Buscar

Ensino Médio história e politica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP – SOROCABA/ PEDAGOGIA / DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO 
 
Material produzido pelo prof. João Henrique da Silva 
16 de março de 2018 
 
ENSINO MÉDIO: 
TRAJETÓRIA HISTÓRICA E A DUALIDADE EDUCACIONAL PRESENTE NAS 
DIFERENTES REFORMAS 
 
ANO LEGISLAÇÃO EMENTA/ASSUNTO PROPOSTAS OU 
CONSEQUÊNCIAS 
1931 Decreto 
19.890/1931 ou 
Reforma 
Francisco 
Campos 
Criação do Conselho Nacional de Educação e 
organização do ensino secundário e 
comercial. 
Art. 1.º O ensino secundário, oficialmente 
reconhecido, será ministrado no Colégio 
Pedro II e em estabelecimentos sob regime de 
inspeção oficial. 
Art. 2º. O ensino secundário compreenderá 
dois cursos seriados: fundamental e 
complementar. 
Modernização nacionalizada. 
Ela imprimiu organicidade ao 
ensino secundário por meio de 
várias estratégias escolares, 
como a seriação do currículo, a 
frequência obrigatória dos alunos, 
a imposição de um detalhado e 
regular sistema de avaliação 
discente e a reestruturação do 
sistema de inspeção federal. 
Desta forma, a cultura escolar 
definida pela reforma de 1931 
procurava produzir um habitus 
burguês nos estudantes 
secundaristas, a partir da 
educação integral e de práticas de 
disciplinamento e de autogoverno. 
1942 Decreto Lei n. 
4.244/1992. 
Lei Orgânica 
do Ensino 
Secundário 
ou Reforma de 
Gustavo 
Capanema 
Instituição da Educação secundária em 2 
ciclos (ginasial e colegial). 
 Art. 1º O ensino secundário tem as seguintes 
finalidades: 
 1. Formar, em prosseguimento da obra 
educativa do ensino primário, a personalidade 
integral dos adolescentes. 
 2. Acentuar a elevar, na formação espiritual 
dos adolecentes, a consciência patriótica e a 
consciência humanística. 
 3. Dar preparação intelectual geral que 
possa servir de base a estudos mais elevados 
de formação especial. 
 Art. 2º O ensino secundário será ministrado 
em dois ciclos. O primeiro compreenderá um 
só curso: o curso ginasial. O segundo 
compreenderá dois cursos paralelos: o curso 
clássico e o curso científico. 
Art. 18. Os programas das disciplinas serão 
simples, claros e flexíveis, devendo indicar, 
para cada uma delas, o sumário da matéria e 
as diretrizes essenciais. 
Reorganizou o ensino secundário, 
com o curso ginasial com quatro 
anos de duração, enquanto que o 
segundo curso, o colegial, 
subdividiu-se em clássico e 
científico, com três séries anuais 
cada. 
Estabeleceu um sistema paralelo 
de ensino, com formação 
profissional para os 
trabalhadores. 
Instituiu cursos profissionalizantes 
e formalizou a dualidade do 
ensino no país, legitimou um 
modelo de formação para aqueles 
que iriam conduzir a nação, e 
outro voltado para formação 
profissional, destinada aos que 
iriam impulsionar o processo de 
industrialização. 
 
 
1942-1946 Criação do 
Sistema S 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
(Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); 
Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço 
Nacional de Aprendizagem do Comércio 
(Senac). 
O sistema S é o conjunto de 
instituições assistenciais e 
educacionais, de caráter não 
governamental, administradas 
pelas entidades patronais dos 
setores da indústria, 
comércio, transporte e agricultura. 
O sistema S desenvolve 
atividades de formação 
profissional, educação formal, 
ação social e cultural. 
Subordinadas à Confederação 
Nacional da Indústria, outras a 
Federação do Comércio. 
Criado pelo Estado para manter 
um sistema de adequação da 
força de trabalho à nova exigência 
do capital. 
1961 Lei nº 
4.024/1961 
 Art. 34. O ensino médio será ministrado em 
dois ciclos, o ginasial e o colegial, e abrangerá, 
entre outros, os cursos secundários, técnicos 
e de formação de professores para o ensino 
primário e pré-primário. 
Art. 44. § 3º O currículo das duas primeiras 
séries do 1° ciclo será comum a todos os 
cursos de ensino médio no que se refere às 
matérias obrigatórias. 
Art. 47. O ensino técnico de grau médio 
abrange os seguintes cursos: 
 a) industrial; b) agrícola; c) comercial 
Equivalência total entre o ensino 
secundário e o ensino técnico-
profissional e normal. 
A integração do Ensino 
Fundamental e Médio não deu 
conta de romper com a dualidade 
da educação, mas avançou o 
caráter legal, que reconhecia a 
educação profissional como 
continuidade dos estudos 
posteriores ao Ensino 
Fundamental. 
 
