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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO LICENCIATURA EM TURISMO SAQUAREMA - RJ CABO FRIO (RJ), A SÉTIMA CIDADE MAIS ANTIGA DO BRASIL E SEU ARCABOUÇO HISTÓRICO-CULTURAL FELIPE SOUSA DOS SANTOS; 18115100170 MARILIAS SOARES SALES UHLMANN; 18115100005 AD2 - FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO 12ABR2018 RESUMO Com base no Plano Diretor de Turismo, editado em 2001 e coordenado pela TURISRIO ( Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro) que privilegia a nossa região, resta-nos dialogar acerca dos descaminhos, inovação e, inadvertidamente, salta aos olhos a capilaridade do fenômeno “turismo” no ERJ ( Estado do Rio de Janeiro). Tal leitura nos concede o exercício da expertise e expansão de mente a qual postula a melhoria contínua e estimula o pensamento sistêmico. Mediante tantos impropérios, ainda existe salvação? Há alguma solução em curto, médio e longo prazos? Qual será o combustível necessário? Vamos lançar mão e refletir. Palavras-chave: Segregação espacial. Turistificação. Topofilia. Histórico-cultural. Carestia. INTRODUÇÃO Em primeira instância, a cidade de Cabo Frio está inserida na região denominada Costa do Sol - porém é comumente chamada de “Região dos Lagos” - pertencente ao Estado do Rio de Janeiro. Ademais, possui uma rica importância histórico-cultural e belezas naturais estonteantes. Em se tratando dos aspectos econômicos, socioculturais, ambientais e político-institucionais, como estamos? Diante disso, vamos dinamitar o senso comum e adotar caminhos alternativos com vistas a estabelecer críticas pontuais a fim de suscitar o debate. Sem esquecer, é claro, pois, do fomento ao turismo. DESENVOLVIMENTO Como pano de fundo, temos uma das mais belas praias da costa brasileira e grande responsável por alavancar a aceleração do crescimento, trazendo a reboque todo o poderio de hospedagem. Tal atividade estimula o urbanização turística e potencializa a migração, motivada pela violência oriunda dos grandes centros urbanos. A princípio, isso faz com que ela tenha que se reinventar em busca de atrair novos colaboradores. O Aeroporto Internacional de Cabo Frio, situado na Estrada Velha de Arraial do Cabo, s/n, Praia do Sudoeste - Cabo Frio - RJ torna-se um delimitador de águas ante o processo de turistificar. Inaugurado em 2007, foi crucial para fazer valer a “turistificação” e, não menos importante, encurtar distâncias. A bala de prata, literalmente, é o potencial turístico derivado das lutas e batalhas no período colonial. a qual foi palco de guerras intensas entre franco-tamoios contra portugueses e índios catequizados em longínquos 1575. Categoricamente, faz muitos anos. Imaginemos. Por oportuno, somente em 1615 a cidade foi fundada. Graças ao rei Felipe II em conjunto com Constantino Menelau, à época, governador do Rio de Janeiro, no qual este fora atribuída a árdua tarefa de visitá-la no ensejo de combater o invasão dos corsários. Em suma, nasce no ordenamento jurídico e político em 13 de novembro de 1615 com o nome de Nossa Senhora de Assunção de Cabo Frio. Ante o exposto, foi nas mãos de Estevão Gomes - primeiro governador de Cabo Frio - homem de muitas posses e detentor de escravos que se concebe a construção do Forte de São Matheus, obra finalizada em 1620. Trata-se de um geossímbolo e relevante cabedal histórico-cultural e, juntamente, alinhado às belezas naturais, infraestrutura satisfatória, modal de transportes à altura e clima hospitaleiro se fundamentam em peça-chave na transformação do turismo em curso. Para efeito de curiosidade, ela se enquadra como a mais populosa da Região dos Lagos, porque na última década vem crescendo em ritmo vertiginoso e avassalador. Dito isso, de acordo com pesquisas do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o balneário descoberto por Américo Vespúcio em 1503, hoje detém cerca de 216.030 habitantes ( população estimada 2017 - IBGE) e crescimento exponencial na ordem de 329%. Dentre os atributos, a cidade se destaca através da pesca, vestuário (moda praia), extração de petróleo, agricultura, agropecuária e artesanato. Os dados econômicos e sociais compreendem o Produto Interno Bruto (PIB): R$ 17.268.253 (estimativa IBGE 2017); Renda Per Capita: R$ 84.447,12 (ano de 2014); Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,735 - alto (PNUD - 2010). O apanhado “características geográficas” vislumbra a População: 216.030 Habitantes (Censo IBGE – 2017); Extensão Territorial: Aproximadamente 410.418 km²; Altitude: 4 Metros (acima do nível do mar); Densidade Demográfica: 453,75 hab/Km² (estimativa IBGE 2010); Distância da Capital: 155 Km; Temperatura: Média anual de 23°C; Clima: Tropical Marítimo. Tal boom populacional está intimamente ligado a proximidade com a capital fluminense e, cabe insuflar, se deveu também em função da bancarrota do governo do Estado, fazendo implicar sobremaneira no aumento dos índices de criminalidade e caos social. Nesse contexto, a maioria dos moradores da “cidade maravilhosa” e adjacências vêm com força para o litoral em tela. Como nem tudo são flores, chega a sexta-feira 13. Aliás, ela está mergulhada em corrupção e greves docentes, estas sempre objetivando melhores condições de vida e, certamente, a obtenção dos salários pagos em dia. Para ilustrar, recentemente a empresa Companhia de Serviços de Cabo Frio ( Comsercaf) responsável