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Vieira et al 2010. livro Metodos

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Métodos e Técnicas na Pesquisa Etnobiológica e Etnoecológica 2010 ISBN: xxx-xx-xxxx-xxx-x 
1 
Introdução à taxonomia 
zoológica e coleta e 
preparação de material 
zoológico 
 
 Kleber da Silva Vieira1,2, Washington Luis da Silva Vieira1,2, Rômulo 
Romeu da Nóbrega Alves3,4 
 
1Laboratório de Herpetologia do Departamento de Sistemática e 
Ecologia da Universidade Federal da Paraíba/Campus I; 
2Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em 
Ciências Biológicas, área de concentração Zoologia; 
3Universidade Estadual da Paraíba Professor do Departamento de 
Biologia, Campina Grande, PB; Avenida das Baraúnas, 58109-753, 
Brasil; 
 
 
Apresentação 
 
 A espécie humana possui a capacidade inata de 
criar categorias, classificando-as conforme suas 
características particulares. Os atributos que damos às 
coisas, como também aos organismos nos serviram de 
base para o desenvolvimento dos muitos métodos 
classificatórios, destes a Taxonomia é único quando se 
trata do estudo da biodiversidade. Ter acesso à 
diversidade biológica não é uma tarefa simples, e 
qualquer um desejando fazê-la necessita conhecer uma 
série de pré-requisitos, incluindo desde a coleta e 
preparação do material zoológico até seu devido 
armazenamento em uma coleção científica. Os métodos 
de coleta e preparação de espécimes animais são quase 
que proporcionais à diversidade atualmente conhecida, 
entretanto é possível encontrar um método geral que 
pode ser aplicado para a grande maioria dos táxons, 
isso permite um melhor aproveitamento da informação 
contida nos espécimes não só por não-especialistas, 
mas principalmente por sistematas e taxonômos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correspondência: Kleber da Silva Vieira, Caixa Postal 5021, CEP 58051-970, Universidade Federal da 
Paraíba, Campus I. João Pessoa Paraíba. E-mail ksvieira04@yahoo.com.br 
Vieira, K. S et al. 2 
Introdução 
 
Quando a espécie humana passou a ter maior poder de abstração ela foi capaz de reestruturar a maneira de observar 
seu mundo, aperfeiçoando uma capacidade inata de ordenar aquilo que julgava ser ou não semelhante, incluídos aí não 
apenas coisas, outros animais e plantas, mas também a si própria. Essa capacidade de ordenação legou aos humanos o 
poder de enxergar a grande diversidade de formas existentes na natureza, e o conjunto de métodos empregados 
exclusivamente ao estudo da classificação da diversidade de seres vivos foi chamada Taxonomia (Mayr 1998). 
Embora todas as culturas humanas tenham desenvolvido ao longo do tempo maneiras particulares de classificar coisas 
e organismos (Papavero & Balsa 1986) estas se diferenciavam em seu maior ou menor poder de ordenamento, e foi com os 
gregos que nossa maneira de enxergar o mundo foi aperfeiçoada. Aristóteles fundamentou em sua lógica, inspirada no 
pensamento platônico, o conceito de classe e o modo como estas se relacionavam umas com as outras, ou seja, um sistema 
de categorias logicamente posicionadas conforme uma hierarquia de valores (Abreu 1994). Esse sistema de classificação, 
apesar de muito antigo, é ainda tão útil quanto na época de Aristóteles, sendo atualmente empregado na educação infantil, 
como também por leigos em conversas informais, e de maneira mais técnica por diversos profissionais como agrônomos, 
ecólogos, fisiologistas, geneticistas, médicos e até mesmo por taxônomos (Amorim 1997). 
O método aristotélico serviu de base para o desenvolvimento da Taxonomia tradicional no início do século XVIII 
quando esta última empregou o conceito formal de classes, surgindo como ciência pelo esforço conjunto de Peter Artedi e 
Lineu para classificar o mundo natural (Gardiner & Morris 2007). A Taxonomia, como se subtende, diz respeito à criação 
de grupos biológicos pelo compartilhamento de características e tem por fundamento não apenas a formação de grupos, 
mas também a elaboração de nomes para tais grupos. Além disso, o método de classificação lineana emprega o conceito de 
categorias, o que compreende outra parte de sua estrutura metodológica. As classificações biológicas funcionam, portanto, 
como depósitos da informação sobre a biodiversidade e são verdadeiros sistemas de referência acerca dos organismos 
(Hennig 1966). 
Para todo e qualquer especialista, como a um pesquisador não taxônomo ou ainda para um leigo, interessado em 
investigar a diversidade biológica precisa, antes de qualquer coisa, conhecer uma série de pré-requisitos que inclui 
diferentes métodos de coleta e preparação de organismos para sua devida inclusão em coleções científicas. Estes métodos 
de coleta como a preparação do material biológico parecem ser quase proporcionais em número a diversidade biológica 
conhecida (Caramaschi 1987) e ainda que este número seja muito elevado, uma postura geral pode ser reconhecida e 
adotada para qualquer grupo biológico de interesse do pesquisador. 
A coleta e preparação de espécimes animais não constituem, portanto, um esporte e nem um ato de violência gratuita 
ou crueldade como pensam muitos leigos. Trata-se de um método inegavelmente útil na investigação da diversidade 
biológica e é único por fornecer aos taxonomistas, sistematas, anatomistas, fisiologistas e ecólogos as informações que de 
outra maneira não lhes seria possível. As coleções científicas são as fiéis depositárias de toda essa informação e mantém 
seus acervos, muitas vezes centenários, disponíveis para todo e qualquer indivíduo interessado em pesquisa ou ensino. 
Nosso objetivo com este capítulo é fazer um breve apanhado sobre taxonomia zoológica e apresentar métodos gerais 
de coleta e preparação de material zoológico, de forma que a informação aqui contida possa servir a pessoas não-
especialistas. Pretendemos também fornecer a orientação necessária de como esse material deve ser depositado em 
coleções científicas, de forma que a informação contida nos espécimes não seja prejudicada e esteja disponível para 
pesquisadores de diferentes áreas. 
 