1971/1982 Lei nº 
5.692/1971 
- 
Lei nº 
7.044/1982 
Art. 1º O ensino de 1º e 2º graus tem por 
objetivo geral proporcionar ao educando a 
formação necessária ao desenvolvimento de 
suas potencialidades como elemento de auto 
realização, qualificação para o trabalho e 
preparo para o exercício consciente da 
cidadania 
Art. 4º. 1º - A preparação para o trabalho, 
como elemento de formação integral do aluno, 
será obrigatória no ensino de 1º e 2º graus e 
constará dos planos curriculares dos 
estabelecimentos de ensino. 
§ 2º - À preparação para o trabalho, no ensino 
de 2º grau, poderá ensejar habilitação 
profissional, a critério do estabelecimento de 
ensino. 
Art. 17. O ensino de 1º grau destina-se à 
formação da criança e do pré-adolescente, 
variando em conteúdo e métodos segundo as 
fases de desenvolvimento dos alunos. 
 Art. 18. O ensino de 1º grau terá a duração de 
oito anos letivos e compreenderá, 
anualmente, pelo menos 720 horas de 
atividades. 
Art. 21. O ensino de 2º grau destina-se à 
formação integral do adolescente. 
Art. 22 - O ensino de 2º grau terá a duração 
mínima de 2.200 (duas mil e duzentas) horas 
de trabalho escolar efetivo e será 
desenvolvido em pela menos três séries 
anuais 
§ 1º - Quando se tratar de habilitação 
profissional, esse mínimo poderá ser ampliado 
pelo Conselho Federal de Educação, de 
acordo com a natureza e o nível dos estudos 
pretendidos. 
Tornou compulsória a educação 
profissional e consagrou o 
dualismo educacional, ao propor 
um ajuste à nova fase de 
desenvolvimento, pautado na 
lógica do capital financeiro, 
demandando mão de obra de 
nível técnico. 
Veio cumprir um duplo propósito: 
conter a demanda para o Ensino 
Superior, ampliada a partir da LDB 
de 1961 (BRASIL, 1961), e 
atender a solicitação por técnicos 
de ensino médio. 
 
Lei nº 7.044/1982, que extinguiu 
profissionalização compulsória, 
de modo que os cursos não 
profissionalizantes deveriam 
incluir as 2.200 horas como carga 
horária destinada totalmente à 
formação geral (BRASIL, 1982). 
 
1996 Lei 9.394/1996 
 
- 
Decreto no 
2.208/1997 
 
Art. 36. O currículo do ensino médio observará 
o disposto na Seção I deste Capítulo e as 
seguintes diretrizes: 
I – destacará a educação tecnológica básica, 
a compreensão do significado da ciência, das 
letras e das artes; o processo histórico de 
transformação da sociedade e da cultura; a 
língua portuguesa como instrumento de 
comunicação, acesso ao conhecimento e 
exercício da cidadania; 
§ 2o O ensino médio, atendida a formação 
geral do educando, poderá́ prepará-lo para o 
exercício de profissões técnicas. 
§ 3o Os cursos do ensino médio terão 
equivalência legal e habilitarão ao 
prosseguimento de estudos. 
§ 4o A preparação geral para o trabalho e, 
facultativamente, a habilitação profissional, 
poderão ser desenvolvidas nos próprios 
estabelecimentos de ensino médio ou em 
cooperação com instituições especializadas 
em educação profissional. 
Art. 42. As escolas técnicas e profissionais, 
além dos seus cursos regulares, oferecerão 
cursos especiais, abertos à comunidade, 
condicionada a matrícula à capacidade de 
aproveitamento e não necessariamente ao 
nível de escolaridade 
 
 
 
