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* Leishmanioses Parasitologia UnB Rodrigo Gurgel Gonçalves Epidemiologia e vetores de Leishmania spp. * Perguntas Como definir as leishmanioses? Quais são as fases de desenvolvimento de Leishmania? Como as leishmanioses podem ser classificadas quanto aos agentes etiológicos e manifestações clínicas? Como pode ser realizado o diagnóstico dessas doenças? Como é realizado o tratamento das leishmanioses? * Novas perguntas Onde as leishmanioses estão distribuídas? Qual a situação epidemiológica das leishmanioses no Brasil? E no DF? Quais fatores estão associados com a transmissão? Quem são e como vivem seus vetores? Quais são as medidas de controle e vigilância das leishmanioses? Quais são as medidas profiláticas dessas doenças? * Leishmaniose Tegumentar (LT) >5 mil 20 a 30 mil/ano 700 mil a 1,5 milhões de novos casos/ano Alvar et al. (2012) Distribuição geográfica das Leishmanioses * LT no Brasil Taxa de incidência média (2000-2010) de leishmaniose tegumentar americana Região Amazônica Karagiannis-Voules et a. (2013) PLoS Negl Trop Dis * 1994 a 2007: média de 29.150 casos de LT. BRASIL: CASOS DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - 1980 A 2007 * Número de casos de LTA por Unidade da Federação. Brasil, 2007-2010 Leishmaniose Tegumentar Americana/Regiões (Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net) Gráf1 3764 3875 6810 1711 14303 1736 2007 Plan1 Região N NE SE CO S % 20.2 47.4 24.3 8 0.1 Região N NE SE CO S % 40 33.3 8.3 16.3 2.1 RO 3764 AC 3875 AM 6810 RR 1711 PA 14303 AP 1736 TO 2007 Plan1 % Plan2 % Plan3 * LTA- Epidemiologia Três padrões epidemiológicos : Silvestre - zoonose de animais silvestres. Ocupacional e Lazer - atividades agropecuárias, treinamentos militares e ecoturismo. Rural e periurbano em áreas de colonização - ocupação de encostas e aglomerados em centros urbanos associados a matas residuais. * 10 casos autóctones Dados sugerem transmissão peri/intradomiciliar Ocorrência de vetores em São Sebastião, Gama e Planaltina Sinantropia dos vetores LT no DF Leishmaniose Tegumentar (2012) SES/DF 48 casos confirmados 4 autóctones Casos registrados desde a década de 1980 * Brasil - 2003- 2007 - 95% de todos os casos registrados nas Américas. LV- Epidemiologia 200.000 – 400. 000 casos/ano no mundo (Alvar et al. 2012). * (http://new.paho.org/leishmaniasis) Expansão da Leishmaniose Visceral no Brasil: 1960-2008 (SVS 2008) Mudança no padrão epidemiológico; Rural-----Urbano LV no Brasil * Taxa de incidência média (2000-2010) de leishmaniose visceral Região Nordeste e capitais Karagiannis-Voules et a. (2013) PLoS Negl Trop Dis; SVS (2015) LV no Brasil RO MS TO NE Em 2013: 3.253 casos, 53% no NE * Os cães têm importante papel na manutenção do ciclo doméstico da LV Cenário de transmissão - LV Ciclo silvestre Ciclo doméstico * Raposa Marsupial didelfídeo Reservatórios de L. infantum organismos que mantêm e favorecem a multiplicação do parasito Silvestres Ministério da Saúde, 2006. Domésticos * Fatores de risco: ação antrópica e domiciliação do vetor (Antonalli et al. 2007) E em SP? 1997-1999 * 1970-1997 1999-2004 2010 Fatores de risco: ação antrópica e domiciliação do vetor * Padrões epidemiológicos da LV Padrão Antigo: Ambiente de baixo nível sócio-econômico, meio rural e periferia das grandes cidades. Imperatriz - MA Assentamento Guaicurus, Bonito MS (Deane & Deane, 1962; Arias et al. 1996; Lainson & Shaw, 1996; Rangel & Lainson, 2003 Gontijo & Melo, 2004) Padrão Recente: Ambiente urbano (cidades de médio e grande porte). Belo Horizonte -MG Campo Grande - MS * Leishmaniose Visceral no DF Setembro 2005: 1º caso da doença no DF 2005 a 2012: 40 casos autóctones de Leishmaniose Visceral (4 óbitos) * * Ministério da Saúde recomenda a eutanásia dos cães com leishmaniose em Brasília – Nov/2008 Levantamento da Vigilância Ambiental do Distrito Federal (DF): 18% dos sete mil cães do Lago Norte estavam positivos Leishmaniose Visceral Canina no DF * Leishmaniose Visceral 4 óbitos 1 autóct. 15 Ras Casos autóctones nas áreas com maior número de cães positivos * Qual a importância de entender a biologia dos vetores de Leishmania? O que é um vetor? * Vetor – organismo que transmite o parasito entre dois hospedeiros. Vetor Biológico Mecânico Permite modificações /multiplicação do patógeno Apenas transporta o patógeno Artrópodes Moluscos * Quem são os artrópodes? Pernas articuladas + exoesqueleto de quitina (Filo Arthropoda) Classes Arachnida e Insecta Arachnida Insecta Duas regiões, adultos com 4 pares de pernas. Ordens de interesse: Scorpiones, Aranae e Acari Três regiões, 1 par de antenas e 3 pares de pernas. Ordens de interesse: Hemiptera, Diptera, Phthiraptera e Siphonaptera * Diptera Qual a importância dos artrópodes para a saúde pública? Doenças de notificação compulsória Portaria MS Nº 104, DE 25/01/2011. * Os vetores de Leishmania são ARTRÓPODES da classe INSECTA e ordem DIPTERA Todos possuem 1 par de asas desenvolvido e o outro par modificado (halteres). Porém qual deles é o flebotomíneo? Psychodidae (corpo com muitas cerdas) * 2 – 5 mm Cerdas longas muito numerosas Asas semi-eretas e lanceoladas Geral. Castanhos Cabeça: ângulo reto com o eixo do tórax * Importância médica Vetores Leishmania e de outros patógenos: Bartonella bacilliformis Phlebovirus Reação à picada: Eritema: 2 dias bactéria invade hemáceas (anemia) e células endoteliais (verruga peruana) Peru, Ecuador, Colombia Casos humanos com sintomas, porém potencial patogênico pouco estudado * Psychodidae: Flebotomíneos Cerca de 1000 spp. descritas, 269 no Brasil Nomes populares No Brasil: “Birigui”; “asa branca”; “asa dura” “mosquitos palha”; “cangalhinha”; “asa de palha”; “arrepiado” “tatuquira”. Em outros países : “sand flies” Phlebotomus ariasi Lutzomyia longipalpis (Young & Duncan, 1994; Galati, 2003; Andrade (com. pess.)) * Apesar de serem chamados de “mosquitos palha”; flebotomíneo não é mosquito!! Foto: IEC Fotos: Instituto Evandro Chagas (IEC) - PA Flebotomíneos Características morfológicas e biológicas muito distintas dos insetos da família Culicidae * Dimorfismo Sexual Extremidade posterior com terminália modificada (apêndices e ganchos) Extremidade posterior arredondada Abdome * Ciclo Biológico: flebotomíneos Holometábolos 14-19 dias 8-9 dias 6-9 dias Necessidade de açúcar para ambos os sexos. Fêmeas necessitam de sangue (nutrição/ovos). 