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ÉTICA E 
RESPONSABILIDADE 
SOCIOAMBIENTAL
ÉTICA E 
RESPONSABILIDADE 
SOCIOAMBIENTAL
Niedjha Lucienne Abdalla Santos
Rogerio Chaves
Reitor Prof. Celso Niskier
Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas
Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho 
Redação Dtcom
Análise educacional Dtcom
Autoria da Disciplina Niedjha Lucienne Abdalla Santos e Rogerio Chaves
Validação da Disciplina Marcia de Medeiros Aguiar
Designer instrucional Christine Almeida Rodrigues
Banco de Imagens Shutterstock.com
Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom
© Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os 
direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB)
S237e
Santos, Niedjha Lucienne Abdalla 
Ética e Responsabilidade Socioambiental/ Niedjha Lucienne Abdalla Santos, 
Rogério Chaves. – 1. ed.– Curitiba: Dtcom, 2017. 
146 p. 
ISBN: 978-85-93685-01-9 
1. Ética. 2. Responsabilidade Social. 3. Sustentabilidade
CDD 658.408
Sumário
01 Conceitos gerais de ética ........................................................................................................7
02 Problemas morais e problemas éticos ..............................................................................14
03 Ética, moral e direito ...............................................................................................................21
04 Ética empresarial ....................................................................................................................28
05 Código de ética .......................................................................................................................35
06 Empresa, estado e sociedade civil ......................................................................................42
07 Conceito de responsabilidade socioambiental .................................................................49
08 Responsabilidade Social Corporativa .................................................................................56
09 Gestão ambiental e sustentabilidade .................................................................................63
10 Pacto Global ............................................................................................................................70
11 Globalização, democracia e cidadania ...............................................................................77
12 Relação entre ética, tecnociência e bioética .....................................................................84
13 Ética na era digital: propriedade intelectual, direito autoral e plágio ...........................91
14 Efeitos da corrupção ..............................................................................................................98
15 Compliance ........................................................................................................................... 105
16 Cultura e diversidade cultural ............................................................................................ 112
17 Assédio: moral, sexual e intelectual ................................................................................. 118
18 Responsabilidade social corporativa e direitos humanos ........................................... 124
19 Consumo consciente .......................................................................................................... 130
20 Norma SA 8000, NBR 16000 E ISO .................................................................................. 137
Conceitos gerais de ética
Niedjha Abdalla-Santos
Introdução
Você sabia que os estudos sobre a ética existem há muitos séculos, e que a ética tem se 
mostrado um desafio intelectual de grandes proporções para pensadores de todo o mundo?
Nesta aula, vamos compreender o que é ética, e qual a sua importância para a sociedade.
Objetivos de Aprendizagem
Ao final deste conteúdo, você será capaz de:
 • identificar os conceitos gerais de ética;
 • compreender a importância da ética para a sociedade.
1 O que é ética?
Temos, aqui, uma questão muito difícil de responder, pois não há um conceito único de ética. 
Há quem diga que ética é o estudo do que é bom e do que é mau, ilustrado pela Figura 1. Chauí 
(2010) chama atenção para o fato de que assuntos dessa natureza sempre fizeram parte da his-
tória, desde a Antiguidade até nossos dias. É o caso, por exemplo, dos estudos sobre as possíveis 
formas de evitar e controlar a violência, a agressividade.
Há a ideia que diversas culturas e sociedades definiram conjuntos de valores éticos para 
funcionarem como reguladores dos padrões de conduta de relações intersubjetivas e interpesso-
ais. Trata-se, portanto, de uma forma de garantir comportamentos sociais capazes de alcançar a 
segurança física e psíquica dos membros daqueles grupamento (Chauí, 2010).
Figura 1 – O dilema entre o bem e o mau.
Fonte: jorgenmcleman/Shutterstock.com
 – 7 – 
TEMA 1
FIQUE ATENTO!
Entenda que a ética não dita leis, normas, regras; ela desenvolve valores, a partir de 
reflexões que podem ajudar a melhorar o comportamento humano.
Tenha em mente que a ética também pode ser entendida como a reflexão em torno da vida, 
das ações humanas e dos costumes da sociedade (GOLDIM, 2003). Ela não estabelece regras e 
é caracterizada pela busca contínua de sentido, de justificativa para o que é bom e mau, ou pela 
diferenciação entre o bem e o mal.
EXEMPLO
Um exemplo bastante atual de reflexão ética é a questão da utilização de células-
-tronco (CT) embrionárias descartadas no momento do parto. Trata-se de uma 
questão delicada que gera dúvidas de ordem religiosa, moral e cultural. Como se 
portar em relação às possíveis razões para ser contra ou a favor do uso das CT para 
fins científicos ou terapêuticos? Está correto ou não?
Questões éticas transitam por todas as áreas do conhecimento científico, por todas as fases 
da vida em sociedade, por todas as classes sociais. Sendo um tema de tamanha complexidade, 
nosso estudo jamais alcançaria resultados de grandes proporções em termos de conhecimentos 
sobre a ética. Entretanto, a melhor forma de superar essa dificuldade, e clarear nosso entendi-
mento sobre os conceitos gerais, é descobrindo como alguns dos grandes pensadores da huma-
nidade entenderam a ética.
FIQUE ATENTO!
Não existe um único conceito definido para a ética. A ideia de ética varia com a 
visão de mundo de cada pensador. Filósofos, psicólogos, sociólogos etc. desen-
volvem suas reflexões em torno de alguns aspectos da vida que consideram mais 
importantes para tornar o homem melhor.
Para Sócrates, pensador grego que viveu entre 470 e 399 a.C., ética era sinônimo de moral e o 
caminho para entender o que é justiça. Platão foi o mais famoso discípulo de Sócrates, e entendia 
a ética como a reflexão em torno do modo correto de agir e de sua relação com o alcance do bem 
supremo buscado por todos os homens: a felicidade (SANTOS, 2001).
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 8 – 
EXEMPLO
Você acha que temos o direito de saber que tipo de alimento estamos compran-
do? A corrida pelo lucro dá direito às grandes corporações desenvolverem alimen-
tos transgênicos e colocarem à venda sem informarem sua origem nos rótulos? A 
identificação dos alimentos transgênicos é uma questão ética muito atual, tratada 
na Lei da Biossegurança (Lei n. 11.105/2005).
Discípulo de Platão, Aristóteles discordava de seu mestre quanto à ética,pois entendia que o 
homem não luta para buscar um único bem supremo. Em sua visão, ele necessita de vários bens 
supremos e, para alcançá-los, busca a virtude, que seria a vontade e o esforço humano para desen-
volver bons hábitos (ABIB, 2008).
Na Idade Moderna, a ética de Immanuel Kant (1724-1804) buscou a igualdade entre os 
homens, o conhecimento verdadeiro, a liberdade do agir de forma única, racional, transcendental 
(HAMEL, 2011).
Peter Singer é um filósofo contemporâneo que entende a ética como sinônimo de moral. 
Ele afirma que para muitos a ética não passa de algo que é bonito na teoria, mas não funciona na 
prática. Por isso, prefere ver a ética como uma reflexão contínua em torno do que fazemos e do 
deixamos de fazer (SINGER, 1993).
Figura 2 – Crise ambiental, uma das questões discutidas por Zygmunt Bauman.
Fonte: Smit/Shutterstock.com
Zygmunt Bauman é outro pensador da atualidade que estuda a ética. Suas abordagens envol-
vem preocupações com a pobreza, o fascismo, a desigualdade humana, as crises ambientais e 
outras consequências do que chama de capitalismo parasitário (BAUMAN, 1997). O autor afirma 
que, apesar da queda moral do homem pós-moderno, o estudo dos temas clássicos da ética ainda 
é muito importante (BAUMAN, 1997). Para Bauman, a ética é exatamente essa necessidade de 
pensar com profundidade em torno das crises atuais e de suas alternativas (BAUMAN, 1997).
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 9 – 
SAIBA MAIS!
O volume 177 da coleção “Primeiros Passos”, da Editora Brasiliense, corresponde 
ao livreto O que é Ética. Vale a pena ler!
O que acabamos de ver foi uma pequena amostra de pensamentos em torno da ética. São 
opiniões diferentes, mas poderíamos dizer que uma palavra-chave quando se trata de ética é “refle-
xão”. Assim, será que poderíamos considerar a ética como uma reflexão filosófica ou científica em 
torno de temas importantes que buscam tornar o homem melhor? O que você pensa a respeito? 
Reflita um pouco sobre isso.
Figura 3 – O ato da reflexão é um exercício que leva ao comportamento ético.
Fonte: mimagephotography/Shutterstock.com
Agora, que possivelmente conseguimos elaborar nossa própria definição de ética, analisare-
mos, no próximo item, a importância da ética para a sociedade, tendo em vista as variadas abor-
dagens que foram apresentadas até o momento.
SAIBA MAIS!
