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Caso Concreto III

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 Caso Concreto semana 03 
Considere a seguinte notícia, adaptada do site do Tribunal 
Superior do Trabalho 
 
Por maioria de votos, a Souza Cruz S.A. obteve, na SBDI-1 do 
Tribunal Superior do Trabalho, decisão que lhe permite manter 
trabalhadores no chamado “painel sensorial” de avaliação de 
cigarros (“provador de cigarros”). A maioria dos Ministros seguiu 
a divergência aberta pelo Exmo. Ministro Ives Gandra Martins 
Filho, no sentido de que a atividade, sendo lícita e regulamentada, 
não poderia ser proibida e reformou condenação que impedia a 
ré de contratar trabalhadores para esta atividade. 
Para o Ministério Público do Trabalho, a expressão “painel 
sensorial” é apenas um “nome fantasia” para o que, na prática, 
seria “uma brigada de provadores de tabaco”, que provam 
cigarros da Souza Cruz e dos concorrentes com a finalidade de 
aprimorar o produto comercialmente. Embora a fabricação e o 
consumo de cigarros sejam lícitos, trata-se de atividade 
“sabidamente nociva à espécie humana” 
Ao contestar a ação civil pública, a Souza Cruz defendeu que a 
avaliação de cigarros é essencial para garantir a uniformidade do 
produto, sendo que a técnica do “painel sensorial” é usada 
internacionalmente. A proibição, imposta somente a ela e não às 
empresas concorrentes, afetaria sua posição no mercado. 
Destacou, além de outros aspectos, que a adesão ao “painel 
sensorial” é voluntária e restrita aos maiores de idade e fumantes 
e que a decisão recorrida violou diversos dispositivos e princípios 
constitucionais, dentre eles o da livre iniciativa, o da separação 
dos Poderes, o do livre exercício profissional e o do direito ao 
trabalho. Assim, considere que A Constituição Federal de 1988 
não veda o labor em condições de risco à saúde ou à integridade 
física do empregado, pois garante a redução dos riscos inerentes 
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, 
bem como o pagamento de adicional de remuneração para as 
atividades penosas, insalubres ou perigosas. Esta afirmativa 
encontra-se correta ou errada¿ Fundamente. (TRT – 4ª Região – 
adaptada) 
 RESPOSTA: Observa-se que há um conflito entre princípios e 
interesses igualmente tutelados pela constituição. O método da 
ponderação e as circunstâncias do caso concreto são essenciais 
para encontrar a solução mais adequada. A aparente colisão de 
normas fundamentais de corrente da atividade profissional de 
“provador de cigarros” soluciona- se mediante harmonização, 
considerando -se o livre exercício da profissão ou de ofício, e o de 
qualquer atividade econômica. A harmonização dos preceitos 
constitucionais ocorre à luz dos princípios da proporcionalidade e 
razoabilidade, de modo a garantir a proteção do núcleo essencial. 
Assim, A Constituição Federal de 1988 não veda o labor em 
condições de risco à saúde ou à integridade física do empregado, 
pois garante a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio 
de normas de saúde, higiene e segurança, bem como o 
pagamento de adicional de remuneração para as atividades 
penosas, insalubres ou perigosas. Portanto a questão está 
correta, O adicional de insalubridade está previsto no art. 7º, 
inciso XXIII, Constituição Federal de 1988 e nos arts. 189 e 
seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho de 1943. O 
adicional de insalubridade garantido em nossa Carta Magna é 
aquele pago quando o trabalhador que exerce seu trabalho em 
condições insalubres acima dos limites de tolerância 
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, estando o risco da 
insalubridade “associado a todo e qualquer agente físico, químico 
ou biológico, que direta ou indiretamente produz danos à saúde 
do trabalhador de forma acumulativa ou paulatina” (ALMEIDA, 
2007, p. 115). É necessária perícia técnica a ser realizada por 
engenheiro especializado ou médico a fim de que esta apure se o 
trabalhador faz jus ao respectivo adicional de insalubridade. O 
MPT requereu a proibição da atividade do provador de cigarros da 
empresa, alegando que a atividade era nociva ao ser humano. 
Já o TST julgou improcedente o pedido do MPT, sob os 
fundamentos de que a atividade é lícita, regulamentada pelas leis 
públicas e respeita as normas internacionais de segurança, 
proteção e higiene, a adesão do empregado foi voluntária 
segundo sua autonomia da vontade, sendo ele é maior de idade, 
fumante, a proibição da atividade viola a livre iniciativa, o livre 
exercício profissional e o direito ao trabalho. A doutrina em sua 
corrente majoritária aceita a decisão do TST.

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