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Prefeitura de Juiz de Fora / SDS – DISQ / Curso Preparatório para Concursos 
Rua Halfeld, 450 / 5º andar - Centro - CEP: 36010-000 – Tel.: (32) 3690-8503 / 3690-8533 
1 
 
 
LITERATURA 
ENEM 
1) Literatura é... 
... usar da palavra para recriar a realidade, originando um mundo ficcional que emociona e dá prazer. 
Artista e leitor fazem um “pacto”: um escreve como se escrevesse a verdade e o outro lê como se lesse a 
realidade. É também uma fonte de conhecimentos sobre uma determinada comunidade em um 
determinado momento histórico. 
Conotação e denotação 
Linguagem denotativa é o emprego da palavra no seu sentido objetivo, real, verdadeiro, dicionarizado. 
Linguagem conotativa é o emprego da palavra no seu sentido subjetivo, figurado, plurissignificativo. 
Veja o exemplo: Quando você foi embora / Fez-se noite em meu viver: 
 
 
 
 
 
 
2) Figuras de Linguagem 
Metáfora 
É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre 
ambas. É uma comparação subentendida. 
Exemplos: 
Minha boca é um túmulo. 
Essa rua é um verdadeiro deserto. 
 
Comparação 
Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança. 
Exemplos: 
O meu coração está igual a um céu cinzento. 
O carro dele é rápido como um avião. 
 
Metonímia 
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos 
que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos: 
- O autor pela obra. 
Exemplo: Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) 
- O continente pelo conteúdo. 
 Exemplo: O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores) 
- A parte pelo todo. 
Exemplo: Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa) 
- O efeito pela causa. 
Exemplo: Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho) 
 
Sinestesia 
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes. 
Exemplos: Raquel tem um olhar frio, desesperador. 
Aquela criança tem um olhar tão doce. 
 
Aliteração 
Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em 
posição inicial da palavra. 
1. Espaço de tempo em que o sol está abaixo da linha do 
horizonte 
2. Tristeza, solidão, abandono 
 
 
 
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2 
 
Exemplo: "Toda gente homenageia Januária na janela." (Chico Buarque) 
 
Assonância 
Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema. 
Exemplo: "Sou Ana, da cama 
 da cana, fulana, bacana 
 Sou Ana de Amsterdam.” (Chico Buarque) 
 
Antítese 
Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. 
Exemplo: "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos 
bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal. (Rui Barbosa) 
 
 
 
 
Paradoxo 
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de ideias que 
se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. 
Oximoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo. 
Exemplo: "Amor é fogo que arde sem se ver; 
 É ferida que dói e não se sente; 
 É um contentamento descontente; 
 É dor que desatina sem doer..." (Camões) 
 
Eufemismo 
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como 
penosa, desagradável ou chocante. 
Exemplo: "E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus lhe pague". (Chico Buarque) 
paz derradeira = morte 
 
Hipérbole 
Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de 
impacto. 
 Exemplo: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac) 
 
Ironia 
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do 
que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. 
 Exemplo: "Moça linda, bem tratada, 
 três séculos de família, 
 burra como uma porta: 
 um amor." (Mário de Andrade) 
 
Prosopopeia 
É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos 
chamá-la de PERSONIFICAÇÃO. 
Exemplo: O céu está mostrando sua face mais bela. 
O cão mostrou grande sisudez. 
 
Perífrase 
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico 
ou situação que não se quer nomear. 
 
 
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3 
 
 
Exemplo: "Cidade maravilhosa 
 Cheia de encantos mil 
 Cidade maravilhosa 
 Coração do meu Brasil." (André Filho) 
 
3) Gêneros literários 
 
Gênero é a categoria à qual pertence uma obra literária, graças a um certo número de características 
relacionadas à situação de comunicação e à forma da linguagem privilegiada, regras ou convenções que nos 
permitem agrupar, pelas semelhanças, determinados textos. 
 
Classificação dos Gêneros 
 
 Gênero lírico - caracteriza-se basicamente por se tratar de uma manifestação de sentimentos e emoções 
de um sujeito lírico (chamado eu-lírico). A musicalidade é uma característica importante do texto lírico (o 
que mais explora as sonoridades). A palavra lírico, assim como o cognato lirismo, deriva de lira 
(instrumento musical de cordas). A musicalidade e a expressão de sentimentos são características 
fundamentais do gênero lírico. 
Modo se enunciação do gênero lírico: Enunciação do emissor; eu-lírico. 
Perspectiva temporal: O presente do artista. 
Verbos e pessoas: Presente – 1ª pessoa. 
Conteúdo: Expressão de sentimentos. 
Efeito no ouvinte ou leitor: Emoção, simpatia, exaltação. 
Formas principais: Soneto, ode, balada, elegia, canção, prosa lírica. 
“Maior amor nem mais estranho existe 
que o meu, que não sossega a coisa amada 
e quando a sente alegre fica triste 
e se a vê descontente, dá risada.” 
(...) MORAES, Vinícius de. “Soneto do maior amor”. In: Poesia completa e prosa.2 ed. Rio de 
Janeiro, Aguilar, 1985. p.202. 
 
Gênero Épico - caracteriza-se pelo aspecto narrativo e pela sua vinculação aos fatos históricos ou às 
realizações humanas, revelados pelo artista como observador que transfigura em sua obra o mundo 
exterior. Presta-se à narração de ações heróicas e dos grandes feitos humanos. 
Modo se enunciação do gênero épico: Enunciação do emissor (narrador) e/ou das personagens. 
Perspectiva temporal: O passado presentificado. 
Verbos e pessoas: Passado – 3ª pessoa. 
Conteúdo: Relato de ações heróicas. 
Efeito no ouvinte ou leitor: Admiração, surpresa, orgulho. 
Formas principais: Epopéia e diferentes tipos de romances vinculados a grandes realizações humanas. 
O poema de Camões tem a intenção de celebrar os feitos lusitanos e a descoberta do caminho marítimo 
para as Índias. 
“Vasco da Gama, o forte Capitão, 
Que tamanhas empresas se oferece, 
De soderbo e altivo coração, 
A quem Fortuna sempre favorece, 
Pera se aqui deter não vê razão, 
Que inabitada a terra lhe parece. 
Por diante passar determinava. 
Mas não lhe sucedeu como cuidava”. 
CAMÕES, Luís de. Os lusíadas. In: Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1963.p. 18. 
 
 
 
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Gênero dramático – que tem a sua manifestação mais vivano trágico e no cômico, procura representar o 
conflito dos homens e seu mundo. Ora apresenta heróis, seus feitos e a fatalidade que os conduz à queda; 
ora personalidades medíocres, tolas, mesquinhas, ambiciosas, cômicas ou ridículas: as manifestações da 
miséria humana. As ações presentes (no palco), a representação de ações nas quais se chocam forças 
oponentes, o conflito dos homens e seu mundo, o drama humano. O tom dramático pode estar presente 
em textos em prosa, quando retratam esses conflitos, a miséria ou o drama das personagens. 
“(PAUSA. Rudi está estranho.) 
STELLA – Cala a boca, Rudi. 
RUDI – Stella, eu te amei muito, até demais. Mas era um sentimento primitivo,animal, sem nenhuma 
lógica... 
Agora eu mudei. 
STELLA – (Cada vez mais desesperada) Não! Você não mudou nada! 
RUDI – Você me fez mudar. 
STELLA – Tenta me ouvir, eu sou louca por você, sempre fui! 
RUDI – Os minutos, as horas, a poeira que cai. O maldito tempo... Você tem que ir embora. 
STELLA – Não. Claro que não. PAIVA, Marcelo. 525 linhas. São Paulo, Brasiliense, 
1989.p.74. 
Modo se enunciação do gênero dramático: Enunciação das personagens. 
Perspectiva temporal: Ações presentes. 
Verbos e pessoas: Presente e Futuro – 1ª e 2ª pessoas. 
Conteúdo: Representação de ações. 
Efeito no ouvinte ou leitor: Piedade, revolta, terror. 
Formas principais: Diferentes tipos de peças de teatro, monólogos dramáticos. 
 