Zygmunt Bauman é um dos mais lúcidos pensadores sobre as questões da 
atualidade. Leia a entrevista publicada pela Revista Época e conheça mais sobre 
o pensador, acesse: <http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/02/bzygmunt-
baumanb-vivemos-o-fim-do-futuro.html>.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 10 – 
1.1 Importância da ética para a sociedade
Observe que os textos iniciais de filosofia que apresentam a noção de ética costumam mos-
trá-la quase sempre a partir de exemplos. Imagine aquelas situações em que nos sensibilizamos 
com algum tipo de desastre natural: quantas vezes nos mobilizamos individualmente, ou em 
sociedade, para buscar ajuda, coordenar atendimentos ou mesmo arrecadar verbas que possam 
ser revertidas em alguma espécie de socorro?
Essas e outras tantas situações similares representam reações emocionais de cunho moral, 
às vezes com influência religiosa. São momentos em que somos postos à prova e nos quais, 
segundo Chauí (2010), nossa consciência moral exige que saibamos decidir o que fazer e como 
justificar nossas ações para nós mesmos e para o mundo.
Figura 4 – Nossas decisões são influenciadas pela ética.
Fonte: tomertu/Shutterstock.com
Tais momentos representam a manifestação de sentimentos provocados por valores como 
justiça, generosidade, honradez, espírito de sacrifício, integridade, amor, vergonha, culpa, admi-
ração etc. Mesmo variando muito e passando por uma lista enorme de sentimentos e emoções, 
podemos observar que tais valores poderiam ser divididos em dois grupos ou em duas categorias: 
o bem e o mal (o que nos torna bons ou maus). 
Esta é, enfim, a importância da ética para a sociedade; que está justamente em contribuir 
para que os seres humanos busquem sempre seu melhor lado.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 11 – 
Fechamento 
Nesta aula, você teve a chance de desenvolver um conceito próprio, e fez isso adotando a 
postura-chave da ética, que é a reflexão. Assim, já deve se sentir apto a identificar os conceitos 
gerais de ética que foram apresentados, bem como a compreender a importância da ética para a 
sociedade.
Ao longo desta aula, você teve a oportunidade de:
 • distinguir alguns conceitos de ética;
 • descobrir como pensavam alguns dos grandes filósofos da Antiguidade e 
contemporâneos;
 • conhecer alguns exemplos importantes de questões éticas atuais.
Referências
ABIB, José Antônio Damásio. Ensaio sobre desenvolvimento humano na pós-modernidade. Psico-
logia em estudo: Universidade Estadual de Maringá, Maringá, v. 13, n. 3, p. 417-427, jul./set. 2008. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n3/v13n3a02.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2016.
BRASIL. Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005.Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 
da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de ativi-
dades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Con-
selho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegu-
rança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm>. Acesso em: 15 jul. 2016.
BAUMAN, Zygmunt. Ética pós-moderna. Tradução João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1997.
BAUMAN BRASIL, Zygmunt. Perfil Facebook. Disponível em: <https://www.facebook.com/Bau-
manBrasil/>. Acesso em: 15 jul. 2016.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
GOLDIM, José Roberto. Ética, moral e direito,24 ago. 2003. Disponível em: <https:www.ufrgs.br/
bioetica/eticmor.htm>. Acesso em: 12 jul. 2016.
HAMEL, Marcio Renan. Da ética kantiana à ética habermasiana: implicações sociojurídicas da 
reconfiguração discursiva do imperativo categórico. Rev. Katálysis: Universidade Federal de Santa 
Catarina, Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 164-171, Dez. 2011 . Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802011000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 
12 jul. 2016. 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 12 – 
SANTOS, Bento Silva. Ética e “Felicidade” em Platão e Aristóteles: semelhanças, tensões e conver-
gências. Cadernos de Atas da ANPOF, no 1, 2001. Disponível em: <http://www.puc-rio.br/parce-
rias/sbp/pdf/3-jorge.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2016.
SINGER, Peter. Ética prática. Lisboa: Cambridge University Press, 1993.
VALLS, Álvaro, L. M. O que é ética. Coleção Primeiros Passos, 177. São Paulo: Brasiliense, 1994. 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 13 – 
Problemas morais e problemas éticos
Rogério Dias Chaves
Introdução
Sabemos que a sociedade é constituída por valores éticos e morais. Os valores, entretanto, 
mudam de acordo com os conceitos éticos e morais de cada país ou sociedade, ou seja, os valo-
res no Brasil são diferentes de outros países. Isto ocorre principalmente pelos costumes que são 
criados e mantidos no decorrer dos anos. Um exemplo de costume é a criação de leis e normas 
formais que funcionam, na verdade, como regras de conduta, penalizando seus infratores.
Tenha em mente, portanto, que os valores podem ser relacionados à ética, à moral, ao poder, 
a normas, regras e leis e são variáveis em cada sociedade. As regras básicas de respeito à vida e 
manutenção da família, no entanto, são valores éticos bastante comuns às sociedades em geral, 
havendo somente variação na aplicação de penalidades para as infrações dasleis vigentes.
Nesta aula, vamos estudar os problemas morais e éticos que ocorrem no dia a dia e que 
afetam diretamente os membros da sociedade no que diz respeito às escolhas que fazemos, aos 
deveres que possuímos e às obrigações que temos perante à coletividade. Para que possamos 
compreender os problemas éticos e morais, vamos primeiramente ver a diferença entre eles. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • reconhecer a diferença entre problemas morais e éticos;
 • identificar exemplos de problemas morais e éticos no dia a dia.
Bons estudos!
1 Conceito de ética e moral
A palavra ética vem do grego ethos, que significa conduta, agir corretamente e dentro de um 
padrão correto. Conforme Motta (2015), trata-se de um conjunto de valores que orienta o compor-
tamento do homem em relação a outros membros da sociedade, ou seja, a ética é a forma com 
que o homem deve se comportar em seu meio social.
 – 14 – 
TEMA 2
Figura 1 – Valores éticos dizem respeito ao comportamento do homem no meio social.
Fonte: solarseven/Shutterstock.com
A ética é construída no decorrer dos anos Quando criança, o homem aprende as normas e 
padrões vigentes, que o auxiliam no sentido de poder discernir o certo e o errado. Existem, entre-
tanto, os problemas éticos. Saber se furtar uma maçã de uma banca sem que o dono perceba é 
uma conduta correta ou não, por exemplo, é um dilema ético.
Entenda que a ética diz respeito, portanto, à forma de agir dentro da sociedade, de maneira que 
o cidadão tenha consciência e saiba distinguir o que é certo e do que é errado de maneira cognitiva, 
ou seja, de acordo com o conhecimento acumulado durante os anos. Entretanto, a ética é essencial 
para as questões morais, posto que é formadora de opinião particular, como veremos a seguir.
FIQUE ATENTO!
Segundo Vázquez (2002), a ética é a ciência do comportamento moral dos homens 
em sociedade, ou seja, engloba uma forma específica de comportamento.
Veremos, adiante, o que é moral.
1.1 O que é moral?
Vázquez (2002) define moral como um sistema de normas, princípios e valores históricos que 
permeia as relações entre os indivíduos e que é aceito e acatado livremente, por convicção própria e 
consciência do cidadão. Já segundo Chauí (2008), a filosofia moral ou ética nascem quando existem 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 15 – 
senso e consciência moral individual. Neste caso, busca-se saber, além da correção dos costumes, 
sobre o caráter de cada pessoa, que fica bem definido através da conduta moral de cada indivíduo.
Figura 2 – A moral diz respeito a um sistema de normas que permeia as relações sociais.
Fonte: Scott Maxwell / LuMaxArt/Shutterstock.com 
SAIBA MAIS!
Os padrões éticos e morais vão além da vida cotidiana em sociedade. O plano ético 
passa também pela vida profissional, ou seja, como ter uma conduta célere no 
ambiente de trabalho. Você pode saber um pouco mais sobre o tema por meio da 
obra “Ética e vida profissional”, de Nair de Souza Motta.
Você já pensou na possibilidade de um juiz julgar um caso contra as próprias convicções 
morais, seguindo as regras e leis vigentes, ainda que elas destoem de suas crenças internas? Quer 
um exemplo dessa situação? Então confira a seguir!
EXEMPLO
No julgamento de um assaltante que roubou um pacote de bolachas no supermerca-
do, o juiz sabe que ele roubou por uma atitude nobre, para saciar a fome, mas perante 
à sociedade, à justiça e perante às leis vigentes, ele deve julgar como crime comum 
de patrimônio, que prejudicou a ação comercial do supermercado e seus sócios.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 16 – 
Figura 3 – Problemas éticos e morais.
Fonte: ra2studio/ Shutterstock.com 
Devemos, portanto, entender que a moral é a área dentro dos valores da sociedade em que 
o cidadão deve se comportar de acordo com o que é estabelecido por regras e normas, as quais 
definem o que é moral ou imoral.
FIQUE ATENTO!
A moral existe principalmente na vida social, ou na sociedade em que o indivíduo se 
encontra, através de normas, leis, regras pré-estabelecidas que devem ser obedeci-
das. Ao transgredir estas normas, o cidadão fica sujeito à sanções e penalidades.
A seguir, veremos as definições e exemplos de problemas morais e éticos. 
Continue acompanhando!
