Prévia do material em texto
Diogo Araujo – Med 92 Imunologia Médica Terceiro Módulo [As anotações desse módulo não foram corrigidas] [Desconsiderem erros de português e de conteúdo] : ) Doenças Autoimunitárias Profª Érica Alessandra São doenças ocasionadas pelo desenvolvimento de respostas imuntárias contra antígenos próprios. São mais de 100 doenças já catalogadas. 5 a 10% da população dos países desenvolvidos apresentam doenças autoimunes. A maioria são mulheres, sendo 1 das 10 maiores causas de morte em mulheres com até 65 anos. Causam danos a órgaões, lesões desfigurantes, perda da mobilidade. De onde vêm das doenças autoimunitárias? Falhas em mecanismos de tolerância imunológica, reações cruzadas (devido a agentes infecciosos). As doenças autoimunes têm etiologia multifatorial. A susceptibilidade genética faz com que haja falha na tolerância imune, o que mantém linfócitos autorreativos. Eles reagem com antígenos para os quais são específicos e levam à lesão tecidual. Além dessa via, infecções, inflamações, hábitos de vida (alimentos, pesticidas, raios solares, etc) podem levar a ativação de células apresentadoras de antígenos, o qua causa atração de linfócitos autoreativos que são ativadas e destroem os tecidos. Como os genes podem promover falhas nos mecanismos de autotolerância e ocasionar doenças Diogo Araujo – Med 92 autoimunitárias? Um dos mecanismos é a incapacidade de apresentação de autoantígenos no timo. Falha no gene AIRE, por exemplo, leva à incapacidade de apresentação de autoantígenos no timo, com saída de linfócitos auto-reativos que vão para a periferia. A sua atuação na periferia pode levar a doenças auto-imunes. Um exemplo é a APS-1 (síndrome poliglandular auto-imune), com hipopara, doença de addison, DM insulinodependente, vitiligo, alopecia, ceratopatia e candidíase. A deficiência de FOXP3 desenvolvem poliendocrinopatia-enteropatia ligada ao X (IPEX). Esse gene faz com que os linfócitos que têm potencial auto-reativo consigam se transformar em linfócitos Treg, que desempenham controle do sistema imune na periferia. O impedimento da morte celular induzida por ativação é um outro mecanismo. A coexpressão de FAS e ligante do FAS é feita quando há resposta ao antígeno. Essa é a morte celular induzida por ativação. A falta do FAS leva à síndrome linfoproliferativa auto-imune, em que há linfadenomegalia não maligna, esplenomegalia e citopenia autoimune. Contudo, são poucos os casos das doenças auto-imunes que apresentam falhas em apenas um mecanismo. Geralmente, as falhas ocorrem em vários pontos. Outro mecanismo é o impedimento da indução de anergia. Essa anergia é feita quando o linfócito interage com a célula apresentadora de antígeno sem o segundo sinal ou através de ligação do CTLA-4 com o B7 da CAA. Não existem ainda doenças que estejam confirmadas devido a alterações gênicas do CTLA-4. Contudo, há evidências. Exemplos: DM tipo I, doença de Graves, tireoidite de Hashimoto, doença de Addison e artrite reumatóide. Além disso, a evidência de que a via do CTLA-4 é importante é o fato de que camundongos que não têm o gene do CTLA-4 morrem em 4 semanas devido à destruição maciça dos órgãos. Outro fato é o desenvolvimento de medicamentos que atuam sobre a ação do CTLA-4. Outro mecanismo é a deficiência de remocção de complexos imunes. O lúpus eritematoso sistêmico, por exemplo, parece ser causado pela deposição excessiva de complexos nos tecidos (devido à falta de fatores do complemento), com ativação de complemento na área de deposição, ligação de macrófagos e neutrófilos sobre os complexos, ativação de leucócitos e destruição de tecidos. Diogo Araujo – Med 92 Outro mecanismo é o defeito na produção de citocinas ou na sinalização intracelular. Um defeito no receptor do fator de de crescimento beta tem sido relacionado com o lúpus, por exemplo. Outro mecanismo é a capacidade diferenciada de apresentação do antígeno, o que está diretamente relacionado com o tipo de CPH existente no indivíduo. Existem tipos de CPH que estão relacionados com maior risco de desenvolvimento de determinadas doenças auto-imunes. Possíveis mecanismos: - capacidade das células a apresentarem um antígeno em particular; - Seleção negativa deficiente; - Geração inadequada de linfócitos T reguladores. Como os fatores ambientais estão relacionados com o aparecimento com as doenças autoimunes? INFECÇÕES Observou-se que as doenças autoimunes eram acompanhadas por doenças infecciosas. Mas como elas colaboram para o surgimento de doenças autoimunes? As doenças infecciosas aumentam a coestimulação. Assim, as CAA teciduais que estão respondendo contra os microorganismos (devido aos padrões moleculares para patógenos) apresentam grande quantidade de coestimuladores. Assim, se linfócitos autorreativos chegarem a esse local, elas podem ser ativadas. Ele sofre expansão, diferenciação e leva a lesão tecidual. Esse mecanismo é conhecido como bystander activation. MIMETISMO MOLECULAR Nesse caso, o patógeno apresenta moléculas que são parecidas com moléculas humanas. Assim, a resposta de linfócitos que é feita contra o patógeno pode fazer com que ela se volte contra as proteínas próprias. Isso justifica o aparecimento de doenças auto-imunes durante ou após processos infecciosos. Ex: pacientes que têm infecção por H. pylori apresentam linfócitos que reagem contra a bomba de prótons. Isso porque existem peptídeos muito semelhantes presentes tanto na bomba quanto no H. pylori. Diogo Araujo – Med 92 SUPERANTÍGENOS São moléculas grandes que ativam vários linfócitos simultanea e inespecificamente, tanto para linfócitos B quanto T. Ex: exotoxinas do estáfilococos e do estreptococos. LIBERAÇÃO DE ANTÍGENOS SEQUESTRADOS Sistema nervoso central, globo ocular e testículos. Durante infecções e traumas, por exemplo, pode haver rompimento de barreiras e exposição de antígenos que antes não eram vistos pelo sistema imune. Essas áreas são mantidas por barreiras porque têm relação com a sobrevivência do indivíduo e da espécie. Ex: oftalmia simpática. Isso acontece quando há exposição de antígenos oculares, com ativação local ou esplênica de linfócitos, que se expandem e se ativam. Assim, há dano à estrutura ocular. Isso não somente no olho comprometido, mas também no olho são. HORMÔNIOS Mulheres são mais predispostas a doenças auto-imunes do que homens (que só "ganham" quanto à espondilite anquilosante). Células imunes têm receptores para hormônios. Assim, há regulação entre eles. Ex: administração de andrógenos a fêmeas (que desenvolvem LES experimental) melhorou a qualidade de vida dos animais. Além disso, a administração de estrógeno acelerou a progressão do LES. SOL, ALIMENTAÇÃO MEDICAMENTOS E TOXINAS AMBIENTAIS Conservantes alimentares, medicamentos, etc. Ex: Isoniazida, carbamazepina, chumbo, mercúrio, pesticidas. Xenobióticos atuam pelos mesmos mecanismos já discutidos: quebram tolerância imune (inibe deleçãod e células autorreativas, supressão de linfócitos Treg, revertendo a anergia de linfócitos Diogo Araujo – Med 92 autorreativos), alterando a antigenicidade de moléculas próprias (atuando como haptenos ou superantígenos, induzindo clivagem diferente de antígenos próprios). Como os mecanismos efetores do sistema imunitário danificam os tecidos? ANTICORPOS BLOQUEADORES Na miastenia gravis, por exemplo, há produção de anticorpos contra o receptor da acetilcolina presente na fenda neuromuscular. Assim, como a ACh não consegue ativar o receptor que está ocupado, há fraqueza muscular.ANTICORPOS ESTIMULADORES Na doença de Graves, o autoanticorpo atua sobre o receptor do TSH nas células da tireóide. Assim, há hiperestimulação, com muita liberação de T3 e T4. OBS: na tireoidite de Hashimoto, há infiltração de linfócitos T autorreativos na tireóide que levam à destruição da glândula e hipotireoidismo. ANTICORPOS OPSONIZANTES E/OU FIXADORES DO COMPLEMENTO Glomerulonefrite, vasculite, etc. Há ativação do sistema complemento, macrófago, neutrófilos, etc. É hipersensibilidade dos tipos 2 e 3. Uma célula opsonizada pode desencadear a via clássica do complemento, com produção de fatores que irão causar inflamação tecidual. Além disso, a atração de outras células do sistema imune leva à liberação de citocinas e radicais livres que lesionam o tecido. Ex: anemia hemolítica autoimune. Formação de anticorpos contra as hemácias, com hemólise excessiva. Ex 2: cardite reumática. Infecção por estreptococo faz com que, durante a resposta contra o microorganismo, sejam produzidos anticorpos contra a bactéria. Esses Igs se ligam a auto- antígenos cardíacos, com lesão de válvulas cardíacas devido à ativação de complemento, aderência de macrófagos e neutrófilos. Diogo Araujo – Med 92 MEDIADA POR LINFÓCITOS T Hipersensibilidade do tipo 4. Ex: doença de Chagas, diabetes tipo 1. A partir da ativação de linfócitos T CD4, há liberação de citocinas que levam à ativação de linfócitos T CD8 (que são citotóxicos) ou por vias de inflamação tecidual. Ex: ataque de linfócitos T citotóxico a células beta das ilhotas de Langerhans. Ex 2: esclerose múltipla. Fatores desconhecidos iniciam foco de inflamação no SNC, com influxo de linfócitos T CD4 para essa região, com ativação de macrófagos e de linfócitos B (que produzem anticorpos contra a mielina. Há prejuízo de cognição, de funções motoras e sensitivas, etc. Ex 3: artrite reumatóide. Linfócitos T migram para dentro da articulação, ativam macrófagos que secretam TNF e il-6, que agem sobre os fibroblastos. Eles produzem metaloproteases de matriz extracelular (degradando a matriz) e os ligantes de RANK (que ativam osteoclastos). Há uma erosão as superfícies articulares, ficando cada vez mais difícil realizar movimentos nas articulações. O atrito da tentativa de realizar o movimento leva a mais inflamação, com evolução do quadro. As doenças autoimunitárias podem ser transferidas de um indivíduo por outro? No caso das gestantes, são transferidos anticorpos auto-imunes para o feto. Um exemplo é a doença de Graves neonatal (em que há uma mãe com doença de Graves e anticorpos que são passados para o feto por via transplacentária. O lupus neonatal também é um exemplo. Há lesões cutâneas, cardíacas, hepatobiliares e hematológicas. Possibilidades de intervenção? Anti-inflamatórios não esteróides Drogas imunossupressoras Anticorpos anticitocinas (como o Anti-TNF alfa) Plasmaférese Diogo Araujo – Med 92 IgG endovenosa (retroalimentação negativa por IgG, à medida que ela inibe linfócitos B produtores de auto-anticorpos) Transplante de medula óssea (indivíduos com deficiência de FOXP3) Pesquisas com: antagonistas de IL-1, B7 e CD40; tolerância oral (o grande problema é descobrir o antígeno que iniciou o processo de autoimunogenicidade). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Imunologia dos Transplantes Profª Érica Alessandra O que é um transplante? É um método de tratamento para a substituição de órgãos, tecidos e células que não funcionam por outros (enxertos) que estejam saudáveis. É importante discutir sobre transplantes devido aos fenômenos de rejeição ao órtão transplantado. O transplante pode ser realizado com uso de enxertos provenientes do próprio indivíduo, de outros indivíduos (geneticamente semelhantes ou não) ou de animais de outras espécies. Quais são os diferentes dipos de transplante? - Autólogo: enxerto proveniente do próprio corpo. Ele não é tão problemático porque o tecido provém do próprio indivíduo, não havendo problemas relacionados à rejeição. Ex: transplante de pele, ponte de safena, transplante autólogo de células tronco; - Singênico: enxerto proveniente de indivíduo geneticamente idêntico (irmão gêmeo). Não há grandes problemas quanto a rejeições; - Alogênico: enxerto vindo de indivíduo geneticamente distinto. Nesse caso, há problemas quanto à rejeição. Ex: transplante alogênico de medula óssea (em que pode haver problemas), transplante de óssos, pele, válvulas cardíacas, renal, rocação, fígado, intestino, pâncreas, pulmão, transfusão sanguínea. Diogo Araujo – Med 92 - Xenogênico: enxerto vindo de animal de outra espécie, com grande capacidade de rejeição rápida e intensa. Esses transplantes não são bem sucedidos, devido às grandes barreiras genéticas (distâncias). O sistema complemento rapidamente interage com os tecidos do doador, lesando-os com velocidade grande. Frente a um órgão transplantado, pode haver aceitação ou rejeição. A rejeição é um fenômeno imunomediado? Houve um experimento que comprovou que a rejeição é imunomediada, com participação de linfócitos T, células de memória e especificidade. Um ratinho com enxertado apresentou rejeição do tecido após 10 dias. Nesse mesmo ratinho, foi enxertado tecido vindo do mesmo doador, sendo que a resposta veio mais precocemente. Assim, concluiu-se que havia sido formada memória. Quando linfócitos T desse ratinho que apresentou as duas reações de rejeição eram colocados em um outro ratinho transplantado, esse ratinho rejeitava o tecido rapidamente, mostrando que memória e ação de linfócitos T são importantes para a rejeição tecidual. O bloqueio de linfócitos T CD8 faz com que o enxerto cutâneo incompatível resista por 15 dias. Se o bloqueio é de linfócitos T CD4, o enxerto dura 30 dias. Se ambos são bloqueados, a rejeição só vem em 60 dias. Quando há rejeição, como os aloantígenos são reconhecidos? A molécula do CPH é o grande responsável pela rejeição, sendo chamada de aloantígenos maiores. Os aloantígenos menores são todas as outras moléculas próprias do indivíduo que não são CPH. Quanto ao HLA, pode haver de zero a seis mau pareamentos entre os CPHs de dois indivíduos. Isso porque cada um deles recebe três alelos do pai e três da mãe. Como o linfócito T CD4 parece ser a principal célula quanto à rejeição de transplantes, a incompatibilidade de CPH de classe II costuma ser mais grave. Diogo Araujo – Med 92 Na doença do enxerto contra o hospedeiro, há ataque das células imunológicas contra os tecidos do indivíduo que recebeu o enxerto. E como ele está imunossuprimido, ele não consegue se defender contra esse ataque. Como é a relação linfócito T e CPH fazendo com que haja rejeição? Um dos mecanismos é o reconhecimento direto. Imagine um indivíduo que tenha recebido um rim. Nesse órgão, haverá células apresentadoras de antígenos do doador. Quando o órgão é revascularizado, entram no órgão células do sistema imune do receptor e saem linfócitos do doador. As CAA do doador que migram para linfonodos do receptor apresentam CPH de classe I e II do doador. Mas cerca de 1 a 2% dos linfócitos presentes em linfonodos são capazes de reagir com CPH não próprio. Esses linfócitos são ativados pelo CPH, sofrem proliferação e diferenciação. Assim, quando ele chega na periferia, esses linfócitos T efetores penetrarão no tecido transplantado, lesionando-o. Após o ataque, são formados linfócitos T de memória. O mecanismo indireto se dá quando as CAA do receptor entram no tecido do doador e fazemuma amostragem desse tecido. Os antígenos do doador são expressos, então, no CPH do receptor. Uma das moléculas do doador que é processada e apresentada é o CPH do doador. Assim, linfócitos T que reconhecem antígenos derivados do CPH do doador sofrem ativação, proliferação e diferenciação, desencadeando resposta imune de rejeição ao tecido do doador. Quando se consideram os aloantígenos menores, mesmo que um indivíduo tenha HLA muito semelhante com o doador, o fato de existirem aloantígenos menores pode levar à rejeição do órgão. A partir do momento em que o linfócito T reconhece os aloantígenos (maiores ou menores), há Diogo Araujo – Med 92 ativação do T CD4. Assim, ele secreta citocinas de ativação dos macrófagos, que lesionam os tecidos. Além disso, o linfócito T CD4 ativa linfócitos B, que produzirá anticorpos contra os antígenos do doador. Além da ativação do T CD4, linfócitos T CD8 são ativados também, o que irá fazer lise direta das células do doador. Além disso, por secretar INF gama, ele irá ativar macrófagos teciduais que lesionarão os tecidos do doador. Quais são sos mecanismos efetores da rejeição de aloenxertos? Como os mecanismos humorais são bastante relavantes (anticorpos naturais e sistema complemento), em questão de minutos a horas, já há reação de rejeição. Ela é chamada de rejeição hiperaguda. Nesse caso, no endotélio do enxerto, há aloantígenos que são reconhecidos por anticorpos naturais e pelo complemento, com ativação da cascata do complemento. A superfície endotelial é danificada, com atração de plaquetas e formação de trombos. A oclusão da luz do vaso leva à isquemia do órgão, que é destruído. A rejeição hiperaguda acontece principalmente quando há transplante xenogênico. Esse tipo de rejeição também pode acontecer quando há transplante alogênico entre indivíduos que não têm compatibilidade quanto ao grupo sanguíneo ABO. Isso porque as células endoteliais também expressam antígenos do grupo ABO. Assim, quando há incompatilibilidade, os anticorpos naturais anti-A e/ou anti-B se ligam aos antígenos endoteliais e levar à rejeição hiperaguda. HLA, mulheres multíparas que tiveram filhos de CPH diferentes, etc. Existe também a rejeição aguda. Ela acontece em dias ou semanas após o transplante. É mediada por linfócitos. É nesse caso em que há aquela ativação de linfócitos T CD4 e T CD8, etc. Nesse caso, há dano ao parênquima dos órgãos que é mediado por infiltração de linfócitos T CD4 no tecido e citólise por linfócitos T CD8. Além disso, há lesão na superfície interna nos vasos, com formação de trombo (pelo mesmo mecanismo visto acima) e isquemia do órgão. Diogo Araujo – Med 92 Existe também a rejeição crônica. Ela é a mais comum atualmente. Isso porque a imunossupressão consegue reduzir os quadros de rejeição hiperaguda ou aguda. Nesse caso, as células imunes levam à destruição dos tecidos transplantados, além de promover a proliferação de células musculares lisas de vasos do tecido enxertado, o que oclui a luz do vaso. O fluxo sanguíneo diminuído leva à danificação do órgão. Esse processo pode ser dado pela presença dos aloantígenos menores, sendo que, por isso, a rejeição se dá mais lentamente. O que é a doença do enxerto contra (versus) hospedeiro? É mais comum no transplante de medula óssea ou de órgãos que tenham grande quantidade de tecido linfóide (como o intestino, por exemplo). Nos transplantes alogênicos, linfócitos do doador são capazes de reagir contra os CPHs do receptor. O receptor apresenta destruição de vários tipos de tecido epitelial, com manifestações mais brandas ou intensas. Manifestações cutâneas, na luz do tubo intestinal, destruição do fígado (com falência hepática), etc. Essa doença pode apresentar a forma aguda (já