O que é narrar? 
Narrar é contar um fato qualquer, a partir de uma sequência que envolve o que aconteceu, o que está 
acontecendo e o que irá acontecer. 
a narrativa se estrutura em torno de alguns elementos básicos: o enredo, os personagens, o narrador, o 
tempo e o espaço. 
Enredo - narrativa de acontecimentos causados por uma tensão a que chamamos conflito. Quando os 
acontecimentos se desenvolvem de uma forma lógica, coerente, dizemos que ela é verossímil, ou seja, 
embora não sejam necessariamente verdadeiros, os fatos apresentam verossimilhança. 
Tempo - normalmente, pode estar presente na narração em 3 níveis: a época em que se passa a história, o 
tempo cronológico, o tempo psicológico, quando os fatos narrados não estão na ordem natural. 
Espaço - é o lugar onde acontece a história, e pode ser o espaço físico ou o meio social. 
Narrador - o ponto de vista do narrador é denominado foco narrativo e apresenta diversas possibilidades: 
- foco narrativo em terceira pessoa: quando o narrador não é personagem da história; 
- foco narrativo em primeira pessoa: quando o narrador é uma das personagens que vivem a história. 
O narrador pode ser ainda: 
- observador: quando narra como quem apenas presencia um fato. 
- onisciente: quando conhece e revela o interior das personagens, seus pensamentos e emoções. 
As narrativas normalmente apresentam 4 partes: a introdução, quando o narrador apresenta os fatos 
iniciais, a complicação, quando a história se desenvolve, o clímax, quando o conflito atinge a maior tensão, 
e o desfecho, quando o conflito é solucionado. 
Referências bibliográficas: 
FARACO, Carlos Emílio & MOURA, Francisco Marto. Literatura Brasileira.10ªed. edição reformulada e 
ampliada. São Paulo: Ática, 2000. 
MAIA, João Domingues. Português: volume único. 2.ed. São Paulo: Ática, 2000.
 
 
 
 
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CRONOLOGIA DOS ESTILOS LITERÁRIOS EM PORTUGAL E NO BRASIL 
 
Estilo Portugal Brasil Características 
Trovadorismo 1189/1198 
 
A Ribeirinha 
Paio Soares de Taveiros 
 
Gêneros: cantigas (poesia), 
novelas de cavalaria, nobiliários, 
hagiografias. 
 Cantigas de Amor: neste tipo de 
cantiga o trovador destaca todas as 
qualidades da mulher amada, 
colocando-se numa posição inferior 
(de vassalo) a ela. O tema mais comum 
é o amor não correspondido. 
Cantigas de Amigo: A palavra amigo, 
nestas cantigas, tem o significado de 
namorado. O tema principal é a 
lamentação da mulher pela falta do 
amado. 
Cantigas de Maldizer: através delas, os 
trovadores faziam sátiras diretas, 
chegando muitas vezes a agressões 
verbais. Em algumas situações eram 
utilizados palavrões. O nome da pessoa 
satirizada podia aparecer 
explicitamente na cantiga ou não. 
Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o 
nome da pessoa satirizada não 
aparecia. As sátiras eram feitas de 
forma indireta, utilizando-se de duplos 
sentidos. 
Humanismo 1418 
 
Fernão Lopes, guarda-mor da 
Torre do Tombo. 
Gêneros: historiografia, teatro 
popular, prosa doutrinária. 
Gil Vicente (teatro) 
 Teatro: em poesia, versa sobre 
assuntos profanos ou religiosos; 
carpintaria teatral rudimentar; 
ausência de regras; sem unidade de 
ação, tempo e espaço. Aspectos 
críticos de uma sociedade em 
transição. 
 
Auto da Barca do Inferno 
Classicismo 
(Renascimento) 
 
Quinhentismo 
(Brasil) 
1527 
Sá de Miranda 
Introdução da medida nova 
(versos decassílabos). 
Gêneros: poesia lírica, épica, 
teatro e crônicas. 
Camões (poesia) 
1500 (Quinhentismo) 
1º Documento escrito 
em terras brasileiras: 
Carta a D. Manuel. 
Gêneros: poesia lírica 
e épica, teatro e 
crônicas. 
Pero Vaz de 
Caminha(carta) e José 
de Anchieta (sermões 
Poesia: Valorização do homem 
(antropocentrismo); paganismo 
(maravilhoso pagão); superioridade do 
homem sobre a natureza; objetividade; 
racionalismo; universalidade; saber 
concreto em detrimento do abstrato; 
retomada dos valores greco-romanos; 
rigor métrico, rítmico e estrófico: 
equilíbrio e harmonia. 
 
 
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e poesia) 
Barroco 1580 
 
Morte de Camões 
Portugal sob o domínio espanhol. 
Gêneros: oratória sacra, política e 
social; poesia religiosa, satírica e 
lírico amorosa. 
Pe. Antônio Vieira 
(oratória) 
1601 
 
Bento Teixeira: 
publicação de 
Prosopopeia 
Pe. Antônio Vieira 
(oratória) 
Gregório de Matos 
(poesia) 
Poesia: Arte dos contrastes: antinomia 
homem - céu, homem - terra; 
visualização e plasticidade; fugacidade; 
não-racionalismo; unidade e abertura 
(perspectivas múltiplas para o 
observador); luta entre o profano e o 
sagrado. 
Culto a elementos evanescentes 
(água/vento). Sentido de 
transitoriedade da vida; carpe diem 
(aproveitar o momento); valorização 
do presente, movimento ligado ao 
espírito da Contra - Reforma; jogos de 
metáforas; riqueza de imagens; gosto 
pelo pormenor; malabarismo verbal – 
uso de hipérbato, hipérbole, metáforas 
e antíteses. 
Arcadismo 1756 
Fundação da Arcádia Lusitana. 
Gênero: poesia 
Manuel Maria Berbosa du Bocage 
(poesia) 
1768 
Cláudio Manuel da 
Costa: 
Obras Poéticas 
Cláudio Manuel da 
Costa, Tomás Antônio 
Gonzaga (poesia lírica 
e épica) 
Basílio da Gama e 
Santa Rita Durão 
(poesia épica) 
Poesia: Arte do equilíbrio e harmonia; 
busca do racional, do verdadeiro e da 
natureza; retorno às concepções de 
beleza do Renascimento; poesia 
objetiva e descritiva; aurea 
mediocritas: o objetivo arcádico de 
uma vida serena e bucólica; 
pastoralismo; valorização da mitologia; 
técnica da simplicidade. Literatura 
linear e regrada: inutilia truncat (cortar 
o inútil). 
Romantismo 1825 
Almeida Garrett 
Publicação do poema Camões 
1836 
Gonçalves de 
Magalhães 
Publicação de Suspiros 
1ª Geração: nacionalismo, ufanismo, 
natureza, religião (cristianismo), 
indianismo/medievalismo. 
2ª Geração: mal do século, evasão, 
solidão, profundo pessimismo, anseio 
 
 
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7 
 
Gêneros: prosa (romance e novela) 
poesia e teatro. 
Poéticos e Saudades 
Poesia: Gonçalves 
Dias, Álvares de 
Azevedo, Casimiro de 
Abreu, Castro Alves. 
Prosa: (urbanos) 
Alencar, Joaquim 
Manuel de Macedo, 
Manuel Antônio de 
Almeida; 
(regionalistas) Alencar, 
Bernardo Guimarães, 
Taunay; (indianista-
histórico) Alencar 
da morte. 
3ª Geração: condoreirismo, liberdade, 
oratória de reivindicação, transição 
para o Parnasianismo, literatura social 
e engajada. 
Geral: imaginação, fantasia, sonho, 
idealização, sonoridade, simplicidade, 
subjetivismo, sintaxe emotiva, 
liberdade criadora. 
Realismo 
Parnasianismo 
Naturalismo 
1865 
Questão Coimbrã: Antero de 
Quental contra Castilho (Novos x 
Velhos) 
Gêneros: prosa (romance, conto, 
crônica), poesia, crítica. 
Prosa: Eça de Queirós 
 
 
Poesia: Antero de Quental, Cesário 
Verde, Guerra Junqueiro. 
1881 
Machado de Assis 
Publicação de 
Memórias Póstumas 
de Brás Cubas/ 
Realismo 
Aluísio de Azevedo 
Publicação de O 
Mulato/ Naturalismo 
Década de 80 
Definição do ideário 
parnasiano. 
Prosa: Machado de 
Assis, Aluísio Azevedo, 
Raul Pompéia 
Poesia: Olavo Bilac, 
Alberto de Oliveira, 
Raimundo Correia, 
Vicente de Carvalho. 
Realismo: preocupação com a verdade 
exata, observação e análise, 
personagens tipificadas, preferência 
pelas camadas altas da sociedade. 
Objetividade. Descrições 
pormenorizadas. Linguagem correta, 
no entanto é mais próxima da natural, 
maior interesse pela caracterização 
que pela ação – tese documental. 
Naturalismo: visão determinista do 
homem (animal, presa de forças fatais 
e superiores – meio, herança genética, 
fisiologia, momento). Tendência para 
análise dos deslizes de personalidade. 
Deturpações psíquicas e físicas. 
Preferência pela classe operária. 
Patologia social: miséria, adultério, 
criminalidade, etc – tese experimental. 
Parnasianismo: arte pela arte, 
objetividade, poesia descritiva, versos 
impassíveis, exatidão e economia de 
imagens e metáforas, poesia técnica e 
formal, retomada de valores clássicos, 
apego à mitologia greco-romana. 
Simbolismo 1890 
Eugênio de Castro 
Publicação de Oaristos 
1893 
Cruz e Sousa 
Publicação de Missal 
(prosa poética) e 
Simbolismo: reação contra o 
positivismo, o Naturalismo e o 
Parnasianismo; individualismo, 
subjetivismo psicológico, atitude 
irracional e mística, respeito pela 
música, atitude irracional e mística, 
 