O Ensino Médio e Profissional, no 
contexto da década de 1990, 
vinculou a adequação das forças 
econômicas e políticas ao novo 
padrão de acumulaçãocapitalista, 
com implementação de reformas 
inovadoras que levaram em conta 
um padrão pautado na 
acumulação flexível. As reformas 
nessa etapa de ensino se 
mantiveram perfeitamente 
adequadas às exigências do 
capitalismo. 
Aprovada a Emenda 
Constitucional nº 14/1996 
(BRASIL, 1996), que retirou o 
caráter de obrigatoriedade da 
oferta de Ensino Médio pelo 
Estado. 
O Decreto nº 2.208/1997, ao 
separar a educação geral da 
educação profissional, interferiu 
de forma significativa na 
identidade do Ensino Médio 
(BRASIL, 1997). Potencializou-se 
a oferta de cursos básicos, sendo 
esses de caráter formativo 
profissional, sem qualquer 
vinculação com o conhecimento 
científico, como, por exemplo, 
cursos de padeiro, jardinagem, 
cabeleireiro, entre outros. 
Além de não possuírem 
articulação com o conhecimento 
científico, esses cursos não 
careciam de maiores 
investimentos e, por isso, eram 
oferecidos, em sua maioria, pela 
iniciativa privada. 
O referido Decreto regulamentou 
a educação profissional de nível 
técnico, estabeleceu o caráter 
independente e separado do 
Ensino Médio, tornando a 
educação profissional órfã do 
dever do Estado. 
O Sistema S poderia nortear a 
formação da classe trabalhadora, 
de acordo com seus interesses. 
Com a implementação da 
formação profissional separada 
da educação geral, reforçou-se 
a dicotomia entre o pensar e o 
fazer, levando os setores 
populares a serem obrigados a 
procurar a iniciativa privada para 
conseguirem uma qualificação 
profissional. 
2004 Decreto nº 
5.154/2004 
Art. 1o A educação profissional, prevista 
no art. 39 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
No lugar de uma formação mais 
completa, com integração entre 
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional), observadas as diretrizes 
curriculares nacionais definidas pelo Conselho 
Nacional de Educação, será desenvolvida por 
meio de cursos e programas de: 
 I - formação inicial e continuada de 
trabalhadores; 
II - educação profissional técnica de nível 
médio; e 
 III - educação profissional tecnológica de 
graduação e de pós-graduação. 
Art. 2º A educação profissional observará as 
seguintes premissas: 
 I - organização, por áreas profissionais, 
em função da estrutura sócio-ocupacional e 
tecnológica; 
 II - articulação de esforços das áreas da 
educação, do trabalho e emprego, e da ciência 
e tecnologia. 
III - a centralidade do trabalho como princípio 
educativo; e Incluído pelo Decreto nº 8.268, 
de 2014) 
IV - a indissociabilidade entre teoria e prática. 
(Incluído pelo Decreto nº 8.268, de 2014) 
Art. 4o A educação profissional técnica de 
nível médio, nos termos dispostos no § 2o do 
art. 36, art. 40 e parágrafo único do art. 41 da 
Lei no 9.394, de 1996, será desenvolvida de 
forma articulada com o ensino médio, 
§ 1o A articulação entre a educação 
profissional técnica de nível médio e o ensino 
médio dar-se-á de forma: 
 I - integrada, oferecida somente a quem 
já tenha concluído o ensino fundamental, 
sendo o curso planejado de modo a conduzir 
o aluno à habilitação profissional técnica de 
nível médio, na mesma instituição de ensino, 
contando com matrícula única para cada 
aluno; 
 II - concomitante, oferecida somente a 
quem já tenha concluído o ensino fundamental 
ou esteja cursando o ensino médio, na qual a 
complementaridade entre a educação 
profissional técnica de nível médio e o ensino 
médio pressupõe a existência de matrículas 
distintas para cada curso, podendo ocorrer: 
 a) na mesma instituição de ensino, 
aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; 
 b) em instituições de ensino distintas, 
aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; ou 
 c) em instituições de ensino distintas, 
mediante convênios de 
intercomplementaridade, visando o 
planejamento e o desenvolvimento de projetos 
pedagógicos unificados; 
 III - subsequente, oferecida somente a 
quem já tenha concluído o ensino médio. 
 
ciência, cultura, trabalho e 
tecnologia, o Decreto nº 
5.154/2004 correspondeu à 
hegemonia dos grupos 
conservadores, que clamavam 
pela não revogação do decreto 
anterior. Esses grupos 
conseguiram legitimar seus 
interesses, dada a continuidade 
de uma educação atrelada às 
demandas do processo produtivo, 
garantidas com a consolidação 
desse novo decreto. 
 
