho 
dobrado a 90°, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. Desta forma, 
o músculo da panturrilha não fica contraído, facilitando a execução da medida 
(pinçamento da dobra e leitura rápida do dado). 
A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, assim como é 
realizado a circunferência de panturrilha. O polegar da mão esquerda (a mão 
que se pinça a dobra) deve apoiar na borda medial da tíbia.
Figura 21. Medida da dobra cutânea da panturrilha medial.
Fonte: https://www.sanny.com.br/dobras-cutaneas.
Determinação do percentual de gordura corporal 
com o uso das dobras cutâneas
Uma das formas para estimar o percentual de gordura corporal é com o uso das 
dobras cutâneas.
42
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
É sabido que a dobra cutânea tricipital e a dobra cutânea subescapular 
possuem uma boa correlação com a quantidade de gordura corporal total, ou 
seja, usualmente, quando elas estão acima dos valores considerados adequados, 
a quantidade de gordura corporal total também está. Entretanto, existem 
equações e referências que estimam de forma mais adequada a quantidade de 
gordura corporal.
Primeiramente, os valores das dobras cutâneas são somados ou colocadosem equações específicas, chamadas de equações de predição de gordura 
corporal. Com esses valores, chega-se a uma estimativa do percentual de 
gordura corporal total. Somente após estimados esses valores é que se irá 
classificar, por meio das referências, se o percentual de gordura está dentro 
do considerado adequado, ou não, para aquela população.
As equações mais comumente utilizadas são: Katch & Mcardle (1973), Durnin 
& Womersley (1974), Jackson & Pollock (1978), Jackson, Pollock e Ward 
(1980), Guedes (1985), Slaughter et al – para indivíduos de 7 a 18 anos (1988), 
Petroski (1995), Peterson, Czerwinski e Siervogel(2003).
E como referência são:, Jackson e Pollock (1978), Jackson, Pollock e Ward 
(1980), Guedes (1985), Faulkner (1968), Lohman (1992).
Esses são apenas alguns exemplos das equações e protocolos de referência que 
existem. Para um melhor atendimento nutricional, deve-se buscar a referência 
que melhor se encaixa para o indivíduo avaliado ou a população estudada.
Indicadores antropométricos pelas medidas do 
braço
Percentual de adequação da circunferência de braço
O percentual de adequação da circunferência do braço (CB) é utilizado para 
avaliar grau de catabolismo ou excesso nutricional do indivíduo. Quando 
esta medida está aumentada, não é possível distinguir se o aumento é 
proveniente de massa muscular ou massa gordurosa e, portanto, seu uso 
deve ser com critério e cautela.
% Adequação da CB =
CB obtida (cm)
x 100
CB percentil 50 (50th)
43
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Tabela 7. Classificação do percentual de adequação da circunferência de braço.
Desnutrição 
Grave
Desnutrição 
Moderada
Desnutrição 
Leve
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Adequação da CB < 70% 70 – 80% 80 – 90% 90 – 110% 110 – 120% > 120%
Fonte: Blackburn, Thornton, 1979.
Circunferência muscular do braço
A circunferência muscular do braço (CMB) é uma medida indireta, derivada 
da circunferência do braço (CB) e da dobra cutânea tricipital (DCT). 
A CMB mensura a quantidade e a taxa de variação da massa muscular 
esquelética. Essa medida possui boa correlação com a massa muscular 
corpórea e sua depleção indica, na maioria das vezes, a existência de 
processo catabólico corporal, que leva a depleção muscular, como no 
caso da desnutrição. 
Com base no proposto por Lohman (1981), a CMB é derivada do cálculo :
CMB = CB – (DCT x 0,314)
Adequação da CMB (%) =
CMB obtida (cm) 
x 100
percentil 50* da CMB
Tabela 8. Classificação do percentual de adequação da circunferência muscular do braço.
Desnutrição Grave Desnutrição Moderada Desnutrição Leve Eutrofia
Adequação da CB < 70% 70 – 80% 80 – 90% > 90%
Fonte: Blackburn e Thornton, 1979.
Índice de massa corporal (IMC)
O IMC é um dos índices mais utilizados para avaliação nutricional, tanto em 
indivíduos como em populações. Seu cálculo é feito por meio da fórmula:
IMC= Peso (kg) / altura (m)²
Sua utilização em indivíduos deve estar associada a outros indicadores 
para estabelecer um diagnóstico nutricional correto. Como não distingue a 
composição corporal (massa gordurosa e massa magra, entre elas a muscular), 
ao utilizar apenas o IMC, é possível classificar com sobrepeso ou obesidade 
indivíduos que apresentam um aumento de peso em massa magra. 
