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NOVO CPC: O QUE É SANEAR O PROCESSO? Processo, já sabemos, significa andar para frente, o que deixa evidente que a marcha processual somente retrocede na presença de nulidades insanáveis. As nulidades sanáveis precluem, ou seja, não podem ser alegadas depois que a parte que se diz prejudicada já se manifestou nos autos. Ora, o processo é algo intelectual que não se encontra no mundo ôntico, pois se compõe de um conjunto de atos processuais preordenados de forma à satisfação da tutela jurisdicional, ou seja, a petição inicial, documentos, contestação, réplica, provas produzidas alegações das partes e sentença, por exemplo, são atos processuais que são materializados em peças unicamente para prova de suas existências, no que chamamos de autos dos processos. Aquilo que se toca e se vê em cartório são os autos do processo. Com o processo eletrônico nem isso mais faremos. Dessa forma, se pretende ver se há nulidade processual da citação, por exemplo, vou me socorrer dos autos do processo para ver se o ato processual da citação preencheu os requisitos legais previstos no Código de Processo Civil. O ato materializado no mandado de citação deve obedecer a esses requisitos legais para ter validade. Se outra pessoa foi citada, ou se a citação foi realizada em pessoa sem poderes para recebê-la a citação será nula e tal nulidade somente poderá ser constatada com a leitura dos autos do processo. Sanear o processo, assim, significa prolatar uma decisão que declara saneado o processo o que importa afirmar que ele está livre de quaisquer vícios que possam obstar seu regular prosseguimento, não existem, portanto, nulidade até aquela fase processual e o ponto controvertido será fixado e sobre ele recaíra a prova, com o deferimento, ou não de produção dessas mesmas provas para que o juiz prolate a sentença, ato processual terminativo. O Código de Processo civil em vigor determina: Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I – resolver as questões processuais pendentes, se houver; II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. O saneamento do processo é fundamental para o juiz otimizar o tempo e avaliar as questões que mereçam destaque e atenção para o prosseguimento do processo e a designação, se houver prova oral a ser colhida, da audiência de instrução e julgamento. Na nova sistemática, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão que saneou o processo se torna estável. Não se trata de hipótese de Embargos de Declaração, mas de pedido de esclarecimentos, como deixa bem claro o CPC. O saneamento, também, no CPC em vigor, pode ser realizado pelas próprias partes, em delimitação consensual das questões de fato e de direito, devendo tal decisão ser levada à apreciação e homologação do juiz. A partir do momento em que for homologada, vincula as partes e o juiz, conforme art. 357, § 2º do CPC. Outra hipótese, aplicada às causas complexas, quer em matéria de fato, ou em matéria de direito, éa designação de audiência de saneamento, conforme art. 357, § 3º do CPC.
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