2 Problemas éticos e morais
Saiba que existem diversos tipos de problemas éticos e morais. Problemas éticos geralmente 
estão atrelados às seguintes perguntas: “O que devo fazer e porquê?”; “Como devo agir?”; “Como 
agir no lugar dos outros?”; “O que é justiça?”; “O que é bem e mal?”; “O que é certo e errado?”.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 17 – 
EXEMPLO
Um caso comum de dúvida ética é saber diferenciar o que é certo e errado. Com o 
passar dos anos, o cidadão desenvolve discernimento para julgar uma ação de acor-
do com os conceitos já absorvidos. Este raciocínio lógico é interno e somente a pes-
soa pode fazê-lo. É isso que torna os indivíduos livres em seus processos decisórios.
A sociedade, através dos costumes, cria regras e valores que deverão ser seguidos para 
evitar o caos nas decisões unilaterais de cada cidadão. Caso isso não aconteça, o cidadão 
passa a se utilizar somente daquilo que é errado, livremente e sem nenhum tipo de controle.
Já como problemas morais, podemos citar: “Roubar ou não?”; “Ter vantagem sobre outra 
pessoa é imoral?”; “Causar desfalques financeiros em uma empresa é imoral?”; “Matar ou 
não?”; “Ridicularizar outra pessoa é imoral?”; “Causar transtornos a terceiros trata-se de ato 
moral ou não?”.
No caso dos problemas morais, muitas das dúvidas e dilemas são estabelecidos por lei, ou 
seja, existe uma regulamentação que vai decidir a moralidade do ato ou não. Nesse caso, mesmo 
que o indivíduo pense que esteja agindo eticamente pelo seu bem, pode causar mal a outrem, 
conforme Vázquez (2002).
Evidentemente que existe um diferencial em cada sociedade, pois elas levam em conside-
ração diferentes formas de punição para crimes iguais no mundo todo. Em alguns estados dos 
Estados Unidos da América, por exemplo, o crime de homicídio tem como condenação máxima a 
pena de morte, ao passo que em outras regiões, pune-se o infrator com prisão perpétua. No Brasil, 
a pena máxima de reclusão para este crime é de 30 anos.
Isto ocorre pelo fato consuetudinário, ou seja, de acordo com os costumes que servem de 
base para as regras morais, as normas e a legislação no decorrer dos anos e que forçam os paí-
ses a fazer e estabelecer leis para regularizar e regulamentar a questão moral entre os indivíduos.
FIQUE ATENTO!
Os problemas éticos são caracterizados pela sua generalidade, ou seja, existem 
diversas situações de dúvidas éticas no que se refere ao comportamento humano, 
diferente dos problemas práticos do dia a dia. Entretanto, a ética contribui para 
justificar a moralidade do que é certo e errado perante a sociedade.
Neste caso, praticar um crime é ilegal e imoral. Como cidadão consciente, você pode ver e 
crer que existe uma coerência na moralidade, diferente dos preceitos éticos, que são definidos 
internamente pelo indivíduo.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 18 – 
Figura 4 – Ética, código de conduta reconhecido.
Fonte: travellight/Shutterstock.com. (Adaptado).
SAIBA MAIS!
Você pode conhecer mais a fundo o tema problemas éticos e morais por meio do 
artigo: ‘’ Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em torno de 
um conceito comum” de Ana Paula Pedro, disponível em: < http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2014000200002>
Com o passar dos anos e das mudanças da cultura e sociedade, o cidadão passa a adquirir 
novos conceitos de normas, regulamentos e valores. Esse processo é chamado de consuetudinário, 
isto significa que nossos valores partemdos costumes. Atualmente, o bem comum é alcançado 
pela harmonização dos interesses de cada indivíduo em relação aos valores gerais da comunidade.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 19 – 
Fechamento
Concluímos esta aula relativa aos problemas morais e problemas éticos. Assim, você já pode 
saber a diferença entre os conceitos, suas particularidades, bem como quais são os problemas 
correlacionados às questões éticas e morais dentro da sociedade organizada.
Com este estudo, você teve a oportunidade de: 
 • debater o conceito de ética na sociedade e para o indivíduo;
 • debater o conceito de moral na sociedade e para o indivíduo;
 • entender que os valores da sociedade levam em consideração os conceitos éticos e 
morais através de leis, regras e regulamentações;
 • aprender as diferenças entre problemas morais e problemas éticos;
 • identificar os problemas morais e éticos na sociedade.
Referências
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Rio de Janeiro: Ática, 2008.
SILVA, José Cândido da; SUNG, Jung Mo. Conversando sobre ética e sociedade. 7. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2000.
VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. 
MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 2015.
PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em torno de um con-
ceito comum. Kriterion, Belo Horizonte , v. 55, n. 130, p. 483-498, Dec. 2014 . Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100=512-2014000200002X&lng=en&nrm-
iso>. Acesso em: 18 jul. 2016.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 20 – 
Ética, moral e direito
Rogério Dias Chaves
Introdução
Os conceitos de ética, de moral e de Direito relacionam-se intimamente, e marcam presença 
em nosso dia a dia. Mais que isso, muitas vezes criam e resolvem problemas que nos passam 
desapercebidos. E o fazem simplesmente porque podem e porque deixamos, pois são noções 
que acontecem, que passam por nós, exatamente enquanto estamos envolvidos com “coisas 
urgentes e importantes”. Como assim?
Nesta aula, veremos algumas concepções a respeito da ética e da moral, acrescentando sua 
relação com a ideia de Direito. Buscaremos identificar os papéis da ética, da moral e do Direito na 
sociedade de modo geral, como forma de alcançar seus objetivos de aprendizagem. 
Objetivos de Aprendizagem
Ao final deste conteúdo, você será capaz de:
 • conhecer os conceitos de ética, moral e Direito;
 • compreender a relação dos três conceitos e seus papéis na sociedade. 
Bons estudos!
1 Os conceitos de ética, moral e Direito
1.1 Ética
Como você já deve saber, a noção de ética varia com a forma pela qual o pensador vê o 
mundo. Entretanto, podemos observar que alguns elementos parecem estar sempre presentes 
quando se fala em ética. 
É o caso da palavra reflexão e dos questionamentos quanto às formas e os meios de apro-
ximar o homem do bem e afastá-lo do mal. Por isso, concluímos que reflexão é uma espécie 
de palavra-chave quando se fala de ética, assim como: justiça; virtude; esforço; e vontade para 
discernir o que é bom do que é mau. 
 – 21 – 
TEMA 3
EXEMPLO
Dilemas éticos da atualidade incluem o consumismo exacerbado, a idealização de 
figuras públicas como modelos e jogadores de futebol, a intolerância com opiniões 
divergentes, entre outros.
Figura 1 – Onde nos levam os questionamentos éticos.
Fonte: Lightspring/Shutterstock.com
Podemos definir a ética, então, como as reflexões filosóficas ou científicas em torno de temas 
considerados importantes para transformar o ser humano na melhor versão de si e para com o próximo. 
FIQUE ATENTO!
Quando afirmamos que reflexão é uma palavra-chave associada à ideia de ética, você deve 
se lembrar igualmente de alguns sinônimos, como meditar, refletir, estudar, pensar etc. 
Ao se concentrarem intensivamente no dilema entre o bem e o mal, entre o que é bom e o que 
mau, os estudos da ética contribuem para a melhoria das sociedades humanas. Fazem isso na medida 
em que, com base em meditações éticas, o ser humano desenvolve uma série de valores positivos que 
passa a utilizar para nortear sua vida e seus relacionamentos interpessoais, profissionais e sociais. 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 22 – 
SAIBA MAIS!
O livro Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental, rico 
em informações de cunho ético e moral, é o 26° volume da Coleção Educação 
para Todos, lançada pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Está disponível 
integralmente para download no portal MEC, através do link: <http://portal.mec.gov.
br/dmdocuments/publicacao4.pdf>.
Nesse sentido, incluem-se entre os interesses de cunho ético a preocupação quanto ao poten-
cial contemporâneo das ações humanas para destruírem tanto a natureza quanto a própria raça 
humana, a intervenção tecnológica sobre a natureza, muitas vezes com prejuízo à vida, a busca 
desequilibrada por lucros econômicos. Também podemos citar as formas de evitar e controlar a 
violência e a agressividade, a corrupção das instituições públicas e privadas etc. 
Vamos agora conceituar moral!
1.2 Moral
Assim como no caso da ética, existem variações quanto à noção de moral. Podemos dizer 
que há, também, certa confusão entre os conceitos de ética e de moral, além de autores que os 
consideram sinônimos, inclusive alguns dicionários (LA TAILE, 2010).
Figura 2 – Valores morais levam à preocupação com o meio ambiente.
Fonte: Doin Oakenhelm/Shutterstock.com
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 23 – 
SAIBA MAIS!
Conheça também a publicação Ética e Cidadania: Construindo Valores na Escola e 
na Sociedade, disponível para download integral e gratuito no website institucional 
do MEC: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Etica/liv_etic_cidad.pdf>.
Entretanto, a ideia de moral tem sido aceita como uma espécie de código de valores, conjunto de 
normas, não necessariamente escritas, que regulamentam o comportamento do homem em sociedade. 
 A moral, portanto, está associada ao que é certo ou errado, justo ou não, reprovável ou não, em 
termos de consciência humana, de costumes, de regras sociais. Passaremos, agora, à noção de Direito. 