discutida acima) ou crônica. Na forma crônica, o processo se dá de forma mais gradativa, intercalando etapas de lesão tecidual e cicatrização. Como reduzir a imunogenicidade dos aloenxertos? É feita triagem entre doador e receptor para garantir que sejam mínimas as diferenças entre doador e receptor. É feita a tipagem sanguínea, a fim de evitar a rejeição hiperaguda. Diogo Araujo – Med 92 Existe a prova de compatibilidade cruzada, em que se verifica no receptor se existem anticorpos pré-formados contra as células do indivíduo doador. Como funciona essa prova? Células do doador são submetidas a anticorpos do receptor. Depois, elementos do sistema complemento são adicionados. Assim, se o indivíduo receptor tem anticorpos contra o doador, haverá lise das células do doador. Isso é importante para prevenir episódios de reação hiperaguda. A tipagem de HLA também é realizada. Hoje em dia, ela é realizada principalmente por PCR. Se os primers conseguirem se ligar a regiões do gene e o gene conseguir ser amplificado, é realizado o sequenciamento do gene para comparar as sequências do doador e do receptor. Contudo, para alguns tipos de transplante, não é feita a tipagem de HLA devido à falta de tempo. No caso do transplante de rim, isso já pode ser feito, porque o rim resiste por mais tempo fora do corpo humano. Como prevenir ou tratar a rejeição de aloenxertos? A terapia da rejeição é feita por imunossupressão, tanto quando há incompatibilidade por aloantígenos maiores ou menores. São vários os fármacos: ciclosporina, azatioprina, corticosteróides. Anticorpo anti-CD3, anticorpo anti il-2, CTLA-4Ig (compete com o CD28 ao se ligar ao B7), fármaco contra o ligante do CD40 (o que reduz ativação de macrófagos e de linfócitos B). O tratamento é feito por anos. - Sobrevivência aumentada; - Imunossupressão; - Susceptibilidade aumentada a infecções virais e bacterianas; - Reativação de vírus latentes como o citomegalovírus, herpes simplex, varicela-zoster, Epstein- Barr; - Suscetibilidade a tumores malignos associados a vírus; - Carcinoma de células escamosas; - Linfomas de células B. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Diogo Araujo – Med 92 Imunização Profª Érica Alessandra Processo pelo qual os indivíduos adquirem imunidade específica contra um agente infeccioso (geralmente). Pode ocorrer por meios artificiais ou naturais e propicia o controle e/ou eliminação do patógeno e na maioria das vezes a prevenção de doenças. Na imunização passiva, o indivíduo recebe o elemento de defesa pronto. Ela pode ser natural ou artificial. A imunização passiva natural é como ocorre entre as gestantes e seus filhos. Os bebês recebem anticorpos produzidos pela mãe por via transplacentária (IgG) ou pelo leite materno (IgA). A imunização passiva artificial é a utilização de soroterapia. Ou seja, administração de anticorpos pré-formados que realizam defesa (com uso de anticorpos ou células). Em termos de soroterapia, quais são os tipos existentes? - Imunoglobulinas humanas normais (IHN): imunoglobulinas humanas obtidas a partir do plasma de 1000 a 2000 doadores de sangue. 85% de IgG, 10% de IgM e 5% de IgA. Indicada para indivíduos com imunodeficiência primária de linfócitos B. O indivíduo fica produzido durante um tempo enquanto os anticorpos ainda estão circulantes. Além disso, esses anticorpos podem ser utilizados para profilaxia de doenças infecciosas. - Imunoglobulinas humanas específicas (IHE): são específicas para um agente infeccioso. Imunoglobulinas G humanas obtidas a partir do plasma de doadores de sangue selecionados (que tenham sido infectados pelo patógeno ou imunizadas recentemente). Esse tipo de imunoglobulina é utilizada para profilaxiada raiva, da hepatite B e varicela, além de profilaxia e tratamento do tétano. - Soros heterólogos: produzidos na maior parte das vezes pela imunização de cavalos. São soros provenientes de plasma de animais de outra espécie. É utilizado para profilaxia da raiva e do tétato, além de tratamento da difteria e do tétano e de picadas de aranhas, escorpiões, etc. As vantagens da imunização passiva são: - Proteção rápida, porém de curta duração; - Dor no local de aplicação; Diogo Araujo – Med 92 - Doença do soro (pelo fato do anticorpo ser estranho ao organismo receptor, ele pode funcionar como antígeno; isso leva a reções de hipersensibilidade do tipo 3, com formação de vasculite, artralgia, glomerulonefrite); - Reações alérgicas (urticária, angioedema, dispnéia por edema de glote, hipotensão). Na imunização ativa, é colocado um antígeno no organismo do indivíduo, passando a responder imunologicamente contra esse antígeno inoculado. A imunização ativa natural consiste na resposta contra um patógeno (é ter a doença). A imunização ativa artificial é a vacinação, cujo objetivo maior é a prevenção da doença. Para isso, o indivíduo recebe um vírus atenuado, subunidade do patógeno, etc. Assim, ele passa a responder a esse antígeno. A vacina ajuda na profilaxia devido ao fato de induzir memória. O contato com o antígeno vacinal leva à formação de células de memória, que irão agir, em uma exposição seguinte, de maneira rápida e eficaz. As vacinas são compostas de antígeno e, as vezes, de adjuvante. São vários os tipos de antígenos: - Vacinas com microorganismos vivos atenuados. Ex: poliomielite. Elas mimetizam a infecção natural, o que as torna muito mais eficazes. A presença de padrões moleculares de patógenos (e ativação de CAA) e de multiplicação do microorganismo vacinal ajudam muito a aumentar a resposta ao antígeno. Essa vacina é composta por microorganismos de baixa virulência, podendo induzir a reação cruzada. Esses microorganismos são atenuados através da passagem seriada por meios de cultura (nesse caso, o patógeno, ao longo do processo, perde características de viruência para se adaptar aos diferentes meios de cultura). As vantagens e desvantagens são: a resposta imunológica humoral celular potente e duradoura; comumente uma ou duas doses são suficientes para menutenção da imunidade; facilita a proteção da comunidade (imunidade de rebanho); reações inflamatórias locais e sistêmicas; reversão genética e indução de doença; patogênicas para imunossuprimidos. Obs: reações inflamatórias locais ou sistêmicas: dor, eritema, enduração no local da aplicação; síndrome ictero-hemorrágica. Diogo Araujo – Med 92 - Vacinas com microorganismos inativados: é uma vacina avirulenta. A inativação pode ser feita por calor, fenol, formaldeído, radiação. São exemplos: vacina contra poliomielite do tipo SALK, influenza, raiva, cólera, febre tifóide, etc. - Vacinas com antígenos purificados: são avirulentas. Vacinas com subunidades (fragmento do microorganismo; hepatite B, Streptotoccus pneumoniae), vacinas com toxóides (estrutura química da toxina modificada; vacina contra difteria e tétano) e vacinas conjugadas (componente de um microorganismo ligado a componente de outro microorganismo; isso serve para gerar uma resposta timo-dependente, com formação de memória imune). São vantagens e desvantagens para o uso de microorganismos inativados ou antígenos purificados: não apresentam virulência; contudo, estimulam principalmente imunidade humoral; requerem múltiplas doses de reforço para manuenteção da imunidade; não replicam no organismo do indivíduo; menor possibilidade de eventod adversos e possibilidade de administração em indivíduos imunossuprimidos. Embora possam ocorrer eventos adversos devido à vacinação, devemos utilizar vacinas? Sim. Dados epidemiológicos reforçam que houve controle de determinadas doenças frente à imunização da população. Como as vacinas protegem o indivíduo? Indução de memória imunológica duradoura. Podem ser produzidos anticorpos que neutralizarão o patógeno; pode haver ativação de linfócitos e macrófagos, que secretam citocinas, ativação de linfócitos T CD8 que são citotóxicos, etc. Algumas vacinas estimulam mais o ramo humoral, outras o ramo humoral e celular. Como aumentar a imunogenicidade de uma vacina? Dose, via, forma de presença do antígeno. A vacina viva atenuada é a mais imunogênica, porque o patógeno se multiplica. A manipulação da composição da vacina (com o uso de adjuvantes) pode tornar a vacina mais Diogo Araujo – Med 92 imunogênica. São adjuvantes utilizadas: sais de alumínio, Bordetella pertussis (que ativa receptores tipo toll e estimula as CAA), conjugados, adjuvante completo de Freund (emulsão água e óleo com micobactérias mortas), muramil dipeptídeo (extraído de micobactérias mortas), proteínas de choque térmico e DNA bacteriano, citocinas. Hoje em dia, estão sendo pesquisadas técnicas para direcionar o antígeno dentro da célula apresentadora de antígeno e, assim, induzir a resposta imune mais necessária para combater um determinado antígeno. A via de administração é importante? Pela via oral, pode haver degradação ácida no estômago; mecanismo de tolerância imunológica (o único capaz de se sobrepor à tolerância imune em mucosa é o organismo vivo atenuado). Geralmente, a proteção conferida por uma vacina é a presença de IgG no soro. Por que não existem vacinas efetivas contra alguns microorganismos patogênicos? Ciclo de vida complexo (Plasmodium), variabilidade genética (Trypanosoma), múltiplas espécies (Leishmania), vetores (Leishmania), capacidade de sobrevivência mantida mesmo com resposta imunológica normal (Leishmania). Novas abordagens para criação de vacinas? Vacinas a base de DNA: plasmídeo de bactéria é modificado e passa a apresentar a sequência viral. O plasmídeo é o antígeno vacinal. As esferas que contêm os plasmídeos são injetadas das células musculares (como balas), sendo que os plasmídeos irão levar à expressão dos antígenos dentro da célula muscular. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Imunodiagnóstico Prof. Imaculada Diogo Araujo – Med 92 O imunodiagnóstico compreende testes que se baseiam na especificidade da resposta imunitária para detectar anticorpos, antígenos ou linfócitos. As duas características fundamentais do sist imune é a especificidade e a memória. Quando os testes de imunodianóstico são indicados? Para o diagnóstico de infecções (rubéola, sarampo), de autorreatividade imunes (como nas doenças reumáticas), de processos alérgicos ou neoplásicos (nas neoplasias, ocorre aumento de autoanticorpos ou de antígenos que induziram a neoplasia), e também para a detecção/quantificação de hormônios ou drogas (drogas ilícitas, por exemplo). Quais são as modalidades de imunodiagnóstico? No imunodiagnóstico, podemos procurar anticorpo, antígeno ou linfócito. Quando procuramos o anticorpo ou antígeno sorológico Quando procuramos linfócitos testes intradérmicos (teste de Mantoux) Qual o princípio do sistema imunitário que faz com que a gente possa utilizá-lo para imunodiagnóstico? O princípio do sistema imunológico que se utiliza em imunodianóstio é, além da especificiade, o tipo de anticorpo. Sabe-se que em um primeiro contato (fase aguda) os anticorpos produzidos são do tipo IgM; posteriormente, passa a ser IgG (crônica). Fazer sorologias seriadas permite com que possamos analisar se houve aumento de anticorpos ao longo do tempo. Se for infecçãoaguda, os anticorpos aumentam no sangue. É importante que se utilize kits de um mesmo fabricante para não haver diferenças. Para determinar quantitativamente, utiliza-se o soro e faz-se diluição seriada. Daí, verifica-se até onde há detecção do antígeno. Para que consideremos que houve aumento do número de anticorpos, é necessário que, de uma sorologia para outra, haja aumento em, pelo menos, 4x. Ex: Na primeira sorologia, só foi detectado anticorpo até a diluição 1:2. Na próxima sorologia, para dizermos que houve aumento da quantidade de anticorpo, anticorpos deverão ser detectados até a diluição de 1:8. Se houver anticorpos da classe IgG (alto) mas não IgM, significa que o paciente teve a infecção no passado. Quais são as principais técnicas de imunodiagnóstico? Imunofluorescência Diogo Araujo – Med 92 Testes imunoenzimáticos (ELISA = enzyme-linked immunosorbent assay) Teste imunoenzimático (ELISA) O sangue do paciente (ou outra substância a ser testada; leite, líquor, urina, fezes) é centrifugado. Separa-se o soro. Depois, utiliza-se uma placa com 96 escavações. Em duas fileiras da plaquinha, realiza-se uma curva padrão. Ou seja, coloca-se o antígeno teste em concentrações conhecidas para padronizar e formar uma curva padrão (densidade óptica na ordenada; concentração na abscissa). Obs: o espectrofotômetro tem um limite de detecção. Depois dele, aparece um plateau. O soro do paciente é diluído e colocado nos pocinhos. Se procuramos um anticorpo no soro do paciente, existem antígenos específicos para esse anticorpo aderidos às laterais do pocinho. Trata-se de uma plaquinha sensibilizada com o antígeno. Para evitar os espaços entre os antígenos na plaquinha, trata-se a placa com albumina, que preenche os espaços. Depois de colocarmos o soro na placa, agita-se. É feita incubação e a lavagem da placa para remoção de anticorpos não específicos. Em seguida, é adicionada uma substância que possibilite a leitura por cor. Trata-se de um segundo anticorpo marcado por enzima (como a peroxidase). Esse segundo anticorpo é específico para a porção Fc do anticorpo do paciente. Após adicionar o cromóforo, surge cor, que pode ser analisada pelo espectrofotômetro. Ou seja, o ELISA está determinando a presença e a concentração do anticorpo pesquisado. Quando se deseja procurar o antígeno no soro do paciente, coloca-se o anticorpo aderido às paredes do pocinho. As etapas são parecidas. Forma-se um sanduíche com o antígeno entre dois anticorpos. Então, com o ELISA, podemos solicitar a detecção do antígeno ou do anticorpo. Contudo, o teste ouro para determinação de uma infecção é o achado do próprio agente patológico. Mas, quando não é possível, podemos usar os testes imunoenzimáticos. Imunofluorescência Parênteses: A quimioluminescência parece ser um pouco mais sensível que a densidade optica. Outro fator importante é observar qual é o valor de normalidade especificado pelo kit utilizado no teste. É o padrão de normalidade do laboratório. Diogo Araujo – Med 92 O princípio da imunofluorescência é muito parecido com o do ELISA. Na imunofluorescência, utiliza-se uma lâmina de microscópio e um microscópio de imunofluorescência. Aqui, colocamos um antígeno em lâmina (surge o primeiro problema: nesse caso, é preciso colocar o agente patológico na lâmina; assim, o manipulador está em risco de contaminação). Em seguida, expomos essa lâmina ao soro do paciente. A lâmina é lavada. Em seguida, coloca-se um segundo anticorpo que se ligue à porção Fc do primeiro anticorpo. O segundo anticorpo deve estar marcado com uma substância fluorescente. Depois, faz-se a análise ao microscópio. O soro que é utilizado é diluído (diluição seriada) para quantificarmos. Proteína A é utilizada para realçar a fluorescência. Parênteses: na doença de Chagas, podemos fazer o xenodiagnóstico. Pegamos o barbeiro limpo (em cultura). Colocamos o barbeiro em contato com a pele do paciente e deixamos que ele sugue o sangue do paciente. Esse barbeiro é mantido em cultura em laboratório. As fezes do barbeiro são analisadas durante dias até encontrar (ou não) o protozoário nas fezes do paciente. Na doença de Chagas, o paciente tem uma fase aguda da doença e, depois, uma fase intermediária que pode durar 10, 15, 20 anos. Depois, 25% dos pacientes evoluem para uma forma crônica, com cardiopatia chagásica ou megacólon/megaesôfago. Na imuno-histoquímica, utiliza-se um corte histológico para detecção dos antígenos no tecido. A técnica para detecção de linfócitos circulantes é a citometria de fluxo. Um raio de fluorescência é incidido sobre cada célula testada. O feixe de luz marca quantas células estão marcadas com CD4 ou CD8. Como se expressam os resultados dos testes de imunodiagnóstico? Se for por diluições, o resultado vem em título. O título é o inverso da diluição. Se um soro foi diluído até 1:8, o título é de 8. O título é até onde foi diluído. Se o título é de 8, o antígeno foi encontrado até a diluição 1:8. O resultado pode vir também em densidade óptica, caso o laboratório não tenha feito curva padrão para converter a densidade óptica em antígeno quantificado. Além disso, existe o índice de reatividade. Linfócitos estimulados em cultura podem se multiplicar. Quando expostos ao antígeno, determina-se quantas vezes mais os linfócitos cultivados responderam contra o antígeno. É quase um ppd in vitro. Diogo Araujo – Med 92 NBT teste em que o sangue do paciente é colocado sobre a lâmina. Depois, é colocada uma substância (produtora de radicais de oxigênio) sobre as células. Depois, é feita análise em microscópio. O que é a especificidade de uma técnica de imunodiagnóstico? Quanto melhor um teste, mais específico e sensível ele é. A especificidade é medida pela quantidade de negativos verdadeiros do dotal de indivíduos sadios. Se a especificidade é de 90%, de cada 100 indivíduos testados, 10 serão falso positivos. De que depende a especificidade de uma técnica? - Das características do antígeno: quanto mais simples e puro for o antígeno, maior será a especificidade da técnica, pois haverá menor probabilidade de que ocorram reações cruzadas com outros antígenos (menor número de positivos falsos). O que é a sensibilidade? É o verdadeiro positivo entre os positivos. Quantos são positivos verdadeiros do total de indivíduos doentes. Se a sensibilidade é de 90%, significa que, de cada 100 pacientes doentes, 10 não vão ser detectados. De que depende a sensibilidade do teste? - Do método utilizado; - Da afinidade do anticorpo; - Da densidade e distribuição dos epítopos do antígeno. Quando mais sensível a técnica, menos o número de resultados negativos falsos. Dentre os testes, se considerarmos a imunofluorescência como 1 em relação à sensibilidade, o ELISA é 10000 vezes mais sensível. O radioimunoensaio também é bastante sensível. Os testes de precipitação são menos sensíveis que a imunofluorescência. Diogo Araujo – Med 92 Valor preditivo negativo e positivo: dar uma olhadinha no que são. Quais são as possibilidades de falso negativo? - Fazer exame dentro da janela imunológica; - Reagentes fora do prazo de validade; - Inativação dos anticorpos ou de reagentes; - Erros de identificação e de procedimento; - Injeção profunda (subcutânea) nos testes intradérmicos; - Aumento da drenagem linfática dérmica: gestação e exposição ao sol; - Tecido cutâneo frouxo: recém-nascidos e os idosos. Causas de resultados positivos falsos: - Vacinação prévia: testes sorológicos e itnradérmicos podem se positivar por vacinação prévia. Algumas vacinas (ex: sarampo)podem manter uma reação sorológicoa positiva por décadas. - Administração de soros hiperimunes ou imunoglobulinas: os anticorpos trasnferidos por soros hiperimunes ou imunoglobulinas podem falsear testes sorológicos. Cerca de três meses após a administração, os níveis de anticorpos voltam ao normal. - Transferência placentária de anticorpos: anticorpos da classe IgG: recém-nascidos podem apresentar reações sorológicas positivas falsas por 6 a 12 meses. - Falhas técnicas: erros de identificação e no procedimento. O tempo de vida de IgM é de 1 dia. O ponto de corte (“cut off”) se baseia na curva construída com a população normal. Calcula-se a média e considera-se 2x o desvio padrão. Diogo Araujo – Med 92 Importância de amostras pareadas de sangue: o paciente repete o exame e vê se a sorologia aumenta em 4 vezes (descrito lá no início da aula). Interpretações: - Se paciente é IgM positivo e IgG não alterado , há infecção aguda. - Se IgM positivo e IgG levemente aumentado, infecção atual ou recente ou reinfecção. - Se IgM não alterado e IgG aumentado, há infecção antiga (cicatriz imunológica). - Se IgM não alterado e IgG não alterado, ou o paciente não está doente ou está na janela imunológica. Variações fisiológicas da resposta imunitária Profª Imaculada A cada fase de nossa vida, o sistema imune se comporta de maneira diferente. Quando feto, o sistema imune está em desenvolvimento. Há maturidade e, durante a vida adulta, com a gravidez e as flutuações hormonais fisiológicas, há mudanças da imunidade. Depois, a velhice. Durante essas fases, há mudança na resposta dos indivíduos. A profª mostrou um gráfico que mostrava que, durante os primeiros dias de vida, morre-se mais do que nos meses seguintes. É um gráfico cujo início e fim da curva é alto (número de mortes na ordenada e tempo de vida na abscissa). Nos primeiros dias de vida, as crianças morrem mais devido aos problemas relacionados à gravidez e ao parto (mãe com DM, HAS). Além disso, as crianças recém-nascidas estão sujeitas a infecções (principalmente por bactérias gram-negativas e por “estáfilo”). Após os primeiros dias, a mortalidade diminui. Contudo, ainda é alta. Ainda como lactente, a criança fica sujeita a infecções causadas por Haemophilus influenzae, pneumococos e meningococo. Essas últimas são bactérias encapsuladas (lipopolissacarídeos). Com Diogo Araujo – Med 92 isso, são bactérias resistentes à fagocitose. Para fagocitar, é necessário que existam opsoninas (como anticorpos). Já na adolescência, aos 15 anos, morre-se mais por acidentes e superdosagem de drogas ilícitas. Essa é uma fase em que se morre mais por exposição de risco. Como adulto jovem, morre-se mais por doenças crônicas e acidentes. Não há relações com o sistema imunitário, porque está em seu máximo. Indivíduo aos 40 anos morre mais por doenças cardíacas. É necessário manter um estilo de vida saudável. Indivíduo mais idoso (aos 60 anos) morre mais por neoplasias e infecções. [Voltando] Intraútero, o sistema imunitário começa a se desenvolver a partir da 5ª/6ª semana, quando começa a ter macrófagos produzidos pelo fígado. Além disso, começam a apresentar precursores de células T. Com 9 a 10 semanas, começa a síntese de elementos do complemento, precursores de linfócitos B no fígado (que só tem IgM na superfície; por isso é precursor). Com 12 a 14 semanas, já tem macrófagos com MHC de classe II, células precursoras de linfócitos B com IgD, células T cd4 e cd8, além de receber IgG da mãe. Com 16 a 17 semanas, já existem macrófagos maduros no fígado, além de neutrófilso circulantes; grande número de céluas B no baço, sangue e medula; existem células T no sangue e nos tecidos linfáticos, com capacidade de rearrango dos receptores. Aos 20 a 30 semanas, existem células B que já secretam anticorpos, aumento gradual de linfócitos T que secretam citocinas e uma grande quantidade de IgG passando por via transplacentária (isso acontece principalmente nessa fase). A criança, ainda intraútero, está em ambiente estéril. Contudo, ela está sujeita a infecções intraútero (nesse caso, elas produzem grande quantidade de células de defesa). Diogo Araujo – Med 92 No trabalho de parto, a ruptura precoce da bolsa materna favorece que microorganismos da microbiota materna possam causar infecção no neonato. Peso médio da criança ao nascer: 3kg No momento do parto, a mãe realiza contrações uterinas. Nesse período, há liberação hormonal. É uma situação de estresse a qual o bebê é submetido. As lesões de continuidade da pele do bebê propiciam a entrada de microorganismos. O bebê nasce recoberto pelo cáseo que o protege de microorganismos. (sistema de defesa inespecífico). A pele e o cáseo formam a primeira barreira de proteção do bebê. A microbiota hospitalar, mais resistente aos tratamentos medicamentosos, oferecem risco para o bebê. O recém-nascido ainda não apresenta reflexo de espirro nem de tosse. Essas defesas estão suprimidas no RN. Bactérias de alimentos contaminados, no adulto, são eliminadas no pH ácido do estômago. Contudo, no RN, o pH neutro (7) do estômago não fornece essa barreira. No adulto, quando há alimentos ruins na luz intestinal, há mecanismos de aumento do peristaltismo para eliminar os contaminantes da luz. No RN, há diarréia, mas o peristaltismo é descontrolado (o que não permite a correta eliminação dos microorganismos). [Parênteses] O RN sofre de cólicas principalmente devido a essa incoordenação dos movimentos da alça intestinal. Com a entrada do microorganismo, no sistema subcutâneo, o sistema de fagócitos e o complemento atuam para combate. Ambos fazem parte da imunidade inata. Quanto aos neutrófilos, devido aos mecanismos de luta ou fuga durante o parto, há aumento do número de células no sangue circulante. Num gráfico de número de células (ordenada) por tempo (abscissa), há cerca de 15000 a 20000 neutrófilos circulantes. Depois disso, a contagem cai, indo para a faixa normal em poucos dias (primeira semana para normalizar). Contudo, por ter jogado muitos neutrófilos na circulação, o bebê perde a reserva de neutrófilos. Assim, quando encontra bactérias gram-negativas, não há reserva de neutrófilos para fazer uma defesa adequada contra essas bactérias gram-negativas. A função do neutrófilo é de fagocitar e destruir os microorganismos. Crianças que nasceram de parto normal (vaginal) têm uma maior queda do número de neutrófilos Diogo Araujo – Med 92 do que crianças que nasceram de cesariana. Se analisarmos a morte pós-parto em bebês de cesariana ou normal, vemos que as crianças de parto normal se saem melhor. Além disso, vemos que a quimiotaxia e a capacidade de destruir microorganismos de neutrófilos estão diminuídas. Os neutrófilos de RN são mais duros. Assim, a diapedese fica comprometida. (A criança até 1 ano e meio pode ter deficiência da reserva de neutrófilos). Na filogenia, os monócitos parecem ser o mais antigos que os neutrófilos. Após o parto, não há deficiência de monócitos (mesmo no parto normal, em que há ligeira queda). Quimiotaxia, mecanismos microbicidas e função apresentadora de antígenos diminuídos. No RN, é necessário que o estímulo seja mais forte para que o monócito consiga apresentar antígenos. Quanto à resposta inflamatória em RN, há retardo para migrar para foco inflamatório; retardo no desvio de neutrófilos para monócitos no foco inflamatório. Assim, o RN apresenta dificuldade para localização do foco infeccioso, dispersão aumentada de microorganismos e mecanismos de defesa inadequados. Resumindo: monócitose neutrófilos deficientes no RN. E quanto ao complemento? Há queda importante da via clássica (que depende de anticorpo). A alternativa, por ser mais antiga, sofre um abalo menor. Na via comum, há queda de 50%. Quanto à imunidade adquirida, temos de analisar os linfócitos. Diogo Araujo – Med 92 Após o nascimento, o timo cresce muito até os 15 anos de idade. O máximo da função do órgão é o mínimo do risco do indivíduo morrer. Contudo, a maior proporção entre o tamanho do timo pelo tamanho do indivíduo acontece no RN. [Parênteses] O Rx é muito letal para os linfócitos. Ele é capaz de reduzir muito o tamanho do timo dos RN. Após o pico do órgão, começa a haver substituição do tecido formador de linfócito por tecido gorduroso. O número de linfócitos em uma criança começa baixo ao nascer. Contudo, nos próximos meses, há linfocitose. Isso acontece porque tudo o que a criança encontra é novo. A criança pode chegar a ter gânglios pequenos como resposta fisiológica. Contudo, gânglios aumentados em mais de 1cm merecem investigação. A função do linfócito LT CD4 está deprimida. Isso porque há menor capacidade de apresentação e processamento de antígeno. A produção de citocinas está diminuída também. O linfócito T requer estímulos fortes para poder responder. Contudo, como os macrófagos têm deficiência na apresentação de antígenos, há dificuldade de resposta pelos linfócitos T. A criança apresenta uma resposta desviada para Th2. A criança pode tomar a BCG ainda no berçário porque o Mycobacterium tuberculosis induz fortemente a resposta. Então, está OK. Quando intraútero, devido a parte do CPH da criança ser vindo do pai, há um processo de imunodepressão da mãe na área da placenta. Lá, há produção de citocinas inibitórias para evitar a rejeição da criança. Os linfócitos T CD8 da criança tem