 
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8 
 
Gêneros: poema e prosa. 
Poesia: Camilo Pessanha 
Broquéis (poesia). 
Poesia: Cruz e Sousa e 
Alphonsus de 
Guimaraens, Pedro 
Kilkerry, Emiliano 
Perneta. 
respeito pela música, cor, luz; procura 
das possibilidades do léxico. 
Pré-
Modernismo 
 1902 
Publicação de Os 
Sertões, de Euclides da 
Cunha; Canaã, de 
Graça Aranha. 
Prosa: Monteiro 
Lobato, Euclides da 
Cunha, Lima Barreto, 
Graça Aranha. 
Poesia: Augusto dos 
Anjos; 
Pré-Modernismo: tendência das 
primeiras décadas do século XX, 
sentido mais crítico, fixando diferentes 
facetas da realidade social, política ou 
alterações na paisagem e cor local. 
Modernismo 1915 – 1ª fase 
Revista Orfeu 
1930 – 2ª fase 
Alves Redol 
Publicação de Gaibeús 
Mais recentemente: Surrealismo. 
Gêneros: poesia, prosa (crônica, 
conto, romance), teatro 
Poesia: Fernando Pessoa, Mário de 
Sá-Carneiro, Florbela Espanca, José 
Régio, etc 
Prosa: Fernando Namora, Vergílio 
Ferreira, Alves Redol, Ferreira de 
Castro, Branquinho da Fonseca, 
José Saramago, etc. 
1922- Semana de Arte 
Moderna. 
1922-30 – 1ª fase: 
revolucionária: Mário 
de Andrade. 
Publicação de 
Paulicéia Desvairada. 
1930-45 – 2ª fase: 
neo-realismo, 
literatura regional.. 
José América de 
Almeida; A Bagaceira. 
Geração de 45 – 3ª 
fase: investigar 
comportamentos e 
atitudes do ser 
humano 
João Guimarães, 
Clarice Lispector, João 
Cabral. 
1ª Geração: revolucionária – negação 
da tradição cultural, antipurista, 
antiacademicista, linguagem coloquial, 
verso livre, nacionalismo crítico, ironia, 
sarcasmo, irreverência. Poema-piada, 
liberdade de criação. Predomínio da 
poesia. 
2ª Geração: estabilidade: herança de 
22, acrescentando aprimoramento da 
linguagem (inclusive metalinguagem), 
busca da expressão universal, 
recuperação de valores tradicionais 
(Neo-simbolismo), engajamento 
religioso e social, literatura de 
denúncia das condições humanas. 
Predomínio da prosa (romance) de 
tendências neo-realistas e regional. 
3ª Geração: Não se mostram tão 
preocupados com o contexto 
sociopolítico; análise da natureza 
humana. Rigor formal. 
Literatura contemporânea: 
Proliferação de estilos, 
experimentalismo na forma, o 
cotidiano. Proliferação de contistas e 
 
 
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9 
 
Literatura 
contemporânea (Pós-
Modernismo); década 
de 50; enorme 
proliferação de estilos. 
Concretismo 
Poesia –práxis 
Contos 
cronistas. crises de caráter existencial, 
reflexões metafísicas 
 
 
 
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DOS ESTILOS LITERÁRIOS NO BRASIL 
 
1- Quinhentismo (século XVI) 
Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da 
Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões 
cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios 
brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares 
Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação ( de viagem ) sobre o 
Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e 
sociais da nova terra. 
 
 
A Primeira Missa – Victor Meireles. Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro, 1500 – 
Oscar Pereira da Silva. 
Seguro, 1500 – Oscar Pereira da Sil 
 
 
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2- Barroco (século XVII) 
Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou 
influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia 
e pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de 
linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes desta época: Bento 
Teixeira, autor de Prosopopeia; Gregório de Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de várias poesias 
críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes. 
 
 
Igreja São Francisco de Assis, Ouro Preto, MG. 
 
 
 
3- Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII) 
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Tivemos na Europa o Iluminismo e a 
Revolução Francesa que colocou no poder a burguesia e deram ideais de igualdade e liberdade. Na América 
se destaca o movimento da Inconfidência Mineira e a Independência dos Estados Unidos. Esses fatos 
influenciaram na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são 
deixados de lado, entra emcena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma 
linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida 
bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As principais 
obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas 
Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão. 
 
 
 
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Dom João VI – Jean Baptiste Debret. Apolo Visitando Admeto – Nicolas Antoine Taunay 
 
 
 
4- Romantismo (século XIX) 
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a Independência 
do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. Como características 
principais do romantismo, podemos citar: individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos 
importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de 
metáforas. As principais obras românticas que podemos citar : O Guarani de José de Alencar, Suspiros 
Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves, Primeiros Cantos de 
Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de 
Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza. 
 
 
Independência ou morte – Pedro Américo 
 
 
 
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Porão de Navio Negreiro – Rugendas 
 
5- Realismo - Naturalismo (segunda metade do século XIX) 
Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os 
escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do 
ser humano. Como características desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama 
psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, 
visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis com as obras: 
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como 
escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu. 
 
 
As Respingadeiras – Jean François Millet O homem desesperado – Gustave Coubert 
 
 Caipira picando fumo – Almeida Júnior 
 
 
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6- Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX) 
O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores 
parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições 
detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma 
literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais 
autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho. 
 
 
Ponte Japonesa – Claude Monet Meninas ao Piano – Auguste Renoir 
 
 
Aula de Dança – Edgar Degas O Grito – Edward Munch 
 
7- Simbolismo (fins do século XIX) 
Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broqueis de João da Cruz e Souza. Os poetas 
simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e 
religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. 
Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens. 
 
8- Pré-Modernismo (1902 até 1922) 
Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte 
Moderna. Esta época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem 
coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha 
(autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e 
Augusto dos Anjos. 
 
 
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A persistência da memória – Salvador Dalí Criança geopolítica assistindo o nascimento do novo 
homem – Salvador Dalí 
 
 Les demoiselles d’Avignon – Picasso Guernica – Picasso 
 
 
 Abaporu – Tarsila do Amaral A estudante – Anita Malfatti 
 
9- Modernismo (1922 a 1930) 
Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura 
modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos), linguagem com humor, liberdade no uso de 
palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas: Mario de Andrade, Oswald de Andrade, 
Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira. 
 
 
 
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 Lavrador de café – Cândido Portinari Mulata – Di Cavalcanti 
 
10- Pós-Modernismo (1930 a 1945) 
Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes problemas 
sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados. Destacam-se as 
seguintes obras: Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do Rego, O Quinze de Raquel de 
Queiroz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, 
Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles. 
 
 
Operários – Tarsila do Amaral Retirantes – Cândido Portinari 
 
 EXERCÍCIOS: 
 
 1- Considere os itens adiante. 
 I. "... a busca da perfeição no retratar o homem levou a observação da natureza e do universo orientou a 
ação uma simbiose entre arte e ciência, desenvolvendo-se estudos de anatomia, técnicas de cores, 
perspectivas..." 
II. ”... o teocentrismo, o coletivismo, a tradição marcaram as obras de arte do período e estiveram 
presentes na pintura, na arquitetura e na escultura..." 
III. “... procuram explicar o mundo através de novas teorias, fugindo às interpretações religiosas típicas do 
período anterior. O grande destaque é a utilização do método experimental...”. 
 