2006 Decreto n. 
5.840/2006 
Art. 1o Fica instituído, no âmbito federal, o 
Programa Nacional de Integração da 
Educação Profissional à Educação Básica na 
Modalidade de Educação de Jovens e 
Adultos - PROEJA, conforme as diretrizes 
estabelecidas neste Decreto. 
§ 1o O PROEJA abrangerá os seguintes 
cursos e programas de educação profissional: 
I - formação inicial e continuada de 
trabalhadores; e 
II - educação profissional técnica de nível 
médio. 
§ 2o Os cursos e programas do PROEJA 
deverão considerar as características dos 
jovens e adultos atendidos, e poderão ser 
articulados: 
I - ao ensino fundamental ou ao ensino médio, 
objetivando a elevação do nível de 
escolaridade do trabalhador, no caso da 
formação inicial e continuada de 
trabalhadores, nos termos do art. 3o, § 2o, do 
Decreto no 5.154, de 23 de julho de 2004; e 
II - ao ensino médio, de forma integrada ou 
concomitante, nos termos do art. 4o, § 1o, 
incisos I e II, do Decreto no 5.154, de 2004. 
§ 3o O PROEJA poderá ser adotado pelas 
instituições públicas dos sistemas de ensino 
estaduais e municipais e pelas entidades 
privadas nacionais de serviço social, 
aprendizagem e formação profissional 
vinculadas ao sistema sindical (“Sistema S”), 
sem prejuízo do disposto no § 4o deste artigo. 
O fato, porém, é que, de forma 
singular para a classe 
trabalhadora, o direito ao trabalho 
na sua perspectiva econômica 
configura a profissionalização de 
jovens como uma necessidade. 
Por outro lado, a EJA continua 
sendo predominantemente 
reparadora da negação do direito 
à educação básica àqueles que a 
ela não tiveram acesso ou não 
permaneceram em idade 
considerada apropriada. 
Quando profissionalizante, 
justamente por estar combinada 
com essa negação, a educação 
de jovens e adultos está sempre 
no limite de se fazer substitutiva 
desse direito. 
Não é suficiente uma política de 
educação que limite a EJA aos 
cursos e aos exames supletivos, 
cujo objetivo vise exclusivamente 
à conclusão das etapas da 
educação básica e não à plena 
formação dos sujeitos. No mesmo 
sentido, não se pode admitir que a 
educação profissional seja 
planejada e desenvolvida para 
atender às necessidades 
identificadas no mercado de 
trabalho, tendo em vista, antes de 
tudo, os interesses da produção e, 
só depois, os interesses dos 
trabalhadores. Essa abordagem 
coloca os trabalhadores como 
objetos da produção e do 
mercado de trabalho, 
contrariamente ao compromisso 
ético-político de se resgatar a 
centralidade dos sujeitos no 
processo educativo. Sujeitos 
esses concretos, que têm o direito 
de se apropriar dos 
conhecimentos produzidos pela 
humanidade e produzir cultura, no 
sentido 
não de se adequarem à realidade 
dada, mas de compreendê-la, 
apropriar-se de seus potenciais e 
transformá-la. Espera-se que um 
projeto educacional com esses 
princípios pode estar 
comprometido efetivamente com 
a superação das desigualdades e 
das injustiças sociais. 
2008 Lei nº 
11.892/2008 
Art. 1o Fica instituída, no âmbito do sistema 
federal de ensino, a Rede Federal de 
Educação Profissional, Científica e 
Tecnológica, vinculada ao Ministério da 
O princípio da proposta 
pedagógica dos Institutos 
Federais é a oferta de educação 
básica, especialmente com cursos 
Educação e constituída pelas seguintes 
instituições: 
I - Institutos Federais de Educação, Ciênciae 
Tecnologia - Institutos Federais; 
II - Universidade Tecnológica Federal do 
Paraná - UTFPR; 
III - Centros Federais de Educação 
Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - 
CEFET-RJ e de Minas Gerais - CEFET-MG; 
IV - Escolas Técnicas Vinculadas às 
Universidades Federais; e (Redação dada 
pela Lei nº 12.677, de 2012) 
V - Colégio Pedro II. (Incluído pela Lei nº 
12.677, de 2012) 
Parágrafo único. As instituições mencionadas 
nos incisos I, II, III e V do caput possuem 
natureza jurídica de autarquia, detentoras de 
autonomia administrativa, patrimonial, 
financeira, didático-pedagógica e 
disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.677, 
de 2012). 
 