1.3 Direito
No sentido subjetivo, afirmamos que direito é a faculdade de exigir, realizar, possuir ou fazer 
algo que esteja de acordo com a lei. Já no sentido objetivo, o Direito é o conjunto de leis que dirige 
o homem, indicando o que ele pode e deve fazer, ou não (SANTOS, 1959).
Figura 3 – O Direito.
Fonte: Mariusz Szczygiel/Shutterstock.com
Em ambas as perspectivas, o aspecto a se destacar é o fato da coerção do Direito decorrer 
do poder e da força do Estado. 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 24 – 
FIQUE ATENTO!
Diferentemente das leis morais, as leis e normas jurídicas são, por regra, escritas, 
registradas por meio dos agentes públicos que detêm autoridade para criá-las.
Sobre a relação entre ética, moral e Direito podemos elencar semelhanças e diferenças. 
Moral e Direito se assemelham pois, diferentemente da ética, ambas se baseiam na coerção 
das normas. Por outro lado, moral e Direito também se diferenciam na medida em que as leis 
do Direito são limitadas territorialmente pelo Estado, a cujo poder estão vinculadas, enquanto 
que as regras morais são pessoais e sociais, grafadas na consciência, como se costuma dizer 
popularmente, sem fronteiras geográficas.
A ética, por sua vez, não diz respeito a leis, regras ou normas. A noção de ética está relacio-
nada ao estudo, à reflexão em torno do que é bom e do que é mau, e representa uma busca volun-
tária, uma virtude, uma vontade e esforço pela melhoria do ser humano. 
Veremos agora o papel que cada um dessesconceitos desempenha! 
2 Os papéis de cada um
O papel da moral na sociedade se evidencia na exigência de valores morais para mediar as 
relações sociais. Honestidade, solidariedade, decência, respeito mútuo, entre outros, são aspira-
ções morais contínuas da coletividades na qual estamos imersos. 
O Direito fala por si só. Confiamos nos operadores do Direito (juízes, advogados, promotores, 
delegados), porém a sociedade, não raras vezes, ressente-se com os legisladores pela criação de 
leis que parecem muito mais defender interesses privados do que públicos. 
FIQUE ATENTO!
Quando nos referimos ao Direito, envolvemos obrigatoriamente estruturas do Po-
der Legislativo (que cria as leis), do Poder Executivo (que cobra o cumprimento 
das normas jurídicas) e do Poder Judiciário (que julga as desavenças em torno do 
cumprimento dessas regras).
O papel da ética, portanto, está em contribuir com suas reflexões, isoladamente ou em con-
junto com a moral e o Direito. Os estudos éticos devem ser aproveitados na elaboração de leis e 
códigos com maior capacidade de sanear as ações tanto do homem comum, quanto daqueles 
operadores do Direito e agentes políticos que tomam decisões pela sociedade.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 25 – 
Figura 4 – Valores para um mundo melhor.
Fonte: maxstockphoto/Shutterstock.com
EXEMPLO
A redução da maioridade penal tem sido discutida intensivamente na sociedade 
brasileira e a polêmica que o assunto levante envolve questionamentos de ordem 
ética, pois invariavelmente deixa no ar a dúvida sobre julgar como adulto um ado-
lescente de 16 anos. Por outro lado, questiona-se se estaria certo não fazê-lo, per-
mitindo a possibilidade de alguém ser vítima desse hipotético jovem. Não se pode 
deixar em branco um outro questionamento quanto ao fato de que aquela mesma 
pessoa/criança/adolescente/jovem possa ser não um algoz, mas ele mesmo uma 
vítima da sociedade e do governo que o abandonou, desvalorizando sua vida. Ob-
serve que são inúmeras as questões éticas, pautadas em valores morais, que in-
fluenciarão em determinado momento a definição do Direito em nossa sociedade.
Em relação às reações emocionais de cunho moral, às vezes com influência religiosa, que 
costumamos atribuir à nossa consciência moral, apresentamos o entendimento de Chauí (2010), 
segundo o qual tais momentos nada mais representam do que a manifestação de sentimentos 
provocados por valores como justiça, generosidade, honradez etc. 
Nessas situações, fica evidente o papel da ética, pois esses valores que guiam nossas deci-
sões são fortemente influenciadas por ela. Podemos concluir que as reflexões éticas nos permi-
tem desenvolver valores morais positivos, capacitando-nos como indivíduos e como sociedade.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 26 – 
Fechamento
Concluímos esta aula. Ao longo dela, você teve a oportunidade de:
 • enriquecer alguns conceitos de ética;
 • conhecer as noções de moral e de Direito;
 • perceber a relação entre ética, moral e Direito;
 • entender os papéis de cada um na sociedade.
Obrigada por sua atenção e bons estudos!
Referências
BARROSO, Luis Roberto. Discurso do Patrono da Turma Luis Roberto Barroso, 2005. Disponível 
em: <http://www.luisrobertobarroso.com.br/wp-content/themes/LRB/pdf/etica_sucesso_e_felici-
dade.pdf >. Acesso em: 12 jul. 2016. 
CHAUI, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
LA TAILE, Yves de. Moral e ética: uma leitura psicológica. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2010, v. 26, 
n. especial, pp. 105-114.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. 
Coleção Educação para Todos (UNESCO). Brasília: Ministério da Educação, 2006. 
______. Ética e Cidadania: Construindo Valores na Escola e na Sociedade. Secretaria de Educação 
Básica, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Brasília: Ministério da Educação, Secre-
taria de Educação Básica, 2007.
SANTOS, Mário Santos Ferreira dos. Sociologia fundamental e ética fundamental. 2. ed. São 
Paulo: Logos, 1959.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 27 – 
Ética empresarial
Rogério Dias Chaves
Introdução
Você já deve ter percebido que todas as corporações públicas (empresas estatais) ou pri-
vadas têm seus códigos de conduta ética. São regras e valores trabalhados no intuito de evitar 
problemas que possam afetar a imagem da corporação, os valores e morais dos funcionários, 
clientes, fornecedores, parceiros, e até mesmo custos com multas e devolução de valores ao erário 
público, caso haja alguma infração da legislação penal vigente.
Diferentemente do que sabemos sobre a ética individual, a Ética Empresarial é uma cadeia de 
valores que muda a cada corporação, porém ela é apenas norteadora e não define a conduta moral 
dos indivíduos. Ou seja, o fato de uma empresa possuir um rígido código de conduta de ética não 
significa que o funcionário agirá corretamente, pois as empresas são formadas por seres huma-
nos, com pensamentos livres e ações que os diferenciam.
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • reconhecer o conceito de Ética Empresarial; 
 • entender as relações entre Ética Empresarial e Responsabilidade Social.
Bons estudos!
1 O que é Ética Empresarial?
Uma corporação mira sempre no crescimento, na lucratividade e na produtividade para aten-
der seu quadro societário. O conceito de Ética Empresarial envolve justamente as formas mais 
corretas de lidar com todos esses participantes, buscando a justiça de valores éticos e morais.
EXEMPLO
Uma empresa que lida com produtos e alimentos infantis precisa ter certeza de 
que as matérias-primas, os insumos e equipamentos não vão causar nenhum 
dano ao produto final, ou à marca e à imagem do produto, pois ele será consu-
mido por seres humanos mais frágeis, que não sabem distinguir se o sabor e a 
textura são inadequados.
 – 28 – 
TEMA 4
Um conjunto de regras de valores éticos e morais definidos pela corporação é uma ferramenta 
essencial para tomadas de decisões por parte da diretoria. Também é norteador para colaborado-
res e gerentes, levando-os a buscar atender os objetivos e metas especificadas pela empresa.
FIQUE ATENTO!
A visão, missão e valores das empresas delimita como deve ser a postura ética e 
conduta moral de seus funcionários. Desta forma, garante que a empresa tenha 
uma postura ética em relação aos seus pares, como são chamados os stakehol-
ders, como acionistas, funcionários, poder público, clientes e sociedade, gerando 
códigos de ética para demonstrar que a empresa tenha responsabilidade social e 
ambiental, respeitando normas e regras vigentes. (HAMEL, 2007).
O documento principal que deve ser elaborado pela corporação (e muitas vezes até servir de 
base para uma capacitação) é o Código de Ética Corporativo, contendo a missão, a visão e valores 
da corporação (SROUR, 2008). Este documento, entregue normalmente antes do início dos traba-
lhos de um novo funcionário, deve conter todas as normas e valores que serão essenciais para a 
boa conduta dos colaboradores em relação às normas da empresa, às boas práticas de trabalho e 
à relação social e ambiental. Confira! 
 • Compromisso ético da empresa perante a comunidade, público interno e público 
externo (Responsabilidade Social). 
 • Práticas anticorrupção. Deve demonstrar todas as entradas e valores de serviços, 
bens e mercadorias de forma legal e lícita, com transparência dos registros e 
balanços perante os órgãos fiscais, para evitar práticas como “caixa dois”, sone-
gação de tributos e corrupção do poder público, propinas e práticas de comissões 
irregulares e brindes. 
 • Divulgação de balanço social para o público externo, em redes sociais e em jornais de 
grande circulação. 
 • Governança corporativa. Se existe na alta direção da empresa consciênciados atos 
referentes às responsabilidades sociais. 
