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GASTR0 Cirrose e suas Complicações Larissa Sena Insuficiência hepática aguda Definição Disfunção hepática aguda » 12 semanas » Acometimento primário Descartar lesão hepática secundária por uma doença sistêmica, por exemplo Isquemia, malignidade... » Sem doença hepática crônica Acute on chronic Failure (ACLF) Cirrose » Descartar hepatite aguda grave É diferente da insuficiência hepática aguda, pois o paciente com HAG tem coagulopatia, mas não tem encefalopatia História natural HEPATITE AGUDA – lesão hepatocelular Elevação de enzimas » Transaminases, FA, GGT HEPATITE AGUDA GRAVE Disfunção hepática » Icterícia (↑ bilirrubinas) » Coagulopatia (↑ INR, Tempo de protrombina, ↓ Fator V) INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA Encefalopatia hepática (surge até 12 semanas após a icterícia) Classificação Hiperaguda » Causada tipicamente pelo paracetamol » Tem pouca ou nenhuma icterícia, pois, como é muito rápido, não dá tempo para a formação de muita bilirrubina » Recuperação espontânea é muito alta (pensar bastante entes de indicar transplante) Aguda » Hepatite B » Recuperação espontânea é menos comum Subaguda » Lesões hepáticas induzidas por drogas » Quanto mais subaguda menor o risco de hipertensão intracraniana » Esses pacientes costumam ir mais para o transplante hepático Recapitulando Pensar em hepatotoxicidade por paracetamol quando a dose for maior que 7,5 g/dia ou > 4g/dia em pacientes com fator de risco (hepatopatia prévia, por exemplo) Os principais antibióticos e antirretrovirais associado a hepatotoxicidade são amoxicilina + clavulanato, eritromicina, oxacilina, tetraciclina, esquema RIP (tuberculostáticos), zidovudina, sulfametoxazol + trimetoprim Etiologia Diagnóstico diferencial Abordagem LABORATÓRIO NA ADMISSÃO GRAVIDADE Painel de coagulação (INR e fator V) Perfil hepático (transaminases, FA e GGT) Disfunção renal » Débito urinário » Ureia » Creatinina » Gasometria arterial com lactato Amônia arterial (vai guiar durante o tratamaneto ETIOLOGIA Painel toxicológico (sérico e urinário) Painel viral Autoanticorpos Individualizar » Jovem com risco de dça de Wilson? Pede Cu urinário, FA, bilirrubina... COMPLICAÇÕES Amilase e lipase IMAGEM USG com doppler (ver fluxo, tamanho hepático, lesão focal) Tomografia » Pode ser usada, mas cuidado com o rim, pois pode ter alguma disfunção e piorar devido o contraste Rx Tórax (complicações) ECG (complicações) Monitorização Detectar precocemente as complicações: Esses pacientes têm coagulopatia grave Risco aumentado de infecções » Menor limiar para entrar com atb e antifúngico Distúrbios hemodinâmicos » Lembrar da hepatite isquêmica como causa Disfunção de metabolismo, se o fígado funciona para menos esse paciente vai ter os “hipos” » Hipoglicemia » Hiponatremia » Hipofosfatemia Disfunção renal » Diálise precoce se necessário SNC » Edema cerebral » Encefalopatia pronunciada (graus 3 e 4) » Intubação precoce » Medidas contra hipertensão intracraniana Transplante Critérios » Grau da disfunção hepática » Etiologia » Idade » Presença de encefalopatia hepática COMPLICAÇÕES DA CIRROSE Ascite Introdução O que pedir? » Celularidade total e diferencial, além de proteínas totais e albumina Ajudam no diagnóstico diferencial inicial Separam os pacientes em grandes grupos » Cultura » Outros – quando temos suspeitas específicas ADA (tuberculose) Triglicerídeos (ascite quilada) Amilase (complicação de pancreatites) DHL (peritonite bacteriana secundária à perfuração, por exemplo) Etiologia GASA – gradiente albumina soro – ascite (é uma subtração) » > 1,1 sugestivo de hipertensão portal » < 1,1 sugestivo de doença peritoneal Carcinomatose peritoneal, TB peritoneal, pancreatite... Manejo Restrição