grande função supressora, para impedir a resposta imune da mãe e do próprio bebê. Assim, há aumento da gravidade das infecções virais. [Parênteses] Mães que têm herpes genital devem fazer cesárea porque a criança não consegue se defender dos vírus. As células NK estão com atividade citotóxica diminuída. Diogo Araujo – Med 92 Citocinas inflamatórias estão diminuídas na criança (il-6, 1l-10, TNF alfa). No RN, há predomínio da IL-10 (que joga para Th2). No adulto, há predomínio de IL-12 (que joga para Th1). Quanto aos anticorpos, no período final da gestação, há grande transferência de anticorpos IgG da mãe para o bebê. Além disso, a criança começa a produzir seus próprios anticorpos no final da gestação. No nascimento, há declínio do IgG materno. [Parênteses] A vacina antitétano protege a criança em 100% dos casos. Inibe o tétano neonatal (mal dos 7 dias). Quando a criança nasce, ela possui anticorpos que representam o repertório materno. Contudo, o anticorpo tem uma meia vida de 21 dias. Quando a criança chega aos 3 meses, ela tem um nível muito baixo de anticorpos maternos. Nessa fase, a criança começa a sua fase de maturação, quando apresenta quadros infecciosos por Haemophilos/pneumococos/meningococos e faz anticorpos contra esses microorganismos. [Parênteses] A criança RN é susceptível a bactérias gram-negativas porque o combate a esses microorganismos depende muito de IgM e complemento; como a criança não produz IgM adequadamente e tem déficit de 50% no complemento (e só tem IgG da mãe), há dificuldade no combate a esses microorganismos. Para um indivíduo chegar ao nível de IgG que a mãe tinha, demora cerca de 12 anos. A criança nasce com 10% do IgM e praticamente sem IgA (que vem através da amamentação). Aos 12 anos que esses anticorpos chegam a 100%. A defesa contra pneumococo é difícil porque ela é recoberta por lipopolissacarídeos. A criança faz Diogo Araujo – Med 92 pneumonia por pneumococo porque ela não tem defesa. E o adulto, porque existem muitos sorotipos. (VER O RESUMO DAS IDADES COM A TRANSCRIÇÃO DO TECH!) A mãe, ao entrar em contato com o microorganismo por via oral ou respiratória, faz com que esse microorganismo seja captado pelas células M do TLAM formação de plasmócito produção de IgA para proteção de mucosa. Mas esse IgA também vai para o leite materno. As proteínas necessárias para a criança estão presentes no leite materno. Uma criança que recebe leite de vaca nas fases iniciais da vida tem chance de desenvolver alergia às proteínas do leite de vaca. Isso porque as junções de oclusão entre os enterócitos são frouxas nos RN. O leite materno é fundamental (ideal) para a criança até os 3 meses de idade. O leite materno possui uma série de substâncias que são antimicrobianos. Lactoferrina – Mata bactérias IgA Lisozima – possui mesmo papel que a penicilina, quebrando parede bact Fibronectina – atua como opsonina, facilitando fagocitose Possui substâncias antiinflamatórias: Prostaglandinas citoprotetoras Fatores de crescimento Resumindo: há fatores antimicrobianos, antiinflamatórios e imunomoduladores. Diogo Araujo – Med 92 Na gestação, a mãe fica mais susceptível a doenças (candidíase, malária [o risco de morte da gestante primo infectada por essa doença é alto]). O número total de leucócitos na gestante aumenta. Isso se dá às custas do aumento de neutrófilos. Os linfócitos tendem a cair devido à necessidade de imunossuprimir para manter a criança. A grávida tende a aumentar a resposta inata e reduzir a resposta adquirida. Aumento de monócitos e granulócitos e redução de células T. A pele do idoso é fina e frouxa. Susceptível a lesões. O sistema de fagócitos nos idosos está deprimido. Os mecanismos de imunidade inespecífica estão deficientes. A tosse do idoso é fraca, porque não tem musculatura adequada. Paciente idoso homem faz estase de urina por hipertrofia de próstata, com maior incidência de infecções urinárias. A imunidade em indivíduos idosos de 100 anos em relação aos de 60 anos é menor. Vemos que o número de linfócitos (cd4 e cd8) cai com a idade. Com relação aos linfócitos de memória, ele perde linfócitos de memória e aumenta o número de linfócitos virgens. Ou seja, se o idoso entrar em contado com o antígeno, ele deverá fazer todo o processo de proteção por não ter memória. Por isso, a vacinação em idosos é importante. Ela aumenta a população de memória e reduz a população virgem de linfócitos. Contudo, o idoso pode não responder à vacina. Por isso, às vezes, mesmo quando se toma a vacina, é possível que o idoso tenha a doença (de forma mais leve). A função de linfócitos no idoso é pior do que na criança. As infecções de criança geralmente é causada por microorganismos que dependem de anticorpo. No idoso, as infecções são causadas por microorg que dependem de linfócitos T. Um dos testes que se faz para realizar a função linfocitária é in vitro ou o ppd. Diogo Araujo – Med 92 In vitro, utiliza-se mitógenos que agem no CD3 e estimulam a cascata de sinais intracelulares. Assim, há mitose. Os linfócitos, no idoso, diminuem em número e em função. Além disso, as citocinas (como a Il-2 e a il-6) também caem. A vigilância imunológica de células NK e de linfócitos também é importante para o controle de neoplasias. Quais são os fatores que levam ao aumento da mortalidade em idosos? - Queda da relação cd4/cd8 - Menor resposta linfoproliferativa - Presença de CMV - Baixa de células T cd8 - Baixa da expressão de fatores coestimuladores Triângulo de relação entre a imaturidade/senescência/gestante disfunção do sistema imunitário infecção. Imunidade Anti-TumoralProf. Imaculada Um umor é uma proliferação celular anormal, sem controle, autônoma, na qual as células reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em consequência de mudanças no s genes que regulam o crescimento e a diferenciação celulares. Uma célula passa a ser tumoral devido a vários fatores envolvidos (radiação, substâncias tóxicas). Esses fenômenos que fazem com que ela seja tumoral são cumulativos ao longo da vida. Ela entra em multiplicação. Quando essa célula não ultrapassa a membrana basal, ela é benigna. Contudo, quando rompe essa barreira, ela cai no interior de vasos sanguíneos e passa a fazer Diogo Araujo – Med 92 metástases. Alguns genes são importantes para a questão do desenvolvimento do tumor. Genes que estimulam a proliferação, gentes que suprimem a proliferação estão envolvidos e que determinam a morte celular estão envolvidos. A proteína p53 estimula o reparo do DNA. Ela para o ciclo celular até o DNA ser reparado. Se isso não acontece, ela conduz a célula para a apoptose. Isso mantém a integridade do organismo. A célula tumoral sendo do próprio organismo induz resposta imunitária? Existem trabalhos que indicam que existe resposta imune anti-tumoral. Em um dos experimentos, retirava-se célula tumoral de um camundongo e injetava no mesmo animal, o tumor não se desenvolvia. Contudo, se essa célula fosse injetada em outro animal, o tumor se desenvolvia. Com isso, podemos dizer que o animal que tinha o tumor previamente possuía atividade imune contra o tumor. Para provar isso, colocaram células tumorais e linfócitos vindos de um outro animal que tivesse tumor. Com isso, eles viram que o tumor não se desenvolvia. Essa proteção imune é dada com especificidade e memória. Em outro experimento, o cientista induzia tumor em um ratinho a partir do uso de metil- colantreno. Depois, ao pegar células do tumor (sarcoma A) que estivessem mortas e ao inocular em outro animal, o animal não desenvolvia tumor, mas desenvolvia defesa. Em uma segunda exposição com células vivas, não havia desenvolvimento do tumor. Mas se colocassem células vivas de um sarcoma B, o tumor se desenvolvia. Logo, concluíram que a proteção conferida pelo sistema imunológico contra o tumor tinha caráter específico. Se existe resposta imunitária contra o tumor, por que ele se desenvolve? O tumor é um equilíbrio entre a defesa do hospedeiro e a capacidade de proliferação do tumor. Diogo Araujo – Med 92 Porque o sistema imunitário reage às células tumorais originadas do próprio organismo? Produção de moléculas em quantidade maior ou de maneira modificada na superfície das células. Quando existem proteínas mutadas na superfície da célula (mesmo sendo pertencentes ao próprio), por serem diferentes do próprio, acabam deflagrando a resposta imune contra elas. Mutação de proteínas, expressão dos oncogenes e genes supressores de tumor mutados, expressão exacerbada de proteínas próprias e infecção por vírus oncogênicos (como o vírus da hepatite, HPV, Epstein Barr [linfoma de Burkitt]) pode fazer com que proteínas anormais sejam apresentadas para os linfócitos T CD8, gerando resposta imune. As moléculas aberrantes presentes nas células tumorais servem durante o diagnóstico clínico/laboratorial. Algumas são muito importantes: - PSA porteína propria do organismo mas que, quando há transformação neoplásica em próstata, há aumento de sua quantidade circulante. - Proteínas pertencentes ao Epstein Barr para diagnóstico do linfoma. Pode ser que o indivíduo tenha a proteína, mas não possua a doença. É importante a análise/interpretação dos dados. Alfafetoproteína tumores de fígado (carcinoma); cerca de 70% dos indivíduos com tumor de fígado possui AFP elevada. Hepatite pode elevar também. Antígeno “carcinoembriônico” servem para o diagnóstico de câncer (como colorretal, pancreático, mama; em situações não neoplásicas, como na policistite e no enfisema pulmonar, podem apresentar CEA elevado). Utilizado para o acompanhamento do paciente pós-tratamento (follow up). Quais são os mecanismos de defesa utilizados pelo sistema imune na defesa contra a célula tumoral? Da imunidade inata: - O macrófago pode fagocitar restos e células tumorais. - Célula NK: por muito tempo, pensou-se que ela faria vigilância do tumor. Contudo, viram que, em indivíduos (que nasceram) com deficiência de células NK, o indivíduo não Diogo Araujo – Med 92 desenvolvia mais tumor. Isso porque são múltiplos os mecanismos que atuam na defesa contra o tumor e é possível que o indivíduo tenha morrido antes de as lesões cumulativas resultarem em tumor. - Citocinas, como interferon, seriam importantes, porque ativam macrófago. - Fator de necrose tumoral: paciente com infecção sobre o tumor teve redução do tumor. Citocina que tem ação direta na destruição da célula tumoral. Macrófago e linfócito T CD4 o produzem. Da imunidade adaptativa: - Anticorpos: poderia facilitar fagocitose; ativar complemento; facilita destruição do tumor por célula NK; - Linfócito CD4: ativa macrófago e linfócito T CD8; - Linfócito CD8: seria a célula do sistema imune mais importante contra a célula tumoral, porque atua diretamente sobre ela. A proteína mutada dentro de uma célula é processada pelo proteassoma e transferida (pela TAP) para o interior do retículo. Depois, acoplada ao CPH de classe I, há apresentação na membrana para o linfócito T CD8, estimulando resposta específica para a proteína mutada. Como o linfócito T CD4 ajuda o T CD8? A célula apresentadora de antígeno pode fagocitar a célula tumoral. Assim, ela passa a apresentar as proteínas mutadas no CPH de classe II, o que ativa o linfócito T CD4. Esse linfócito produz citocinas que ativam o linfócito T CD8. Esse linfócito ativado ataca a célula tumoral. As células tumorais, ao começarem a se desenvolver, podem ser contidas pelo sistema imunitário. Provavelmente, isso acontece durante todo o tempo. Contudo, se ela consegue driblar esses mecanismos, a célula pode sobreviver. Quais são os mecanismos de defesa que fazem o escape do tumor? - O linfócito Treg pode impedir as células de conter o tumor; [Parênteses] Imunodeficiência de outras áreas da imunidade (além da célula NK) propicia o aparecimento de ALGUNS tumores. Indivíduos com SIDA tem maior chance de desenvolvimento Diogo Araujo – Med 92 de sarcoma de Kaposi, linfoma de linfócitos B e carcinoma cervical. - Pode ser que o tumor seja benigno e seja reconhecido pelo sistema imune como algo próprio. Assim, ele pode crescer; - A presença de muco ao redor da célula/tumor; - Não expressão de CPH; - Variação de antígeno que ela expressa e que faz o reconhecimento do sistema imune; - Produção de citocinas imunossupressoras (IL-10, TGF-beta); - Remover o CPH de classe I da superfície celular, o que diminui a destruição pelo linfócito T CD8, mas facilita a morte pela célula NK. - Falta de molécula coestimulatória; - Falta do TAP. [A presença de linfócitos infiltrando o tumor é um bom prognóstico] 1 – Falha no reconhecimento - Redução da expressão de cph de classe I - Eliminação de moléuclas do cph i - Defeito no processamentoe apresentação de antígeno[perda de expressão de antígeno tumrais - Modulação negaitva de receptores de ativação de linfócitos Nk 2 – resistência à desturição - Expressão de proteínas inibitórias - Epxressão deeliberação de falsos receptores para lnfócitos citotóxicos - Defeito no processo de sinalização pelos receptores citotóxicos 3 – depressão da resposta do sistema imunitário Diogo Araujo – Med 92 - Acaode linfócitos surpressores;regularodres - Secresção de citocinas imunossupressoras - Exresse oxidativo e produção de radicais de oxigêncio - Imunossenescência - Processo inflamatório crônico (facilita mutação) Possíveis condutas em pacientes de câncer - Extirpação cirúrgica - Quimioterapia - Radioterapia - Imunoterapia A imunoterapia pode se basear em: - Estimulação nao específica do sistema imunitário: por exemplo, administrar BCG contínua no paciente, a fim de estimular inespecificamente o sistema imunitário; - Vacinas (profilaxia) contra os antígenos tumorais: vacina da hepatite e do HPV; - Aumento da resposta imune por coestimuladores e citocinas: citocinas (IL-2; IFN gama; TNF; IL-12; GM-CSF) e transfecção de genes de citocinas. - Aumento da imunogenicidade do tumor, transfectando genes de B7 e il-2 para ver se havia maior coestimulação e ataque contra o tumor; - Imunoterapia passiva: o Terapia celular: linfócitos específicos para o tumor seriam retirados e, in vitro, seriam estimulados por citocina. Linfócitos infiltrados no tumor também poderiam ser ativados. o Anticorpos anti-tumor: linfócitos isolados e ativados in vitro, transferidos para o indivíduo e produção de anticorpos contra o tumor. Anticorpos contra CD20 em linfomas de células B é atualmente utilizado na prática clínica. Diogo Araujo – Med 92 SIDA Prof. Imaculada O quadro da SIDA se desenvolve (10 a 15) anos depois da infecção e fase aguda da doença. Existe uma fase de latência que segue a fase aguda. Depois, quando em SIDA, o paciente necessariamente, para ser diagnosticado assim, deve apresentar infecções oportunistas: toxoplasmose cerebral, criptosporidiose, tuberculose por mycobacterium atípico (e não patogênico em indivíduos normais). Na SIDA, podem acontecer alguns tipos de tumores típicos de pacientes com essa síndrome, como o linfomas (inluindo o linfoma de células B associado ao vírus Epstein Barr), sarcoma de Kaposi, carcinoma cervical. Existe também um quadro de encefalopatia e de perda ponderal. Possibilidades de contaminação: - Transfusão de sangue e transplante de órgãos (100%) - Relações sexuais sem preservativos (HH 1%; HM 0,1%; MM 0,05%) - Compartilhamento de agulhas - Amamentação (30-40%) - Infecção da criança no parto (10-30%) - Punção acidental ocupacional (0,03 a 0,05%) O material genético do vírus é uma dupla fita de DNA. Transcriptase reversa, protease e integrase são enzimas importantes na integração do material genético no hospedeiro. As proteínas p24 e p17 são utilizadas na sorologia/diagnóstico. O vírus é envolvido por uma dupla camada lipídica, vinda da célula que infectou inicialmente. Existem glicoproteínas (gp120 e gp41) nessa bicamada lipídica. Essas moléculas determinam a célula alvo do vírus e, assim, eles se ligam principalmente a células do sist imunitário. O gp120/41 se liga ao CD4, causando uma mudança conformacional nas gps. Assim, o gp 41 consegue se ligar Diogo Araujo – Med 92 ao receptor de quimiocina (CCR5/CXCR4). O peptídeo de fusão (whaaat?), que parece ser resultado da conexão entre o gp41 e o receptor de quimiocina, se insere na membrana do linfócito T, havendo fusão das membranas e inserção do material genético viral. Monócitos e células dendríticas também expressam pequenas quantidades de CD4. A gp120 se liga ao CD4 da célula-alvo. A gp41 se liga ao receptor de CCR5/CXCR4, com fusão. O nucleocapsídeo, contendo o genoma viral e enzimas, entra na célula. O genoma viral e as enzimas são liberadas após a remoção das proteínas do nucleocapsídeo. A transcriptase reversa catalisa a transcrição reversa do RNA de fita simples formando híbridos RNA-DNA. O RNA original é parcialmente degradado por ribonuclease seguindo-se da síntese de uma segunda fita de DNA, o que dá origem ao DNA de dupla fita. O DNA viral se transloca para o núcleo e se integra ao DNA da célula por meio da integrase viral. Como o vírus insere seu material genético no genoma humano, é muito difícil combater a proliferação do vírus. Além disso, o vírus sofre mutações constantemente. O que faz com que o vírus produza novas partículas? As citocinas (principalmente a interleucina 2) estimulam o DNA viral a formar novas partículas virais. A Il-2, que é produzida pelo linfócito ao entrar em contato com o antígeno, acaba estimulando o promotor (LTR) do gene da própria IL-2 (que é do mesmo tipo que o promotor do gene viral). Ele ativa o maquinário celular, produz mais RNA e proteínas virais, formando novas estruturas virais (com capsídeo e material genético) que são envelopadas ao sair da célula. Um dos mecanismos de destruição do linfócito é o fato de destruir a membrana ao saírem milhares de partículas virais. Partículas virais e células infectadas podem entrar em contato com tecido de um outro indivíduo. Lesões de continuidade podem facilitar a entrada do vírus. As células dendríticas podem captar os vírus da mucosa. Dentro da mucosa, a célula dendrítica passa o vírus para os linfócitos, que se multiplicam rapidamente e são destruídos no local de entrada. A célula dendrítica vai para os órgãos linfáticos, espalhando o vírus para outros linfócitos. Nesse local, há indução de resposta imune, com a formação de anticorpos e ativação de linfócitos T CD8. Diogo Araujo – Med 92 Ao longo do tempo, há destruição do tecido linfático. Após a infecção, há um pico de viremia (3 a 6 semanas depois), o que coincide com a fase aguda da doença. Nessa fase, há uma queda acentuada dos linfócitos T CD4 (linfopenia). Depois, há queda da viremia (principalmente pela ação do CD8) e início da subida do T CD4, devido aos estímulos para