1. Nomenclatura Zoológica 
 
Foi por volta do final da primeira metade do século XVIII, quando houve a publicação da 10ª edição do Systema 
Naturae, que nasceu a Taxonomia moderna (ICZN 1999), cujo objetivo era a classificação da diversidade biológica. Após 
a morte de Peter Artedi, um dos idealizadores do “sistema natural”, o naturalista sueco Lineu apresentou sua obra 
explicando, até então, a maneira mais adequada de classificar e dar nomes aos organismos. 
Em sua proposta, Lineu classificou e criou uma série de divisões tão ampla que contemplava desde minerais até 
animais, sendo igualmente útil na classificação dos microorganismos. O cerne do método classificatório apresentado no 
Systema Naturae (Lineu 1756) não foi nenhuma grande novidade, pois tratava basicamente em reconhecer similaridades e 
agrupar entidades, fossem estas minerais, vegetais ou animais, em grupos com nomes exclusivos; algo que já era realizado 
na antiga Grécia (ver Souza & Silva 2006). Apesar disso, a maior inovação presente no Systema Naturae foi, sem dúvida 
alguma, seu caráter binominal para dar nomes a aquelas mesmas entidades. 
O método aplicado por Lineu toma emprestado o conceito de classes aristotélico na construção dos níveis de 
classificação, que ele denominou táxon. Isso confere um aspecto platônico de essência na explicação das similaridades 
observadas e no ato de nomear as categorias, tal fato acabou por dar a Lineu o título de essencialista na história da 
Biologia. Além da estrutura taxonômica, o método lineano adota o conceito de categorias quando o objetivo é tratar dos 
atributos dos espécimes ou tipos, e é aqui em particular que encontramos a regra binominal. Na dimensão de categoria um 
genus (origem, tribo, descendência, gênero) é hierarquicamente mais abrangente que um eidos (aspecto exterior, forma, 
modo de ser), mas tais termos são relativos e dependem de referenciais,podendo um genus ser um eidos quando 
comparado a um nível maior na hierarquia. Em seu sistema, Lineu construiu unicamente cinco categorias: Espécie > 
Gênero > Ordem > Classe > Reino, todas muito precisas sob uma ótica lógico-ontológica. 
Introd. Taxon. Zool. Col. Prep. Mater. Zool. 3 
A nomenclatura zoológica, originalmente desenvolvida por Lineu, é regulamentada pelo Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica (ICZN 1999) que trata exclusivamente em estabelecer o sistema de regras e recomendações sobre 
a maneira correta de compor e aplicar nomes zoológicos. Existem naturalmente outros códigos de nomenclatura em 
taxonomia biológica, mas o código zoológico possui sua independência e reconhece unicamente suas próprias regras e 
recomendações (Bernardi 1994). Seu objetivo é fazer com que exista uma estabilidade e universalidade nos nomes 
científicos dos animais, assegurando que estes sejam únicos. Sua origem foi conseqüência da confusão de nomes ocorrida 
na literatura zoológica por volta da primeira metade do século XIX, devido à expansão do sistema lineano e sua aceitação 
em diversos lugares e nas diferentes áreas da pesquisa zoológica. Em seu regulamento, o Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica possui oito princípios básicos (ICZN 1999): 
 
1. O código evita infringir no julgamento taxonômico, não opinando nem sujeitando ou reprimindo; 
2. A nomenclatura não determina a inclusão ou exclusão de um táxon qualquer, nem a ordem a ser adotada para 
algum grupo de animais, mas fornece o nome que será utilizado para um táxon, e este nome indicará seu nível 
hierárquico; 
3. A criação do nome-suporte dos tipos permite sua aplicação ao táxon sem infringir no julgamento taxonômico. 
Todo nome, conforme o Código (exceto para nomes que designam “um coletivo” e para táxons acima do 
agrupamento de família) se refere permanentemente ao tipo. Para espécies e subespécies este nome designa ao 
mesmo tempo o nome de um espécime ou um número de espécimes que juntos constitui o nome suporte do táxon; 
para gêneros e subgêneros ele é a espécie nominal; para táxons em nível de família ele é o gênero nominal. Por 
essa razão, quando um táxon em algum nível é criado por um taxonomista ele pode conter diversos nomes-tipo, 
cada qual com um nome disponível para uso naquele nível. O princípio de prioridade (que pode ser modificado no 
interesse da estabilidade e universalidade) é usado para determinar qual daqueles é o único nome válido. 
4. Regras de nomenclatura são ferramentas utilizadas para fornecer a máxima estabilidade compatível com a 
liberdade taxonômica. Desta forma, o Código reconhece que a rígida aplicação do Princípio de Prioridade pode, 
em certos casos, causar problemas em um nome muito utilizado e já bem conhecido, pela validação de outro 
nome pouco conhecido, ou até mesmo de um nome há muito esquecido. Portanto, as regras devem possibilitar o 
uso do Princípio de Prioridade exceto em ocasiões quando sua aplicação for nociva à estabilidade ou 
universalidade, ou causar alguma confusão. Para seu uso em tais circunstâncias, o Código prescreve modificações 
automáticas na aplicação do Princípio de Prioridade quando diz respeito ao estabelecimento ou primazia de 
nomes, na fixação dos nomes-tipo, na escrita do nome, ou em algum outro assunto semelhante. 
5. Para evitar ambiguidade, o uso do mesmo nome para diferentes táxons não deve ocorrer e está proibida. Este é o 
Princípio de Homonímia. 
6. O Código fornece orientação aos zoólogos que precisam estabelecer novos nomes, e regras para determinar se 
algum nome, previamente proposto, está disponível e com quê prioridade; como também em casos onde o nome 
precisa de correções para ser devidamente utilizado, para isso o Código possibilita averiguar o nome-tipo do 
táxon indicando sua apuração (e, quando necessário, sua fixação). 
7. O Código também permite sua auto-interpretação e auto-administração, por prescrever a constituição e 
operacionalidade da Comissão Internacional em Nomenclatura Zoológica e fornecer as condições sob a qual o 
código pode ser reparado. 
8. Não existe “jurisprudência” em Nomenclatura Zoológica. Problemas na nomenclatura são decididos por aplicação 
direta do Código, e nunca por referência ao precedente. 
 
