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Modelos de Atenção à Saúde – Parte 1

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21/04/2018 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/6
Modelos de Atenção à Saúde – Parte 1
MODELOS ASSISTENCIAIS OU MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE TÊM SIDO DEFINIDOS COMO 
COMBINAÇÕES TECNOLÓGICAS UTILIZADAS PELA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM
DETERMINADOS 
ESPAÇOS-POPULAÇÃO, INCLUINDO AÇÕES SOBRE O AMBIENTE, GRUPOS POPULACIONAIS,
EQUIPAMENTOS 
COMUNITÁRIOS E USUÁRIOS DE DIFERENTES UNIDADES PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE COM
DISTINTA 
COMPLEXIDADE. ASSIM, MODELO DE ATENÇÃO É UMA DADA FORMA DE COMBINAR TÉCNICAS E
TECNOLOGIAS PARA RESOLVER PROBLEMAS E ATENDER NECESSIDADES DE SAÚDE INDIVIDUAIS E
COLETIVAS.
Introdução
Modelos assistenciais ou Modelos de Atenção à Saúde têm sido definidos como 
combinações tecnológicas utilizadas pela organização dos serviços de saúde em determinados espaço-
populações, incluindo ações sobre o ambiente, grupos populacionais, equipamentos comunitários e
usuários de diferentes unidades prestadoras de serviços de saúde com distinta complexidade (unidades
básicas de saúde, centros de saúde, hospitais, etc). Nesse sentido, não deveriam ser entendidos como um
padrão nem exemplo. Modelo também não é uma forma de organizar serviços de saúde nem um modo de
administrar o sistema e os serviços de saúde.
Assim, modelo de atenção é uma dada forma de combinar técnicas e tecnologias para 
resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas. É uma razão de ser, uma
racionalidade, uma espécie de "lógica" que orienta a ação. É uma maneira de organizar os meios de trabalho
(saberes e instrumentos) utilizados nas práticas ou processo de trabalho em saúde. Orienta as intervenções
técnicas sobre os problemas e necessidades de saúde, constituindo um modo de intervenção e
correspondendo, portanto, à dimensão técnica das práticas de saúde.
De maneira mais resumida, poderíamos utilizar a definição de Jairnilson Paim, que 
assegura ser o modelo de atenção à saúde uma forma de organização das relações entre sujeitos
(profissionais de saúde e usuários) mediadas por tecnologia (materiais e 
não-materiais) utilizadas no processo de trabalho em saúde, cujo propósito é intervir sobre problemas
(danos e riscos) e necessidades sociais de saúde historicamente definidas.
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Do sanitarismo campanhista ao modelo liberal-
privatista
No Brasil, durante todo período colonial e até meados do século XIX, os problemas de 
saúde e higiene ficavam sob a responsabilidade das localidades, que adotavam medidas para garantir a
limpeza das ruas e quintais. A assistência à saúde da população pobre e indigente ficava sob os cuidados da
iniciativa filantrópica de figuras de importância econômica e social e de instituições beneficentes, ligadas à
Igreja Católica, como as Santas Casas de Misericórdia. A parcela restante da população buscava socorro dos
médicos existentes, ou então de cirurgiões, barbeiros, sangradores, curandeiros, parteiras e curiosos.
Predominava, nesse período, as doenças pestilenciais, como varíola, febre amarela, malária e tuberculose.
O início da República Velha, começo do século XX, foi marcado pelo domínio dos grupos sociais ligados a
agroexportação cafeeira, que exigia basicamente uma política de saneamento dos espaços e circulação das
mercadorias exportáveis e o controle de doenças que prejudicassem as exportações. Foi aí que se deu o
nascimento da saúde pública no Brasil, marcado pela busca dos saberes fundamentados na bacteriologia e
na microbiologia e pelo questionamento dos saberes tradicionais baseados na teoria dos miasmas.
Nessa época, tem início uma reestruturação do sistema de saúde, que pode ser 
denominado sanitarismo campanhista, e que predominou até meados dos anos de 1960.
O processo de industrialização acelerado e o crescimento da economia brasileira a partir da década de 1950,
determinaram um deslocamento da economia para os centros urbanos, gerando uma massa de assalariados
para trabalhar na incipiente indústria manufatureira, juntamente com suas necessidade de assistência
médica e previdenciária. Dessa forma, surge o modelo denominado médico-assistencial privatista, que
vigorará hegemônico até meados dos anos 1980. Esse modelo médico-assistencial é predominantemente
curativo, não reconhece o atendimento integral ao paciente e à comunidade, além de não se comprometer
com o impacto sobre o nível de saúde da população. Assenta-se na garantia de que o Estado é o seu grande
financiador por intermédio da Previdência Social, e o setor privado assistencial-curativo o seu grande
prestador de serviços.
Em 1975, foi organizado o primeiro Sistema Nacional de Saúde e estabelecidas as 
principais competências das distintas esferas de governo. Em 1977, com a criação do Sistema Nacional de
Previdência Social (Sinpas), a área de atenção médica fica sob a responsabilidade e competência do
Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social INAMPS, enquanto o subsistema estatal,
representado pela rede de serviços assistenciais do Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Secretarias
Municipais de Saúde exerceria a medicina simplificada destinada à cobertura de populações não integradas
economicamente. Esse fato aprofunda ainda mais a dicotomia coletivo versus individual, quando reforça a
atuação da Previdência na atenção médica, por meio de seus serviços próprios e dos
contratados/conveniados.