 • Empregados dos fornecedores (se não utilizam mão de obra escrava ou infantil, 
por exemplo).
 • Gerenciamento do impacto ao meio ambiente, como solo, ar e água, além do ciclo de 
vida dos produtos, embalagens e insumos utilizados e pós-venda. 
 • Educação ambiental e desenvolvimento de práticas e ações sustentáveis, 
entre outros.
Entretanto, De Lucca (2009) relembra que não basta somente o Código de Ética como norma 
de conduta. A empresa deve ter um plano estratégico que garanta que todas as etapas dos proces-
sos estejam de acordo com as normas e regras da legislação vigente, comprometendo-se com os 
valores éticos e morais que está solicitando de seus colaboradores.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 29 – 
Figura 1– Ética empresarial.
Fonte: wk1003mike/shutterstock.com
SAIBA MAIS!
Para saber mais sobre missão, visão e valores (Principalmente valores, que são 
as regras de conduta da corporação) leia em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/
Portal%20Sebrae/Anexos/ME_Missao-Visao-Valores.PDF>.
Passaremos agora ao conceito de responsabilidade social. Continue conosco!
2 O que é Responsabilidade Social?
Tenha em mente que a ética praticada nas corporações está intimamente ligada à atuação 
que estas têm perante a sociedade, ou seja, a Ética Empresarial está ligada à Responsabilidade 
Social. As empresas e instituições públicas, além de terem internamente o Código de Ética e Con-
duta Moral, têm o dever de praticar atos que estejam de acordo com a conduta moral e ética do 
público externo (DE LUCCA, 2009).
FIQUE ATENTO!
Conforme SROUR (2008), Responsabilidade Social acontece quando a empresa, de 
forma voluntária, assume posturas e atitudes que promovam o bem-estar do públi-
co externo e interno (colaboradores e sociedade).
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 30 – 
Conforme pontuou De Lucca (2009), a responsabilidade em relação à comunidade se divide 
em: Responsabilidade Social Corporativa; Responsabilidade Social Empresarial; e Responsabili-
dade Social Ambiental. 
A responsabilidade social corporativa diz respeito às preocupações sociais voltadas para o 
público interno e o ambiente de negócios de uma empresa, ao passo que a responsabilidade social 
empresarial tem mais beneficiários, como o público externo, fornecedores, clientes, sociedade, 
governo e envolve questões como a qualidade de vida e bem-estar do público interno. São as 
ações sociais que envolvem a comunidade.
FIQUE ATENTO!
Comportamento ético é diferente de Ética Empresarial. O comportamento ético é 
o que se espera de governos, pessoas, empresas e organizações em todos os sen-
tidos, com bases nos valores como honestidade, equilíbrio e integridade, perante a 
comunidade e ao meio ambiente.
O conceito de Responsabilidade Ambiental é o mais recente. Cada vez mais, fala-se em sus-
tentabilidade ou no chamado desenvolvimento sustentável por meio de práticas, políticas e ações 
que vão além do atendimento ao ambiente interno das corporações, atingindo principalmente as 
questões do público externo, da comunidade e o meio ambiente em si. 
Figura 2 – Ética Empresarial x Responsabilidade Social.
Fonte: totallypic/shutterstock.com
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 31 – 
EXEMPLO
As empresas que atuam no segmento papeleiro ou na fabricação de papel, por 
exemplo, além de atenderem normas rígidas governamentais que determinam o 
plantio de certas árvores, o reflorestamento e cuidados com a fauna, devem levar 
em conta conceitos como reciclagem e reutilização de material para fabricação de 
papéis. Elas também devem possuir obrigatoriamente certificações socioambien-
tais para se manter no mercado, como o certificado ISO14000.
As empresas que têm responsabilidade social e cuja prática é baseada na sustentabilidade 
normalmente produzem ações voltadas à comunidade do entorno, mas também à sociedade em 
geral. Ao promover uma ação social colaborativa, a empresa muitas vezes fica marcada por esta 
atividade, e dependendo do setor, outras ações são quase obrigatórias. 
Figura 3 – Produtores de papel devem se comprometer com o reflorestamento.
Fonte: Anna Moskvina/shutterstock.com 
Existem alguns tipos de certificação mais comuns, como o ISO9000 e ISO14000. Estes selos 
denotam que a empresa respeita os direitos humanos, gêneros, comportamento ético e é pautada 
pelo Estado de Direito.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 32 – 
SAIBA MAIS!
ISO14000 é um sistema de gestão ambiental (SGA) segundo o qual empresas que 
demandam ou trabalham com algum tipo de produto que afete o meio ambiente 
devem obrigatoriamente ter premissas para serem aceitos por organizações e 
empresas (clientes finais também) em nível nacional e internacional. Para saber 
mais sobre ISO14000, leia o artigo disponível em: <http://www.qualidade.esalq.
usp.br/fase2/iso14000.htm>
Vamos conferir a seguir a relação entre esses dois conceitos! 
3 Relação entre Ética Empresarial x 
Responsabilidade social
Há uma falsa impressão de que as empresas são compromissadas socialmente e já cum-
prem regiamente a lei. Para que uma empresa seja socialmente responsável, existem fatores a 
serem considerados, como práticas sustentáveis e o balanço social (GOMES e MORETTI, 2007).
O principal desejo e meta das corporações é a lucratividade e o interesse financeiro de seus 
acionistas, entretanto a empresa que deseja ser socialmente responsável deve ouvir o que chama-
mos de stakeholders, ou seja, colaboradores, fornecedores, clientes, parceiros e poder público e 
trazê-los para o centro das atividades sociais.
Figura 4 – Sustentabilidade e Responsabilidade Social.
Fonte: Suz7/shutterstock.com
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 33 – 
Entenda que não existe Responsabilidade Social sem ética nos negócios, por isso a necessi-
dade dos códigos de ética empresariais. Não adianta a empresa ser corrupta, fraudar seus regis-
tros e balanços e desenvolver ações sociais, pois quando estes padrões de comportamento virem 
à tona ela terá que responder por eles.
 A empresa deve cultivar em sua cultura organizacional a Responsabilidade Social e Ambien-
tal, além da Ética Empresarial, para obter resultados objetivos no âmbito externo. Em outras pala-
vras, ela deve atender inicialmente o público interno, mantendo seus padrões éticos, para poste-
riormente entrar em uma atividade que envolva a comunidade.
Fechamento
Concluímos esta aula! Aqui, você pôde aprender sobre o conceito de Ética Empresarial e Res-
ponsabilidade Social e Ambiental, além do conceito de sustentabilidade.
Você teve a oportunidade de: 
 • aprender o conceito de Ética Empresarial e Responsabilidade Social; 
 • entender que toda corporação tem um código de ética formado basicamente pela mis-
são, visão e valores e os códigos de conduta interno; 
 • identificar o conceito de sustentabilidade em relação à Responsabilidade Social; 
 • identificar as relações entre a responsabilidade social de uma empresa e a sustentabi-
lidade ambiental.
Referências
DE LUCCA, Newton. Da Ética Geral à Ética Empresarial. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Ferramenta: Missão, Visão, 
Valores (Clássico). Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/
ME_Missao-Visao-Valores.PDF>. Acesso em: 02 ago. 2016. 
SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial: O ciclo virtuoso dos negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Else-
vier, 2009.
GOMES, Adriano; MORETTI, Sérgio. A responsabilidade e o social: uma discussão sobre o papel 
das empresas. São Paulo: Saraiva, 2007.
SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial: A Gestão da Reputação. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2008.
HAMEL, Gary. O futuro da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
ÉTICAE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 34 – 
Código de ética
Rogério Dias Chaves
Você sabe o que é um código de ética? Conseguiria reconhecer as diferenças entre os diver-
sos códigos de ética existentes? Nesta aula, vamos compreender tais materiais e descobrir as 
vantagens práticas da aplicação dos códigos de ética pelas organizações. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste conteúdo, você será capaz de:
 • conhecer a função do código de ética;
 • compreender os diferentes tipos de código e as vantagens de sua aplicação na prática.
Bom estudo!
1 Código de Ética: conceito e funções
Sabemos que o comportamento guiado pela ética, ou seja, pautado em valores morais, é impor-
tante nas sociedades atuais. Apesar disso, a existência de hábitos comportamentais dos indivíduos nas 
organizações pode representar obstáculos ao alinhamento de interesses necessários às corporações. 
Uma das formas de obter controle sobre tais desencontros comportamentais é a adoção de 
códigos de ética. Entenda que um código de ética é um conjunto sistematizado de normas por 
meio das quais as organizações definem os padrões de postura e de comportamento aceitáveis 
para seus gestores, associados, colaboradores, sócios, parceiros etc. 
A função dos códigos é regular as ações desses agentes e alinhar sua conduta à postura dos 
acionistas. Eles também vêm sendo utilizados como indicadores da preocupação ética, acrescen-
tando valor às organizações (ZYLBERSZTAJN, 2002, p. 136).
FIQUE ATENTO!
Estruturas de controle como os códigos de ética são necessárias para direcionar 
o comportamento dos agentes de forma cooperativa, incentivando-os a seguirem 
voluntariamente os princípios da organização.
 – 35 – 
TEMA 5
Figura 1 – Código de ética como valor adicional às organizações.