Embora todos estes princípios sejam importantes, as Leis de Prioridade, de Homonímia, como a de Sinonímia são 
consideradas as mais significativas para aqueles que estão interessados em sugerir novas propostas para nomes de táxons. 
Aqui, é conveniente lembrar que são a partir destes princípios que o Código procura alcançar seus objetivos de estabilidade 
e universalidade, proibindo terminantemente homônimos no nível de família e gênero em todo Reino Animal. Em nível de 
espécie, está proibida a homonímia dentro de cada gênero (Bernardi 1994), e onde os nomes genéricos zoológicos são 
idênticos aos nomes de vegetais ou microorganismos a Lei de Homonímia não possui efeito algum sobre estes, isso se 
deve ao princípio de independência do Código. Outro caso também proibido pelo Código de Nomenclatura Zoológica é a 
utilização de dois ou mais nomes para um mesmo táxon (sinonímia), que quando reconhecido o erro deve ser 
imediatamente corrigido. 
Se um mesmo nome é dado a dois ou mais táxons (homonímia) ou dois ou mais nomes é atribuído a um mesmo táxon 
(sinonímia) o Código prescreve a Lei de Prioridade para resolver este tipo de problema. A Lei de Prioridade é um princípio 
bastante simples e direto, além de ser o mais importante. Ele diz que se dois ou mais homônimos ou sinônimos estiver 
presente será considerado válido aquele nome mais antigo publicado. 
Todos os nomes publicados neste sentido possuem autor (es) e data, sendo considerado o autor do nome aquele que o 
publicou pela primeira vez. De acordo com o Código, o nome do autor e a data não compõem o nome científico do táxon 
apesar de geralmente ser citados em conjunto (ex. Elachistocleis ovalis Schneider, 1799; Elachistocleis ovalis Schneider 
ou apenas Elachistocleis ovalis). Não são consideradas publicações as dissertações de mestrado ou teses de doutorado, pois 
o Código assegura apenas como publicação aquele texto presente em algum periódico especializado e indexado. 
Quando uma espécie é transferida para outro gênero o nome do autor e a data de publicação deverá estar entre 
parênteses (ex. Ceratophrys aurita (Raddi, 1823)), isso é um caso especial que obedece aos rearranjos das propostas 
taxonômicas que são todas reversíveis, estando sujeitas às diferentes interpretações de autores. 
Vieira, K. S et al. 4 
Nas propostas de novos nomes, especialmente para espécies, os autores precisam designar um tipo. A esse processo, o 
Código denomina princípio de tipificação e consiste, sendo este o caso, na escolha de um espécime que fixará o nome de 
um determinado táxon. O espécime pode ser desde um animal ou parte de um; até uma colônia ou parte desta e, além 
disso, ser a atividade de animais (no caso de fósseis) ou ainda impressões, moldes e contramoldes. Além destes casos, 
existe uma série de outros que são detalhadamente discutidos por Bernardi (1984; 1994) e por Mateus (1989). 
Durante a descrição, se o autor utilizar um único espécime este será o holótipo, que é o tipo comumente utilizado. 
Caso o autor tenha necessitado de mais espécimes ele poderá designar um holótipo e os demais serão chamados parátipos. 
Embora o autor possa optar em não designar nenhum holótipo, a série inteira servirá na fixação do novo nome e cada 
exemplar será chamado síntipo. Nesta situação, qualquer autor subseqüente poderá escolher um único exemplar para ser o 
agente fixador do nome e este espécime será o lectótipo, os outros serão chamados paralectótipos. A diferença aqui reside 
apenas na data da publicação original ou naquelas publicações posteriores. Nas situações especiais onde o holótipo ou o 
lectótipo foram perdidos o autor poderá proporum neótipo, isso será realizado unicamente em extrema necessidade. 
A formação de nomes específicos deverá respeitar a regra binominal e ser formada por mais de uma letra. Já os nomes 
genéricos são sempre substantivos no nominativo singular (ex. Leptodactylus) e igualmente formados por mais de uma 
letra, como nos nomes específicos. No nível de família o nome que serve para designar um gênero perde sua terminação 
genitiva singular e recebe o sufixo –idae (ex. Leptodactylidae). A formação do termo que designa uma subfamília segue o 
mesmo princípio, porém o sufixo utilizado é –inae (Hylinae). Estes princípios são recomendados pelo Código e se 
aconselha que o sufixo –oidea seja utilizado na designação de superfamília (Tyranosauroidea). Além destes, são também 
utilizados os sufixos –ini (Odontophrynini) para tribo e –ina para subtribo. 
O desenvolvimento e expansão da Sistemática Filogenética, na segunda metade do século XX, permitiram que alguns 
problemas nas regras tradicionais de nomenclatura fossem percebidos quando aplicadas em grupos monofiléticos supra-
específicos. Em decorrência destes problemas conceituais e práticos, sistemas de nomenclatura exclusivos para a 
Sistemática Filogenética foram então desenvolvidos (Papavero & Llorente-Busquets 1992; Papavero, Llorente-Busquets & 
Abe 1993). Algumas destas propostas não foram bem recebidas pela comunidade científica, seja por rivalidade entre 
diferentes escolas ou por não serem funcionais, entretanto, uma proposta de nomenclatura em Sistemática Filogenética 
conhecida por PhyloCode teve relativa expansão e aceitação nos últimos cinco anos (Cantino & de Queiroz 2010). 
Existem algumas similaridades entre o PhyloCode e as regras tradicionais de nomenclatura zoológica, como por 
exemplo os objetivos de fornecer um método estável, universal e não ambíguo. Ambos os códigos evitam infringir no 
julgamento particular dos taxonomistas em sua escolha de nomes, e procuram aplicar o Princípio da Prioridade para 
corrigir eventuais casos de homonímia ou sinonímia. Apesar disso, o PhyloCode é independente do Código Tradicional e 
não aplica a hierarquia taxonômica, reconhecendo as categorias clado e espécie apenas como diferentes tipos de entidades 
biológicas e não níveis hierárquicos. A espécie aqui é, portanto, um segmento de uma linhagem populacional enquanto que 
clado é um grupo monofilético de espécies (ou organismos). Ambos são produtos da evolução e seu único objetivo é 
existencial, o fato de serem nomeados não faz diferença alguma. O ato de dar nomes seria, neste caso, uma feliz 
consequência no qual o reconhecimento de caracteres diagnósticos seriam questões a serem decididas através da evidência 
empírica que propriamente decisões pessoais. 
 
