Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O Gabinete de Alice Lucas Bambozzi Laura Campos Ale Duarte Instalação Imersiva Combater o mosquito é uma tarefa coletiva! Faça a sua parte! #ZikaZero Prefira o transporte público ENTRADA FRANCA CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé, 111 – São Paulo – SP Terça a domingo, das 9h às 19h Acesse www.caixacultural.gov.br Baixe o aplicativo Caixa Cultural Curta facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo Combater o mosquito é uma tarefa coletiva! Faça a sua parte! #ZikaZero Prefira o transporte público ENTRADA FRANCA CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé, 111 – São Paulo – SP Terça a domingo, das 9h às 19h Acesse www.caixacultural.gov.br Baixe o aplicativo Caixa Cultural Curta facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo Combater o mosquito é uma tarefa coletiva! Faça a sua parte! #ZikaZero Prefira o transporte público ENTRADA FRANCA CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé, 111 – São Paulo – SP Terça a domingo, das 9h às 19h Acesse www.caixacultural.gov.br Baixe o aplicativo Caixa Cultural Curta facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo Combater o mosquito é uma tarefa coletiva! Faça a sua parte! #ZikaZero Prefira o transporte público ENTRADA FRANCA CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé, 111 – São Paulo – SP Terça a domingo, das 9h às 19h Acesse www.caixacultural.gov.br Baixe o aplicativo Caixa Cultural Curta facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo Combater o mosquito é uma tarefa coletiva! Faça a sua parte! #ZikaZero Prefira o transporte público ENTRADA FRANCA CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé, 111 – São Paulo – SP Terça a domingo, das 9h às 19h Acesse www.caixacultural.gov.br Baixe o aplicativo Caixa Cultural Curta facebook.com/CaixaCulturalSaoPaulo Entrada Franca Classificação Indicativa: Livre para todos os públicos Prefira o transporte público Distribuição gratuita. Comercialização proibida 1 O Gabinete de Alice Lucas Bambozzi Laura Campos Ale Duarte Instalação Imersiva apresenta VISITAÇÃO: De terça a domingo Sessões contínuas Das 10h30 às 14h e das 15h às 19h CAIXA CULTURAL SÃO PAULO Praça da Sé, 111 - São Paulo/SP -CEP 01001-001 Terça a domingo, das 9h às 19h Visitas monitoradas. Agendamento e informações: (11) 3321-4400 DE 10 DE DEZEMBRO DE 2016 A 19 DE FEVEREIRO DE 2017 A CAIXA é uma empresa pública brasileira que prima pelo respeito à diversi- dade, mantendo comitês internos que promovem entre os seus empregados ações, campanhas e programas voltados à disseminação de idéias, conheci- mentos e atitudes de respeito e tolerância à diversidade de gênero, raça, orien- tação sexual e todas as demais diferenças que caracterizam a sociedade. A CAIXA também é uma das principais patrocinadoras da cultura brasileira. Somente em 2015, investimos R$ 76 milhões em 539 projetos em todo o Brasil, visitados por 931 mil brasileiros. Em 2016 serão mais R$ 75 milhões para patrocínio a projetos culturais em espaços próprios e espaços de parcei- ros, com ênfase para exposições de artes visuais, peças de teatro, espetáculos de dança e shows musicais, além de festivais de teatro e dança em todo o território nacional. Os projetos patrocinados são selecionados via edital público, uma opção da CAIXA para tornar mais democrática e acessível a participação de produto- res e artistas de todas as unidades da federação, tornando mais transparente para a sociedade o investimento dos recursos da empresa em patrocínio. Desta maneira, a CAIXA contribui para promover e difundir a cultura nacional e retribui à sociedade brasileira a confiança e o apoio recebidos ao longo de seus 155 anos de atuação no país. Para a CAIXA, a vida pede mais que um banco. Pede investimento e participação efetiva no presente, compromisso com o futuro do país e criatividade para conquistar os melhores resultados para o povo brasileiro. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL O Gabinete de Alice é um projeto de instalação imersiva que propõe ao público vivenciar situações sensoriais através de meios audiovi- suais associados a recursos de interação física e gestual como possi- bilidades de condução da percepção. O projeto surgiu de uma confluên- cia entre campos distintos, unindo experimentações em artes visuais, mídias interativas e estudos sobre o movimento e fisiologia do corpo. O quarto das maravilhas de Worm (Olaus Wormius) retratado no livro Musei Wormiani Historia mostrando sua grande coleção de curiosidades, que incluía desde artefatos nativos do Novo Mundo a fósseis e animais dissecados2. The cabinet of curiosities of Worm (Olaus Wormius), as portrayed in the book Musei Wormiani Historia, showing his huge collection of curiosities, which included everything from artefacts from native peoples of the New World to fossils and dissected animals2. Imagens de domínio público: fonte: www.commons.wikimedia.org Ilustração de John Tenniel (1820-1914) para o poema Jaguadarte (no original em inglês: “Jabberwocky”) que aparece em Através dos Espelhos (1871) de Lewis Carroll1. Illustration by John Tenniel (1820-1914) for the poem “Jabberwocky,” which appears in Lewis Carroll’s Through the Looking Glass (1871)1. Uma das primeiras ilustrações de um gabinete de história natural, o Dell’Historia Naturale de Ferrante Imperato, boticário e naturalista de Nápoles (1525 – 1615)3. One of the first illustrations of a cabinet of natural history, the Dell’Historia Naturale of Ferrante Imperato, a botanist and naturalist from Naples (1525-1615)3. 