de sódio (até 2g – 88mEq/dia) Diureticoterapia (espironolactona, age no eixo de formação da ascite, mas leva a hipercalemia, por isso a associação com furosemida – a cada 100mg de espironolactona usamos 40mg de furosemida Paracentese de repetição em alguns pacientes Peritonite bacteriana espontânea Uma das principais complicações infecciosas no paciente com cirrose Definições PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA Definida pelo aumento de neutrófilos no líquido ascético (> 250 neutrófilos) + cultura monobacteriana (como cultura demora um pouco – 24 a 48h - o diagnóstico de PBE é retrospectivo) ASCITE NEUTROFÍLICA Aumento de neutrófilos (> 250) Cultura negativa BACTERASCITE < 250 NEUTRÓFILOS Cultura positiva PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA Geralmente causada por causa cirúrgica (diverticulite, apendicite...) > 250 neutrófilos (muito superior ao da PBE) Cultura polimicrobiana Dosagem de proteínas geralmente vêm alta DHL alto Glicose baixa devido ao consumo pelas bactérias Todos os pacientes devem fazer uma tomografia de abdome Etiologia Cirrose » Principalmente e.. coli Síndrome nefrótica » Principalmente pneumococco Tratamento Se o aumento de neutrófilos foi evidenciado, não precisa esperar cultura → Terapia empírica » Cefalosporinas de 3ª geração (ceftriaxone) » Largo espectro (em casos de suspeita de peritonite hospitalar, pacientes com contato frequente ao serviço de saúde) Esses pacientes são graves e estão sob risco de desenvolvimento de disfunção renal aguda, por isso é indicado infusão de albumina » 1º dia – 1,5 g/Kg » 3º dia – 1,0 g/Kg Paracentese após 48h (espera-se redução de 25% de neutrófilos) » Paciente respondeu bem: termina o tratamento por, pelo menos, 5 – 7 dias Profilaxia » Primária aguda: após HDA Ceftriaxone IV 1g/24h por 3 – 5 dias » Secundária: após PBE Norfloxacino VO 400mg » Primária crônica: Norfloxacino VO 400mg Feita em pacientes ambulatoriais que estão estáveis, mas tem altíssimo risco de desenvolver BPE que são os que tem: Proteína no LA < 1,0 g/dl OU Proteína no LA < 1,5 g/dl + fator de risco (Child > 9; Cr > 1,2; Bilirrubinas > 3 mg/dl; sódio < 130 mEq/L) Síndrome hepatorrenal (SHR) Diagnóstico Diagnóstico de exclusão Disfunção renal aguda + Cirrose avançada + Ascite Disfunção renal aguda é definida por (ICA-AKI) » 0,3 mg/dl em 48h » 50% em 7 dias Temos que dar tempo do rim se restabelecer de algum insulto agudo » Durante 2 dias Suspender diuréticos Expandir com albumina (1g/Kg) Retirar drogas nefrotóxicas Excluir choque Afastar doenças crônicas » Exame de urina (avaliar hematúria ou proteinúria que estão mais presentes na doença crônica) » USG Tratamento Vasoconstrictores (+ albumina – 20 a 40g/dia; cuidado com sobrecarga de volume nesses pacientes) » Terlipressina Mais importante Grande eficácia Vasoseletiva para circulação esplâncnica Associada a efeitos colaterais como infarto, isquemia testicular, edema agudo de pulmão A infulsão contínua m 24h tem menos complicações » Noradrenalina Boa eficácia Limitações: acesso central necessário Mais usado na UTI » Midodrina + octreotide Uso reservado para lugares que não tem os medicamentos anteriores Tratar causa (infecção, sangramento?) Como acontece em pacientes com cirrose avançada, a terapia definitiva é o transplante hepático Hemodiálise pode ser feita enquanto aguarda o Tx Até quando tratar? » Até resposta completa (Cr < 1,5) » 14 dias (resposta parcial) ↓ 50% da creatinina, porém ela não fica < 1,5 » Ausência de resposta Deve ser interrompido Profilaxia Em casos de PBE » Albumina » Norfloxacino Encefalopatia hepática Insuficiencia hepatocelular Shunt portossistêmico (como na hipertensão portal) » Neurotoxinas comoamônia (mais importante) » Alterações de