44
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
O IMC é o índice de avaliação do estado nutricional que pode ser usado em todas as 
faixas etárias, de recém-nascidos a idosos. Este índice tem como características 
o fácil acesso, a execução simples, o baixo custo e a boa correlação com 
comorbidades. Por essas características, o IMC é um indicador antropométrico 
amplamente utilizado na prática clínica e em estudos populacionais. 
Na prática clínica, após determinar a classificação do IMC, essas classificações 
podem ser comparadas ao longo da vida de um indivíduo, avaliando-se a 
evolução do estado nutricional individual. Em estudos populacionais, é 
possível se classificar e comparar as diferentes faixas etárias por meio do 
mesmo indicador antropométrico, não havendo interferência na avaliação e 
validação dos dados.
45
CAPÍTULO 2
Bioimpedância Elétrica (BIA) 
A bioimpedância elétrica é um método rápido, não invasivo e bem aceito para 
avaliação da composição corporal de um indivíduo. Seu princípio se baseia na 
condutividade elétrica através dos componentes corporais, com a colocação 
de eletrodos nos pés e nas mãos do indivíduo. Os valores de condutividade 
são utilizados em fórmulas e transformados em informações, tanto sobre 
a quantidade e porcentagem de gordura corporal e massa muscular, como 
hidratação do corpo. Deve-se atentar para as orientações do fabricante do 
aparelho para colocação dos elétrodos. A verificação da referência adotada pelo 
fabricante também é importante para descrição em trabalhos ou comparações 
com outras medições. 
A bioimpedância, por meio dos valores obtidos de resistência, reactância e 
ângulo de fase, é capaz de estimar e detalhar os componentes corpóreos de 
massa magra e massa gorda, entretanto nem todos os aparelhos realizam essa 
medição detalhada. Dentre os compartimentos básicos, têm-se a massa magra 
(livre de gordura), a massa gorda e o percentual de água corporal. Para modelos 
mais completos, é possível também mensurar: 
 » ângulo de fase corporal total e segmentar;
 » água intra e extracelular;
 » água corporal total; 
 » índice de edema corporal e segmentar; 
 » percentual de proteínas e minerais; 
 » conteúdo mineral ósseo; 
 » massa muscular esquelética; 
 » massa magra de cada segmento corporal; 
 » massa de gordura; 
 » estimativa de gordura segmentar; 
 » índice de gordura corporal; 
46
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
 » percentual de gordura corporal;
 » índice de massa livre de gordura; 
 » impedância e reactância de cada segmento corporal.
É importante destacar aqui que a bioimpedância não tem sido utilizada somente 
para a determinação da composição corporal. A informação do ângulo de fase 
tem sido relacionada como fator prognóstico em algumas patologias, como no 
caso de doenças renais.
Por haver diferenças entre os aparelhos, a utilização do mesmo equipamento 
nas avaliações de bioimpedância garante melhor resultado do acompanhamento 
ao longo do tempo, sem o risco de diferenças entre equipamentos. 
Atualmente, no mercado, existem aparelhos de bioimpedância que realizam 
as medidas com o indivíduo em posição supina, ou outros que são acoplados 
em balanças, e as medidas são feitas com o indivíduo em pé. É orientado que 
as bioimpedâncias acopladas em balança sejam tetrapolares, ou seja, que a 
corrente elétrica passe pelos eletrodos das mãos e dos pés.
Algumas recomendações são essenciais para garantir o resultado confiável da 
avaliação da composição corporal por bioimpedância. Por exemplo, a ingestão 
de cafeína e álcool pode causar desidratação e subestimar os valores de massa 
muscular em até 5 kg; enquanto a prática de exercícios físicos em intensidade 
alta ou moderada pode superestimar a quantidade de massa muscular em 
até 12 kg. Exercícios em baixa intensidade não alteram os valores do exame.