9 O Gabinete de Alice O Gabinete de Alice faz referência aos Gabinetes de Curio- sidades, ou Quartos das Maravilhas (Wunderkammer), populares nos séculos XVI e XVII, que de certa forma antecederam os mu- seus e exposições atuais. Os gabinetes daquele tempo reuniam instrumentos tecnicamente avançados e curiosidades advindas de pesquisas e explorações associadas ao contexto das grandes navegações. Em O Gabinete de Alice buscamos fazer uma analogia entre esse universo informativo e a percepção alterada de Ali- ce de Lewis Carrol, seja diante de situações simples como espelhos ou pela ‘poções’ que a fazem mudar seu entendimento dos acontecimentos, como a sensação de crescer e diminuir de tamanho. O projeto reúne desde recursos lúdicos a condições que proporcionem uma reflexão sobre os estados da percepção experimentados a partir de dispositivos tecnológicos em um espaço físico delimitado, que definimos como uma cabine interativa. Iniciado com o título de Cabine Sensorial, sua elaboração fora pensada inicialmente a partir de uma série de possibilidades como projeções de vídeo, telas LCD, sen- sores de movimento e superfícies ‘hápticas’. A ideia seria O PROJETO Rompe-se assim o equilíbrio desta nossa atual figura, tremem seus contornos. Podemos dizer que a cada vez que isto acontece, é uma violência vivida por nosso corpo em sua forma atual, pois nos desestabiliza e nos coloca a exigência de criarmos um novo corpo (…) que venha encarnar este estado inédito que se fez em nós. E a cada vez que respondemos à exigência imposta por um destes estados, nos tornamos outros (Suely Rolnik, 1993). a de proporcionar ao público mais que efeitos visuais e so- noros, mas também transformações físicas do próprio espaço, com base em movimento de objetos cenográficos, bem como das superfícies, paredes e teto. A cabine também seria dotada de gavetas, portas, objetos “sensitivos” e outras ideias que logo se mostraram de difícil execução. No decorrer do processo, a adoção de estruturas mais mecânicas foi sendo substituída por técnicas ligadas a interações a partir da movimentação e entendimento do espaço, conjugadas com recur- sos de projeção em superfícies irregulares, curvas, conside- radas envolventes, intuitivas e de fácilinteração. Ao longo do desenvolvimento da proposta, viabilizada através do Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (conte mplado em 2014) buscamos uma sintonia dessas premissas mais técnicas do projeto com as pesquisas ligadas ao sistema nervoso autônomo (SNA) pensando em modos de uso e entendimento por parte do público que pudessem equivaler a modos de aprendizagem em relação ao corpo – em busca de formas de autorregulação da fisiologia do corpo. A proposta se constituiu ao longo do tempo como um proje- to verdadeiramente multidisciplinar cujo maior desafio foi proporcionar uma reflexão acerca das possibilidades de uso das tecnologias atuais no sentido de conscientização de nos- sas capacidades sensoriais, buscando entender como ambien- tes supostamente “inteligentes” podem reduzir ou aumentar a nossa potência sensorial perceptiva. O eixo do processo de criação do projeto foi norteado por essa dedicação aos aspectos sensoriais, trazendo como ali- 11 O Gabinete de Alice cerce conceitual estudos sobre a percepção e os regimes dos sentidos e de como estes podem ser alterados, considerando que é a partir deles que uma realidade interna e/ou exter- na é ‘plasmada’ no indivíduo. A ideia era transpor para um espaço físico delimitado (uma espécie de gabinete ou cabine “preparada” tecnologicamente) situações de jogos com a per- cepção, os sentidos e a ‘propriocepção’. Com base em tais premissas, o projeto foi sendo pensado como uma forma de viabilizar um processo criativo e cola- borativo envolvendo estudos da percepção e a fisiologia do corpo, artes visuais, novas mídias e artes cênicas. Assim, o projeto reuniu os artistas e pesquisadores Lucas Bamboz- zi (cinema, vídeo e novas mídias), Joãozito Pereira (artes plásticas), Laura Campos (dança, artes cênicas) que passaram a se valer não apenas do repertório associado a seus campos de atuação, mas do diálogo com o trabalho sobre a percep- ção e a fisiologia do corpo desenvolvido pelo terapeuta Ale Duarte. Em encontros bastante intensivos, pautados por pesquisas e divagações abertas acerca das possibilidades de formato, viabilidade técnica e conceitual, surgiu o formato final de O Gabinete de Alice, apresentado no MAB – Museu de Arte da Bahia, em Salvador, em outubro de 2014. REFERÊNCIAS E ROTEIRO DAS SITUAÇÕES O terapeuta Ale Duarte tem se notabilizado pela sua atua- ção em zonas de conflito ou marcadas por desastres naturais, conferindo-lhe vasta experiência e conhecimento em situações críticas. Em seu método terapêutico, Ale desenvolveu um 1 2 53-4 Assentamento / Settlement Ação / Action Interação / Interaction Integração / IntegrationProntidão / Readiness + - Linha