2. Coleta e Preparação de Material Zoológico 
 
 As descrições de espécies, seguindo o código internacional de nomenclatura zoológica, revisões taxonômicas, 
estudos morfológicos, biogeográficos, reprodutivos, ecológicos e sobre sistemática filogenética de uma determinada 
espécie ou grupo de espécies, são realizados tendo por base espécimes coletados e depositados em coleções científicas. 
Além disso, espécimes coligidos e depositados em coleções científicas e para fins didáticos são utilizados em pesquisas 
e aulas práticas nos cursos de graduação e pós-graduação em biologia, veterinária, ecologia, oceanografia, engenharia 
de pesca e agronomia, respectivamente. Somando-se a isso, estudos etnobiológicos, com o objetivo de estudar a 
utilização de animais ou parte destes pelas populações tradicionais em uma determinada área, também podem utilizar 
as informações de espécimes coletados pelo próprio pesquisador ou dos exemplares depositados nas coleções. 
 A enorme diversidade de espécimes animais, associada à variedade de ambientes em que habitam, exige 
correspondente diversificação nos métodos de coleta e preparação desses organismos para incorporação em coleções 
zoológicas (Caramaschi 1987). Segundo esse autor, algumas condutas básicas devem ser seguidas para que se 
obtenham coleções adequadas e com o mínimo de riscos não só para a integridade das populações de animais, como 
também do próprio coletor. Seguindo esse preceito, este tópico objetiva apresentar de forma geral as principais técnicas 
de coleta e preparação de vertebrados, equipamentos utilizados, os tipos de coleções zoológicas e sua importância. 
 
Coleta 
 
 A coleta de animais é realizada quando há um real interesse ou necessidade dos exemplares para fins 
científicos ou educacionais e se as condições de preparação, transporte e depósitos dos espécimes são adequadas. 
Coletas ocasionais, sem documentação, preparação e acondicionamento adequados dos exemplares, devem ser 
desencorajadas. Além disso, o pesquisador deve estar atento as legislações ambientais e as normas de licenciamento 
para tal atividade com o intuito de evitar complicações. 
Introd. Taxon. Zool. Col. Prep. Mater. Zool. 5 
 Basicamente, há dois tipos de coleta: a geral e a específica (senso Vanzolini & Papavero 1967). A coleta geral 
é realizada com uma exploração sistemática da área escolhida, prestando atenção a todos os animais encontrados e 
coligindo-os. Na prática, tal método de coleta é impraticável, visto que ninguém é capaz de sair ao campo para apanhar 
de tudo e, por outro lado, o transporte do equipamento e material necessário seria bastante difícil. Além disso, o 
pesquisador tem um interesse específico por um determinado grupo taxonômico, embora ele se depare com um grupo 
animal que não é foco de seu objetivo de estudo, mas que ele deve estar atento para extrair certas informações que ele 
julgue interessante. 
Segundo Vanzolini & Papavero (1967), a coleta específica é caracterizada por apresentar, por parte do 
pesquisador, interesse por uma espécie, um determinado grupo taxonômico, pragas agrícolas, espécies que habitam um 
determinado ambiente ou microhabitat específico (Como por exemplo, espécies bromelígenas, cavernícolas, 
fossoriais). Segundo Caramaschi (1987), a coleta específica não deve ser excessivamente rígida, ou seja, se um 
pesquisador estiver em uma área em que ocorre uma espécie rara ou interessante, mesmo que não esteja em seu 
objetivo de estudo, a oportunidade especial de coletar alguns indivíduos não deve ser desperdiçada. Nesse ultimo caso, 
deve salientar que para realização de coleta de exemplares de tais espécies deve obedecer aos critérios estabelecidos na 
licença de coleta emitida pelo órgão responsável. 
 