pela coleta de lixo cabofriense foi alvo da Polícia Federal por crimes contra a Administração Pública e encampou, assim, um rombo milionário aos cofres públicos. Espraia-se um desserviço à sociedade e, de maneira inequívoca, é corresponsável por lançá-la no limbo, por ora apresentado. Agora vamos para a visão Walt Disney, em especial, dos períodos de maior sazonalidade em que todo o litoral fica repleto de banhistas, ávidos para experienciar momentos de magia e liberação de “dopamina”. Quer dizer, algo absolutamente fundamental para a atividade atividade. Contudo, nesse ínterim de êxtase e deslumbramento, o “turismo receptivo” se divorcia do castelo de emoções. Ou seja, a crueza e as mazelas da comunidade local - fruto da especulação imobiliária e, em paralelo, a favelização - são esquecidas com suas entranhas e feridas em putrefação explicitadas. Na medida em que a cidade avança, as disparidades aumentam. Conforme supracitado, há o florescimento da “carestia” - em outras palavras, aflora o sentimento de não pertencimento do cabofriense - em relação a preços, ambiente mais elitizado etc. De fato, sentem-se como um estranho no ninho. Eis mais um salutar quesito “agenda de nação” a ser resolvida. É sabido que na alta temporada, as áreas litorâneas são invadidas por mineiros, hermanos e europeus, cuja objetivação é pedir aquela “caipirinha”, brindar entre amigos àbeira-mar e postar nas mídias sociais imprimindo, sem dúvida, a topofilia. Caminhando pela orla, percebe-se a preocupação da prefeitura municipal na preservação e conservação do meio ambiente, tanto os naturais quanto os artificiais em prol da maximização do marketing turístico. Nessa seara, há dois casos relacionados à matéria Fundamentos Geográficos do Turismo que merecem destaque, a saber: uma é a paisagem-marca, personificada pela presença de surfistas nas praias e, por último, alude-nos o fenômeno da territorialização, exemplificada pelos quiosques e barracas de praia - verdadeiros submundos e onde, em alguns casos, cada milímetro de praia e turistas são disputados ferozmente. Não raro, no cerne há brigas e desavenças, sempre motivados pelo capital e ganância. CONCLUSÃO Ao fim e ao cabo, é notória a capacidade do turismo de impulsionar a economia local e, dessa maneira, alterar a paisagem em que se encontra. Tendo em vista os fatos mencionados, vê-se a necessidade de construir pontes para o futuro e maximizar ações mais assertivas no sentido de dirimir as desigualdades sociais e, sobretudo ancorar no inconsciente coletivo o desejo de conservar e preservar o patrimônio histórico-cultural presente no espaço geográfico, de modo geral. Primordialmente, estamos atravessando o período pós-moderno e a chamada “quarta revolução industrial”. Por conseguinte, a modalidade incumbe estudar que avanços se deve realizar. Desse modo, emerge o mote do turismo sustentável e agregador. Portanto, é preciso pavimentar o caminho e aliar-se ao poder público, terceiro setor e a sociedade como um todo, bem como unir forças e pensar fora da caixa. Em síntese, poder-se-á despertar o turismo inclusivo, com menos segregação espacial e, decerto, com maior poder de propagação atingindo - o espírito democrático no tocante à Constituição Federal de 1988 - e, incorrendo, assim, aos direitos sociais preestabelecidos em nossa Carta Magna. REFERÊNCIAS: AEROPORTO INTERNACIONAL DE CABO FRIO (AICF). Histórico da entidade. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <https://www.aicf.com.br/>. Acesso em: 9 abr. 2018. BAIXAKI. Forte São Matheus - Cabo Frio - RJ. Cabo Frio, 2005. Disponível em: <https://img.ibxk.com.br/wpapers/BXK11492_forte-sao-mateus-cabo-frio800.jpg >. Acesso em: 11 abr. 2018. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). População. Brasília, 1937. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/cabo-frio>. Acesso em: 9 abr. 2018. INTER TV. G1. Escutas revelam esquema de funcionários fantasmas e fraude em licitações em empresa de coleta de lixo em Cabo Frio, no RJ. Cabo Frio, 2017. Disponível em:<http://revistacidade.com.br/wp-content/uploads/2016/02/praiadofortelotada-ZininhaAbre uFB.jpg>. Acesso em: 11 abr. 2018. INTER TV. G1. Professores de Cabo Frio, RJ, abrem processos administrativos e reivindicam pagamento de direitos. Cabo Frio, 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/professores-de-cabo-frio-rj-abrem-processos -administrativos-e-reivindicam-pagamento-de-direitos.ghtml>. Acesso em: 9 abr. 2018. OLIVEIRA, Nielmar de. AGÊNCIA BRASIL (EBC). MPRJ E PF fazem operação para prender presidente de autarquia de Cabo Frio. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/mprj-e-pf-fazem-operacao-para-prende r-presidente-de-autarquia-de-cabo-frio>. Acesso em: 9 abr. 2018. PREFEITURA DE CABO FRIO. História. Cabo Frio - RJ. [S.I]. Dísponível em: <http://cabofrio.rj.gov.br/historia> . Acesso em: 9 abr. 2018. VEJALAGOS. Número de habitantes cresceu 329% em Cabo Frio, diz IBGE. Região dos lagos, 2010. Disponível em: <http://www.cabofrioagora.com/2011/09/numero-de-habitantes-cresceu-329-em.html>. Acesso em: 9 abr. 2018. ZOTICH, Cristiane. REVISTA CIDADE. Hotelaria de Cabo Frio tem uma das piores temporadas dos últimos anos. Cabo Frio. 2016. Disponível em: <http://revistacidade.com.br/hotelaria-de-cabo-frio-tem-uma-das-piores-temporadas-dos-ultim os-anos/> Acesso em: 11 abr. 2018.
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