neurotransmissão » Alteração da barreira hematoencefálica » Outros Fatores precipitantes Infecção Constipação Distúrbios hidroeletrolíticos Sangramento GI Diureticoterapia Não identificado em boa parte das vezes, e isso reflete um estado mais avançado de doença hepática e esses pacientes podem ser listados para transplante em situação especial Classificação Diagnóstico História clínica Exame físico Diagnóstico diferencial » TC crânio em pacientes mais graves (AVCh?) » Laboratório – amônia? Usada como método de segmento avaliando a resposta clínica ao tratamento Tratamento Fator precipitante + suporte geral » Infecção » Constipação » Distúrbios hidroeletrolíticos » Diureticoterapia » Sangramento GI Suporte nutricional » Não restringir proteínas para evitar desnutrição (em casos de intolerância a proteína animal – BCAA) » Lanche noturno » Evitar jejum Diminuir amônia » Lactulose (mais usada na prática) Atua de forma multifatorial Altera o pH (esse pH transforma amônia em amônio) Altera flora intestinal de bactérias produtoras de amônia para bactérias não produtoras de amônia Efeito catártico (diminui tempo de contado da mucosa intestinal com neurotoxinas » Neomicina, rifasimina, LOLA Hipertensão Portal Definição Esse aumento do fluxo das veias colaterais é que fazem surgir as varizes esofágicas, gástricas, ectópicas... Classificação Devido a causa » Cirrótica (90%) » Não cirrótica (principalmente esquistossomose) Topografia » Pré-hepática » Intra-hepática Pré-sinusoidal Sinusoidal Pós-sinusoidal » Pós-hepática Etiologia PRÉ-HEPÁTICA Trombose de veia porta Trombose de veia esplênica » Hipertensão segmentar » Varies gástricas isoladas Fístula arteriovenosa Esplenomegalia INTRAHEPÁTICA Pré-sinusoidal » Esquistossomose hepatoesplênica » Idiopática (hiperplasia nodular regenerativa) Causada até por medicações como azatioprina (pacientes com hepatite autoimune que fazem uso dessa medicação comumente desenvolvem hipertensão portal não cirrótica o que acaba confundindo – será que ele tem uma hepatopatia crônica ou só a autoimune? » Sarcoidose Sinusoidal » Cirrose » Hepatite crônica » Hepatite crônica (não é muito comum, mas pode dar hipertensão portal) Pós-sinusoidais » Doença hepática veno-oclusiva » Hepatite alcoólica PÓS-HEPÁTICA Budd-Chiari Cardiopatias (principalmente cartiopatias restritivas como pericardite constritiva e insuficiência cardíaca, principalmente direita Quando pensar? Sinais clínicos e laboratoriais de cirrose ou de circulação colateral Estigmas da cirrose » Exame físico Ascite Eritema palmar Ginecomastia Atrofia testicular Perda de massa óssea Exame laboratorial que mais ajuda na prática clínica é a dosagem de plaquetas (Quando normal dificilmente esse paciente tem circulação colateral importante) Circulação colateral » Exame físico (cabeça de medusa) » Imagem – TC com contraste (visualização dos vasos ingurgitados) Correlação clínica Sem sinais clínicos evidentes, o que fazer? Objetivo é detectar precocemente Endoscopia apara avaliar presença de varizes de esôfago Manejo Tratar agente etiológico Tratar obesidade Cessação do álcool Otimização nutricional (pacientes bem nutridos quando descompensam tem menor mortalidade VARIZES ESOFÁGICAS Sem varizes – seguimento » Não se deve prescrever betabloqueador com o intuito de prevenir o surgimento de varizes (sem evidência científica) Varizes de pequeno calibre – Betabloqueador Médio/grosso calibre – Betabloqueador e ligadura elástica VARIZES GÁSTRICAS Betabloqueador ou cianoacrilato PROFILAXIA DE VARIZES Primária » Betabloqueador (carvedilol, propranolol ou nadolol) OU ligadura elástica Secundária » Betabloqueador (propranolol e nadolol) E ligadura elástica VIGILÂNCIA ENDOSCÓPICA
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