Séries 
 
 Uma série é constituída por um conjunto de indivíduos de uma ou mais espécies coletados em uma 
determinada área e um dado período de tempo. Conforme Caramaschi (1987), os animais, considerando qualquer grupo 
taxonômico, apresentam variações intraespecíficas que podem ser individuais ou geradas pelo dimorfismo sexual e pela 
idade. Segundo este autor, quando indivíduos de uma mesma espécie são examinados, principalmente oriundos de 
diferentes localidades, as variações são em geral mais acentuadas. Nesse sentido, o estudo de uma determinada espécie 
exige que sejam analisadas séries tão boas quanto possível de uma ou, de preferência, várias localidades, representando 
toda sua abrangência geográfica. 
 Uma boa série, em princípio, deve ser constituída de um bom número de exemplares que representem toda ou 
uma grande parte das variações encontradas em uma população. Nesse contexto, recomenda-se coletar um bom número 
de indivíduos. Contudo, esse número não deve prejudicar a qualidade, ou seja, devem ser coligidos tantos exemplares 
quanto seja possível preparar e transportar em boas condições, sem prejudicar a coleta. Em virtude das leis ambientais 
que regem os órgãos que emitem as licencias para coleta de animais, o número de espécimes a ser apanhados é restrito. 
Nesse caso, a amostra deve ser o mais abrangente possível, incluindo exemplares de ambos os sexos, de todos os 
tamanhos, cores e idade. Sendoassim, uma boa amostragem é aquela que não seleciona apenas os machos ou as 
fêmeas, os maiores ou os mais vistosos, ou seja, ela é realizada ao acaso sem nenhuma escolha (Vanzolini & Papavero 
1967; Caramaschi 1987). 
 
Cadernos de campo 
 
 Os cadernos de campo devem ser de preferência de ótima qualidade, capa dura, de papel bem encorpado e de 
tamanho cômodo para ser transportado e manuseado. As páginas não devem se soltar com facilidade e, por isso, é 
conveniente o uso de cadernos com páginas costuradas com linha ao invés de grampeadas ou presas com espiral. 
Alguns pesquisadores preferem utilizar folhas soltas, que são numeradas e após terem sido usadas são colocadas em 
um fichário (Caramaschi 1987). 
No caderno de campo são incluídos três tipos básicos de informação: o diário de viagem, que registra os 
incidentes científicos e humanos, observações sobre o povo e costumes da região, descrição fisionômica e ecológica do 
local; o catálogo numérico do material coletado, que traz, para cada número, todas as informações anotadas do 
espécime ou lote de exemplares a ele correspondente, devendo ser feita com muita atenção para evitar repetição ou 
troca dos números que podem levar à perda das informações do material coletado; e por fim as observações sobre os 
animais e lugares, que inclui, além das descrições do ambiente e informações que servem para identificar bem o 
material coletado tais como lugar, data, horário do início e término da coleta, número de pessoas coletando, as 
características que se perdem ou se alteram quando no processo de morte e preservação, como por exemplo, dados 
comportamentais, coloração, peso, emissões sonoras e luminosas (Vanzolini & Papavero 1967; Caramaschi 1987). 
 
Etiquetagem e rotulagem 
 
 Todo exemplar ou lote coletado deve ser bem identificado para que não haja perda de informações e 
inviabilize o material coligido. Um ótimo procedimento é etiquetar e rotular o material em campo durante a coleta. 
Nesse contexto, etiqueta é algo que se amarra ao exemplar coletado. Ela pode ser simplesmente numérica, contendo um 
número de campo seguido da sigla do nome do coletor, ou trazer dados escritos, como por exemplo, peso, coloração, 
tamanho, sexo, maturidade sexual (Vanzolini & Papavero 1967; Caramaschi 1987). As etiquetas devem ser 
confeccionadas com material de ótima qualidade, principalmente para os espécimes conservados por via úmida, 
evitando que se estraguem em contato com o formol ou o álcool. Para os espécimes preparados por via seca, basta 
utilizar uma etiqueta de papel de boa textura. 
Vieira, K. S et al. 6 
As etiquetas podem ser de cinco tipos: fibra, que pode ser previamente impressa ou preenchida com tinta 
nanquim; estanho, mais trabalhoso de ser confeccionado, pois as letras e números devem ser estampados com cunhos 
de metal; cadarço, que é confeccionada com um carimbo numerador usando tinta de impressão; plástico, estes são 
confeccionados utilizando uma fita de plástico e um rotulador para estampar as letras e os números que devem ficar 
bem visíveis; e por ultimo papel vegetal, que deve ser de ótima qualidade, com gramatura de no mínimo 120, e as letras 
e os números são escritos de forma legível com uma boa caneta nanquim. 
Rótulo é um pedaço de papel com dados escritos que acompanha o espécime, que não deve estar amarrado a 
este, ou ao lote de espécimes coletados. O rótulo deve conter três dados básicos: localidade, o que corresponde ao local 
onde o material foi coletado. Esta deve ser indicada sem margens de dúvidas e mais preciso possível, por exemplo, 
nome do local (sítio, fazenda, riacho, rio, lagoa, praia), caso for possível georeferenciado utilizando um GPS, nome do 
distrito, se for o caso, e por fim o nome do município e estado da federação. Data da coleta do exemplar, que 
corresponde ao dia, mês e ano. Para evitar confusões, o mês não deve ser abreviado em algarismos arábicos e sim em 
letras ou algarismos romanos. Por fim, o nome do coletor ou coletores que é indicado previamente pelas abreviaturas 
“col.”ou “leg” (do latim legit, que significa “colecionou”) (Vanzolini & Papavero 1967). O rótulo geralmente é 
confeccionado com papel vegetal de ótima qualidade, com gramatura de no mínimo 120, e as informações escritas de 
forma legível com caneta nanquim, para evitar possíveis confusões, ou impressas com impressora comum ou a laser 
com uma tinta de ótima qualidade que não dissolva em contato com o formol ou o álcool. 
 
