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21/08/2013 1 Dra. Andreia S. Evangelista • Graduada pela Escola Bahiana de Medicina. • Formada em Gastroenterologia e especializada em Hepatologia na USP. • E atualmente médica hepatologista do serviço de transplante hepático do Hospital Israelita Albert Einstein. EMERGÊNCIAS EM HEPATOLOGIA Dra. Andreia Evangelista EMERGÊNCIAS EM HEPATOLOGIA • Sem doença hepática conhecida prévia: ‐ Insuficiência hepática aguda grave (IHAG) • Com doença hepática prévia: ‐ Encefalopatia hepática ‐ Hemorragia digestiva alta (HDA) ‐ Peritonite bacteriana espontânea (PBE) 21/08/2013 2 INSUFICIENCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE (IHAG) • Conceito: – Deterioração hepática aguda que resulta em encefalopatia e coagulopatia em paciente sem doença hepática conhecida previamente • Para o diagnóstico: – Doença hepática aguda, coagulopatia e encefalopatia ~ 2000 casos por ano nos EUA • Mortalidade 60‐80% • Taxa de sobrevida em 1 ano pós transplante hepático (80‐90%) AASLD position paper: The management of Acute Liver Failure: Update 2011 Causas • Reação idiossincrásica a drogas • Hepatites virais (B, A, E, superinfecção D, Herpes virus, VZV) • Hepatite autoimune • Envenenamento por cogumelo (Amanita Phalloides) • Doença de Wilson • Doença hepática aguda da gravidez • Choque circulatório • Budd‐Chiari AASLD position paper: The management of Acute Liver Failure: Update 2011 • Diagnóstico e avaliação inicial: – Coagulopatia: INR > 1,5 – Alteração do estado mental – Ausência de doença hepática conhecida – Duração de doença < 26 sem AASLD position paper: The management of Acute Liver Failure: Update 2011 21/08/2013 3 Quadro clínico • Sintomas iniciais inespecificos: – astenia, fadiga, náuseas, dor no corpo • Icterícia • Encefalopatia Classificação Intervalo icterícia‐encefalopatia: – < 7 dias: hiperaguda – 8 ‐ 28 dias: aguda – 28 dias ‐ 26 sem: subaguda Exames complementares • Avaliação metabólica completa • Avaliação hepática: AST, ALT, FA, BT, GGT • Coagulograma • Pesquisa toxicológica, medicamentos, produtos herbais • Investigação diagnóstica: vírus, autoimunidade, doença metabólica • Beta HCG (♀) 21/08/2013 4 Gastroenterology & hepatology,6 (7), 2010 MEDICAMENTOS RELACIONADOS A REAÇÕES IDIOSSINCRÁSICAS E IHAG AASLD position paper: The management of Acute Liver Failure: Update 2011 MANEJO • Transferência para centro de referência em transplante • Identificação da causa: valor prognóstico • Medicamentos: pior prognóstico • Tempo de uso da medicação • Uso concomitante de álcool • Acetaminofen x não acetaminofen • Envenenamento por cogumelo (Amanita Phalloides) 21/08/2013 5 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO • Critérios de Kings College Gastroenterology & hepatology,6 (7), 2010 • Clichy – Coorte francesa pacientes com hepatite B (Hôpital Beaujon) ‐ Se existe encefalopatia, independente do grau. ‐ Ou se Fator V: – Inferior a 30% em maioresde 30 anos – Inferior a 20% em menores de 30 anos CLASSIFICAÇÃO DA ENCEFALOPATIA HEPÁTICA AASLD position paper: The management of Acute Liver Failure: Update 2011 21/08/2013 6 UTI Edema cerebral/ hipertensão intracraniana ‐ CT de crânio: excluir outras causas de RNC, edema ‐ Encefalopatia graus 3 e 4: IOT (sedação com propofol:↓ fluxo sanguíneo cerebral) ‐ Elevar cabeceira do leito ‐ PIC < 20‐25 mmHg (facilita manejo) ‐Manitol (administrar se HIC, não profilático) ‐ Solução salina hipertônica: alvo terapêutico: Na 145 ‐155 mmol/L ‐ Lactulose (?) – distensão abdominal e dificuldade técnica na cirurgia ‐ Hiperventilação: na ausência de resposta ao manitol UTI Infecção ‐ Seguimento com culturas ‐ Profilaxia Não provado o benefício em ambas as opções ‐ A conduta varia de