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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/9 Reações Orgânicas e Diagramas de Energia ESTUDAR OS CONCEITOS DE REAÇÃO ESPONTÂNEA/NÃO ESPONTÂNEA (EXERGÔNICA/ENDERGÔNICA) E APRENDER A REPRESENTAR UMA REAÇÃO EM UM DIAGRAMA DE ENERGIA. AUTOR(A): PROF. CAMILA GOUVEIA BARBOSA Reação Espontânea/Não Espontânea Neste tópico nós vamos explorar em mais detalhes a teoria por trás das reações orgânicas. Primeiro vamos definir quando determinada reação ocorre ou não de maneira espontânea, ou seja, se ela acontece naturalmente sem que seja necessária a adição de energia para que ocorra. Diferentemente do que é comumente pensado, nem toda reação exotérmica (que libera energia na forma de calor) é espontânea e nem toda reação endotérmica (que absorve energia na forma de calor) requer energia para que ocorra de modo espontâneo. O que determina se uma reação vai ocorrer de maneira espontânea ou não é a diferença de energia total (chamada de Energia Livre de Gibbs) entre os reagentes e os produtos da reação. Quando a energia dos produtos é menor que a energia dos reagentes (ou seja, quando existe a liberação de Energia Livre de Gibbs) a reação ocorre espontaneamente e é chamada de uma Reação Exergônica. Quando os produtos tem mais energia que os reagentes a reação não é espontânea e é chamada de uma Reação Endergônica. Para representar graficamente a diferença de energia entre reagentes e produtos de uma reação são usados os Diagramas de Energia Livre, que apresentam a Energia Livre de Gibbs dos componentes da reação em função da coordenada da reação. Estes diagramas são gráficos que mostram a variação da energia dos produtos e reagentes de acordo com a energia em cada instante da reação. Veja na figura abaixo um exemplo de Diagrama de Energia de uma reação exergônica e um exemplo de Diagrama de Energia de uma reação endergônica. 01 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/9 Legenda: DIAGRAMA DE ENERGIA DE UMA REAçãO EXERGôNICA (ESQUERDA) E DIAGRAMA DE ENERGIA DE UMA REAçãO ENDERGôNICA (DIREITA). Reações em uma etapa, Energia de Ativação e Estado de Transição As reações podem ocorrer em uma única etapa ou em mais de uma etapa. Usaremos a seguir uma reação de substituição nucleofílica SN2 para exemplificar reações que ocorrem um uma única etapa. Legenda: DIAGRAMA DE ENERGIA LIVRE PARA UMA REAçãO DE SN2. Repare que este é um exemplo de uma reação exergônica, ou seja, a energia contida nos reagentes é maior que a energia dos produtos, portanto ao se completar a reação libera energia fazendo com que a reação seja espontânea. Entretanto, repare que este gráfico também mostra uma barreira de energia separando os reagentes dos produtos. Esta barreira é a chamada de Energia de Ativação e representa a energia que é consumida pelo sistema para que a reação se inicie. Toda a energia de ativação é devolvida de modo que ao final da reação mais energia é liberada do que consumida. 02 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/9 No topo desta barreira de energia fica o Estado de Transição da reação (dentro dos colchetes “[ ] ”) que corresponde ao instante em que as ligações ainda não foram completamente quebradas e/ou formadas. No estado de transição as moléculas dos reagentes e produtos encontram-se em um arranjo espacial altamente energético e por isso o estado de transição sempre tem uma energia maior que a energia dos reagentes ou produtos, formando uma barreira de energia (a Energia de Ativação). Ao atingir o estado de transição a reação pode prosseguir para a formação dos produtos ou regredir para a regeneração dos reagentes. Veja na figura acima que para indicarmos o estado de transição é usado o símbolo Ç¿. Quanto maior a energia de ativação de uma reação, mais difícil, ou mais lenta é esta reação. Para acelerar a reação podem ser usados catalizadores. Os catalizadores são substâncias que diminuem a energia de ativação e consequentemente aceleram as reações. A figura a seguir mostra como seria o diagrama de energia livre de uma reação realizada sem a presença de um catalizador e na presença de um catalizador. Repare que o catalizador diminui apenas a energia de ativação da reação mas não afeta a energia total dos reagentes e produtos. Legenda: DIAGRAMA DE ENERGIA LIVRE PARA UMA MESMA REAçãO REALIZADA SEM A PRESENçA DE UM CATALIZADOR E NA PRESENçA DE UM CATALIZADOR. Reações em duas etapas, Etapa Limitante e Intermediário 03 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/9 Algumas reações podem ocorrer em duas ou mais etapas. Quando isso ocorre, cada etapa da reação é representada por uma barreira de energia separando os produtos dos reagentes. Estas etapas são as energias de ativação que precisam ser superadas para que a reação se complete. Para exemplificar uma reação que ocorre em duas etapas vamos olhar para o diagrama de energia de uma reação de substituição nucleofílica