de Ativação do SNA Temperatura corporal quente Tônus muscular alto Energizando Ritmo respiração alto Pronto para agir Hesitação Cansaço generalizado Ritmo respiração baixo Energia vital baixo Tônus muscular baixo Temperatura corporal baixo Sistema Nervoso Simpático Sistema Nervoso Parassimpático Entrada para Prontidão Quebra de Ação Entrada para IntegraçãoLooping de Ação e Interação Novo CicloZona de Congelamento Queda para o Congelamento Zona de Exaustão e Colapso Integração / Homeostase gráfico sobre o ciclo fisiológico do corpo, cuja aplicação restaura o estado de autoregulação natural do organismo. De acordo com o terapeuta muitas das “desordens” da nossa vida contemporânea são desencadeadas pela discrepância entre nos- sas necessidades fisiológicas e as demandas do mundo moderno. Para ele, a saída para a autoregulação está na nossa fisiolo- gia, mais especificamente na reorganização dos ciclos natu- rais do sistema nervoso. A autoregulação inata do organismo mantém sempre atuali- zada a potência inventiva da cognição, o que não acontece quando o ciclo fisiológico fica comprometido. A observação O gráfico elaborado por Ale Duarte (parte relativa aos ciclos de autoregulação da criança) no trabalho com o Estresse Pós-traumático através do método da Experiência Somática criada pelo Dr. Peter Levine. Essas pesquisas orientaram a criação de situações e a definição dos percursos da instalação. The chart developed by Ale Duarte (portion relevant to cycles of self-regulation in children), while working with Post-Traumatic Stress using the Somatic Experience method created by Dr. Peter Levine. Such studies guided the creation of situations and the definition of the installation’s path. 13 O Gabinete de Alice de resultados significativos pela aplicação desse conheci- mento, despertou a possibilidade da utilização do gráfico em projetos de ambientes interativos de arte, para garantir não só a construção de um ambiente que atualize nossa capacidade inventiva como também levante questões sobre as implicações implícitas na relação da nossa dimensão somática com um mundo que se configura cada vez mais a partir de ambientes tecnoló- gicos. CABINES, GABINETES E ESPAÇOS “PREPARADOS” A cabine é uma referência ao gabinete, como um espaço delimitado e “preparado”, não sendo no sentido de enclausu- ramento mas de definição espacial, onde a privacidade tem importância fundamental – para que possa se sentir a vontade. A cabine pensada para o projeto O Gabinete de Alice reproduz situações em sintonia com as pesquisas de cada um dos parti- cipantes. As narrativas provenientes desse percurso podem, em alguns aspectos, ser identificadas tanto com o típico mito do herói (mitologia grega) ou com as peripécias de Alice no País das Maravilhas (a queda no túnel, o confronto com seres estranhos, as distorções provocadas pelo espelhos e sua con- Cabines móveis, cabines para gravação de áudio e para espaços públicos (Imagens: divulgação). Mobile booths, booths for audio recording, and for public spaces (Images: promotional material). dição de encolhimento ou expansão). Os espaços que chamamos de “preparados” fazem referência a John Cage, que inseria em seu piano objetos não usuais, tornando-os dissonantes para os padrões musicais. O espaço tem como característica a condução do público em um percurso sugerido por acontecimentos visu- ais, sonoros e físicos. Dentre uma série de possibilidades, o formato escolhido, e que se mostrou mais viável e aberto a significados dis- tintos, remete ao de um penetrável, em referência às insta- lações de Helio Oiticica (em especial Tropicália - PN2: A pureza é um mito e PN3: Imagético), voltadas para experiên- cias coletivas. A concepção de cabine que utilizamos é a de um espaço versátil, de montagem relativamente fácil e com possibilida- des de mobilidade e transporte. A opção deste formato deve-se sobretudo às possibilidades de controle dos sistemas de in- teração e estímulos sensoriais a partir de uma construção mo- dular, que pudesse ser versátil em termos de montagem e ade- quação aos espaços expositivos existentes. Sendo um projeto que pretende ter sequência em termos de pesquisas (distintas e complementares, tanto ligadas à percepção como associadas às tecnologias interativas), o formato deveria ser um mode- lo a partir do qual suas funcionalidades e recursos poderiam ser transpostas para outras situações espaciais, em função da experiência aferida como consequência de sua apresentação a um público diverso. Em termos mais metafóricos ou simbólicos, a cabine reme- te ao gabinete, à sala das maravilhas, bem como sintetiza as 15 O Gabinete de Alice dificuldades da Alice de Lewis Carroll em relação aos espaços simples e ao mesmo tempo com- plexos em que se mete em suas aventuras e estados alterados de percepção do mundo à sua volta. ELEMENTOS DO ESPAÇO-CABINE A experiência dentro do espa- ço ocorrepreferencialmente em duplas (ou até quatro pessoas, no máximo). Portas foram substi- tuídas por soluções penetráveis e mais fluidas. O roteiro envolve um percurso lógico, associado à experiência temporal sugerida pelo gráfico e à exploração dos elementos visuais e espaciais presentes na projeção nas telas da cabine. Em termos mais técnicos, o sistema