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Pontos Principais: • O operon lac da E. coli contém genes envolvidos no metabolismo da lactose. Ele é expresso somente quando a lactose está presente e a glicose ausente. • Dois reguladores "ligam" e "desligam" o operon em resposta aos níveis de lactose e glicose: o repressor lac e a proteína ativadora de catabólito (CAP). • O repressor lac atua como um detector de lactose. Ele normalmente bloqueia a transcrição do operon, mas para de atuar como repressor quando a lactose está presente. O repressor lac detecta a lactose indiretamente, através do isômero alolactose. • A proteína ativadora de catabólito (CAP) atua como um detector de glicose. Ela ativa a transcrição do operon, mas somente quando os níveis de glicose estão baixos. A CAP detecta a glicose indiretamente, através da molécula "com fome de sinalizar" AMPc (AMP cíclico). A lactose pode ser uma excelente refeição para bactérias E. coli. No entanto, elas somente vão devorar a lactose quando outros açúcares melhores – como a glicose – não estiverem disponíveis. O operon lac é um operon, ou grupo de genes com um único promotor (transcrito na forma de um único RNAm). Os genes do operon codificam proteínas que permitem que as bactérias utilizem a lactose como fonte de energia. Bactérias E. coli podem quebrar a lactose, mas esse não é o combustível favorito delas. No entanto, se a lactose for o único açúcar disponível, as E. coli seguem em frente e a utilizam como fonte de energia. Para utilizar a lactose, a bactéria precisa expressar o operon lac, o qual codifica as enzimas-chave para a absorção e metabolismo da lactose. De maneira a ser mais eficiente possível, as E. coli devem expressar o operon lac somente se duas condições forem atendidas: • A lactose está disponível, e • A glicose não está disponível Duas proteínas reguladoras estão envolvidas: • Uma, o repressor lac atua como um sensor de lactose. • A outra, a proteína ativadora de catabólito (CAP), atua como um sensor de glicose. Essa proteínas se ligam ao DNA do operon lac e regulam sua transcrição com base no níveis de lactose e glicose. • O promotor é o sítio de ligação da RNA polimerase, a enzima que realiza a transcrição. • O operador é um sítio de regulação negativa ao qual se liga a proteína repressora lac. O operador se sobrepõe ao promotor, e quando o repressor lac está ligado, a RNA polimerase não consegue se ligar ao promotor e dar início à transcrição. • O sítio de ligação CAP é um sítio de regulação positiva no qual se liga a proteína ativadora de catabólitos (CAP). Quando a CAP está ligada a esse sítio, ela favorece a transcrição ajudando a RNA polimerase a se ligar ao promotor. Afinal, quando o operon lac realmente é ativado? • A glicose deve estar indisponível: quando a glicose está indisponível, o AMPc se liga a CAP, tornando-a capaz de se ligar ao DNA. A CAP ligada auxilia a RNA polimerase a ligar-se ao promotor do operon lac. • A lactose deve estar disponível: se a lactose está disponível, o repressor lac vai se soltar do operador (pela ligação da alolactose). Isso permite que a RNA polimerase percorra o DNA e transcreva o operon. Estes dois eventos combinados – a ligação do ativador e a liberação do repressor – permite que a RNA polimerase se ligue fortemente ao promotor, abrindo um caminho livre para a transcrição. Isso leva a intensa transcrição do operon lac e a produção das enzimas necessárias à utilização da lactose. Resumindo • Glicose presente, lactose ausente: Não ocorre transcrição do operon lac. Isso porque o repressor lac permanece ligado ao operador, impedindo a transcrição pela RNA polimerase. Além disso, os níveis de AMPc estão baixos em função dos níveis altos de glicose, portanto a CAP está inativa e não é capaz de se ligar ao DNA. • Glicose presente, lactose ausente: Não ocorre transcrição do operon lac. Isso porque o repressor lac permanece ligado ao operador, impedindo a transcrição pela RNA polimerase. Além disso, os níveis de AMPc estão em baixos em função dos níveis altos de glicose, portanto a CAP está inativa e não é capaz de se ligar ao DNA. • Glicose presente, lactose presente: ocorre um nível baixo de transcrição do operon lac. O repressor lac é liberado do operador porque o indutor (alolactose) está presente. No entanto, os níveis de AMPc estão baixos, pois há glicose presente. Logo, a CAP se mantém inativa e não é capaz de se ligar ao DNA, portanto a transcrição acontece em um nível baixo, fraco. • Glicose presente, lactose presente: ocorre nível baixo de transcrição do operon lac. O repressor lacé liberado do operador porque o indutor (alolactose) está presente. No entanto, os níveis de AMPc estão baixos, pois há glicose presente. Logo, a CAP se mantém inativa e não é capaz de se ligar ao DNA, portanto a transcrição acontece em um nível baixo, fraco. • Glicose ausente, lactose ausente: Não ocorre transcrição do operon lac. Os níveis de AMPc estão altos, pois a glicose está ausente. No entanto, o repressor lac também estará ligado ao operador (em razão da ausência de alolactose), atuando como uma barreira à RNA polimerase e impedindo a transcrição. • Glicose ausente, lactose ausente: Não ocorre transcrição do operon lac. Os níveis de AMPc estão altos, pois a glicose está ausente. No entanto, o repressor lactambém estará ligado ao operador (em razão da ausência de alolactose), atuando como uma barreira à RNA polimerase e impedindo a transcrição. • Glicose ausente, lactose presente: Ocorre intensa transcrição do operon lac. O repressor lac se solta do operador, pois o indutor está presente (allolactose). Os níveis de AMPc estão altos, já que não há glicose. Portanto, a CAP está ativa e se liga ao DNA. A CAP auxilia a RNA polimerase a se ligar ao promotor, permitindo altos níveis de transcrição. Pontos Principais: Afinal, quando o operon lac realmente é ativado? Resumindo