Preparação 
 
 O conjunto de procedimentos que permite que um espécime seja guardado indefinitivamente em uma coleção, 
sem distorções sérias dos exemplares ou destruição de suas partes, evitando destruição das células por autólise e 
impedindo o ataque do material por bactérias e fungos, denomina-se de preparação. Os processos de preparação e 
fixação não devem ser confundidos. Enquanto que a fixação estabiliza os tecidos, a preparação permite que o material 
seja guardado por um tempo indeterminado. Há dois tipos principais tipos de preparação: por via úmida e por via seca 
(Vanzolini & Papavero 1967). 
A preparação por via úmida consiste da utilização de líquidos fixadores e conservadores. O principal fixador 
utilizado é o formol (que, quando puro, é um gás). Na verdade, é utilizado o formol comercial para a fixação, que 
consiste de uma solução saturada que contém 40% do aldeído fórmico diluído em água. Utiliza-se o formol nas 
concentrações de 5, para espécimes muito aquosos e delicados, e 10% devidamente neutralizado. 
O álcool a 70% é o principal líquido preservador e sua concentração jamais deve ser inferior a 50%. Materiais 
preservados em álcool devem ser vistoriados periodicamente, evitando que haja uma diminuição significativa da 
concentração e/ou volume do líquido (Vanzolini & Papavero 1967; Caramaschi 1987). 
 
Métodos de amostragem ou coleta de vertebrados 
 
Há dois tipos de métodos de amostragem ou coleta de vertebrados: busca ativa, também conhecida como geral 
ou busca visual limitada por tempo, que consiste em procurar os animais em seus habitats e microhabitats (sensu 
Martins & Oliveira 1998), e passiva, utilizando diferentes tipos de armadilhas. Para cada método de amostragem, há 
várias técnicas utilizadas que variam para cada grupo de vertebrados. 
 
Peixes 
 
 A coleta de peixes deve ser realizada explorando todos os ambientes aquáticos que serão amostrados, sejam 
eles continental ou marinho. Geralmente os equipamentos relacionados à captura de peixes podem ser de dois tipos: 
seletivos e não seletivos. Os instrumentos seletivos consistem de equipamentos e redes de pesca com um tipo de 
malhagem e forma peculiares que irão capturar peixes de determinado tamanho e hábitos de vida similares (Figura 1). 
Entre esses instrumentos destacam-se: linha de mão e vara de pescar, peneiras e puçás, espinhel (que pode ser de mar 
aberto ou de fundo), redes de pesca como tarrafas, redes de tresmalho, redes de arrasto ou picarés, rede de espera, 
covos (este também é utilizado na captura de outros vertebrados) (Vanzolini & Papavero 1967; Souza & Auricchio 
2002). 
 Os equipamentos não seletivos não distinguem tamanho ou hábito de vida dos peixes coligidos. Eles podem 
ser substâncias químicas, como a rotenona que é eficiente em poças deixadas pela vazante dos rios e marés ou em 
riachos pedregosos, ou equipamentos de pesca elétricos. Os métodos não seletivos apresentam muitas desvantagens e 
são pouco aconselháveis. A utilização de substâncias químicas é crime ambiental conforme o artigo 35 da lei 9605 de 
12 de fevereiro de 1998 e os equipamentos de pesca elétricos são difíceis de serem transportados e podem ocasionar 
acidentes graves (Souza & Auricchio 2002). 
 
Introd. Taxon. Zool. Col. Prep. Mater. Zool. 7 
 
 
Figura 1: Coleta de peixes do tipo seletiva realizada com rede de tarrafa (Foto: Virgínia Diniz). 
 
 Os espécimes coletados são fixados com formol a 10%.Espécimes de pequeno porte podem ser colocados 
ainda vivos em uma solução de formol, garantindo a fixação dos órgãos internos e musculatura. Para os exemplares de 
médio e grande porte, há a necessidade de injetar formol com uma seringa hipodérmica através da boca e do ânus ou 
cloaca, na musculatura, na base das nadadeiras, e no interior da cavidade do animal (Souza & Auricchio 2002). Os 
peixes coletados são etiquetados amarrando uma etiqueta no pedúnculo caudal ou passando a linha da boca para a 
câmara branquial ou colocando um rótulo de papel vegetal dentro de recipientes ou sacos de plástico contendo formol 
(nesse ultimo caso os sacos são transportados dentro de um recipiente ou camburão). Na falta de etiquetas, o rótulo 
pode ser enrolado e colocado na boca do exemplar coletado (Vanzolini & Papavero 1967). Após este procedimento, os 
animais são mantidos mergulhados em formol a 10% em recipientes com dimensões adequadas, permanecendo por 
duas semanas, e logo após colocados em recipientes contendo álcool a 70%. 
 
