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Cardiotocografia Definições e conceitos: - A Cardiotocografia (CTG) é um exame não-invasivo, “barato” e bastante acessível. Através da cardiotocografia podemos fazer um registro gráfico da freqüência cardíaca fetal (fcf) e simultaneamente registrar as movimentações fetais e as contrações uterinas. - A CTG pode ser realizada no período anterior ao parto (mas só a partir de 28 semanas, serve para avaliar a saúde fetal durante a gravidez) e/ou pode ser realizada durante o parto (monitorar a saúde do feto durante o parto). Quando feito durante o parto o aparelho não precisa ficar registrando o tempo todo (segundo o professor isso seria desperdício de recursos, ele sugeriu que o aparelho fosse, em intervalos fixos, ligado por alguns minutos e então desligado de novo) - Existe a cardiotocografia computadorizada, nesta o princípio do exame é o mesmo, porém o computador é que vai analisar/interpretar os dados obtidos e ele mesmo emite um laudo. - A cardiotocografia pode ser classificada em: * Basal: a mãe e o feto estão em repouso, não há interferência do examinador; * Estimulada: o examinador vai interferir no exame, com o objetivo de produzir uma reação do feto; para isso o examinador pode fazer um estímulo mecânico (chacoalhar a barriga da mãe e assim chacoalha o bebe), ou então usar um recurso sonoro (como uma buzina). - Em condições normais, quando o feto realiza movimentos intra-uterinos, ele vai apresentar uma aceleração momentânea da freqüência cardíaca. Por outro lado, quando o feto está “sofrendo” com hipóxia, a freqüência cardíaca não ira aumentar. Quando há hipóxia cerebral o hipotálamo e os núcleos da base estão entre as primeiras estruturas a serem afetadas, e como conseqüência, o sistema nervoso autônomo (SNA) não será capaz de influenciar com a FC do feto quando esse se movimenta (não haverá a aceleração esperada da FC). - O exame só pode ser realizado após 28 semanas de gestação, antes disso os centros no diencéfalo não estarão completamente amadurecidos. Antes de 28 semanas o exame pode dar muito falso-positivo ou então falso-negativo. Por isso o exame só terá valor real se feito após 28 semanas. Alterações da Frequência cardíaca fetal: - Durante o exame é esperado que a freqüência cardíaca do feto esteja entre 120 e 160 bpm (isso é o normal); - Considera-se taquicardia quando a FC esta acima de 160 bpm (a causa pode ser hipertermia da mãe, ansiedade, tireotoxicose, uso de drogas, infecções, doença cardíaca no feto, fatores constitucionais, etc) - Considera-se bradicardia quando a FC esta abaixo de 120 bpm (pode decorrer de hipóxia fetal, doenças cardíacas no concepto, uso de drogas ex: benzodiazepínicos, etc. Exame: - Todo feto hígido é capaz de ter sua freqüência cardíaca acelerada em pelo menos 15 bpm por pelo menos 15 segundos. Quando o examinador encontra essa aceleração diz-se que é um traçado reativo, indica “bem estar” fetal. Em caso contrário é um traçado não reativo. (um traçado não reativo, mesmo com a estimulação do feto, faz necessário que outros exames sejam solicitados para a investigação (ex: USG, Doppler). Em determinados traçados não reativos pode ser necessário programar a interrupção ou interromper imediatamente a gestação) - O professor citou em aula que (segundo vários estudos feitos no Canadá) um traçado reativo “garante” pelo menos mais 10 dias de sobrevivência do feto. - Iniciado o exame, este deve durar no mínimo 20 minutos. Durante esses vinte minutos o examinador não irá interferir com a mãe e o feto (é basal = mãe e feto de repouso), se ocorrer a aceleração esperada (traçado reativo) não será necessário prolongar o exame. Porem, se durante esses 20 minutos o feto não apresentar a aceleração da FC, o examinador precisa fazer a estimulação do feto, através de estímulo mecânico (ex: chacoalhar) ou estímulo sonoro (ex: buzina), e então avalia a FC. (se a FC fetal não aumenta, ou aumenta menos que o esperado, mesmo com a estimulação, diz-se que é um traçado não reativo). A aceleração está relacionada com movimentação fetal em 80% dos casos. Obs: no livro diz que nos casos de estimulação mecânica/sonora a FC deve aumentar mais de 20 bpm por um tempo superior a 3 minutos (geralmente se usa uma buzina de bicicleta) - A não aceleração da freqüência cardíaca (ou uma aceleração muito reduzida/inadequada, ex: menor que 10 ou 5), mesmo quando o feto se movimenta ou é estimulado, é um importante sinal de hipóxia cerebral (o exame indica um traçado não reativo). Solicitar outros exames e considerar necessidade de interromper a gravidez em casos de gravidade. Observações: durante o sono o feto não se movimenta e consequentemente não há a aceleração da FC, por isso é tão importante a estimulação mecânica/sonora do feto durante o exame. Certos fármacos podem interferir com o exame, ex: sedativos, ansiolíticos, bloqueadores adrenérgicos, etc. Por isso, durante a anamnese, deve-se perguntar quais fármacos a mãe esta usando, podendo ser necessário adiar o exame ate que o fármaco não esteja mais atuando no organismo. - Sono fetal e determinadas drogas, por exemplo, podem levar a um resultado falso-positivo (entende-se como falso positivo um traçado não reagente (que na verdade deveria ser reagente); já no falso-negativo temos um traçado reagente mas que não deveria ser reagente). Ex: Um falso positivo pode indicar uma hipóxia cerebral no feto, mas na verdade isso não está acontecendo, a mãe faz uso de benzodiazepínicos. - No papel de registro teremos dois traçados: um traçado é a representação gráfica da FC do feto. O outro traçado vai demonstrar os momentos em que ocorreu contração uterina ou movimentação fetal Indicações: - Lembre-se que o exame só pode ser feito após 28 semanas; - O exame está indicado: * Em toda gestação por volta de 36-38 semanas; * Em gestações de risco, desde que acima de 28 semanas. (intervalos menores que 1 semana) * Quando o Doppler ou ultra-som apontar alguma alteração; (ou mesmo quando não existir um ultra-som ou Doppler disponível) * Sempre que a mãe relatar diminuição ou ausência dos movimentos fetais. Desacelerações da FC: - A cardiotocografia é um recurso que pode ser usado, por exemplo, durante o parto, permitindo monitorar as condições do feto e sua resposta perante as contrações uterinas. - Quando há uma contração uterina, é esperado que a FC do feto caia um pouco, mas no feto hígido a FC rapidamente retorna ao normal (podendo existir ateelevação da FC). Esse é o DIP I (é um DIP “fisiológico”, não exige maiores preocupações) - Quando há uma contração uterina e a FC do feto cai muito e se recupera mal (demora a se normalizar ou não normaliza), temos um DIP II, que é indicativo de sofrimento fetal durante o parto. (DIP = desacelerações intra-parto)
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