Art. 2o Os Institutos Federais são instituições 
de educação superior, básica e profissional, 
pluricurriculares e multicampi, especializados 
na oferta de educação profissional e 
tecnológica nas diferentes modalidades de 
ensino, com base na conjugação de 
conhecimentos técnicos e tecnológicos com 
as suas práticas pedagógicas, nos termos 
desta Lei. 
§ 1o Para efeito da incidência das disposições 
que regem a regulação, avaliação e 
supervisão das instituições e dos cursos de 
educação superior, os Institutos Federais são 
equiparados às universidades federais. 
Art. 6o Os Institutos Federais têm por 
finalidades e características: 
I - ofertar educação profissional e tecnológica, 
em todos os seus níveis e modalidades, 
formando e qualificando cidadãos com vistas 
na atuação profissional nos diversos setores 
da economia, com ênfase no desenvolvimento 
socioeconômico local, regional e nacional; 
II - desenvolver a educação profissional e 
tecnológica como processo educativo e 
investigativo de geração e adaptação de 
soluções técnicas e tecnológicas às 
demandas sociais e peculiaridades regionais; 
III - promover a integração e a verticalização 
da educação básica à educação profissional e 
educação superior, otimizando a infraestrutura 
física, os quadros de pessoal e os recursos de 
gestão; 
IV - orientar sua oferta formativa em benefício 
da consolidação e fortalecimento dos arranjos 
produtivos, sociais e culturais locais, 
identificados com base no mapeamento das 
potencialidades de desenvolvimento 
de ensino médio integrado; a 
educação profissional técnica em 
geral; graduação tecnológica; 
licenciaturas; e bacharelado, nas 
áreas em que a ciência e a 
tecnologia são determinantes. 
Com os Institutos e Universidades 
Teológicas Federais, inicia-se 
uma nova fase da oferta de 
Ensino Médio Integrado, na 
tentativa de inovar a partir de 
características, experiências e 
necessidades próprias, 
fomentadas pelas demandas 
econômicas e produtivas de cada 
região. 
 