Orientações gerais para a realização da bioimpedância:
 » suspender o uso de medicamentos diuréticos 7 dias antes do teste (exceto 
por orientação médica); 
 » estar em jejum de pelo menos 4 horas;
 » estar em abstinência alcoólica por 24 a 48 horas;
 » evitar o consumo de cafeína 24 horas antes do teste;
 » estar fora do período pré-menstrual;
 » não ter praticado atividade física intensa nas últimas 24 horas;
 » urinar pelo menos 30 minutos antes da medida;
47
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
 » permanecer de 5 a 10 minutos de repouso absoluto, em posição de 
decúbito dorsal, antes de efetuar a medida;
 » contraindicação absoluta para a realização do teste: portadores de 
marca passo e gestantes.
Figura 22. Exame de bioimpedância elétrica tetrapolar realizado com eletrodos em pés e mãos, com o indivíduoem posição supina.
Fonte: Graton, 2017.
48
CAPÍTULO 3
Métodos indiretos de avaliação da 
composição corporal
Os métodos indiretos para a avaliação da composição corporal são usados 
com menor frequência do que os métodos duplamente indiretos, por suas 
características, entre as principais, se destacam: 
 » técnicas que possuem um custo mais elevado; 
 » necessidade de aparelho, local específico e pessoal treinado;
 » maior tempo para a sua execução;
 » necessidade de preparo para a realização dos exames, na maioria das 
vezes; 
 » nem todas as técnicas são aplicáveis a qualquer faixa etária, 
dependendo do exame, da faixa etária, da condição fisiológica ou 
patológica, é necessário sedação;
 » exames e técnicas mais utilizados em estudos populacionais, devido ao 
custo elevado e dificuldade de acesso;
 » os exames indiretos para a avalição da composição corporal têm 
a vantagem, em relação às dobras cutâneas corporais, de 
apresentarem maior acurácia para a determinação do tecido 
adiposo, principalmente em obesos. Nos pacientes obesos, 
principalmente com obesidade III, existe a dificuldade em 
demarcar o local anatômico da dobra cutânea, a dificuldade em 
separar o tecido adiposo do tecido muscular e a limitação máxima 
de abertura do adipômetro.
Neste capítulo, serão abordados os métodos indiretos de avaliação da 
composição corporal mais conhecidos e utilizados na prática clínica.
Pesagem hidrostática
Este exame se baseia na densidade corporal, portanto o seu resultado é 
determinado pela razão entre o peso do indivíduo no ar e o peso do indivíduo 
na água (submerso). Simplificando, o resultado = peso no ar/peso na água.
49
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
A pesagem hidrostática possui precisão elevada, porém ela pode sofrer 
interferências relacionadas ao momento da pesagem e estado individual, 
como o estágio do ciclo menstrual, horário do dia, atividade física e uso de 
fármacos. É um procedimento demorado, com necessidade de adaptação ao 
meio líquido (indivíduo fica submerso na água), pode ser desconfortável 
para obesos e para algumas faixas etárias.
Figura 23. Pesagem hidrostática.
Fonte: https://www.unomaha.edu/news/2016/12/underwater-weigh-holiday-sale.php. Acesso em: 29 jun. 2020.
Plestimografia
A plestimografia é um método para a avaliação da composição corporal 
baseado na medida do volume corporal a partir do deslocamento do ar. 
O indivíduo entra em uma câmara de fibra de vidro que possui sensores 
acopladas a ela e a um computador que mensura a alteração e deslocamento 
do ar. É um método caro, com capacidade máxima para indivíduos com 
250kg, pode apresentar erros para a determinação de massa livre de gordura 
em obesos, pois estes apresentam maior quantidade de água extracelular. 
É rápido e indolor.
Figura 24. Exame de plestimografia.
Fonte: Silva, 2016.
50
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Antigamente, não era possível realizar esse exame em crianças pequenas. 
Hoje, já existem câmaras específicas até para bebês.
Figura 25. Exame de plestimografia para bebês.
Fonte: https://teprel.pt/produto/cosmed-pea-pod/. Acesso em: 29 jun. 2020.
Dual-Energy X-ray Absorptiometry (DEXA) – 
Abosorciometria de Raio X de Dupla Energia
O exame de DEXA é considerado como exame referência para a avaliação da 
composição corporal em indivíduos obesos. Também é considerado o exame 
de referência para a avaliação da obesidade sarcopênica (aumento de massa 
gordurosa associado a sarcopenia – diminuição acentuada da massa muscular).
Na avaliação da massa óssea, o DEXA é considerado como padrão ouro pela 
Organização Mundial de Saúde, para a avaliação da osteoporose.