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No ano de 1978, foi realizada a conferência de Alma-ata, que estabeleceu a doutrina da Atenção Primária,
fundamentando várias propostas e programas na área da saúde e exercendo influências no processo de
expansão e articulação das Secretarias Municipais de Saúde.
Com o retrocesso do "Milagre Econômico" brasileiro, no final da década de 1970, a 
Previdência Social entra em crise. Por sua vez, o modelo médico-assistencial privatista, 
dependente da Previdência Social, igualmente explicita sua fragilidade e incoerência.
Diante disso, vêm sendo elaboradas, desde a década de 1980, propostas alternativas 
visando à integralidade da atenção e ao impacto sobre os problemas de saúde, bem como a concretização
dos princípios básicos e diretrizes estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, tais como:
1. Acesso universal e igualitário às ações e serviços?
2. Rede regionalizada e hierarquizada?
3. Descentralização?
4. Atendimento integral?
5. Participação comunitária
Essas experiências iniciaram-se com a implantação dos Sistemas Unificados e 
Descentralizados de Saúde (SUDS) em alguns estados, como Bahia, Rio Grande do Norte e São Paulo, pela
organização de distritos sanitários e ênfase na atenção primária à saúde.
Principais Modelos de Atenção à Saúde
Há um amplo debate no Brasil sobre qual seria o modelo de atenção à saúde ideal para organizar a
denominada rede básica (atenção primária), viabilizando, na prática, as diretrizes do Sistema Único de
Saúde. Entre as diversas propostas experimentadas no país temos as Ações Programáticas em Saúde,
Sistemas Locais de Saúde (Silos), Vigilância da Saúde, Modelo de Atenção em Defesa da Vida (MDV),
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa Saúde da Família (PSF). Aqui
descreveremos alguns desses modelos e, em aulas posteriores, desenvolveremos aqueles considerados pelo
Ministério da Saúde como norteadores para o compromisso das unidades básicas de saúde com a população:
PACS e PSF.
Ação Programática em Saúde ou " Oferta Organizada"
No modelo assistencial baseado na "demanda espontânea", o sistema de saúde esperaria que um indivíduo
sentisse "algo errado com sua saúde" para ter a iniciativa de procurar um serviço que se dispusessea
atendê-lo prontamente. No modelo assistencial, cujos serviços estivessem voltados para as necessidades de
saúde, os principais problemas deveriam ser identificados na comunidade mediante estudos que
orientariam a "oferta organizada" (ou programada) no nível local.
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O melhor impacto na solução do problema seria conseguido por meio de uma combinação de recursos e
tecnologias capazes de garantir alto grau de efetividade, sempre estabelecidas e realizadas no âmbito local
(unidades de saúde dos distritos sanitários ou municípios), como, por exemplo, na busca ativa de
sintomáticos de uma determinada doença e recuperação de pacientes faltosos.
Constata-se que a "oferta organizada" tende a superar as formas de organização da 
produção das ações de saúde vigentes, tais como campanhas e aqueles voltados exclusivamente para a
demanda espontânea. Assim, numa unidade local de saúde , ao adotar esse modelo, atenderia à demanda
espontânea e também à oferta organizada. Nesse caso, estaria voltada para o atendimento de indivíduos,
famílias e comunidade que constituem a "demanda espontânea" por consulta, pronto-atendimento,
urgências/emergências, etc, e voltada, simultaneamente, para o desenvolvimento de ações sobre o
ambiente e sobre o indivíduo, visando ao controle de agravos e ao atendimento de grupos populacionais
específicos. Desse modo, procuraria compatibilizar a "demanda espontânea" à "oferta organizada". O que
ocorre na proposta do modelo da Ação 
Programática em Saúde ou "Oferta Organizada" ?
O modelo da Ação Programática em Saúde ou " Oferta Organizada" surgiu dos 
discursos produzidos por professores do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São
Paulo – USP – e tinha como principais características tecnológicas organizar o processo de trabalho a partir
de:
1. Atividades eventuais conforme a demanda espontânea de quem procurasse o serviço ou atividades de
rotina para demanda organizada?
2. Programas definidos por ciclo de vida, por doenças especiais ou por importância sanitária?
3. Definição das finalidades e objetivos gerais assentados em categorias coletivas?
4. Hierarquização interna de atividades?
5. Articulação das atividades por equipes multiprofissionais?
6. Padronização de fluxograma de atividades e de condutas terapêuticas principais?
7. Sistema de informação que permita avaliação na própria unidade?
8. Gerência da unidade por médicossanitaristas? e
9. Regionalização e hierarquização das unidades
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
QUIZ (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/sac40/a10ex01_sac40.htm)
 
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REFERÊNCIA
CAMPOS, C. E. A . O desafio da integralidade segundo as perspectivas da vigilância da saúde e da família.
São Paulo: Ciência & Saúde Coletiva.n. 8 (2): 569584, 2003.
CAMPOS, W. de S. (org.) . Tratado de Saúde Coletiva . São Paulo: Hucitec? Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006.
FERNANDES, C. Vigilância da Saúde . Disponível em: 
http://www.carlosfernandes.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=626323
(http://www.carlosfernandes.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=626323). Acesso 2 de fevereiro de 2008.
ROUQUAYROL, M. Z.? ALMEIDA FILHO, N. de. Epidemiologia & Saúde . 6ª ed. .Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
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