envolveu tecnologias interativas diversas, como reco- nhecimento facial e de movimen- tos com o sensor Kinect, con- trolados por Processing. O som envolve o público a partir de um sistema quadrifônico com capa- Foto: Lucas Bambozzi cidade de reproduzir frequências extremamente baixas, fora do espectro audível humano. A versão apresentada na Galeria do Jardim do MAB, Museu de Arte da Bahia em Salvador, incluiu a criação de um ambien- te de visualização da cabine pelo seu lado externo, como uma possibilidade dada ao público de ver outros participantes interagindo com o espaço. PERCURSOS Um dos estímulos na articulação da equipe e que fez con- fluir campos distintos de conhecimento e de criação entre os participantes vem sendo construído com base em uma pesquisa acadêmica iniciada por Laura Campos em 2003 e atualmente em curso em seu doutorado em Artes Cênicas da UFBA. Os estudos ligados a formas de plasticidade na criação de padrões motores para a dança e para a performance levou a pes- quisa diretamente ao campo de experimentação com a percepção e a fisiologia do corpo. É um campo nomeado Educação Somática, que envolve um número consistente de abordagens corporais e que tem como foco principal a investigação da experiência na primeira pessoa. Atualmente, vemos ainda de forma incipiente, mas cada vez mais importante, pesquisas que levantam questões sobre as implicações existentes na interação da nossa dimensão somática (corpo vivenciado) com ambientes engendrados a par- tir das novas tecnologias que, pelo menos nas grandes cidades, permeiam nosso cotidiano quase em tempo integral. Foi nesse sentido que foi pensado esse projeto, tendo como intuito não só investigar questões que estejam imbricadas Estudos para a construção da cabine. Studies for cabinet's construction Ambiente externo da instalação pensado como um processo de integração (ou “descompressão”) após a experiência dentro da cabine. External environment of the installation, conceived as a process of integration (or “decompression”) after the expe- rience inside the booth. A entrada da instalação O Gabinete de Alice, vista por quem já está se adentrando no espaço The entrance to the installation Alice’s Cabinet, as seen upon entering the space. O Gabinete de Alice nessa relação do somático com as novas tecnologias, como tam- bém criar um ambiente com base nesse jogo com a percepção e as novas tecnologias para que o público possa, nessa instala- ção, vivenciar dimensões inexploradas em seu campo de sensi- bilidades, além de construir suas questões segundo a própria experiência proporcionada pelos dispositivos envolvidos pela obra. No universo da arte contemporânea vemos um conjunto de práticas empregadas em instalações que unem conceito e per- cepção do espaço, muitas vezes nos oferecendo a oportunidade de experimentar novas possibilidades perceptivas através de recursos sensoriais que produzem tensões interessantes entre o espaço físico e a fisiologia do corpo. Esse contexto nos motiva o desenvolvimento de uma instalação interativa que tem na sua elaboração o conhecimento sobre nosso ciclo fisiológico e seu processo de autoregulação, ao mesmo tempo que atende a educação do sensível necessária a um projeto artístico. Os trabalhos de Ligia Clark e Helio Oiticica, por exemplo, são emblemáticos no que diz respeito ao estudo da percepção em espaços de arte participativa ou interativa. Num outro contexto, destacam-se os trabalhos dos artistas James Turrel ou Olafur Eliasson cujos processos de percepção e entendimen- to do espaço físico estão no centro de uma pesquisa artística voltada para os processos sensoriais. A obra de Olafur, por exemplo, comumente incorpora leis da física, neurologia e ótica, convidando o visitante a experimentar fenômenos natu- rais como neblina, luz, cor e reflexos, sempre em situações Visualização 3D do modelo adotado para a cabine. / 3D visualization of the model adopted for the cabinet. 19 O Gabinete de Alice de imersão - e eventual desconexão com a conformação padroni- zada da realidade. No conjunto de sua obra, Olafur insere seu trabalho e a experiência que ele oferece aos espectadores em situações espaciais marcadas pela ambiguidade entre “dentro” e “fora”. De forma análoga, O Gabinete de Alice tem como ponto central a relação do ambiente com a fisiologia do corpo, um acontecimento constante e presente (em continua negociação) que molda nossa subjetividade, mas que por conta dos hábitos perceptivos arraigados em nossa cultura moderna, muitas vezes nos passa despercebido. O processo de desenvolvimento de O Gabinete de Alice se deu em busca dessa necessidade de corporalizar a sensação de (auto)satisfação diante de um estímulo, de uma obra, algo essencial para que a experiência ganhe significados que for- taleçam a corporeidade no seu processo de ontologia frágil e não se agarrem a fixações de padrões de percepção ou de com- portamentos que a impeçam de investir no campo intensivo do mover, do aprender, do existir, do estar e talvez do dançar. Sugere-se que a instalação seja experienciada a dois, com “um outro”. Esta relação de “acoplamento” nos ambientes relacio- nais (e também educativos, de experiência compartilhada) se dá principalmente nesse encontro com o outro no campo