Fonte: Number1411/Shutterstock.com
Assim, um código de ética pode ser entendido como uma espécie de contrato entre os entes 
corporativos. Entre seus objetivos, podemos citar o de manter os agentes interessados informa-
dos quanto às expectativas dos acionistas ou do núcleo estratégico da organização. 
Dependendo do perfil corporativo, os agentes podem ser incentivados até mesmo financeira-
mente para a adequação comportamental e divulgação do código de ética. A importância da ado-
ção do código está no fato de que as questões éticas envolvem todas as áreas do conhecimento 
científico, todas as fases da vida em sociedade e todas as classes sociais. 
SAIBA MAIS!
Segundo Lyra, Gomes e Jacovine (2009), stakeholder  designa um grupo ou um 
indivíduo que pode afetar ou ser afetado pelas ações de uma empresa, incluindo 
aqueles que detêm o poder ou habilidade para influenciar tais ações, e cuja atuação 
não deve ser negligenciada. 
Empresas decidem adotar códigos de ética por variados motivos. Tenha em mente que o 
código pode representar uma perspectiva distante da realidade da organização, tendo sido criado 
exatamente como uma forma de passar uma imagem institucional positiva ou, eventualmente, 
para servir como prevenção legal em casos de litígios judiciais. 
Entenda, portanto, que os códigos podem existir sem serem aplicados. Por outro lado, podem 
existir verdadeiros programas de estímulo à adequação da postura de clientes, fornecedores e 
colaboradores às definições do código de ética corporativo, como forma de fortalecimento e 
ampliação da imagem da organização.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 36 – 
FIQUE ATENTO!
O simples fato de cumprir o código de ética de sua categoria profissional, de sua 
corporação, não confere a ninguém qualquer dignidade ou direito adicional. Não 
importa se por medo das consequências ou por convicção moral, o código deve ser 
cumprido em função do bom trato com o outro (RIBEIRO, 2003).
Entre as várias justificativas que levam empresas a criarem e adotarem códigos de ética, 
podemos destacar: incentivos legais oferecidos por alguns países; a globalização que muitas 
vezes exige a adequação a outras culturas e regiões; prevenção de risco ou impossibilidade de 
eximir-se perante responsabilidades quanto a ocorrências que possam afetar negativamente a 
imagem da organização; adequação aos princípios e valores organizacionais.
Figura 2 – Código de ética profissional.
Fonte: jesadaphorn/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
O Código de Ética da Magistratura é uma ferramenta essencial para guiar os juízes 
em seus julgamentos, atestando perante à sociedade sua autoridade moral. O 
documento foi editado e aprovado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está 
disponível no website institucional do CNJ. Vale a pena conferir: <http://www.cnj.
jus.br/publicacoes/codigo-de-etica-da-magistratura>.
Veremos agora os tipos de códigos de ética. Continue acompanhando!
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 37 – 
2 Códigos de ética: tipos e vantagens práticas
Como você já deve saber, moral e ética são termos considerados sinônimos. Os códigos de 
ética, portanto, são considerados como conjuntos de valores, princípios ou padrões de conduta moral 
vigentes dentro de uma organização, de um grupo profissional, de uma entidade pública ou privada. 
EXEMPLO
Códigos não-escritos são pouco comuns, por isso valem ser exemplificados. Juttel 
e Mezzacappa (2008) apresentam um estudo que aponta a existência de um rígido 
código de ética dentro dos presídios. Segundo os autores, a quebra de suas nor-
mas gera violentas sanções que podem ir desde repreensões até espancamentos 
e outras formas de violência.
Figura 3 – Códigos de ética permitem alinhar ações dos colaboradores.
Fonte: VLADGRIN/Shutterstock.com
Saiba que os códigos de ética podem ser de diversos tipos. Há códigos de categorias profissio-
nais (médicos, advogados, contadores, psicólogos etc.); de associações comerciais (de comerciantes 
ou de comerciários); públicos (de servidores, juízes, militares); e privados (de clubes recreativos, de 
grandes corporações, de micro e pequenas empresas). Independente da tipificação, a maioria dos códi-
gos está associada à ideia de maior responsabilidade social por parte dos colaboradores envolvidos. 
Esses documentos podem, também, serem escritos como um conjunto de normas ou uma 
declaração de valores. Existem os que são voltados para compliance, ou seja, para auditoria, con-
trole e prestação de contas, bem como os que almejam a assimilação de valores pelos funcio-
nários e parceiros. Códigos de ética variam, ainda, conforme a área gestora, que tanto pode ser 
o departamento de gestão de pessoas, a auditoria jurídica ou contábil, quanto o mais alto nível 
estratégico. Os tipos podem até variar conforme sua implementação, posto que eles podem ser 
alimentados diária e continuamente ou existirem de forma alheia (CHERMAN; TOMEI, 2005).
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 38 – 
EXEMPLO
Como código não-escrito, podemos citar ainda a referência de Burns (1964), que 
determinou como um rigoroso código de ética a regulamentação das atitudes do 
servidor público inglês em todas as suas relações de trabalho, seja com colegas, 
com o público em geral ou com seus superiores.
Uma das vantagens de sua utilização está no fato de que os valores organizacionais expres-
sos em códigos de ética acabam orientando a realidade prática das corporações, favorecendo 
o clima interno, o desenvolvimento de lideranças, assim como a tomada de decisões em maior 
conformidade com as estratégias das organizações (ALMEIDA, 2007).
O alinhamento dos discursos e das posturas dos colaboradores facilita a construção da ima-
gem institucional, sendo, dessa forma, um ganho adicional. Podemos perceber tal fator, por exem-
plo, em associações de ordens profissionais: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conselho 
Federal de Medicina (CFM).
FIQUE ATENTO!
Os códigos de ética podem ser entendidos como aspectos da ética aplicada às 
organizações,uma vez que estabelecem regras embasadas nos valores morais de-
finidos a partir dos princípios éticos abraçados pelas entidades.
Figura 4 – Somar forças em torno de valores codificados. 
Fonte: PHOTOCREO Michal Bednarek/Shutterstock.com
Podemos concluir, portanto, que, independente da tipologia adotada, códigos de ética têm se 
mostrado vantajosos para as organizações. 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 39 – 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • saber em que consiste e qual a função dos códigos de ética;
 • conhecer os tipos mais comuns desses códigos;
 • entender as vantagens práticas que levam as organizações a estabelecerem seus pró-
prios códigos de ética.
Referências
ALMEIDA, Filipe Jorge Ribeiro de. Ética e desempenho social das organizações: um modelo teórico 
de análise dos fatores culturais e contextuais.Rev. adm. contemp.,  Curitiba ,  v. 11, n. 3, p. 105-125,  
setembro 2007.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
65552007000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18  jul.  2016. 
BRASIL, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ética e cidadania: Construindo valores 
na escola e na sociedade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
BURNS, Tom. Política interna e patologia da organização.  Rev. adm. empres.,  São Paulo ,  v. 
4,  n. 11,  p. 167-198,  junho 1964.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
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ética: instrumentos de gestão e orientação de valores organizacionais? Rev. adm. contemp.,  Curitiba 
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JUTTEL, Luiz Paulo; MEZZACAPPA, Marina. Justiça com as próprias mãos. ComCiência,  Campinas,  
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LYRA, Mariana Galvão; GOMES, Ricardo Corrêa; JACOVINE, Laércio Antônio Gonçalves. O papel 
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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 40 – 
RIBEIRO, Renato Janine. Ética e Direitos Humanos. Interface (Botucatu),  Botucatu ,  v. 7, n. 12, p. 149-166,  
fevereiro 2003.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832003000100015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  19  jul. 2016. 
ZYLBERSZTAJN, Decio. Organização Ética: um Ensaio sobre Comportamento e Estrutura das 
Organizações. RAC, v. 6, n. 2, maio/agosto 2002, p. 123-143. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/rac/v6n2/v6n2a08.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2016.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 41 – 
Empresa, estado e sociedade civil
Rogério Dias Chaves
Introdução
Como ocorre em outros países, a sociedade brasileira consiste no que chamamos de socie-
dade organizada. Normalmente, esse modelo é segmentado em primeiro, segundo, e terceiro setor, 
que são fundamentais para manutenção dos requisitos econômicos, políticos, governamentais e 
sociais do Estado. Ao longo das próximas páginas, veremos a definição de cada um deles. 
Nesta aula, também serão abordados os conceitos básicos do que é Estado, empresa e 
sociedade civil, bem como a inter-relação existente entre estes três segmentos produtivos da 
sociedade, finalidades, parcerias, aspectos e características.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • reconhecer o conceito de Estado, empresa e sociedade civil;
 • entender as relações entre Estado, empresa e sociedade civil.
Bons estudos!
1 Conceito de Estado
Podemos definir Estado como uma organização estrutural política e econômica dentro de 
uma área territorial estabelecida, com população permanente e governo constituído, reconhecido 
por organismos internacionais, por outros países e que tenha soberania sobre seu território. O 
Estado deve ser constituído por três poderes independentes: Poder Executivo, Poder Judiciário e 
Poder Legislativo.
FIQUE ATENTO!