socioeconômico e cultural no âmbito de 
atuação do Instituto Federal. 
2011 Lei nº 
12.513/2011 
Art. 1o É instituído o Programa Nacional de 
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego 
(Pronatec), a ser executado pela União, com a 
finalidade de ampliar a oferta de educação 
profissional e tecnológica, por meio de 
programas, projetos e ações de assistência 
técnica e financeira. 
Parágrafo único. São objetivos do Pronatec: 
I - expandir, interiorizar e democratizar a oferta 
de cursos de educação profissional técnica de 
nível médio presencial e a distância e de 
cursos e programas de formação inicial e 
continuada ou qualificação profissional; 
II - fomentar e apoiar a expansão da rede física 
de atendimento da educação profissional e 
tecnológica; 
III - contribuir para a melhoria da qualidade do 
ensino médio público, por meio da articulação 
com a educação profissional; 
IV - ampliar as oportunidades educacionais 
dos trabalhadores, por meio do incremento da 
formação e qualificação profissional; 
V - estimular a difusão de recursos 
pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de 
educação profissional e tecnológica. 
VI - estimular a articulação entre a política de 
educação profissional e tecnológica e as 
políticas de geração de trabalho, emprego e 
renda. (Incluído pela Lei nº 12.816, 
de 2013) 
Art. 2o O Pronatec atenderá prioritariamente: 
I - estudantes do ensino médio da rede 
pública, inclusive da educação de jovens e 
adultos; 
II - trabalhadores; 
III - beneficiários dos programas federais de 
transferência de renda; e 
IV - estudante que tenha cursado o ensino 
médio completo em escola da rede pública ou 
em instituições privadas na condição de 
bolsista integral, nos termos do regulamento. 
A oferta do Pronatec limita-se a 
um público prioritário, sendo 
destinado a estudantes do ensino 
médio da rede pública e famílias 
de baixa renda contempladas por 
programas federais de 
transferência de renda (BRASIL, 
2011). 
Há uma mercantilização da 
educação profissional, reforçada 
com o Pronatec. 
Além disso, há continuidade de 
uma formação pautada na 
ideologia do capital humano, bem 
como na formação de 
competências, em que “Tal 
processo não se contradita com o 
produtivismo, mas o inclui, 
‘pseudocriando’ o direito à 
educação, escondendo a 
formação para o mercado para, no 
final das contas, criar o mercado 
da formação” 
2016-2017 Medida 
provisória 
746/2016 – 
Lei 
13.415/2017 
Art. 24. A educação básica, nos níveis 
fundamental e médio, será organizada de 
acordo com as seguintes regras comuns: 
I - a carga horária mínima anual será de 
oitocentas horas para o ensino fundamental e 
para o ensino médio, distribuídas por um 
mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho 
escolar, excluído o tempo reservado aos 
exames finais, quando houver; 
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata 
o inciso I do caput deverá ser ampliada de 
forma progressiva, no ensino médio, para mil 
e quatrocentas horas, devendo os sistemas de 
ensino oferecer, no prazo máximo de cinco 
anos, pelo menos mil horas anuais de carga 
horária, a partir de 2 de março de 
2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
Os filhos da classe trabalhadora, 
portanto, na melhor das 
hipóteses, terão acesso ao ensino 
médio mínimo, com uma 
formação mínima para uma vida 
igualmente mínima. Trata-se de 
uma política centrada na cultura 
do fragmento e do imediato, na 
economia do mínimo e na 
responsabilidade transferida para 
uma instância abstrata e volátil 
que é o mercado. 
O que se visa desconstruir são os 
pequenos avanços da LDB e a 
possibilidade criada pelo decreto 
5154/04 de retomar o ensino 
médio integrado sob novas bases, 
§ 2o Os sistemas de ensino disporão sobre a 
oferta de educação de jovens e adultos e de 
ensino noturno regular, adequado às 
condições do educando, conforme o inciso VI 
do art. 4o. 
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular 
definirá direitos e objetivos de aprendizagem 
do ensino médio, conforme diretrizes do 
Conselho Nacional de Educação, nas 
seguintes áreas do conhecimento: 
I - linguagens e suas tecnologias; 
II - matemática e suas tecnologias; 
III - ciências da natureza e suas 
tecnologias; 
IV - ciências humanas e sociais aplicadas. 
§ 3o O ensino da língua portuguesa e da 
matemática será obrigatório nos três anos do 
ensino médio, assegurada às comunidades 
indígenas, também, a utilização das 
respectivas línguas maternas. 
§ 7o Os currículos do ensino médio deverão 
considerar a formação integral do aluno, de 
maneira a adotar um trabalho voltado para a 
construção de seu projeto de vida e para sua 
formação nos aspectos físicos, cognitivos e 
socioemocionais. 
tendo como fundamentos o 
trabalho, a ciência e a cultura e 
como perspectiva a travessia para 
a formação politécnica e 
omnilateral. A MP 746/2016 
destrói a possibilidade da 
educação integral e de acesso ao 
patrimônio científico, cultural, 
social, ético, político, produzido 
pela humanidade, bases para a 
autonomia econômica e políticapara a grande maioria dos jovens 
que pertencem à classe 
trabalhadora. 
 
Considerações: Os estudos sobre o Ensino Médio no Brasil indicam sua histórica dualidade educacional, 
marcada pela dicotomia intermediária entre a continuidade dos estudos e a formação para o trabalho. Do 
Decreto nº 2.208/1997 ao Pronatec, evidencia-se a hegemonia do sistema privado, o que demonstra o 
quanto o Estado é subsumido aos interesses produtivo. 
 
Referência: 
LOPES, C. B.; BORTOLOTO, C. C.; ALMEIDA, S. V. Ensino Médio: trajetória histórica e a dualidade 
educacional presente nas diferentes reformas. Perspectiva, Florianópolis, v. 34, n. 2, p. 555 -581, maio/ago. 
2016. CASTRO, Rosane Michelli; GARROSSINO, Silvia Regina Barboza. O ensino médio no Brasil: trajetória 
e perspectivas de uma organização politécnica entre educação e trabalho. Revista ORG & DEMO, Marília, 
v.11, n.1, p. 91-102, jan./jun., 2010. 
RAMOS, Marise Nogueira. Implicações Políticas e Pedagógicas da EJA integrada à Educação Profissional. 
Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v.35, n.1. jan./abr.2010.

Outros materiais