 
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O Renascimento é identificado em 
a) somente II 
b) somente I e II 
c) somente I e III 
d) somente II e III 
e) I, II e III 
 
2- A Renascença ou Renascimento foi um movimento artístico e científico ocorrido na Europa entre os 
séculos XV e XVI. Sobre esse movimento, identifique a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) com V e com F, a(s) 
falsa(s). 
( ) A utilização de métodos experimentais e de observação da natureza e do universo orientou a ação dos 
cientistas durante o Renascimento. O período demarca, ainda, o início de um processo de maior valorização 
da razão humana e do indivíduo. 
( ) O Renascimento, baseado na ideologia absolutista, foi um movimento de valorização do mundo rural. 
Essa característica pode ser entendida pela forte influênciados mecenas, uma vez que todos eles eram 
vinculados à agricultura. 
( ) O Renascimento surge no período de transição da sociedade medieval para a sociedade moderna e 
representa uma nova visão de mundo. Suas principais características eram o racionalismo e o 
antropocentrismo. 
( ) Uma das mudanças propiciadas pela cultura renascentista foi a valorização da natureza, em contraste 
com as explicações sobrenaturais sobre o mundo. 
A sequência correta é: 
a) VFVV 
b) VVVV 
c) FFFV 
d) VVFF 
e) FFVF 
 
3- (UFRS 2000) Leia o soneto a seguir, de Luís de Camões. 
Um mover de olhos, brando e piedoso, 
Sem ver de quê; um riso brando e honesto, 
Quasi forçado; um doce e humilde gesto, 
De qualquer alegria duvidoso; 
 
Um despejo quieto e vergonhoso; 
Um repouso gravíssimo e modesto; 
Uma pura bondade, manifesto 
Indício da alma, limpo e gracioso; 
Um encolhido ousar; uma brandura; 
Um medo sem ter culpa; um ar sereno; 
Um longo e obediente sofrimento: 
 
Esta foi a celeste fermosura 
Da minha Circe, e o mágico veneno 
Que pôde transformar meu pensamento. 
 
Em relação ao poema acima, considere as seguintes afirmações. 
 I- O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior, idealizando a figura feminina. 
II- O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina, assumindo uma atitude de insensibilidade. 
III- O poeta sugere o desejo erótico ao se referir à figura mitológica de Circe. 
Quais são corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I e III. 
e) I, II e III. 
 
 
 
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4- (Pism/UFJF-MG) Leia, com atenção, a estrofe do Canto I de Os lusíadas, transcrita abaixo para 
responder à questão: 
"Cessem do sábio Grego e do Troiano 
As navegações grandes que fizeram; 
Cale-se de Alexandre e de Trajano 
A fama das vitórias que tiveram; 
Que eu canto o peito ilustre Lusitano 
A quem Netuno e Marte obedeceram. 
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, 
Que outro valor mais alto se alevanta." 
 Assinale a alternativa incorreta: 
a) Para o poeta épico renascentista, o Grego e o Troiano são modelos insuperáveis. 
b) Há um forte nacionalismo laudatório que se estende pelo poema como um todo. 
c) Para o poeta épico português, os portugueses são heróis de mar e guerra. 
d) O herói do poema de Camões é coletivo e não individual. 
e) Os portugueses, como os povos antigos, mereceram ser objeto de poesia épica. 
 
5- As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a: 
a) Literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura didática, catequética (obra dos jesuítas). 
b) Romances e contos dos primeiros colonizadores. 
c) Poesia épica e prosa de ficção. 
d) Obras de estilo clássico, renascentista. 
e) Poemas românticos indianistas. 
 
6- (UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa história: 
a) tem grande valor informativo; 
b) marca nossa maturação clássica; 
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral; 
d) está a serviço do poder real; 
e) tem fortes doses nacionalistas. 
 
 7- A importância das obras realizadas pelos cronistas portugueses do século XVI e XVII é: 
a) determinada exclusivamente pelo seu caráter literário; 
b) sobretudo documental; 
c) caracterizar a influência dos autores renascentistas europeus; 
d) a de terem sido escritas no Brasil e para brasileiros; 
e) n.d.a. 
 
8- (UNIV. FED. DE SANTA MARIA) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial 
brasileira, é correto afirmar que: 
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. 
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira. 
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica. 
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica. 
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas 
no Novo Mundo. 
 
9- (UFV-MG) Leia atentamente o fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira: 
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, 
mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os 
pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande 
 
 
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para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, 
para um só grande […]. Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se 
comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no 
mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer. 
VIEIRA, Antônio. Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões. Prefaciados e revistos pelo Pe. 
Gonçalo Alves. Porto: Lello e Irmão — Editores, 1993. v. III, p. 264-265. 
O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela 
em que NÃO se confirmam essas tendências estéticas: 
a) O culto do contraste, sugerindo a oposição bem x mal, em linguagem simples, concisa, direta e 
expressiva da intenção barroca de resgatar os valores greco-latinos. 
b) A tentativa de convencer o homem do século XVII, imbuído de práticas e sentimentos comuns ao 
semipaganismo renascentista, a retomar o caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores 
cristãos. 
c) A presença do discurso dramático, recorrendo ao princípio horaciano de “ensinar deleitando” — 
tendência didática e moralizante, comum à Contra reforma. 
d) O tratamento do tema principal — a denúncia à cobiça humana — através do conceptismo, ou jogo de 
ideias. 
e) A utilização da alegoria, da comparação, como recursos oratórios, visando à persuasão do ouvinte. 
 
10- (UNOPAR-PR) Considere as seguintes afirmações: 
I- A temática e a linguagem barroca expressam os conflitos experimentados pelo homem do século XVII. 
II- A linguagem barroca caracteriza-se pelo emprego de figuras, como a comparação e a alegoria, entre 
outras. 
III- A antítese e o paradoxo são as figuras que a linguagem barroca emprega para expressar a divisão entre 
mundo material e mundo espiritual. 
IV- A estética barroca privilegia a visão racional do mundo e das relações humanas, buscando na linguagem 
a fuga às constrições do dia-a-dia. 
Dentre elas, apenas 
a) I e III estão corretas. 
b) II e IV estão corretas. 
c) III está correta. 
d) I, II e IV estão corretas. 
e) I, II e III estão corretas. 
 
11- (UFMG 2010) Um dos recursos utilizados pelo padre Antônio Vieira em seus sermões consiste na 
“agudeza”- maneira de conduzir o pensamento que aproxima objetos e/ ou ideias distantes, diferentes, 
por meio de um discurso artificioso, que se costuma chamar de “discurso engenhoso”. 
Assinale a alternativa em que, no trecho transcrito do Sermão da Sexagésima, o autor utiliza esse 
recurso: 
a) Lede as histórias eclesiásticas, e achá-las-eis todas cheias de admiráveis efeitos da pregação da palavra 
de Deus. Tantos pecadores convertidos, tanta mudança de vida, tanta reformação de costumes; os grandes 
desprezando as riquezas e vaidades do Mundo, os reis renunciando os cetros e as coroas; as mocidades e 
as gentilezas metendo-se pelos desertos e pelas covas.(...) 
b) Miseráveis de nós, e miseráveis de nossos tempos, pois neles se veio a cumprir a profecia de S. Paulo: 
(...) “ Virá tempo, diz S. Paulo, em que os homensnão sofrerão a doutrina sã”. (...) “Mas para seu apetite 
terão grande número de pregadores feitos a montão e sem escolha, os quais não façam mais que adular-
lhe as orelhas.” 
c) Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. (...) Que coisa é a 
conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro de si ver-se a si mesmo? Para esta vista são 
necessários olhos, é necessária luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a 
doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça, o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. 
d) Quando Davi saiu a campo com o gigante, ofereceu-lhe Saul as suas armas, mas ele não as quis aceitar. 
Com as armas alheias ninguém pode vencer, ainda que seja Davi. As armas de Saul só servem a Saul, e as de 
Davi a Davi, e mais aproveita um cajado e uma funda própria, que a espada e a lança alheia. 
 
 
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12- (FUVEST-SP) “Nasce o sol, e não dura mais que um dia,/ Depois da Luz se segue a noite escura,/ Em 
tristes sombras morre a formosura,/ Em contínuas tristezas a alegria.” 
Na estrofe acima, de Gregório de Matos, a principal característica do Barroco é: 
a) O culto da natureza. 
b) A utilização de rimas alternadas. 
c) A forte presença de antíteses. 
d) O culto do amor cortês. 
e) O uso de aliterações. 
 
13- (UM-SP) Entende-se por literatura árcade: 
a) A linha europeia de produção literária com linguagem rebuscada. 
b) A linha europeia de produção literária com volta aos padrões clássicos. 
c) A produção de poesia lírico-amorosa da geração byroniana. 
d) A produção de poesia lírica nacional com retórica aprimorada. 
e) A linha europeia que prega a “arte pela arte”. 
 