Nossa sociedade está organizada juridicamente em três setores, conforme o esta-
belecido na Constituição Federativa do Brasil: o primeiro setor; o segundo setor; e 
o terceiro setor. 
 – 42 – 
TEMA 6
Saiba que o primeiro setor corresponde a empresas, instituições e organizações públicas, ou 
seja, do governo. O segundo setor, por sua vez, diz respeito a empresas privadas dos segmentos de 
comércio, indústria e serviços, ao passo que o terceiro setor compreende as iniciativas no âmbito 
social, como ONGs (Organizações Não-Governamentais), fundações, instituições, cooperativas e 
empresas que não têm finalidade lucrativa, e cujo objetivo é promover o bem-estar da coletividade.
Figura 1- Exemplo de estrutura empresarial. 
Fonte: Nataliya Hora/Shutterstock.com
Segundo Clemente (2000), mesmo que o governo não seja constituído de forma democrática, 
ou seja, com eleição direta pela população para os cargos eletivos em todas as esferas (munici-
pais, estaduais e federal), ele deve ser considerado Estado, pois os organismos internacionais o 
reconhecem baseados nos itens listados abaixo.
 • Território delimitado com fronteiras estabelecidas. 
 • População permanente (ou seja, a população não é volátil ou nômade etc.).
 • Soberania sobre seu próprio território, ou seja, seu espaço aéreo, terrestre e aquático 
não pode ser invadido e suas leis internas devem ser respeitadas.
EXEMPLO
O Brasil é um Estado reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), que 
é uma organização internacional da sociedade civil. Nosso país possui população 
estabelecida, tem fronteiras delimitadas com outros países, soberania em seus 
atos internos e governo definido.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 43 – 
Figura 2 - Estrutura do Estado - Congresso Nacional.
Fonte: Rosalba Matta Machado/Shutterstock.com 
FIQUE ATENTO!
O Brasil é uma República Federativa cuja divisão se dá em 26 estados, mais o Dis-
trito Federal e os municípios, todos com Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. 
Entretanto, todos respondem ao poder central, que é o Governo Federal, por meio de 
seus três poderes, que são os líderes nas decisões de caráter nacional. Nosso país, 
pelo caráter de suas eleições para todos as esferas de poder público, é considerado 
uma república democrática.
Cabe ao Estado, além de prover políticas públicas de fomento ao desenvolvimento, o combate 
aos problemas sociais e zelar pelo bem público, como saúde, segurança e educação. O Estado tam-
bém é responsável pela boa condução da economia, por cobrar impostos e tributos, além de manter 
as boas práticas de funcionalismo público. Também deve criar, fiscalizar e controlar as leis, normas 
e regulamentos para cidadãos, empresas e instituições da sociedade civil (REQUIÃO, 2014). 
 Como você deve ter notado, são muitas as atribuições do Estado, que se subdivide em diversos 
setores e esferas justamente para ter condições e maior capilaridade nos contatos com os contribuin-
tes, sejam eles pessoas jurídicas (empresas ou instituições da sociedade civil) ou físicas (cidadãos).Agora que já falamos sobre o Estado, vamos saber um pouco mais sobre empresa e socie-
dade civil.
2 Conceito de empresa
Empresas são organizações privadas que têm finalidade lucrativa para com o seu quadro 
societário (REQUIÃO, 2014). As empresas, no que tange a sua forma, podem ser:
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 44 – 
 • microempresas; 
 • pequenas empresas ou de pequeno porte; 
 • médias empresas; e 
 • empresas de grande porte. 
As empresas podem ainda ser estatais ou privadas. Entenda que as empresas privadas 
podem ser empresas de execução de serviços, de fabricação de bens e itens (indústria), e também 
de importação, exportação, compra e venda de bens materiais e imateriais (comércio).
As empresas interagem entre si em suas aquisições, compras, vendas, bem como em rela-
ção aos clientes finais que são os cidadãos e empresas compradoras. Em espécie, as empresas 
se subdividem em comerciais e industriais, civis e públicas ou estatais. As empresas devem se 
enquadrar nos regimes estabelecidos pela lei civil e devem obedecer a normas externas e gover-
namentais, além de recolher os devidos tributos e manter registros atualizados para análise e 
verificação da fiscalização.
SAIBA MAIS!
Existe uma distinção entre empresa e sociedade empresarial. A empresa é a 
vontade de cidadãos, pessoas físicas, de se tornarem pessoas jurídicas de fato. 
Já a sociedade empresarial é a subdivisão das cotas de ações e propriedade da 
empresa já estabelecida. Para saber mais sobre o assunto, confira a obra “Curso de 
Direito Comercial”, de Rubens Requião. 
A seguir vamos entender o conceito de sociedade civil ou terceiro setor!
3 Conceito de sociedade civil
Sociedade civil é o conjunto de organizações ou instituições cívicas de trabalho voluntário 
e sem fins lucrativos que atuam em diversos segmentos dentro do Estado. A sociedade civil no 
Brasil abrange as empresas do terceiro setor.
EXEMPLO
Seguem alguns exemplos de entidades classificadas como sociedade civil: associa-
ções de classe (como o CRA - Conselho Regional de Administração de Empresas), 
clubes sociais, cívicos e esportivos (agremiações de comunidades, bem como clubes 
de futebol, regatas, remo, ginástica etc.), cooperativas, grupos de defesa ambiental e 
ecológica (Greenpeace e Fundação S.O.S. Mata Atlântica), grupos culturais e religio-
sos (instituições religiosas, de caridade como Cruz Vermelha Internacional), igrejas, 
partidos políticos, associações educacionais e órgãos de defesa ao consumidor.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 45 – 
Ainda existem associações de classe internacional como a ONU (Organização das Nações Unidas) 
e UNICEF que atuam no sentido de colaborar com questões do terceiro setor no cenário internacional.
As empresas de sociedade civil têm caráter filantrópico e possuem regras internas a serem 
seguidas, entretanto, assim como as empresas e os cidadãos, devem estar submetidas à lei 
máxima que é a Constituição Federal, além de cumprirem todas as normas e exigências legais 
impostas pelo Estado.
FIQUE ATENTO!
Segundo Bulgacov (1999), as empresas da sociedade civil normalmente trabalham 
em atividades solidárias e de fomento em setores e segmentos que empresas pri-
vadas e Estado não têm acesso. No entanto, precisamos lembrar que as empresas 
do terceiro setor são entidades não governamentais, ou seja, não pertencentes ao 
Estado ou à iniciativa privada.
A gestão dessas empresas da sociedade civil é autônoma, formalmente constituída por 
regras e procedimentos internos bem definidos e todos os valores obtidos de cidadãos, empresas 
privadas e governo vão para a manutenção do empreendimento e a aplicação de políticas sociais.
Figura 3 - Segmento de organização da sociedade civil 
Fonte: Africa Studio/Shutterstock.com 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 46 – 
SAIBA MAIS!
A ideia do terceiro setor é buscar se inserir nas atividades que não puderem ser 
realizadas pelo poder público, isto é, aquelas que o governo não alcança. Podemos 
citar como exemplo as políticas de saneamento básico em periferias. Para saber 
mais sobre o tema, leia o artigo científico: “Terceiro setor: um estudo sobre a sua 
importância no processo de desenvolvimento socioeconômico”. Acesse: <http://
periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/viewFile/12664/8472>.
Agora que sabemos o conceito de empresa, Estado e sociedade civil, vamos entender as 
relações e interdependências destas três esferas da sociedade organizada.
4 Relações entre empresa, estado e sociedade civil
As empresas, o Estado e a sociedade civil atuam de formas distintas, cada qual em seu 
regime e ramo de atividade. Em muitos momentos, entretanto, existem correlações entre estes 
três setores da economia nos mais diversos países.
As empresas têm correlação forte com o Estado, pois dependem dele para abertura, manu-
tenção, fechamento, pagamento de impostos, tributações, documentação e outras questões de 
ordem legal. Estão vinculadas também ao Direito trabalhista e tributário, seja de esfera estadual, 
municipal ou federal.
As empresas também mantêm contato com as instituições da sociedade civil, seja como 
eventuais doadoras, fornecedoras e compradoras, mantenedoras de associações, ou até mesmo 
atuando em serviços colaborativos na responsabilidade social.
Já a sociedade civil tem muita correlação em suas atividades com o Estado, visto que muitas 
destas empresas são consideradas Organizações Não-Governamentais, ou seja, atuam onde o 
Estado não consegue chegar (KISIL, 2004).
 
Figura 4 - Relações entre Estado e empresas. 
Fonte: megaflopp/Shutterstock.com 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 47 – 
Podemos concluir, portanto, que esses três tipos de entidades mantêm contato no sentido de 
coordenarem sua atuação nos mais diversos segmentos.
Fechamento
Concluímos esta aula relativa ao conceito e relação entre empresas, Estado e sociedade civil. Aqui, 
você pôde aprender sobre os três setores nos quais encontra-se segmentada a sociedade organizada. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • aprender o conceito de empresas privadas;
 • entender o conceito de estado e sua formação;
 • compreender o conceito de sociedade civil;
 • identificar as relações entre o Estado, as empresas e as organizações de sociedade 
civil.
Referências
BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade; por uma teoria geral da política. Tradução Marco 
Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
BULGACOV, Sérgio. Manual de Gestão Empresarial. São Paulo: Atlas, 1999.