30 dias L. longipalpis 28-37 dias * Hematófagos (fêmeas) Flebotomíneos Comportamento alimentar * Hábitos crepusculares/noturnos Atividade de L. longipalpis (introdomicilio) na Ilha do Marajó-PA Comportamento alimentar * Habitats de flebotomíneos Buracos em troncos de árvores Tocas e cavernas calcáreas Diferente dos mosquitos, os criadouros não são “molhados”, ficam sobre o solo úmido Locais de descanso diurno: sombreados e úmidos Formas imaturas são terrestres: * Criadouros naturais Flebotomíneos * Dispersão de flebotomíneos flebotomíneos vêm das florestas: construção de casas distantes das matas (200-500m) * O que a academia pode fazer? Entender como, quando e onde está ocorrendoa transmissão: como é a dinâmica de transmissão das Leishmanioses no DF? PROGRAMA NACIONAL DE INCENTIVO À PESQUISA EM PARASITOLOGIA BÁSICA EDITAL nº 032/2010 Título do Projeto: “Biologia de tripanossomatídeos e seus vetores no Brasil central” Instituição: Universidade de Brasília - UnB Coordenador: Dr. Rodrigo Gurgel Gonçalves Valor total financiado pela CAPES: 500 mil reais em 4 anos * A No PNB e REBIO (Sobradinho): 20% dos mamíferos silvestres infectados por Leishmania L. braziliensis e L. amazonensis Ciclo silvestre Cães do entorno infectados por L. infantum Ciclo doméstico C D Resultados Cardoso et al. Parasites & Vectors 2015 * B C D Matas de galeria do DF: favoráveis para flebotomíneos. Presença de Ny. whitmani e Bi. flaviscutellata e ausência de L. longipalpis nas matas Próximos passos: determinação das taxas de infecção natural e espécies envolvidas nos ciclos silvestre e doméstico Nos condomínios: há a presença de L. longipalpis e Ny. whitmani Resultados Ferreira et al. (2014) * Medidas profiláticas Adotar o uso de repelentes e roupas fechadas (calças compridas, camisas de mangas compridas) quando em atividade na mata. Telar as casas Construção de boas casas à distância das matas (200-500m) Saneamento ambiental Manejo de galinheiros/canis Proteção dos cães Coleiras impregnadas com deltametrina (34 sem.) Vacinação * Controle da Leishmaniose Dificuldades Diversidade Criadouros? Eficiência do controle vetorial? Alta taxa de substituição de cães Tratamento ineficiente dos cães em estágio avançado da LVC Ação residual: 6-12 meses Uso de inseticidas Eutanásia/tratamento dos cães positivos Desafios Como? * Conclusões Evidências insuficientes da eficácia de drogas em função de limitações metodológicas dos estudos Não existe evidência sólida da cura parasitológica. Há recidivas em estudos de maior duração. Apenas um estudo indicou diminuição da infectividade para flebotomíneos (com cães tratados com antimoniato), porém não conclui se isso afetaria significativamente a transmissão para humanos Recomendação As drogas ainda não devem ser usadas como estratégia de controle da LVC ou LV no Brasil Brasília, 2015 Qual o problema de tratar os cães com glucantime? * Controle da Leishmaniose Canina: Eutanasiar, tratar ou proteger? 3. A proteção com vacinação e coleiras impregnadas, porém ainda faltam estudos para avaliar impacto na redução dos casos humanos e o custo ainda é elevado para aplicar em larga escala 1. A eutanásia é realizada há décadas e não resultou em sucesso no controle da LV 2. O tratamento reduz a carga parasitária, porém tem limitações Romero e Boalert (2010) Manna et al. (2008) Parra et al. (2007) Reithinger et al. (2004) * Controle de flebotomíneos/Leishmaniose ACABEM COM OS FLEBOTOMÍNEOS * Básica BRASIL. 2006. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 120 p. BRASIL. 2006. Leishmaniose Tegumentar Americana. Diagnóstico clínico e diferencial. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 136 p. GONTIJO, C.M.F. & MELO, M.N. 2004. Leishmaniose Visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Rev. Bras. Epidemiol. 7 (3): 338-349. Referências * * Tocas e cavernas calcáreas
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