14- (FATEC-SP)- Sobre o Arcadismo brasileiro só não se pode afirmar que: 
a) Tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e latinos, dos quais imita os motivos e formas. 
b) Teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que, de forma original, recusou a motivação bucólica 
e os modelos camonianos da lírica amorosa. 
c) Nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de Frei José de Santa Rita Durão) e O Uraguai (de Basílio 
da Gama), no qual se reconhece qualidade literária destacada em relação ao primeiro. 
d) Norteou, em termos dos valores estéticos básicos, a produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que 
celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a originalidade de estilo e de tratamento local dos temas 
pelo autor. 
e) Apresentou uma corrente de conotação ideológica, envolvida com as questões sociais do seu tempo, 
com a crítica aos abusos de poder da Coroa Portuguesa. 
 
15- (UFPE) 
“Além do horizonte deve ter 
Algum lugar bonito 
Pra viver em paz 
Onde eu possa encontrar 
A natureza 
Alegria e felicidade 
Com certeza... 
 
Lá nesse lugar 
O amanhecer é lindo 
Com flores festejando 
Mais um dia que vem vindo... 
 
Onde a gente pode 
Se deitar no campo 
Se amar na relva 
Escutando o canto 
Dos pássaros...”. 
Roberto e Erasmo Carlos estão falando de um lugar ideal, de um ambiente campestre, calmo. Em literatura, 
um grupo de escritores, no século XVIII, defendeu o bucolismo, a necessidade de revalorização da vida 
simples, em contanto com a natureza. Estamos fazendo referência aos escritores do: 
a) Romantismo. 
b) Arcadismo. 
c) Realismo. 
d) Barroco. 
e) Simbolismo. 
 
16- Considere as afirmativas abaixo, referentes ao Arcadismo brasileiro: 
I. A natureza adquire um sentido de simplicidade, verdade e harmonia, impondo-se como modelo para a 
realização do ser humano. 
II. A vinculação ao mundo natural se dá através de uma poesia de caráter pastoril. 
 
 
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III. Defende-se a imitação da simplicidade dos autores clássicos, que produziram suas obras na Antiguidade 
greco-romana e no Barroco. 
IV. Há uma forte ligação com a Inconfidência Mineira, pelo fato de poetas como Cláudio Manuel da Costa e 
Tomás António Gonzaga terem se envolvido na rebelião contra a metrópole. 
V. Os poetas enfatizam a subjetividade, pois estavam convencidos de que deviam expressar em seus textos 
sentimentos intensos, passionais e impulsivos. 
Está CORRETO o que se afirma em: 
a) I e III, apenas. 
b) I, III, IV e V, apenas. 
c) II e V, apenas. 
d) I, II e IV, apenas. 
e) I, II, III, IV e V. 
 
17- (PUC-MG) 
Texto I 
"Discreta e formosíssima Maria, 
Enquanto estamos vendo claramente 
Na vossa ardente vista o sol ardente, 
e na rosada face a aurora fria; 
Enquanto pois produz, enquanto cria 
Essa esfera gentil, mina excelente 
No cabelo o metal mais reluzente, 
E na boca a mais fina pedraria. 
Gozai, gozai da flor da formosura, 
Antes que o frio da madura idade 
Tronco deixe despido o que é verdura. 
Que passado o zenith da mocidade, 
Sem a noite encontrar da sepultura, 
É cada dia ocaso da beldade." 
Gregório de Matos Guerra 
 
Texto II 
"Minha bela Marília, tudo passa; 
A sorte deste mundo é mal segura; 
Se vem depois dos males a ventura, 
Vem depois dos prazeres a desgraça. 
Estão os mesmos deuses 
Sujeitos ao poder do ímpio Fado: 
Apolo já fugiu do Céu brilhante, 
Já foi pastor de gado. 
Ah! enquanto os Destinos impiedosos 
Não voltam contra nós a face irada, 
Façamos, sim façamos, doce amada, 
Os nossos breves dias mais ditosos, 
Um coração, que frouxo 
A grata posse de seu bem difere 
A si, Marília, a si próprio rouba, 
E a si próprio fere. 
Ornemos nossas testas com as flores; 
E façamos de feno um brando leito, 
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, 
Gozemos do prazer de sãos Amores. 
 
 
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Sobre as nossas cabeças, 
Sem que o possam deter, o tempo corre; 
E para nós o tempo, que se passa, 
Também, Marília, morre." 
Tomás Antônio Gonzaga 
O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, só não é correto afirmar que: 
a) Os barrocos e árcades expressam sentimentos. 
b) As construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado. 
c) O desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos. 
d) Os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que os barrocos. 
e) A fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos. 
 18 - (UFPR) - "Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
Que vive de guardar alheio gado; 
“De tosco trato, de expressões grosseiro, 
Dos frios gelado e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal e nele assisto 
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; 
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, 
E mais as finas lãs, de que me visto. 
Graças, Marília bela, 
Graças à minha Estrela!" 
O texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma qualidade patente nesta 
estrofe é: 
a) o bucolismo; 
b) o misticismo; 
c) o nacionalismo; 
d) o regionalismo; 
e) o indianismo. 
 
19- (Fuvest) 
I. "Porque não merecia o que lograva, 
Deixei, como ignorante, o bem que tinha, 
Vim sem considerar aonde vinha, 
Deixei sem atender o que deixava." 
II."Se a flauta mal cadente 
Entoa agora o verso harmonioso, 
Sabei, me comunica este saudoso 
Influxo a dor veemente; 
Não o gênio suave, 
Que ouviste já no acento agudo e grave." 
III."Da delirante embriaguez de bardo 
Sonhos em que afoguei o ardor da vida, 
Ardente orvalho de febris pranteios, 
Que lucro à alma descrida?" 
 
 
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Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de um amor almejado e passado ou perdido. 
Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas podemos dizer que os 
movimentos literários a que pertencem I, II e III são respectivamente: 
a) barroco - arcadismo - romantismo. 
b) barroco - romantismo - parnasianismo. 
c) romantismo - parnasianismo - simbolismo. 
d) romantismo - simbolismo - modernismo. 
e) parnasianismo - simbolismo - modernismo. 
20- (UFSC) - Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo: 
1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos. 
2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros. 
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia. 
4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória. 
5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão antiterreno. 
Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo: 
a) 1, 4 e 5 
b) 2, 3 e 5 
c) 2, 4 e 5 
d) 1 e 3 
e) 1, 2 e 5 
 
21- (Puc-RJ) - Qual dessas afirmações não caracterizava a poesia arcádica realizada no Brasil no século 
XVIII? 
a) Procurava-se descrever uma atmosfera denominada locus amoenus. 
b) A poesia seguia o lema de “cortar o inútil” do texto. 
c) As amadas eram ninfas, lembrando a mitologia grega e romana. 
d) Os poetas da época não se expressaram no gênero épico. 
e) Diversos poemas foram dedicados a reis e rainhas, e tinham um objetivo político. 
22- (Santa Casa SP) 
Texto I 
“É a vaidade, Fábio, nesta vida, 
Rosa, que da manhã lisonjeada, 
Púrpuras mil, com ambição dourada, 
Airosa rompe, arrasta presumida.” 
Texto II 
“Depois que nos ferir a mão da morte, 
ou seja neste monte, ou noutra serra, 
nossos corpos terão, terão a sorte 
de consumir os dous a mesma terra.” 
O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por 
uma expressão: 
a) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção 
do caos interior do poeta. 
b) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos 
de uso corrente. 
c) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo que o poeta assuma posição 
eminentemente impessoal. 
 
 
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d) em que predominam, diferentemente do Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa. 
e) em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a tendência denotativa do 
Barroco. 
 
23- Em relação ao Romantismo brasileiro, todas as afirmativas são verdadeiras. Exceto: 
a) Expressão do nacionalismo através da descrição de costumes e regiões do Brasil. 
b) Análise crítica e científica dos fenômenos da sociedade brasileira. 
c) Desenvolvimento do teatro nacional 
d) Expressão poética de temas confessionais, indianistas e humanistas. 
e) Caracterização do romance como forma de entretenimento e moralização. 
 
24- Leia e responda: 
 “ A poesia deixa de ser apenas um lamento sentimental murmurado em voz baixa para ser também 
um grito de protesto político ou reivindicação social.” 
O fragmento acima se refere a dois momentos da poesia romântica brasileira que podem ser definidos, 
respectivamente como: 
a) 1ª geração romântica – 2ª geração romântica. 
b) ultra-romantismo – condoreirismo. 
c) indianismo – poesia social. 
d) geração byronista – indianismo. 
e) geração condoreira – geração “mal-do-século”. 
 