Em estudos, foi possível observar que os valores do DEXA se correlacionavam 
fortemente com o tecido adiposo visceral e abdominal, entretanto existe um 
limite do aparelho em relação ao peso corporal do indivíduo, sendo possível a 
avaliação de pessoas com até 204 kg em algumas marcas. 
Dentre as vantagens deste exame, existe uma menor emissão de radiação para 
a realização e é mais acessível que a Tomografia Computadorizada (TC) e a 
Ressonância Magnética (RNM).
51
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Figura 26. Exame de Dual-Energy X-ray Absorptiometry (DEXA).
Fonte: Silva, 2016.
Ultrassonografia (US)
A US funciona a partir da conversão de energia elétrica em ondas sonoras que 
passam através do tecido adiposo, muscular e ósseo, determinando, assim, a 
espessura dos tecidos. Este método possui boa correlação com os resultados 
da pesagem hidrostática e DEXA. Em relação as suas desvantagens, apresenta 
elevado custo e dificuldade técnica.
Figura 27. Exame de ultrassonagrafia para a avaliação da composição corporal.
Fonte: Silva, 2016.
Ressonância Magnética (RNM) e Tomografia 
Computadorizada (TC)
A RNM é um exame que, por meio de ondas de frequência de rádio, quantifica 
a massa gordurosa total e subcutânea. Tem como vantagem a não utilização de 
radiação iônica, apresentação de imagens em 3D e apresenta boa correlação 
com a pesagem hidrostática. Suas desvantagens incluem custo elevado e 
dificuldade técnica.
52
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Figura 28. Exame de ressonância magnética.
Fonte: Teixeira; Porto, 2020.
A TC parte do princípio da mensuração e atenuação da emissão dos raios X nos 
diferentes tecidos. Seu resultado é apresentado em imagens bidimensionais, 
em corte transversal do corpo. Dentre as desvantagens do método estão o 
alto custo, necessidade de pessoal treinado, exposição à radiação (atenção às 
crianças e gestantes).
Figura 29. Foto do tomógrafo médico - exame de Tomografia Computadorizada.
Fonte: Centro de tecnologia da informação Renato Archer, 2020. 
53
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE II
Interactância de raios infravermelhos
Essa técnica consiste na suposição de que as medidas de interactância 
podem estimar a composição corporal a partir da densidade óptica, que é 
inversamente proporcional ao percentual de gordura corporal. Essa técnica 
é rápida, não invasiva, depende da prática do avaliador e da distribuição de 
gordura do cliente/paciente que está sendo avaliado.
Existe a recomendação de combinação de outras técnicas para a avaliação 
da composição corporal quando se trata da avaliação de indivíduos com 
obesidade.
Vimos as principais técnicas de avaliação da composição corporal 
utilizadas. Mas, levando em conta a grande dimensão do nosso 
país e as diferenças de acesso aos serviços de saúde, pense: como 
avaliar indivíduos sem o auxílio de um equipamento caro, ou sem a 
bioimpedância, ou até mesmo sem o adipômetro? Essas avaliações são 
válidas?
54
UNIDADE IIIPARÂMETROS 
BIOQUÍMICOS
A avaliação bioquímica é mais uma ferramenta de avaliação nutricional, 
que deve se somar às outras na busca de um resultado fidedigno do estado 
nutricional do indivíduo. Além de serem usados na avaliação inicial, os dados 
bioquímicos são importantes no monitoramento e na análise da eficácia da 
terapêutica nutricional escolhida. 
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), por meio da Resolução no 
306/2003, estabelece as diretrizes para a solicitação de exames pelo 
nutricionista (anexo 1):
Art 1o Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais 
necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do 
cliente-paciente.
Art 2o O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar 
adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, 
estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos 
técnicos decorrentes. 
São inúmeros os exames que podem ser solicitados. Neste capítulo, serão 
abordados os mais comuns, sendo eles subdivididos por avaliação da função 
orgânica. Ao final, será apresentado um quadro resumindo a interpretação dos 
resultados quando alterados.
55
CAPÍTULO 1
Exames bioquímicos na avaliação das 
funções orgânicas
Hemograma
O hemogramaé o exame de sangue e nele estão contidas diversas informações:
 » Contagem das células brancas – leucócitos.
 » Contagem das células vermelhas – eritrócitos ou hemácias.
 » Contagem das plaquetas.
 » Contagem dos reticulócitos.
 » Dosagem de hemoglobina e hematócrito.
 » Dosagem de índices hematiméticos: VCM, HCM, CHCM, RDW.