resposta imune. Nessa fase, pode ser que haja até certa linfocitose, por aumento dos CD8 circulantes. Posteriormente, os linfócitos T CD4 tendem a voltar para níveis normais, mas vão decaindo lentamente ao longo do tempo. Anos depois, podem se instalar as infecções oportunistas. Como o sistema imune tenta fazer defesa contra o vírus? Através da produção de anticorpos contra o vírus e a partir da ação dos linfócitos T CD8. Os linfócitos T CD8, ao combaterem o vírus, acabam matando os linfócitos T CD4. Os anticorpos atuam neutralizando o vírus e impedindo a entrada em outras células. Há ainda outros mecanismos, como a célula NK e a produção de interferon, que podem inibir a progressão viral. A imunidade contra o vírus: - é incapaz de eliminar o vírus (já que ele se insere no DNA); - não é capaz de evitar reinfecção; - apesar de intensa resposta de linfócitos B e T, o vírus continua depletando linfócitos T CD4; - Pode ocorrer superinfecção com outros isolados do vírus; - Infecções mistas geram recombinações entre isolados. Existe imunidade, mas não é protetora e sim mantenedora do quadro. Estratégias de escape do vírus: Diogo Araujo – Med 92 - Motação induzida pela pressão seletiva escape da imunidade humoral e celular; - Reservatórios latentes infecção não produtiva em células de longa vida; - Depleção seletiva de linfócitos T CD4 (especialmente os clones específicos para o vírus) mantém o vírus - Infecção do timo reduz a renovação de linfócitos T; - Infecção de células apresentadoras de antígeno reduz ativação de linfócitos; - Modulação negativa de CPH I nas células infectadas reduz a ação de linfócitos T citotóxicos. Como o vírus agride o sistema imunitário? - Destruição de CD4 infectados durante a replicação viral; - Desturição de CD4 infectados por CD8; - Destruição de CD4 não infectados por CD8; - Formação de sincícios (linfócitos se juntame, por estarem com membranas ligadas, são destruídos); - Comprometimento funcional das células apresentadoras de antígenos. A grande consequência é a imunodeficiência. Existem indivíduos controladores do vírus e os não progressores. Os controladores são aqueles que não são infectados por algum motivo. Isso pode acontecer por mutações em proteínas envolvidas na entrada do vírus no organismo. Os não-progressores são aqueles que têm resposta eficiente e convivem por muito tempo com a infecção. Isso pode acontecer por ação forte de células NK, por exemplo. Os linfócitos T CD8 também podem ter função forte e melhorar a progressão da doença. Menor resposta de linfócitos T regulatórios. Os não-progressores são aqueles que são infectados por mais de 10 anos, mas mantém baixa viremia e altos números de CD4. A reposta CD8 é forte. Diogo Araujo – Med 92 O tratamento antirretroviral se baseia nas enzimas de entrada do vírus na célula: integrase, protease e transcriptase. A meta é impedir a fusão e a inserção do material genético. Múltiplos paradigmas nas doenças alérgicas Prof. Eduardo Tosta Um paradigma é uma representação de um padrão a ser seguido. Como um paradigma adotado influencia a doença? O paradigma direciona a pesquisa básica (fisiopato, imuno, farmaco), a pesquisa aplicada (diagnóstico, clínica, tratamento) e as condutas adotadas (prevenção, prognóstico) em relação à doença. O paradigma influencia a evolução da doença e até a vida do paciente. Qual o paradigma adotado para explicar as doenças alérgicas? Doenças alérgicas são causadas pela ação de células e moléculas. A partir da entrada de um antígeno (alérgeno), há produção de anticorpo contra ele (IgE). Esse IgE se liga a receptor de alta afinidade na superfície de mastócitos e basófilos. Quando isso acontece, os mastócitos e basófilos se tornam sensibilizados. Quando há reexposição ao alérgeno, aí sim há ligação com o IgE na superfície das células, de modo que aumenta permeabilidade da membrana, com liberação de histamina e leucotrienas. Assim, forma-se uma doença alérgica. A resposta imune que leva à alergia possui duas etapas: a indutora, em qu eo alérgeno se liga aos lifócitos B, que são sensibilizados por células Th2, secretam citocinas, tornam-se plasmócitos secretores de IgE. Essa IgE vai para a membrana dos mastócitos/basófilos e se liga aos receptores de alta afinidade; e a fase efetora, em que o alérgeno se liga ao IgE na membrana dos mastócitos/basófilos e promove a desgranulação. Diogo Araujo – Med 92 Antigamente, quando soro de cavalo era injetado nos indivíduos (como terapia para tratamento de picadas de cobra, por exemplo), havia formação de anticorpos contra as proteínas exógenas. Então, depositavam-se imunocomplexos nos vasos do indivíduo, causando uma doença do soro tardia. Contudo, numa segunda exposição ao soro, a reação do sistema imune e a formação da doença eram imediatas. Alergia = outro trabalho. Isso porque a alergia é uma alteração da reatividade imune. Efeitos da alergia: broncoespasmo, exudação de plasma, secreção de muco, mudanças estruturais, AHR. A célula central da alergia é o mastócito. Obs: quando o antígeno se liga aos IgEs na superfície do mastócito, ele tem necessariamente de se ligar a 2 IgEs. Até hoje, são conhecidos 58 mediadores produzidos por mastócitos. Hoje, sabe-se que a interleucina 33 produzida por células epiteliais lesionadas (por infecções virais, alérgenos, inflamação) tem efeitos pró-alérgicos, como a ativação de células dendríticas, mastócitos, células Th2, macrófagos (que ativam eosinófilos) e mastócitos. Anafilaxia perda de consciência, inchaço da língua e glote, vermelhidão. As dermatites de contato são causadas por intermédio de células T. Por que, apesar de termos contato constante com material potencialmente alergênico, nem todos desenvolvem alergias? Existe uma condição geneticamente existente chamada atopia. Defende-se que exista uma falha durante a formação da resposta imune contra o antígeno, de modo que há um desvio para a formação de linfócitos Th2, que é ativador da produção de IgE, de células com mediadores de alergia, etc. Postula-se que a microbiota intestinal participe da regulação da resposta imune, à medida que Diogo Araujo – Med 92 eles são expostos ao nosso sistema imune e desencadeiam a produção de IgA para proteção de mucosas. Os alvos terapêuticos nas alergias são, basicamente, vias em que há envolvimento das moléculas causadoras da alergia. O paradigma biológico das doenças alérgicas é necessário porque blá. ANSIEDADE X ALERGIA Ansiedade catecolaminas e cortisol aumental il-12, com baixa de células dendríticas e macrófagos diminui Th1 e aumenta Th2 reação alérgica Imunodeficiências Dra. Valéria Botan O que são imunodeficiências? Seria um déficit ou ausência do funcionamento do sistema imune. Aumento de frequência de infecções é igual a imunodeficiência? Não. Porque existem particularidades que favorecem as infecções, como particularidades anatômicas, estresse, desnutrição, exposição aumentada a agentes infecciosos, presença de corpos estranhos no organismo (catéteres, válvulas), alterações tegumentares (eczema, doença dos cílios imóveis, alteração da microbiota por uso de antibióticos), uso de medicamentos (imunossupressores, antibióticos, quimioterápicos). Todo imunodeficiente tem aumento do número de infecções, mas o inverso não é verdadeiro. Como são classificadas as imunodeficiências? - Congênitas (primárias, com um defeito genético); - Secundária a alguma doença (secundária a infecções, desnutrição, uso de medicamentos, neoplasias). As secundárias são mais comuns que as primárias, mas as primárias são mais comuns do que Diogo Araujo – Med 92 imaginamos. O tratamento das doenças secundárias se baseia no tto da causa base. Em alguns casos de imunodeficiência primária, o tto pode se dar com o transplante de medula. Quando se suspeitar que o aumento da frequênca de infecções pode ser devido à imunodeficiência? - Quando houver ausência de resposta ao tratamento de escolha; - Ausência de outras causas e recorrência de infecções; - Infecções por agentes oportunistas e que na populaçao em geral não causaria doença; - Infecção que, em geral, dá quadro agudo, mas que acaba se cronificando; - Cura incompleta entre os episódios; - Resposta incompleta ao tratamento; 10 sinais de alerta para imunodeficiências: - Duas ou mais pneumonias no último ano; - Quatro ou mais novas otites no último ano; - Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses; - Abcessos de repetição ou ectima (infiltrações da pele); - Um episódio de infecção sistêmcia grave (meningite, osteoartrite, septicemia); - Infecções intestinais de repetição/diarréia crônica/giardíase; - Asma grave, doença do colágeno ou doença auto-imune; - Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por Micobactéria; - Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada a imunodeficiência; - História familiar de imunodeficiência. O que determina a gravidade das imunodeficiências primárias? Depende do nível de comprometimento dos elementos do sistema imunitário. Diogo Araujo – Med 92 Na árvore de formação das células do sistema imune, quanto mais próxima da célula tronco for o comprometimento, maior será a gravidade da doença. O que causa as imunodeficiências primárias? - Defeitos no desenvolvimento dos linfócitos; - Defeitos no processo de ativação dos linfócitos (sinalização, receptor, citocina); - Defeitos na regulação