25- UFPE/UFRPE/UNIVASF - 2007 
TEXTO XIII 
Discreta e formosíssima Maria 
Enquanto estamos vendo a qualquer hora 
Em tuas faces a rosada Aurora, 
Em teus olhos e boca, o sol e o dia: 
............................................................ 
Goza, goza da flor da mocidade 
Que o tempo trata a toda ligeireza 
E imprime em toda flor sua pisada. 
(Gregório de Matos) 
 
Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora, 
A lua nas janelas bate em cheio. 
Boa-noite, Maria! É tarde...é tarde... 
Não me apertes assim contra teu seio. 
......................................................... 
Mas não me digas descobrindo o peito 
Mar de amor onde vagam meus desejos 
(Castro Alves) 
Nos versos acima, o lirismo barroco, em Gregório de Matos, e o romântico, em Castro Alves, apresentam 
pontos de divergência e convergência, apesar de pertencerem a movimentos literários diferentes, 
distanciados por séculos. As convergências se devem a que: 
a) a visão do amor, fundamentada na religiosidade contrarreformista, elimina a expressão do amor físico, 
sublimando o sentimento. 
b) as relações amorosas são apresentadas de uma maneira sensual e ardente. 
c) o tema do “Carpe diem” faz referência ao aproveitamento da vida e da beleza, na sua brevidade; esse 
tema aparece em ambos como uma reflexão sobre a transitoriedade das coisas. 
 
 
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d) utilizando o discurso direto, os poetas descrevem suas amadas recorrendo a metáforas alusivas a 
elementos da natureza. 
e) em ambos os poemas, as mulheres são descritas como figuras contraditórias, simultaneamente 
angelicais e demoníacas. 
 
26- Leia o fragmento do poema de Castro Alves, em seguida, responda: 
A cruz da estrada 
Caminheiro que passas pela estrada, 
Seguindo pelo rumo do sertão, 
Quando vires a cruz abandonada, 
Deixa-a em paz dormir na solidão. 
...................................................................... 
É de um escravo humilde sepultura, 
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz. 
Deixa-o dormir no leito de verdura, 
Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs. 
...................................................................... 
Dentre os braços da cruz, a parasita, 
Num abraço de flores se prendeu. 
Chora orvalhos a grama, que palpita; 
Lhe acende o vaga-lume o facho seu. 
...................................................................... 
Caminheiro! Do escravo desgraçado 
O sono agora mesmo começou! 
Não lhe toques no leito de noivado, 
Há pouco a liberdade o desposou. 
(ALVES, Castro. (1883) In: LAJOLO, Marisa & CAMPEDELLI, Samira (org.) Literatura comentada. 2 ed. São 
Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 89-90.) 
Nesse fragmento do poema “A cruz da estrada”, observa-se um traço marcante da poesia romântica, que é: 
a) o egocentrismo exacerbado revelador das emoções do eu. 
b) o nacionalismo expresso na origem histórica do nosso povo. 
c) o envolvimento subjetivo dos elementos da natureza. 
d) a evasão do eu para espaços distantes e exóticos. 
e) a idealização da infância como uma época perfeita. 
 
27- Leia atentamente os versos a seguir: 
"Teu romantismo bebo, ó minha lua", 
A teus raios divinos me abandono, 
Torno-me vaporoso... e só de ver-te 
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono." 
(Álvares de Azevedo, "Luar de verão", Lira dos vinte anos) 
Estes versos parecem exemplificar um dos temas mais caros à escola romântica: a identificação com a 
natureza, personificada e participante. Contudo, o verso final nos permite uma leitura capaz de caracterizar 
o trecho como manifestação de: 
a) tendência ao misticismo 
b) melancolia mórbida 
c) aversão à natureza 
d) fuga onírica 
e) ironia 
 
(UFJF – 2008/1ª fase) Leia, com atenção, o Texto VII, a seguir, para responder às questões 28 e 29. 
TEXTO VII 
 
 
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“Há uma crise nos séculos como nos homens. É quando a poesia cegou deslumbrada de fitar-se no 
misticismo e caiu do céu sentindo exaustas as suas asas de ouro. 
O poeta acorda na terra. Demais, o poeta é homem. Homo sum, como dizia o célebre Romano. Vê, ouve, 
sente e, o que é mais, sonha de noite as belas visões palpáveis de acordado. Tem nervos, tem fibra e tem 
artérias – isto é, antes e depois de ser um ente idealista, é um ente que tem corpo. E, digam o que 
quiserem, sem esses elementos, que sou o primeiro a reconhecer muito prosaicos, não há poesia.” 
(Prefácio à Segunda parte da Lira dos vinte anos. In: AZEVEDO, Álvares de. Obra completa. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 2000, p. 190) 
 
28- No Texto VII, observa-se a constatação de que: 
a) o passado era uma época mais feliz para viver. 
b) o ser humano muda de acordo com a época. 
c) a época contemporânea tem mais recursos. 
d) a felicidade se confunde com a poesia. 
e) o poeta só trabalha com abstrações. 
 
29- A tese central do Texto VII é: 
a) tema da poesia brasileira do século XIX. 
b) síntese das aspirações do romantismo brasileiro. 
c) apologia da poética de celebração da vida física. 
d) descrição da poesia nativa ligada à natureza. 
e) negação do desejo romântico de chegar ao Bem. 
 
30- (UFV-MG) 
Leia com atenção o seguinte poema de Cruz e Sousa: 
Sinfonias do Ocaso 
"Musselinosas como brumas diurnas. 
Descem do ocaso as sombras harmoniosas, 
Sombras veladas e musselinosas. 
Para as profundas solidões noturnas. 
Sacrários virgens, sacrossantas urnas, 
Os céus resplendem de sidéreas rosas, 
Da Lua e das Estrelas majestosas. 
Iluminando a escuridão das furnas. 
Ah! Por estes sinfônicos ocasos. 
A terra exala aromas de áureos vasos, 
Incensos de turíbulos divinos. 
Os plenilúnios mórbidos vaporam [...] 
E como que no Azul plangem e choram. 
Cítaras, harpas, bandolins, violinos [...]" 
SOUSA, Cruz e. Obra completa. Org. Andrade Murici. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,1995. p. 86. 
Sobre o autor e o poema citados acima, é INCORRETA a afirmativa: 
a) O autor explora sensações impalpáveis, vagas; utilizando-se de linguagem hermética, difícil, busca 
expressar o belo e o sublime de um cenário mais interiorizado do que real. 
b) Cruz e Sousa, autor simbolista, faz uso do verso decassílabo, frequente também na poética parnasiana. 
c) No poema são intensamente explorados os sentidos da audição, visão e olfato, buscando transmitir ao 
leitor as impressões do eu lírico diante do por do sol. 
d) O poema apresenta uma visão subjetiva da natureza, em que o fenômeno do ocaso é mais sugerido que 
descrito. 
e) No poema, expressivo do ideal da “arte pela arte”, é evidente o repúdio ao subjetivismo e à emoção, 
pela utilização de vocabulário preciso e raro. 
 
31- (UFV-MG) Leia atentamente os textos a seguir, escritos, respectivamente, pelos poetas Olavo Bilac e 
Cruz e Souza: 
Texto I 
 
 
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"[...] 
E horas sem conta passo, mudo. 
O olhar atento, 
A trabalhar longe de tudo. 
O pensamento. 
Porque o escrever – tanta perícia, 
Tanta requer, 
Que ofício tal [...] nem há notícia. 
De outro qualquer. 
[...]" 
 
 
Texto II 
"[...] 
Infinitos espíritos dispersos, 
Inefáveis, edênicos, aéreos, 
Fecundai o Mistério destes versos. 
Com a chama ideal de todos os mistérios. 
Do sonho as mais azuis diafaneidades. 
que fuljam, que na Estrofe se levantem. 
e as emoções, todas as castidades. 
da alma do Verso, pelos versos cantem. 
[...]" 
 
A partir de uma reflexão sobre os fragmentos acima, assinale a afirmativa INCORRETA. 
a) O texto I está contido nos padrões estéticos do Parnasianismo por propor valores específicos da “Arte 
pela Arte”. 
b) O texto II insere-se na poética simbolista por priorizar elementos vagos, oníricos e, sobretudo, os 
mistérios da alma. 
c) O texto I é parnasiano por transformar o fazer poético em um ato consciente, de elaboração e 
aperfeiçoamento formais. 
d) Ambos os textos apresentam elementos de representação simbólica que estabelecem uma 
correspondência entre os mundos interior e exterior. 
e) O texto II é simbolista por sugerir uma poética voltada para valores metafísicos, transcendentais e 
subjetivos. 
 