dos afetos. Então, a instalação serve como um modelo para consti- tuição de ambientes ou processos de aprendizagem que simulam ciclos de autorregulação, pois entendemos que o estado de autorregulação pode estar muito próximo do estado de maravi- lhamento da experiência estética. ALGO MAIS SOBRE O PROCESSO O Gabinete de Alice cria uma situação de confluência efe- tiva entre conceitos de ordem muito diversa, em uma instala- ção onde a imersão em um ambiente interativo atualiza nossa capacidade cognitiva inventiva, desenvolvendo a abertura da dimensão do sensível na medida em que este ambiente propicia ao público perceber suas próprias sensações. O projeto é a viabilização de uma obra em caráter con- tinuamente experimental. Não há a pretensão de que a obra substitua processos terapêuticos e muito menos de que ela funcione como recurso efetivo de cura de qualquer incidente somático ou traumático - mesmo tendo em vista a proliferação de instalações cinestésicas deste ou de outros tipos. Há sim a premissa de utilização de processos alheios à arte em um campo de experimentação sensorial, que sintetize questões que se mostram não apenas relevantes como necessárias: a relação dos estados somáticos com a tecnologia, o potencial lúdico e perceptivo dos ambientes proporcionados por um entendimento expandido de novas mídias, pela situação de ‘pausa’ e des- compressão proporcionada pela instalação em contraposição às urgências contemporâneas, pela absorção de uma forma de arte em contato direto com nossos sentidos. 21 O Gabinete de Alice Desenhos de referência para transformação de pontos luminosos em figuras de interação. Reference drawing for the transformation of luminous points into interactive figures. 23 O Gabinete de Alice O Gabinete de Alice Alice’s Cabinet Immersive installation English Version CAIXA is a Brazilian public company which excels by its respect for diversity. It maintains active internalcommittees working to promote among its employees actions, campais and programs aimed to spread ideas, knowledge and attitudes of respect and tolerance to the diversity of gender, race, sexual orientation and every other differences that characterize society. CAIXA is also a major sponsor of Brazilian culture. In 2015, we invested R$ 76 million in 539 projects throughout Brazil, visited by 931,000 Brazilians. 2016 will be an additional R$ 75 million to sponsor cultural projects in their own spaces and partners spaces, with emphasis on visual arts exhibitions, theatre plays, dance performances, concerts, theatre and dance festivals throughout the national territory. The sponsored projects are selected via public notice, an option taken by CAIXA in order to ensure a more democratic and accessible participation of producers and artists of all the units in our federation, as well as a more transparent way to keep our society informed of the company´s investment of resources. Therefore, CAIXA contributes to promote and disseminate our national culture and returns to the Brazilian society the trust and support received throughout its 155 years of practice in the country. To CAIXA, life asks for more than just a bank. It asks for investment and effective participation in the present, commit- ment to the country´s future and creativity to achieve the best results for the Brazilian people. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 27 O Gabinete de Alice Alice’s Cabinet is a reference to the Cabinets of Curiosity, or Cabinets of Wonder (Wunderkammern), popular in the 16th and 17th centuries, and which to a certain extent preceded the museums and exhibitions of today. The cabinets of the time brought together technically advanced instruments and curiosities originating in studies and explorations linked to the context of the great navigations. In Alice’s Cabinet, we seek to create an analogy between this informative uni- verse and the altered perception of Lewis Carroll’s Alice, be it in light of simple situations such as mirrors, or through ‘potions’ that change one’s understanding of what is happening, such as the sensation of growing or shrinking in size. The project brings together playful resources and conditions that produce a reflection about the state of perception experienced through technological devices in a physically limited space, which we define as an interactive booth. Ini- tially entitled Sensorial Booth, its development was initially conceived as a series of possibilities such as video projections, LCD screens, movement sensors, and ‘haptic’ surfaces. The idea was to provide the audience with more than just visual and sound effects, but also physical transformations of the space itself, through the movement of scenery as well as the surfaces, the walls, and the ceiling. The booth also would be equipped with drawers, doors, “sensitive” objects, and other ideas that right away proved to be difficult to execute. During the course of the process, the adoption of more mechanical structures was replaced by techniques linked to interaction through movement and an understanding of space, together with resources for projecting on irregular and curved surfaces, considered to be enveloping, intuitive, and easily interactive. During the project’s