Anfíbios e répteis 
 
 Os anfíbios e répteis geralmente são coletados em conjunto e são denominados de herpetofauna. De uma 
forma geral, há dois métodos de coletas desses animais: busca ativa ou busca visual limitada por tempo (sensu Martins 
& Oliveira 1998), que é realizada durante o dia e a noite, e passiva, utilizando diferentes tipos de armadilhas. A coleta 
ativa pode ser realizada de duas formas: geral, consistindo em caminhar em uma determinada área pré-estabelecida de 
forma aleatória examinando um grande número de microhabitats propícios a encontrar anfíbios e répteis, tais como 
sobre a vegetação, embaixo do folhiço e de troncos caídos ou rochas, em fendas ou sobre de afloramentos rochosos, em 
tocas, nas margens ou dentro de riachos e lagoas, e sistematizadas, na qual o pesquisador percorre um transecto em 
busca desses animais. Os métodos de amostragem comumente utilizados em coletas sistematizadas desses dois grupos 
taxonômicos são: o transecto áudio (audio strip transect) para amostragem de anfíbios anuros (Zimmerman 1994), 
amostragem por transectos (transect sampling) (Jaeger 1994) e amostragens por parcelas ou quadrados (quadrat 
sampling) (Jaeger & Inger 1994). 
Os principais equipamentos utilizados nas coletas de herpetofauna são: camisas de manga longa, calças de 
perna larga, chapéu, mochila, cantil para água, canivete, faca e facão, caderno de campo e canetas nanquim, etiquetas 
de papel vegetal, lanternas de cabeça ou de mão, pilhas alcalinas de reserva, botas e perneiras (para ambientes 
encharcados recomenda-se usar botas de borracha), pinça grande de 35 cm de comprimento para apanhar animais 
refugiados em tocas ou buracos, estilingues, laço de vara de bambu e linha de nylon ou pistola de ar comprimido e 
chumbinhos de 4,5 mm para coleta de lagartos, laço de Lutz, pinção e gancho para contenção e manejo de serpentes, 
caixotes de madeira, sacos de pano e de plástico para o transporte dos espécimes coletados. 
 Os principais métodos de coleta passiva são armadilhas de interceptação e queda com cercas direcionadoras 
(Straigght-line drift fences and pifall traps) (Corn 1994; Cechin & Martins 2000) que consiste de recipientes de 
plásticos ou baldes de no mínimo 40 litros enterrados até o nível do solo separados por cercas de lona de plástico de no 
mínimo 5 m de comprimento por um de altura (Figura 2). As armadilhas devem ser vistoriadas pelo menos duas vezes 
ao dia, pela manhã cedo e antes do anoitecer. Este método é bastante útil para o registro de espécies que são difíceis de 
serem detectadas pelo método ativo auxiliando na padronização e maximização da coleta de herpetofauna em uma área. 
 
Vieira, K. S et al. 8 
 
 
Figura 2: Armadilhas de interceptação e queda com cercas direcionadoras utilizada nas coletas de anfíbios e répteis 
(Foto: Washington L.S. Vieira). 
 
Outras armadilhas também são empregadas para amostragem de herpetofauna, entre elas destacam-se: 
Armadilha-de-cola (“Atick-trap”, “Trap-a-roach”), utilizada para capturar exemplares arborícolas (Bauer & Sadlier 
1992; Scrocchi & Kretzschmar 1996; Whiting 1998; Savage 2002; Franco & Salomão 2002), Armadilhas tipo covos 
(“funil-trap”.), são colocadas em áreas próximas às margens de corpos d’água para capturar girinos, serpentes e 
quelônios ou associadas às armadilhas de queda para maximizar o esforço de coleta (Scrocchi & Kretzschmar 1996; 
Savage 2002). Além dessas armadilhas, podem ser utilizadas as armadilhas do tipo gaiolas (“Tomahawk” e 
“Sherman”), utilizada principalmente na captura de mamíferos, para coletar lagartos de grande porte, cágados e 
crocodilianos. Essas armadilhas devem ser iscadas diariamente com iscas a base de carne, frutos e ou uma mistura com 
sardinha, fubá e pasta de amendoim que atraem animais que por sua vez podem ser usados como iscas para outros 
animais (Calleffo 2002). 
O material coligido é transportado em sacos de panos ou de plástico para o laboratório. Os espécimes são 
anestesiados e mortos, no caso dos anfíbios com inalação de éter etílico, colocar ou injetar no ventre altas doses de 
benzocaína, lidocaína, ou xilocaína, ou por afogamento em álcool a 40%, e para os répteis com inalação de éter etílico, 
injeção de xilocaína, pentobarbitona, ketamina (Ross & Ross 1999). Os espécimes são fixados com formol a 10% e 
conservados em recipientes contendo álcool a 70%. 
 