acordo com o serviço ‐ Profilaxia tripla: cefepime, vancomicina e fluconazol UTI Coagulopatia ‐ PFC e plaquetas: antes de procedimentos invasivos ou sangramento ativo ‐ Fator rVIIa: possivel no sangramento ativo ‐ IBP ou bloqueador H2 Insuficiência renal ‐ Expansão com volume ‐ Vasopressor de acordo com a necessidade (manter PAM) ‐ TRS se necessário 21/08/2013 7 Medidas Específicas IHAG POR ACETAMINOFEN Dose: > 10g/d (raramente 3‐4g/d) N‐ Acetilcisteína: 150 mg/Kg em 15 min; 50 mg/Kg em 4h e 100 mg/Kg em 16hs (em SG 5%) ENVENENAMENTO POR COGUMELOS Penicilina G 300.000‐1.000.000 U/Kg/d Silibinina 30‐40 mg/Kg/d por 3‐4 d AASLD position paper: The management of Acute Liver Failure: Update 2011 Doença Hepática Conhecida Prévia 21/08/2013 8 HIPERTENSÃO PORTAL Hemorragia Digestiva alta Encefalopatia hepática Síndrome hepatopulmonar Ascite ‐ Ascite refratária/ intratável ‐ Síndrome hepato‐renal e hiponatremia ‐ Peritonite Bacteriana espontânea (PBE) HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA (HDA) HDA varicosa: 70% dos casos em cirróticos Mortalidade HDA 10‐20% (6 sem) VEs ‐ 50% dos cirróticos no diagnóstico Hemorragia Digestiva Alta (HDA) Avaliação endoscópica: 1) Avalia característica: Varizes esofágicas: fino (3 mm), médio (3‐5mm) e grosso calibre (> 5 mm) Sinais de cor vermelha (red spots), vaso sobre vaso, manchas vermelho‐cereja Varizes Gástricas 2) Localiza ponto de sangramento 3) Tratamento da variz 4) Previne recidiva secundária 5) Profilaxia primária 21/08/2013 9 Hemorragia Digestiva Alta (HDA) Avaliação endoscópica: Hemorragia Digestiva Alta (HDA) Risco de sangramento: 1) Calibre das VEs ‐ VEs de FC: 7% em 2 anos ‐ VEs de MC e GC: 30% em 2 anos 2) Pressão portal acima de 12 mmHg 3) Presença de manchas vermelhas 4) Status da reserva funcional hepática Hemorragia Digestiva Alta (HDA) Manejo do sangramento: Acesso venoso periférico ‐ hidratação cautelosa PAS: 90‐100 mmHg, FC 100 bpm IOT se sangramento maciço ou RNC Transfusões ‐ Hb 7‐9 g/dL ou Ht 21‐27% Drogas vasoativas: terlipressina, octreotide, somatostatina EDA (até 12 hs do início do sangramento) Profilaxia de PBE 21/08/2013 10 Hemorragia Digestiva Alta (Hda) Drogas vasoativas na hemorragia digestiva varicosa Droga Dose recomendada Terlipressina (Glypressin®) Bolus endovenoso de 2 mg seguido de bolus intermitentes de 12 mg a cada 4 horas, por 25 dias Somatostatina (Stilamin ® ) Bolus endovenoso de 250 mcg, seguido por infusão endovenosa contínua de 250 mcg/kg/hora por 25 dias Octreotide (Sandostatin®) Bolus endovenoso de 50100 mg, seguido por infusão endovenosa contínua de 2550 mcg/hora por 25 dias Hemorragia Digestiva Alta (Hda) LIGADURA ELÁSTICA Hemorragia Digestiva Alta (HDA) ESCLEROTERAPIA 21/08/2013 11 Hemorragia Digestiva Alta (HDA) TIPS: falha do controle com EDA e farmacoterapia Contraindicado em pacientes com encefalopatia, abscessos hepáticos, fígado policístico, ICC, hipertensão pulmonar Hemorragia Digestiva Alta (HDA) Tratamento cirúrgico: TIPS indisponível ou persistência do sangramento Hemorragia Digestiva Alta (HDA) Balão de Sengstaken Blackmore Uso por no máximo 24 hs Sangramento maciço 21/08/2013 12 Encefalopatia Hepática (EH) DEFINIÇÃO Síndrome neuropsiquiátrica potencialmente reversível resultante de insuficiência hepatocelular aguda, crônica ou da formação de shunts portosistêmicos. EASL GUIDELINES, J of Hepatol 2010, 53 397417 CLASSIFICAÇÃO Encefalopatia Hepática (EH) PATOGÊNESE Brit J of Hosp Med , 73 (2), 2012 Encefalopatia Hepática(EH) 21/08/2013 13 AVALIAÇÃO NA EMERGÊNCIA Encefalopatia hepática mínima Avaliação por testes psicométricos Encefalopatia hepática clinicamente manifesta Avaliação à beira do leito Encefalopatia Hepática (EH) BUSCAR FATORES PRECIPITANTES Infecção/ sepse Anormalidades eletrolíticas: hipocalemia, hiponatremia Diarréia, vômitos, desidratação Causas iatrogênicas: diuréticos, BZD, sedativos, anti histamínicos, derivados da morfina Hemorragia Digestiva Constipação TIPS Excesso de proteínas da dieta Encefalopatia Hepática (EH) AVALIAÇÃO NA EMERGÊNCIA GRADUAÇÃO – WEST HAVEN EASL GUIDELINES, J of Hepatol 2010, 53 397417 Encefalopatia Hepática (EH) 21/08/2013 14 AVALIAÇÃO NA EMERGÊNCIA Avaliação complementar: EEG Ondas trifásicas Imagem Afastar outras lesões neurológicas (AVCs) RNM: hiperintensidade em T1 nos gânglios da base Amônia – Pouco útil: não muda o manejo, não correlaciona com a gravidade da encefalopatia Encefalopatia Hepática (EH) TRATAMENTO Lactulona Primeira escolha Efeito laxativo: reduz a carga nitrogenada do intestino (2 a 3 evacuações/dia) Diminuição do pH colônico – diminui bactérias produtoras de amônia Enemas 1 a 3/ dia Antibióticos Rifaximina – (11001200 mg/d) benefício na fiunção cognitiva, reduz risco de reinternação e melhora da encefalopatia mínima Neomicina Vancomicina EASL GUIDELINES, J of Hepatol 2010, 53 397417 Encefalopatia Hepática (EH) TRATAMENTO Lornitina Laspartato (LOLA) Via alternativa de detoxificação da amônia Possível benefício nos graus I e II Resultados pouco consistentes Flumazenil Uso limitado na encefalopatia por BZD Potencial em induzir convulsões EASL GUIDELINES, J of Hepatol 2010, 53 397417 Encefalopatia Hepática (EH) 21/08/2013 15 TRATAMENTO Administração de AACA Pouco benefício nos estudos Alto custo Probióticos Suplementos bem tolerados Podem ser recomendados (Shukla et al, 2011) EASL GUIDELINES, J of Hepatol 2010, 53 397417 Encefalopatia Hepática (EH) PERITONITE BACTERIANA ESPONTANEA (PBE) Infecção comum nos cirróticos com ascite Instituição do tratamento reduziu mortalidade: 90%è20% Prevalência em cirróticos: 13% externos 10% internados EASL GUIDELINES, J of Hepatol 2010, 53 397417 PERITONITE BACTERIANA ESPONTANEA (PBE) Quadro Clínico Dor abdominal Tensão abdominal/ piora da ascite Vômitos Diarréia Íleo Sinais de sepse: febre/hipotermia, calafrios, leucocitose, taquipnéia/taquicardia, hipotensão Insuficiência renal Encefalopatia hepática J Hepatol, 2010 21/08/2013 16 PERITONITE BACTERIANA ESPONTANEA (PBE) Diagnóstico PLA: PMN ≥ 250 mm 3 Cultura do LA: negativa em 60% dos casos Bactérias mais comuns: BGN (E.coli) cocos gram + (estreptococos e enterococos) Ascite neutrofílica: Neutrófilos ≥ 250 mm 3 , cultura negativa Bacterascite: Contagem normal de neutrófilos, cultura positiva Peritonite Bacteriana secundária: múltiplos organismos, sintomas abdominais localizados, alta concentração de proteína no L.A. J Hepatol, 2010 PERITONITE BACTERIANA ESPONTANEA (PBE) Manejo PLA: Admissão LA: leucometria e diferencial, cultura, proteínas Colher hemocultura Ascite neutrofílica = tratamento Bacterascite: assintomático: observar; sintomas locais/sistêmicos: iniciar tratamento Se suspeita de PBS: CT de abdome J Hepatol, 2010 PERITONITE BACTERIANA ESPONTANEA (PBE) Tratamento Antibioticoterapia: 1a escolha: Cefalosporina de 3a geração: cefotaxime, 4g/d, 05 dias (alta concentração no LA) Outras opções: Amoxicilna/clavulanato, Ciprofloxacino PLA de controle 48 h: queda de 25% dos PMN Albumina: 1,5 g/Kg D1; 1g/ Kg D3 Cr> 1,0; BT> 4,0 – nível A1 Todos os pacientes – nível A2 J Hepatol, 2010 21/08/2013 17 PERITONITE BACTERIANA ESPONTANEA (PBE) Profi laxia HDA: Doença hepática branda: Norfloxacino, 400 mg Vo, 12/12h, 7 dias Doença hepática avançada: Ceftriaxone, 1g IV, 7 d Proteína do LA < 1,0 mg/L Norfloxacino, 400 mg/d Episódio prévio de PBE Norfloxacino, 400 mg/d J Hepatol, 2010 DÚVIDAS Na área restrita do aluno no item Dúvidas
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