development, made possible thanks to the Culture Fund of the Secretary of Culture of the state of Bahia (provided in 2014), we sought to synthesize these technical premises of the project with studies linked to the auto- nomic nervous system (ANS), thinking about the modes of use and understand- ing by the audience that could be equivalent to the ways of learning related to the body – in search of the ways the body autoregulates its physiology. The proposal came together over the course of time as a truly multidis- ciplinary project whose main challenge was to provide reflections about the possibilities of using current technologies to raise awareness about our sensory abilities, seeking to understand how supposedly “intelligent” environments can reduce or increase our power of sensory perception. The center of the process of creating the project was guided by this dedication to sensorial aspects, utilizing as the conceptual foundation studies about perception and the senses, and how these can be altered, considering that it is through them that an internal and/or external reality is ‘shaped’ in the individual. The idea was to transpose, onto a limited physical space (a sort of technologically “prepared” cabinet or booth), a type of play on the senses, with perception and ‘proprioception.’ With these premises as a base, the project was conceived of as a way to make possible a creative and collaborative process that included studies of perception and the body’s physiology, visual arts, new media, and theater arts. As a result, the project brought together the artists and researchers Lucas Bambozzi (cinema, video, and new media), Joãzito Pereira (visual arts), and Laura Campos (dance, theater arts), who took advantage not only of the repertoires associated with their fields of activity, but also the dialogue with the work about perception and physiology developed by the therapist Alexandre Duarte. In very intensive meetings, guided by studies and open-ended discussions about possible for- mats and their technical and conceptual feasibility, the final format arose: Alice’s Cabinet, presented at MAB (Bahia Museum of Art) in Salvador in October 2014. THE PROJECT The balance of our current figure is broken, its outline wavers. We can say that every time this happens, the cur- rent format of our body undergoes a violent act, because it destabilizes us and demands that we create a new body (…) that comes to embody this new state that arose in us. And every time we respond to the demand imposed by one of these states, we become someone else (Suely Rolnik, 1993). ALICE’S CABINET Alice’s Cabinet is an immersive installation project that proposes to provide the audience with sensorial situations, through audiovisual media together with physical and gestural interaction resources, as possibilities for conducting perception. The project arose out of a confluence of distinct fields, bringing together experiments in visual arts, interactive media, and studies about the movement and physiology of the body. 29 O Gabinete de Alice REFERENCES AND SCRIPT OF SITUATIONS Therapist Ale Duarte has been recognized for his work in conflict zones and in areas affected by natural disasters, providing him with vast experience and knowledge about critical situations. In his therapeutic method, Alexandre developed a chart of the body’s physiological cycle, whose application restores the organism’s natural state of autoregulation. According to the therapist, many of the “disorders” in contemporary life are unleashed by discrepancies between our physiological needs and the demands of the modern world. For him, the way towards autoregulation lies in our physiology, more specifically in the reor- ganization of the nervous system’s natural cycles. The organism’s innate autoregulation regularly updates the inve ntive poten- tial of cognition, something that does not happen when the physiological cycle is compromised. Observing the significant results that came out of the application of this knowledge gave rise to the possibility of using the chart in projects with an interactive art environment to ensure not only the construction of an envi- ronment that updates our inventive capacity but also raises questions about the implications implicit in the relationship between our somatic dimension and a world that is increasingly configured through technological environments. BOOTHS, CABINETS, AND “PREPARED” SPACES The booth is a reference to the cabinet, asa space that is delimited and “prepared,” although not necessarily a cloistering environment, but rather one of spatial definition, where privacy is of essential importance – so that one can feel at ease. The booth conceived for the Alice’s Cabinet project recreates situations that are in sync with the studies of each participant. The narratives that arise out of this trajectory could, in some respects, be identified both as the typical hero myth (Greek mythology) or as Alice’s wanderings in Wonder- land (the fall down the tunnel, the meeting of strange creatures, the distortions provoked by mirrors, and her state of shrinking or growing). The spaces that we call “prepared” are a reference to John Cage, who inserted unusual objects into his piano, leading