 
32- (UFPE/UFRPE 2004) Quais as características do Simbolismo que podem ser observadas nos versos 
abaixo? 
“Infinitos espíritos dispersos 
Inefáveis, edênicos, aéreos 
Fecundai o mistério destes versos 
Com a chama ideal de todos os mistérios” 
 
a) Subjetividade, cor local, amor sensual 
b) Nacionalismo, mitologia, impessoalidade 
c) Mistério, musicalidade, hermetismo 
d) Descrição da natureza, ironia, impessoalidade 
e) Racionalismo, religiosidade, versos livres. 
 
 
 
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33- (PUC-RS 2002) 
Ismália 
Quando Ismália enlouqueceu, 
Pôs-se na torre a sonhar... 
Viu uma lua no céu, 
Viu outra lua no mar. 
No sonho em que se perdeu, 
Banhou-se toda em luar... 
Queria subir ao céu, 
Queria descer ao mar... 
E, no desvario seu, 
Na torre pôs-se a cantar... 
Estava perto do céu, 
Estava longe do mar... 
E como um anjo pendeu 
As asas para voar... 
Queria a lua do céu, 
Queria a lua do mar... 
As asas que Deus lhe deu 
Ruflaram de par em par... 
Sua alma subiu ao céu, 
Seu corpo desceu ao mar... 
A vinculação do poema em questão ao Simbolismo revela-se pelas imagens e expressões plenas de 
________, ________ e ________ . 
 
a) musicalidade, mistério e desvario 
b) descritivismo, musicalidade e erotismo 
c) imprecisão, sentimentalismo e religiosidade 
d) objetividade, erotismo e subjetivismo 
e) sentimentalismo, descritivismo e plasticidade 
 
34- (UFPE/UFRPE – 2006) O Modernismo no Brasil teve três fases, e podemos dizer que cada um dos 
poetas abaixo representa uma dessas fases, conforme se descreve nas proposições abaixo: 
1) Manuel Bandeira foi um dos pioneiros do Modernismo. Compôs o poema Os Sapos, para a Semana de 
Arte Moderna de 22. 
2) Carlos Drummond de Andrade, da segunda fase do Modernismo, tem como um dos temas freqüentes o 
desajustamento do indivíduo no mundo. 
3) João Cabral de Melo Neto pertenceu à chamada geração de 45. Entre as características de sua poesia 
estão o racionalismo, a lógica e o rigor formal, o que não o impede de fazer denúncia social. 
Está(ão) correta(s): 
a) 1, 2 e 3 
b) 2 e 3 apenas 
c) 1 apenas 
d) 1 e 2 apenas 
e) 1 e 3 apenas 
 
35- (UFV- MG) Observe com atenção o poema de Carlos Drummond de Andrade: 
Poesia 
“Gastei uma hora pensando um verso 
Que a pena não quer escrever. 
No entanto, ele está cá dentro 
Inquieto e vivo. 
Mas a poesia deste momento 
Inunda minha vida inteira.” 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. 
8. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 20. 
Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que NÃO corresponde a uma interpretação possível do 
texto: 
a) O poema transcrito acima propõe, através do verso livre, abdicar do rigor formal que caracterizou a 
poesia parnasiana. 
b) Os dois últimos versos do poema sugerem o silêncio como o momento especial que leva o eu-lírico a 
captar a essência de sua poesia. 
 
 
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28 
 
c) O texto contém algumas reflexões do poeta mineiro em relação ao próprio fazer poético. 
d) O poema de Drummond ilustra a angústia do escritor ante as limitações que a forma impõe ao fluxo livre 
de seu pensamento.e) A forte presença de antíteses e hipérboles evidenciam a ressonância de alguns aspectos românticos na 
criação do poeta modernista. 
 
(UNIFAL – 2001) Leia o seguinte poema de Manuel Bandeira e responda às questões 36 e 37: 
 
Nova poética 
Vou lançar a teoria do poeta sórdido. 
Poeta sórdido: 
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. 
Vai um sujeito. 
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um 
caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama: 
É a vida. 
 
O poema deve ser como a nódoa no brim: 
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. 
Sei que a poesia é também orvalho. 
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens cem por cento e as amadas que 
envelheceram sem maldade. 
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993. p. 287. 
 
36- Em “Nova poética”, estão presentes algumas tendências inovadoras propostas pelo movimento 
modernista, EXCETO: 
a) a opção pela poesia pautada por temas “sujos”, em detrimento da pureza dos temas idílicos. 
b) a visão crítica do poeta, apresentando uma nova forma de arte literária através do discurso 
metalinguístico. 
c) a linguagem futurista, expressão do homem moderno, ao ritmo da máquina e da velocidade. 
d) a rejeição ao Parnasianismo, pela desobediência às formas clássicas de versificação. 
e) a elaboração de uma nova linguagem, mais simples e dinâmica, a partir da observação do cotidiano. 
 
37- Em relação ao poema “Nova poética”, de Manuel Bandeira, é INCORRETO afirmar que: 
a) o “poeta sórdido” seria aquele que privilegiasse em seus versos a marca suja da vida humana, olhando 
criticamente a sociedade e denunciando os males da modernidade. 
b) ao afirmar que “O poema deve ser como a nódoa no brim”, o poeta sugere a total rejeição ao lirismo 
romântico que, ao suscitar o encantamento, o sonho e a paixão, só é capaz de provocar sentimentos 
alienantes e dispensáveis à vida e ao ritmo do homem moderno. 
c) o poema funde à linguagem poética o discurso narrativo, buscando expressar melhor a realidade do 
homem moderno, sugerindo a necessidade do dinamismo e da constante atualidade dos versos, para 
expressar o drama do ser humano, vítima da própria engrenagem da vida moderna. 
d) segundo o poeta, a poesia deve “Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.”, ou seja, é preciso que os 
versos incomodem, provoquem alguma mudança na consciência do leitor. 
e) o poeta não rejeita totalmente a poesia sobre os temas sublimes, mas nos versos finais, ao referir-se à 
poesia “que é também orvalho”, destila, em fina ironia, o desprezo pelas manifestações poéticas já 
consagradas. 
 
 
 
 
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38- (UFV-MG) Leia as passagens abaixo, extraídas de Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de 
Andrade: 
I. Os camaradas não disseram 
que havia uma guerra 
e era necessário 
trazer fogo e alimento. 
(“Sentimento do mundo”) 
 
II. Tive ouro, tive gado, tive fazendas. 
Hoje sou funcionário público. 
Itabira é apenas uma fotografia na parede. 
Mas como dói. 
(“Confidência do itabirano”) 
 
III. Não, meu coração não é maior que o mundo. 
É muito menor. 
Nele não cabem nem as minhas dores. 
Por isso gosto de me contar. 
Por isso me dispo, por isso grito, 
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias 
preciso de todos. 
(“Mundo grande”) 
 
IV. Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, 
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo. 
Praticas laboriosamente os gestos universais, 
sentes de calor e frio, falta dinheiro, fome e desejo sexual. 
(“Elegia 1938”) 
 
V. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, 
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, 
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, 
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. 
(“Mãos dadas”) 
Apesar do tom intimista e quase confessional da poesia de Carlos Drummond de Andrade, podemos 
encontrar alguns traços em que se desenvolve certa experiência histórica. Assinale a alternativa em que as 
três passagens ilustram a vivência das transformações sociais e econômicas por parte do sujeito lírico. 
a) I, III e IV. 
b) I, III e V. 
c) II, III e V. 
d) II, III e IV. 
e) I, II e IV. 
 
39- (UFV-MG) A partir da leitura do poema abaixo, assinale a afirmativa INCORRETA. 
“Havia a um canto da sala um álbum de fotografias intoleráveis, 
alto de muitos metros e velho de infinitos minutos, 
em que todos se debruçavam 
na alegria de zombar dos mortos de sobrecasacas. 
Um verme principiou roer as sobrecasacas indiferentes 
e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos retratos. 
Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava 
que rebentava daquelas páginas .” 
 