 » Contagem diferencial dos leucócitos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, 
linfócitos, monócitos.
 » Alterações morfológicas da série vermelha e branca.
Nesta sessão serão explicados, com maiores detalhes, os exames referentes à 
série vermelha (eritrograma).
Conforme o momento de vida do ser humano, existe a modificação nos locais de 
formação das células sanguíneas. Nos embriões os principais locais de formação 
são o baço e o fígado; nos recém-nascidos, toda a medula óssea (com o avanço 
da idade, a maior parte da medula perde tal função); e nos adultos, a medula 
óssea dos ossos pélvicos, esterno, costelas, clavícula e extremidades de ossos 
longos.
A formação das células sanguíneas se dá pelo estímulo de um hormônio 
chamado eritropoietina, que atua na medula óssea para a síntese de 
eritroblastos e posterior produção dos eritrócitos ou hemácias.
56
UNIDADE III │ PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
Os eritrócitos ou hemácias são células de forma discoide, bicôncava, anucleada, 
ricas em hemoglobina. Sua meia vida é em torno de 120 dias e sua unidade de 
contagem é em milhões/mm3.
Hemoglobina (Hb)
A hemoglobina é um pigmento carreador de oxigênio dos eritrócitos, formado 
pelo próprio eritrócito em desenvolvimento na medula óssea. É uma proteína 
conjugada, contendo quatro grupos heme e globulina, com a propriedade de 
oxigenação reversível. A hemoglobina equivale a 34% do peso da hemácia.
Sua dosagem - Hb (g/dl) - informa a quantidade de hemoglobina por decilitro 
de sangue.
Hematócrito (Ht)
O hematócrito é a medida do percentual dos glóbulos vermelhos no volume 
total de sangue. Sua unidade de medida é a porcentagem (%).
Índices hematimétricos
Correspondem aos valores de VCM, HCM, CHCM, RDW, que são determinados 
para auxiliar na análise de todas as características da hemácia.
 » VCM: volume corpuscular médio – índice que avalia o tamanho/volume 
da hemácia.
 » HCM: hemoglobina corpuscular média. Este índice informa sobre 
o valor médio da quantidade de hemoglobina (peso) que existe no 
interior da hemácia. Seu valor é obtido pela relação entre a dosagem 
de hemoglobina (g/dl) com a contagem das hemácias (em mm3). É 
considerado o índice mais fiel para identificação das hipocromias.
 » CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média. Este índice 
correlaciona a concentração de hemoglobina dentro de uma hemácia 
(g/dl). O valor é derivado do seguinte cálculo:
 » Cálculo: HCM / VCM.
 » RDW: Red cell Distribution Width – coeficiente de variação do volume 
eritrocitário – RDW-CV%. Este é o índice de variação do tamanho 
57
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS │ UNIDADE III
das hemácias, que avalia quanto os eritrócitos variaram em 
tamanho, a partir do volume corpuscular médio (VCM). Isto tem 
importância uma vez que, sendo o VCM o resultado de uma média, 
ele pode apresentar um valor numérico que não reflete o tamanho 
real do total da população eritrocitária que foi analisada. 
Nas anemias microcíticas, como no caso da anemia ferropriva ou na deficiência 
de cobre, existe uma diminuição no tamanho da hemácia (medido pelo VCM) e 
pode haver variação no tamanho também (aumento do RDW). 
A microcitose é determinada pelo valor de VCM abaixo da normalidade. Já a 
macrocitose é determinada pelo valor do VCM acima da normalidade.
O RDW reflete a variação do tamanho da hemácia. Exemplificando, o 
entendimento fica mais fácil. Por exemplo, se a anemia é microcítica e apresenta 
um RDW com valor aumentado, significa que existem hemácias com variação de 
tamanho, ou seja, pequenas (células microcíticas), como também com tamanhos 
normais ou aumentados. Agora, se na anemia microcítica, o RDW apresentar 
valor normal, significa que não existe variação no tamanho das hemácias, ou 
seja, todas são iguais (pequenas).
Os valores de hemoglobina e o hematócrito são exames que vão determinar 
se a produção de hemácias e/ou hemoglobina estão normais, aumentadas ou 
diminuídas. Determinam, portanto, se existe a anemia.