CLEMENTE, A. HIGACHI, H.Y. Economia e Desenvolvimento Regional. São Paulo: Atlas, 2000.
KISIL, Rosana. Elaboração de projetos e propostas para organizações da sociedade civil. 3. ed. 
São Paulo: Global, 2004.
MANÃS, Antônio Vico; MEDEIROS, Epitácio Ezequiel de. Terceiro setor: um estudo sobre a sua 
importância no processo de desenvolvimento socioeconômico. Perspectivas em Gestão & Conhe-
cimento, João Pessoa, v. 2, n. 2, p. 15-29, jul./dez. 2012. Disponível em: <periodicos.ufpb.br/index.
php/pgc/article/viewFile/12664/8472 >. Acesso em: 4 ago. 2016. 
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2014.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 48 – 
Conceito de responsabilidade 
socioambiental
Rogério Dias Chaves
Introdução
Você já ouviu falar em responsabilidade socioambiental? Saiba que esta noção envolve pro-
fundas reflexões de ordem ética, sendo um dos temas mais discutidos na atualidade. 
Nesta aula vamos saber mais sobre o assunto.
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste conteúdo, você será capaz de:
 • identificar o conceito de responsabilidade socioambiental; 
 • reconhecer a relação existente entre a responsabilidade social e o contexto de uma 
visão ecossistêmica da sociedade. 
Bom estudo!
1 Responsabilidadesocioambiental 
Como você já deve saber, o comportamento guiado pela ética e pautado em valores morais 
representa algo importante nas sociedades atuais. É importante compreender as perspectivas 
relacionadas à postura dos indivíduos e das organizações perante as questões éticas. 
O conceito de responsabilidade socioambiental é um desses aspectos. Entendê-lo requer o 
conhecimento prévio de responsabilidade social e responsabilidade ambiental, conceitos estes 
que estão intimamente ligados à percepção de desenvolvimento sustentável.
Figura 1 – Responsabilidade socioambiental na preservação da vida.
Fonte: CHOATphotographer/Shutterstock.com
 – 49 – 
TEMA 7
FIQUE ATENTO!
A evolução do conceito de sustentabilidade envolve sua utilização em diversas áreas 
do conhecimento. Hoje existem até mesmo disciplinas acadêmicas, como é o caso 
da Engenharia da Sustentabilidade, que é parte do curso de Engenharia de Produção.
Segundo Abdalla-Santos (2011), o conceito de desenvolvimento sustentável diz respeito 
à capacidade de promover o crescimento humano, econômico e social, com respeito ao meio 
ambiente, de forma a atender às necessidades do presente sem comprometer o direito das futu-
ras gerações em suprir as próprias necessidades. Ao relacionar crescimento econômico e meio 
ambiente, temas historicamente conflitantes, a expressão engloba certa polêmica e dá margem a 
questionamentos.
O dissenso em torno do conceito, entretanto, não chegou a impedir que a noção de desenvol-
vimento sustentável se difundisse mundialmente (ABDALLA-SANTOS, 2011). Tal fato foi impulsio-
nado com a divulgação do “Relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento”, o Relatório Brundtland, publicado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987, sob 
o título de Nosso Futuro Comum (ABDALLA-SANTOS, 2011).
O relatório declara não só a possibilidade, mas também a necessidade de se alcançar maior 
desenvolvimento sem destruir os recursos naturais, conciliando crescimento econômico e conser-
vação ambiental. Preocupações semelhantes inseriram desenvolvimento sustentável nas ações 
prioritárias da Agenda 21 brasileira, declaração nascida após a conferência ECO-92, no Rio de 
Janeiro, e referendada na Conferência de Johanesburgo, em 2002 (AGENDA 21, 2004). 
SAIBA MAIS!
A Constituição Federal brasileira de 1988 estende o conceito de meio ambiente ao 
ambiente de trabalho (art. 200, inciso VIII); à comunicação social (art. 220, parágrafo 
3º, inciso II); aos princípios da ordem econômica (art. 170, VI); e à função social da 
terra (art.186, II), entre outros aspectos implícitos no texto constitucional. Confira 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.
Tais discussões trouxeram para as agendas públicas e privadas dos governos e das organiza-
ções novos termos associados à ideia de desenvolvimento sustentável, cuja evolução sofreu a influên-
cia da sustentabilidade, palavra muitas vezes utilizada de forma rasa, superficial, apesar de seu poten-
cial. Por outro lado, essa mesma evolução caminhou junto com o entendimento de responsabilidade 
social, grande passo em relação à responsabilidade ambiental e, posteriormente, socioambiental.
EXEMPLO
Borato (2011) elaborou um estudo no qual a empresa ‘O Boticário’ foi apresentada 
como exemplo de organização cujos resultados são buscados em sintonia com a 
ética social. Trata-se de estratégia de responsabilidade socioambiental, de tal for-
ma que a ética e o respeito norteiam os relacionamentos da organização, como 
forma de reforçar e tornar as parcerias mais duradouras.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 50 – 
Responsabilidade ambiental trata do conjunto de posturas individuais ou organizacionais 
preocupadas com seu impacto sobre os recursos naturais ou construídos, no intuito de preservá-
-los. A preocupação com o tema cresceu e instrumentos de regulação (normas legais, acordos, 
códigos de ética) surgiram, ampliando o alcance das questões ambientais para os espaços de 
trabalho, o meio urbano, os aspectos de saúde física e psicológica.
Ampliado, o conceito praticamente deu lugar à ideia de responsabilidade social, uma espécie 
de compromisso assumido pela sociedade, de tal forma que nossas ações, esforços e desem-
penho sejam sempre voltados para a melhoria das condições de vida de todos que fazem parte 
desse universo. Aqui, você pode perceber a íntima relação entre responsabilidade ambiental e res-
ponsabilidade social.
Figura 2 – Responsabilidade socioambiental nas relações humanas.
Fonte: maxstockphoto/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
Para Edgar Morin (2000), os problemas de ordem moral e de natureza ética envolvem 
ao mesmo tempo dimensões de nossa participação individual, social e genérica em 
um mundo no qual os seres humanos compartilham um destino comum. Trata-se de 
uma visão ecossistêmica de mundo que ele convencionou chamar de antropoética. 
Saiba mais em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EdgarMorin.pdf>.
Surge, assim, a noção de responsabilidade socioambiental, que abraça todos os conceitos 
anteriormente apresentados, pois engloba a preocupação ambiental, a social, a individual e a orga-
nizacional. Todos estes aspectos seriam considerados uma visão ampliada de meio ambiente.
2 Responsabilidade social e 
visão ecossistêmica da sociedade
Os focos internacional e local se voltaram para aspectos da chamada economia sustentável 
e da responsabilidade social, criando expressões como responsabilidade social corporativa (RSC) 
e responsabilidade social empresarial (RSE). Noções que, segundo Sólio (2013), são importantes 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
 – 51 – 
para as organizações que praticam o discurso politicamente correto voltado ao marketing social, 
sendo, por vezes, utilizadas como sinônimos.
FIQUE ATENTO!
Na visão moriniana, o ambiente urbano é também considerado um ecossistema 
sociourbano, pois sobrevive dos alimentos extraídos do ecossistema natural (água, 
gás, carvão, gasolina), além de possuir elementos e sistemas vivos que constituem 
o meio natural, como clima, atmosfera, subsolo, microorganismos vegetais e ani-
mais (MILIOLI, 2007).
O desenvolvimento sustentável passou a ser buscado pela sociedade de forma geral. O inte-
resse capitalista recaiu naturalmente sobre os consumidores que, quando não satisfeitos, impac-
tam negativamente a imagem dos negócios alheios ao meio ambiente. Assim, questões como 
fuga de capital, desempenho e valorização das ações muitas vezes ativam a preocupação empre-
sarial com o meio ambiente (SÓLIO, 2013).
Firmaram-se, assim, os conceitos de responsabilidade social voltados às organizações. Embora 
haja várias versões de tais conceitos, uma abordagem bastante aceita entende a responsabilidade 
social empresarial (ou corporativa) como sendo a atitude ética dos cidadãos e das empresas em 
todas as suas atividades e nas relações com parceiros, clientes, fornecedores, funcionários, meio 
ambiente, governos, acionistas, concorrentes e comunidade (KARKOTLI, 2007). É o reconhecimento 
do papel de cidadão consciente a todo indivíduo com o qual a organização se relacione.
O que se deu foi uma mudança de paradigma, que ressalta a importância de uma perspectiva 
ecológica. Boeira, Pereira e Tonon (2013) enfatizam o entendimento moriniano, segundo o qual 
torna-se fundamental entender o homem e suas relações como um sistema aberto vivo, auto-or-
ganizador. Como tal, o ser humano se constrói multiplicando suas ligações com o ecossistema, de 
tal forma que, quanto mais evoluído, mais aberto (complexo) ele será. 
Dentro dessa visão, o homem é o sistema mais aberto (complexo), o que se evidencia na interde-
pendência que ele mantém com a natureza, com o ecossistema técnico-social, social ou sociourbano.
Esse ecossistema sociourbano consiste na sociedade moderna entendida sob o ponto

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