SN1. Legenda: DIAGRAMA DE ENERGIA LIVRE PARA UMA REAçãO DE SN1 QUE OCORRE EM DUAS ETAPAS. Neste diagrama de energia é possível observar que a primeira etapa da reação apresenta uma barreira de energia maior que a segunda. Portanto, podemos concluir que a primeira etapa é mais lenta que a segunda etapa. A velocidade de uma reação que ocorre em duas ou mais etapas vai ser determinada pela velocidade da etapa mais lenta, por isso a etapa lenta também é chamada de Etapa Limitante (da velocidade). Repare também que entre as duas barreiras de energia existe um “vale” de energia. Este vale de energia indica a presença de um intermediário na reação. O intermediário de uma reação é normalmente um produto altamente energético (veja que a energia dele é maior que a energia dos reagentes e produtos) que é muito instável e por isso é rapidamente degradado, transformando-se em um produto final mais estável e de menor energia. Por definição um intermediário é um produto que não pode ser isolado ao final de uma reação, pois ele sempre vai reagir antes que isso possa acontecer. 04 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/9 Carbocátions como Intermediários de reações orgânicas. Um dos intermediários mais importantes nas reações de química orgânica são os carbocátions, ou seja, íons de carbono contendo uma carga positiva (cátions). Estes são formados quando um carbono sofre uma quebra heterolítica e perde um de seus pares de elétrons de valência. Os carbocátions participam como intermediários de diversas reações orgânicas e conhecer sua geometria e estabilidade é fundamental para compreender o mecanismo destas reações. O carbono que forma o carbocátion é deficiente de elétrons pois tem apenas 6 elétrons na sua camada de valência. Esta deficiência de elétrons torna os carbocátions extremamente ávidos por elétrons o que explica sua alta reatividade frente a compostos que tem um par de elétrons livres. Os carbocátions apresentam uma geometria trigonal planar e uma hibridização sp . A figura abaixo apresenta a estrutura de um carbocátion. Legenda: ESTRUTURA E GEOMETRIA DE UM CARBOCáTION. A geometria planar dos carbocátions explica porque estes compostos podem ser atacados pelos dois lados do plano, resultando em compostos com configurações diferentes dependendo de qual lado o carbocátion sofre o ataque de um par de elétrons livre. 2 05 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/9 Os carbocátions são estruturas altamente energéticas e portanto são muito instáveis e difíceis de serem formados. Entretanto existem algumas formas de carbocátions que são mais estáveis que as outras. Quanto maior o númerode substituintes no carbono do carbocátion, mais estável ele será. Assim, carbocátions de carbonos terciários (um carbono ligado a três outros carbonos) são mais estáveis que carbocátions secundários (carbono ligado à dois carbonos), que são mais estáveis que carbocátions primários (carbono ligado à um outro carbono), que são muito mais estáveis que metil carbocátions. Esta ordem de reatividade pode ser explicada pelo fato de que um sistema que apresenta cargas é mais estabilizado se esta carga estiver dispersa ou deslocalizada (ou seja, mais espalhada). Se lembrarmos que ligantes como o grupo metil tem um efeito indutivo positivo, ou seja, podem doar elétrons para o átomo de carbono central deficiente de elétrons, então podemos ver que a carga positiva de um carbono terciário vai estar espalhada pelos ligantes do carbono aumentando a estabilidade deste intermediário. Veja na figura abaixo a ordem de reatividade dos carbocátions e o efeito indutivo dos substituintes no carbono com carga positiva. Legenda: ORDEM DE ESTABILIDADE DO CARBOCáTION. ATIVIDADE Os carbocátions são compostos importantes que participam como intermediários de diversas reações orgânicas. Sobre estes compostos assinale a alternativa correta: 06 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/9 A. Os carbocátions são extremamente estáveis e podem ser facilmente isolados como produtos de reações conjugada. B. Os carbocátions primários são mais estáveis que carbocátions terciários. C. Os carbocátions são estruturas com geometria tetraédrica. D. Os carbocátions estão violando a regra do octeto pois tem apenas 6 elétrons na camada de valência. E. A carga de um carbocátion terciário está centralizada no carbono central. ATIVIDADE Qual destes carbocátions é mais estável? A. B. C. D. E. REFERÊNCIA SOLOMONS, T. W. G. Química Orgânica, vol. 1, 10 ed., Rio de Janeiro: LTC, 2012. MORRISON, R. T. e BOYD, R. N. Química Orgânica. 14ª Edição. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian, 2005. ª 07 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/9 VOLLHARDT, K. P.; SCHORE, N. E. Química Orgânica - Estrutura e Função, 6 ed., Porto Alegre: Bookman, 2013. ª 08 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/9
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