Os valores de HCM e CHCM são índices que relacionam a quantidade de 
hemoglobina com o tamanho e número de hemácias, tornando possível avaliar 
a existência de hiper ou hipocromia. Nas anemias hipocrômicas, esses índices 
estão abaixo do valor de referência e nas hipercrômicas, estão acima.
Tabela 9. Valores de referência para eritrograma em várias idades.
Idade Hemácias 
(milhões/
mm3)
Hb (g/dl) Ht (%) VCM (fL) HCM (pg) RDW (%)
RN 4,1 – 6,7 15,0 – 24,0 44 – 70 102 – 115 33 - 39 13,0 – 18,0
1-23 m 3,8 – 5,4 10,5 – 14,0 32 – 42 72 – 88 24 – 30 11,5 – 16,0
2 - 9 a 4,0 – 5,3 11,5 – 14,5 33 – 43 76 – 90 25 – 31 11,5 – 15,0
10 -17 a M 4,2 – 5,6 12,5 – 16,1 36 – 47 78 – 95 26 – 32 11,5 – 14,0
10 – 17 a F 4,1 – 5,3 12,0 – 15,0 35 – 45 78 – 95 26 - 32 11,5 – 14,0
> 18 a M 4,7 – 6,0 13,5 – 18,0 42 – 52 78 – 100 27 – 31 11,5 – 14,0
> 18 a F 4,2 – 5,4 12,5 – 16,0 37 - 47 78 – 100 27 - 31 11,5 – 14,0
Fonte: Clinical Laboratories of Children´s Hospital of Buffalo apud Wallach, 2009.
58
UNIDADE III │ PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
Os valores expressos no leucograma, assim como a contagem de plaquetas, são 
importantes para a avaliação nutricional, principalmente para avaliar alguns 
micronutrientes específicos, entretanto estas alterações estarão descritas no 
decorrer desta unidade.
Alteração nos parâmetros na avaliação nutricional 
de anemias
A anemia é caracterizada pela redução da massa eritrocitária, resultando 
em menor capacidade de transporte de oxigênio para atender as demandas 
teciduais. Existem anemias causadas pela carência de micronutrientes, sendo 
a ferropriva e as megaloblásticas por carência de B12 ou carência de B9 as 
mais comuns.
Diagnóstico laboratorial da anemia ferropriva:
 » Associação da concentração de hemoglobina (Hb) e dos índices 
hematimétricos (VCM e HCM) abaixo da referência ou do RDW 
acima de 14%.
 » VCM define a microcitose (está abaixo do valor de referência).
 » HCM e CHCM definem a hipocromia (está abaixo do valor de 
referência).
 » RDW está elevado: pois na anemia ferropriva existe uma 
heterogeneidade do tamanho da hemácia, resultando em anemia 
microcítica com RDW elevado.
 » Ferritina (reserva orgânica): baixa.
 » Dosagem de ferro sérico: baixo.
 » Capacidade de ligação de ferro: aumentado.
Anemia megaloblástica pela carência de vitamina B12:
 » Presença de hemácias imaturas, volume aumentado, número reduzido 
na corrente sanguínea.
59
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS │ UNIDADE III
 » Mais incidente em descendentes de africanos e europeus.
 » Níveis baixos de hemoglobina.
 » Oligocitemia (baixa quantidade de hemácias).
 » Macrócitos.
 » Anisocitose acentuada (variação no tamanho das hemácias).
 » Poiquilocitose acentuada (formato anormal das hemácias).
 » Presença de eritroblastos e corpos de Howell-Jolly.
 » VCM acima de 100 fl no início. Quadro clínico evidente, VCM acima de 
110 fl.
 » Níveis de vitamina B12 no soro são diminuídos – entre 100 e 110 pg/ml 
(normal entre 200 e 900).
Anemia megaloblástica pela carência de vitamina B9:
 » Nível do folato abaixo do normal.
 » Hemograma – anemia macrocítica e alteração do núcleo dos neutrófilos.
 » Pode haver neutropenia, plaquetopenia e polissegmentação dos 
neutrófilos.
 » Fazer a dosagem sérica de B12 para verificar se existe a carência associada.
 » Diminuição dos níveis de B9 levam ao aumento da homocisteína.
Eletrólitos
Os principais eletrólitos avaliados nos exames bioquímicos são sódio, 
potássio, cálcio e magnésio, sendo estes imprescindíveis para a realização 
das funções celulares e manutenção da homeostase do organismo.
60
UNIDADE III │ PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
 » Sódio (Na): principal cátion extracelular e exerce influência

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