to the creation of sounds considered dissonant by musical standards. The space is characterized by the audience being guided down a path suggested by visual, audio, and physical occurrences. From among a series of possibilities the format chosen was the one that proved most viable and open to distinct meanings, bringing to mind the pene- trables created through the installations of Hélio Oiticica (especially Tropicália – PN2: Purity is a myth, and PN3: Imagetic), geared towards collective experiences. The conception of the booth that we used is that of a versatile space, relatively easy to assemble, and able to be moved and transported. We opted for this format due above all to the possibility of controlling the systems of interaction and sensory stimulation through a modular construction that could be versatile in terms of assembly and adaptation to existing exhibition spac- es. Because this is a project that seeks to follow up with studies (distinct and complementary, connected to perception as well as to interactive technologies), the format should be that of a model where functionalities and resources can be transposed to other spatial situations as a result of the experience registered as a consequence of its presentation to a diverse audience. In more metaphoric or symbolic terms, the booth recalls the cabinet, the room of wonders, as well as synthesizing the difficulties faced by Lewis Carroll’s Alice in relation to simple and at the same time complex space that she enters in her adventures, and the altered states of perception regarding the world around her. ELEMENTS OF THE BOOTH-SPACE The experience inside the space should preferably happen in pairs (or up to four people at most). Doors were replaced by penetrable and more fluid solutions. The itinerary involves a logical trajectory, associated with the temporal experiences suggested by the chart and the exploration of visual and spatial elements present in the projections on the booth screens. In more technical terms, the system included various interactive technolo- gies, such as facial recognition and movement sensors such as Kinect, con- trolled via Processing. The sound envelops the audience through a quadriphon- ic system with the capacity to produce extremely low frequencies beyond the range of human hearing. The version presented at MAB in Salvador included the creation of a visual- ization screen on the outside of the booth as a way for the audience to see other participants interacting with the space. 31 O Gabinete de Alice PATHS One of the drivers behind the organization of the team, and that led to the confluence of the participants’ distinct fields of knowledge and creation, was based on an academic study initiated by Laura Campos in 2003 and which is currently underway in her Doctoral studies in Theater Arts at UFBA. The studies, linked to the forms of plasticity in creation of motor patterns for dance and performance, led the project directly to the field of experimenting with perception and the physiology of the body. This is a field called Somatic Education, which involves a consistent number of corporeal approaches and which has as its main focus the investigation of first-person experiences. We currently see, in an incipient but increasingly important way, studies that raise questions about the implications that exist in the interaction between our somatic dimension (the lived body) and environments generated out of new technologies that, at least in big cities, permeate our daily lives almost full-time. It was in this sense that this project was conceived, with the aim not only of investigating questions that are interwoven with this relationship of the somatic to new technologies, but also creating an environment based on this play on perception and new technologies, so that the audience can, in this installation, experience unexplored dimensions in their field of sensibilities, as well as con- struct questions according to the experiences they themselves felt thanks to the devices involved in the work. In the world of contemporary art, we see a set of practices utilized in instal- lations that unite the concept and perception of space, often offering us the op- portunity to experience new perceptive possibilities through sensorial resources that produce interesting tensions between physical space and the physiology of the body. This context motivates us to develop an interactive installation that includes in its development an understanding of our physiological cycle and its process of autoregulation, at the same time that it educates the sensibility necessary in an artistic project. The work of Lygia Clark and of Hélio Oiticica, for example, are emblematic in regard to the study of perception in participatory or interactive art spaces. In another context, the work of artists James Turrell or Olafur Eliasson stand out, as their process of perceiving and understanding the physical space are at the center of an artistic study geared towards sensorial processes. The work of Olafur, for example, commonly incorporates laws of physics, neurology, and optics, inviting the visitor to experience natural phenomena such as fog, light, color, and reflections, always in the