 
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(Carlos Drummond de Andrade - “Os mortos de sobrecasaca”) 
 
a) O poema desenvolve um sentimento sutil mas profundo sobre objetos que rodeiam o sujeito lírico. 
b) O “álbum de fotografias” pode ser entendido como um sinal de lirismo, pois remete às sensações íntimas 
do sujeito lírico. 
c) Não há qualquer traço de lirismo, pois não se trata de um poema de amor. 
d) O poema trata da experiência afetiva da memória, uma das marcas da poesia de Carlos Drummond de 
Andrade. 
e) O “verme” que rói as fotografias simboliza a passagem do tempo, que envelhece as coisas e as pessoas. 
 
40- (UFV-MG) Leia os poemas de Cecília Meireles, retirados de Viagem e Vaga Música: 
 
Retrato 
Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, 
nem o lábio amargo. 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração 
que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
– Em que espelho ficou perdida 
a minha face? 
 
Epigrama do espelho infiel 
(a João de Castro Osório) 
Entre o desenho do meu rosto 
e o seu reflexo, 
meu sonho agoniza, perplexo. 
Ah! Pobres linhas do meu rosto 
Desmanchadas do lado oposto, 
e sem nexo! 
E a lágrima do seu desgosto 
Sumida no espelho convexo. 
 
Assinale a afirmativa INCORRETA: 
a) Os dois poemas retratam a passagem do tempo. 
b) O segundo poema pode ser lido como uma resposta à pergunta final do primeiro. 
c) Os dois poemas apresentam o eu lírico conformado diante da mudança inexorável da vida. 
d) No primeiro poema, o eu lírico se tornou menos emotivo com as mudanças sofridas através do tempo. 
e) Os dois poemas expressam mudanças experimentadas com o passar do tempo. 
 
 
41) (UFV-MG) Leia atentamente o poema abaixo, de João Cabral de Melo Neto: 
 
A educação pela pedra 
Uma educação pela pedra: por lições; 
para aprender da pedra, frequentá-la; 
captar sua voz inenfática, impessoal 
 
 
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(pela de dicção ela começa as aulas). 
A lição de moral, sua resistência fria 
ao que flui e a fluir, a ser maleada; 
a de poética, sua carnadura concreta; 
a de economia, seu adensar-se compacta: 
lições de pedra (de fora para dentro, 
cartilha muda), para quem soletrá-la. 
Outra educação pela pedra: no Sertão 
(de dentro para fora, e pré-didática). 
No Sertão a pedra não sabe lecionar, 
e se lecionasse não ensinaria nada; 
lá não se aprende a pedra: lá a pedra, 
uma pedra de nascença, entranha a alma. 
MELO NETO,João Cabral de. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 21. 
 
Assinale a alternativa que NÃO traduz uma leitura possível do poema acima: 
a) O poeta apreende da pedra a própria vivência na vida agreste do Sertão: de austeridade, resistência 
silenciosa e sempre capaz de dar lições de vida e de poesia. 
b) Os versos metalinguísticos revelam a própria poética cabralina: concreta, impessoal, concisa, embora 
profundamente social. 
c) Ao partir do pressuposto de que a pedra é muda, e, portanto, não ensina nada, o poeta suscita uma 
reflexão sobre a situação educacional precária no Nordeste. 
d) O eu lírico também apreende da pedra os próprios versos enxutos, num esforço de dissecação de 
quaisquer sentimentalismos. 
e) No poema, de intensa economia verbal, a pedra faz-se metáfora da paisagem do Sertão, que “entranha a 
alma”, e espelha o fazer poético do autor pernambucano. 
 
 
Exercícios com questões de provas anteriores do ENEM: 
 
Questão 01 (ENEM-2009): 
Cárcere das almas 
Ah! Toda a alma presa, 
Soluçando nas trevas, 
Do calabouço olhando imensidades, 
Mares, estrelas, tardes, natureza. 
 
Tudo se veste de uma igual grandeza 
Quando a alma entre grilhões as liberdades 
Sonha e, sonhando, as imortalidades 
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. 
 
Ó almas presas, mudas e fechadas 
Nas prisões colossais e abandonadas, 
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! 
 
Nesses silêncios solitários, graves, 
que chaveiro do Céu possui as chaves 
Para abrir-vos as portas do Mistério?! 
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação 
Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993. 
 
 
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Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema 
Cárcere das almas, de Cruz e Souza, são: 
(A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos. 
(B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista. 
(C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais. 
(D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras. 
(E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas 
do cotidiano. 
 
Questão 02 (ENEM 2006): 
ERRO DE PORTUGUÊS 
Quando o português chegou 
Debaixo de uma bruta chuva 
Vestiu o índio 
Que pena! 
Fosse uma manhã de Sol 
O índio tinha despido 
O português. 
(Oswald de Andrade. Poesias Reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978). 
O primitivismo observável no poema transcrito acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma 
marcante 
(A) o regionalismo do Nordeste. 
(B) o concretismo paulista. 
(C) a poesia Pau-Brasil. 
(D) o simbolismo pré-modernista. 
(E) o tropicalismo baiano. 
 
Questão 03 (ENEM 2009): 
Para o Mano Caetano 
1 O que fazer do ouro de tolo 
 Quando um doce bardo brada a toda brida, 
 Em velas pandas, suas esquisitas rimas? 
4 Geografia de verdades, Guanabaras postiças 
 Saudades banguelas, tropicais preguiças? 
 
 A boca cheia de dentes 
7 De um implacável sorriso 
 Morre a cada instante 
 Que devora a voz do morto, e com isso, 
10 Ressuscita vampiro, sem o menor aviso 
 
 [...] 
 E eu soy lobo-bolo? Lobo-bolo 
 Tipo pra rimar com ouro de tolo? 
13 Oh, Narciso Peixe Ornamental! 
 Tease me, tease me outra vez 1 
 Ou em banto baiano 
16 Ou em português de Portugal 
 Se quiser, até mesmo em americano 
 De Natal 
 [...] 
 
 
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1 Tease me (caçoe de mim, importune-me). 
LOBÃO. Disponível em: http//vagalume.UOL.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado). 
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de 
conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso 
de termos coloquiais na seguinte passagem: 
(A) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v.2) 
(B) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v.3) 
(C) “Que decora a voz do morto” (v.9) 
(D) “lobo-bolo/Tipo pra rimar com ouro de tolo?’ (v.11-12) 
(E) “Tease me, tease me outra vez” (v.14) 
 
Questão 04 (ENEM 2000) : 
Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados. Veja um 
exemplo: 
 
Jornal do Commercio, 22/8/93 
O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é: 
(A) Descansem o meu leito solitário 
Na floresta dos homens esquecida, 
À sombra de uma cruz, e escrevam nela 
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida. 
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de 
Janeiro/Brasília: José Aguilar/INL,1971) 
(B) Essa cova em que estás 
Com palmos medida, 
é a conta menor 
que tiraste em vida. 
É de bom tamanho, 
Nem largo nem fundo, 
É a parte que te cabe 
deste latifúndio. 
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 
1967) 
(C) Medir é a medida mede 
A terra, medo do homem, a lavra; lavra 
duro campo, muito cerco, vária várzea. 
(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São 
Paulo: Summums, 1978) 
(D) Vou contar para vocês 
um caso que sucedeu 
na Paraíba do Norte 
com um homem que se chamava 
 
 
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Pedro João Boa-Morte, 
lavrador de Chapadinha: 
talvez tenha morte boa 
porque vida ele não tinha. 
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 1983) 
(E) Trago-te flores, – restos arrancados 
Da terra que nos viu passar 
E ora mortos nos deixa e separados. 
(ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de 
Janeiro: Nova Aguillar, 1986) 
 
Questão 05 (ENEM 2000): 
“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento 
modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas 
que representam o pensamento estético predominante na época. 
Poética 
Estou farto do lirismo comedido 
Do lirismo bem comportado 
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e 
[manifestações de apreço ao Sr. diretor. 
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o 
[cunho vernáculo de um vocábulo 
Abaixo os puristas 
............................................................................................ 
Quero antes o lirismo dos loucos 
O lirismo dos bêbedos 
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos 
O lirismo dos clowns de Shakespeare 
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. 
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974) 
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta: 
(A) critica o lirismo louco do movimento modernista. 
(B) critica todo e qualquer lirismo na literatura. 
(C) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico. 
(D) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico. 
(E) propõe a criação de um novo lirismo. 
 
Questão 06 (ENEM 2000): 
Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a 
sua relação com as pequenas e grandes cidades. 
Bicho urbano 
Se disser que prefiro morar em Pirapemas 
ou em outra qualquer pequena cidade do país 
estou mentindo 
ainda que lá se possa de manhã 
lavar o rosto no orvalho 
e o pão preserve aquele branco 
sabor de alvorada. 
..................................................................... 
A natureza me assusta.

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