situation of immersion – and occasional disconnection from the standard form of reality. In all of his work, Olafur inserts the experience that he offers to spectators in spatial situations marked by an ambiguity between “inside” and “outside.” Similarly, Alice’s Cabinet has as its central point the relationship between the environment and the body’s physiology, a constant and present happening (in continuous negotiation) that molds our subjectivity, but which due to the force of habits of perception rooted in our modern culture, oftentimes passes us by unnoticed. The process of developing Alice’s Cabinet sought out this need to corpo- realize the feeling of (self)satisfaction when faced with a stimulus, with a work of art - something essential to giving the experience meanings that strengthen corporeality in its process of fragile ontology, and that don’t attach themselves to standards of perception or behavior that impede them from advancing in the intensive field of moving, learning, existing, being, and possibly dancing. We recommend that the installation be experienced in pairs, with “an other.” This relationship of “coupling” in relational (and also educational, of shared experiences) environments is a result primarily of this meeting with the other in the field of affects. Therefore, the installation serves as a model for constituting environments or processes of learning that simulate cycles of autoregulation, for we understand that the state of autoregulation may be very close to the state of marvel when faced with an aesthetic experience. MORE ABOUT THE PROCESS Alice’s Cabinet creates an effective confluence between a variety of concepts in an installation where the immersion in an interactive environment updates our inventivecognitive capacity, developing the opening of a dimension of the sensi- ble insofar as this environment allows audiences to perceive their own sensations. 33 The project is the fruition of a work that is continuously experimental. We have no pretensions that the work substitute therapeutic processes, and less so that it function as an effective resource to cure any somatic or traumatic incident – even keeping in mind the proliferation of kinesthetic installation of this kind or another. There is, however, a premise that processes beyond art be used in a field of sensorial experience, that it synthesize questions which show them- selves to be not only relevant but necessary: the relationship between somatic states and technology, the playful and perceptive potential of environments created by an expanded understanding of new media, by the state of “pause” and decompression provided by the installation in contrast with the contempo- rary sense of urgency, by the absorption of a form of art in direct contact with our senses. REFERÊNCIAS / REFERENCES GABINETE DE CURIOSIDADES / CABINET OF CURIOSITIES http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabinete_de_curiosidades[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Cabinet_of_curiosities O MUNDO DE LYGIA CLARK / THE WORLD OF LYGIA CLARK http://www.lygiaclark.org.br/defaultpt.asp[2] HÉLIO OITICICA (TROPICÁLIA, PENETRABLES) http://www.heliooiticica.org.br/home/home.php[3] VIDEOCABINES SÃO CAIXAS PRETAS / VIDEOBOOTHS ARE BLACK BOXES - SANDRA KOGUT http://site.videobrasil.org.br/acervo/obras/obra/146843[4] JAMES TURRELL http://www.pbs.org/art21/artists/james-turrell OLAFUR ELIASSON http://www.olafureliasson.net/works.html ZEE - KURT HENTSCHLÄGER http://www.kurthentschlager.com/portfolio/zee/zee.html MÁQUINAS CAPAZES DE CUIDAR DE CRIANÇAS / MACHINES CAPABLE OF CARING FOR CHILDREN http://bit.ly/2gCSRDK UM ROBÔ QUE INTERAGE COM O AUTISTA / A ROBOT THAT INTERACTS WITH PEOPLE WITH AUTISM http://bit.ly/2fYf0eK 35 O Gabinete de Alice FICHA TÉCNICA | CREDITS Idealização | Concept: ALE DUARTE, JOÃOZITO PEREIRA, LAURA CAMPOS E LUCAS BAMBOZZI Coordenação Geral | General Coordinators: LAURA CAMPOS E LUCAS BAMBOZZI Desenho de cenografia e montagem | Scenery design and assembly: JOÃOZITO PEREIRA Direção de imagens, interatividade e conteúdo | Director of images, interactivity, and content: LUCAS BAMBOZZI Consultor e pesquisador em fisiologia e educação do movimento | Consultant and researcher in physiology and movement education: ALEXANDRE DUARTE Design gráfico | Graphic design: JULIO DUI Assessoria de imprensa | Media Relations: LILIAN MICHELAN (São Paulo) Montagem e cenografia | Installation and scenography: BLADE (Salvador), ELÁSTICA/WILLIAM ZARELLA (São Paulo) Direção de montagem | Installation Director: LANUSSI PASQUALE (Salvador), WILLIAM ZARELLA (São Paulo) Local da exposição inicial | Original exhibition location: MAB – MUSEU DE ARTE DA BAHIA Textos | Text: LAURA CAMPOS E LUCAS BAMBOZZI Desenvolvimento tecnológico | Technological development: TONI OLIVEIRA, JAVIER CRUZ E GUIMA SAN Trilha sonora | Soundtrack: PEDRO AUGUSTO DIAS Produção executiva | Executive producers: TIAGO TAO E MARINA PINHEIRO Bambozzi, Lucas. O Gabinete de Alice / Lucas Bambozzi, Laura Campos e Ale Duarte - São Paulo, 2016. ISBN: 978-85-916927-2-9 Catálogo de exposição. 1.Arte. 2.Arte Contemporânea. 3.Instalação. 4.Interatividade. 5.Experiência Sensorial. 6. Ambientes imersivos. I. Título.
Compartilhar