Mamíferos 
 
 A coleta de mamíferos para estudo tem três objetivos principais: estudo da pele, das partes ósseas e das partes 
moles (Vanzolini & Papavero 1967). As informações obtidas dos espécimes coligidos e depositados em uma coleção 
servirão de base para estudos de sistemática, evolução, biogeografia, genética, etnobiologia e ecologia. 
 Os mamíferos possuem uma grande diversidade de hábitos podendo ser encontrados em locais bastante 
variados o que dificulta o estabelecimento de regras para a sua captura (Vanzolini & Papavero 1967). Contudo, a coleta 
desses animais pode seguir métodos de amostragens estabelecidos para cada grupo específico dependendo do objetivo 
do estudo. De uma forma geral, os mamíferos podem ser coletados de duas formas: coleta ativa, também chamada de 
busca direta, e com o uso de armadilhas (Vanzolini & Papavero 1967). 
 Segundo Vanzolini & Papavero (1967), a coleta ativa é utilizada para certos grupos, principalmente aqueles de 
porte médio, como por exemplo, gatos-do-mato, raposas, veados, porcos, macacos. Nesse método é utilizada 
espingarda calibre 36 ou maior, carabina calibre 22, cartuchos de chumbo fino (ns. 8 e 10) e grosso (ns. 3 e 5). Para o 
uso desse equipamento, o pesquisador deve possuir uma licença de porte de arma de fogo e o certificado da mesma. 
Caso a arma pertença a alguma instituição, o pesquisador deve levar consigo uma carta do responsável cedendo-a para 
a realização do trabalho em campo a fim de evitar algum problema (Auricchio 2002b). 
Outros utensílios são usados na coleta e a maioria está listada no tópico que se refere à coleta de anfíbios e 
répteis. Contudo, deve levar para o campo, principalmente para a preparação das peles, tesouras, pinça, algodão, linhas 
de costura, arsênio, bórax (borato de sódio) ou pasta taxidérmica, arames, alicates, escovas, serragem ou farinha de 
milho (usados para absorver gordura, sangue ou outros líquidos corpóreos durante o preparo das peles), alfinetes, 
Introd. Taxon. Zool. Col. Prep. Mater. Zool. 9 
pranchas de madeira ou cortiça usada na fixação das peles colocadas para secar. A finalidade e a utilização desses 
equipamentos foram bem detalhadas nos trabalhos de Vanzolini & Papavero (1967) e Auricchio (2002a). 
 Há vários tipos de armadilhas utilizadas nas coletas de mamíferos e elas variam consideravelmente em seus 
modelos. No Brasil as mais usadas são as do tipo Tomahawk e as Sherman (Figura 3), embora outros modelos menos 
comuns como as do tipo Havahart e Longworth tambémsejam usadas (Auricchio 2002a). 
 
 
 
Figura 3: Armadilhas do tipo Sherman utilizadas nas coletas de mamíferos (Foto: Washington L.S. Vieira). 
 
Conforme este último autor, as armadilhas Tomahawk e Havahart são confeccionadas em grades de arame 
galvanizado com uma abertura em uma das extremidades ou em ambas e são adequadas para animais maiores como 
gato-do-mato, jeritataca, raposas, cachorro-do-mato. As Sherman são 
feitas em chapas de alumínio ou galvanizadas, dobráveis ou não, fáceis de armar e possui vários tamanhos. As 
Longworth, que também são de alumínio, possui um túnel no qual se localiza o mecanismo de fechamento e uma caixa 
abrigo que está acoplada na parte posterior do túnel quando a armadilha está armada (Auricchio 2002). Essas 
armadilhas devem ser iscadas diariamente com iscas a base de frutos e uma mistura com sardinha, fubá e pasta de 
amendoim que atraem os animais e são revisadas principalmente no início da manhã. As ratoeiras de mola também 
podem ser usadas nas coletas de pequenos mamíferos, tais como roedores e marsupiais, contudo elas possuem o 
inconveniente de esmagar parte do animal, impossibilitando a utilização do esqueleto ou às vezes do crânio (Vanzolini 
& Papavero 1967; Auricchio 2002a). 
 As armadilhas de interceptação e queda com cercas direcionadoras (Straigght-line drift fences and pifall traps) 
(Corn 1994; Jones et al. 1996; Cechin & Martins 2000) também são utilizadas e maximizam as coletas de mamíferos 
(Figura 2), capturando animais de pequeno e médio porte, tais como roedores, marsupiais e tatus, respectivamente. 
(Figura 4). Detalhes desse método foram mencionados no tópico referente à coleta de anfíbios e répteis. 
Vieira, K. S et al. 10
 
 
Figura 4: Didelphis albiventris capturado utilizando armadilhas de interceptação e queda com cercas direcionadoras 
(Foto: Washington L.S. Vieira). 
As redes de neblina ou “mistnets”, utilizadas para a captura de morcegos, como também de aves, são 
confeccionadas de náilon preto muito fino com uma malha bastante estreita e são erguidas verticalmente por hastes de 
alumínio ou de bambu (Figura 5). Há várias dimensões, sendo a mais comum com 6 m de comprimento por três de 
altura. As redes não devem ser armadas muito esticadas e a posição de suas linhas de sustentação deve permitir que 
formem um “saco ou bolsa” que permite que o animal se enrole na malha (Vanzolini & Papavero 1967; Jones et al. 
1996; Auricchio 2002a; b; Kunz et al. 2009). 
 
 
 
 
Figura 5: Captura de morcegos utilizando redes de neblina (Foto: Washington L.S. Vieira). 
 
 
As redes podem ser armadas dispostas de várias formas na área em estudo podendo ficar em linha ou em 
formato de Y, suspensas em árvores, ao redor ou dentro de habitações humanas abandonadas, sobre córregos, riachos 
ou pequenas lagoas, nas margens de grandes rios e lagos, próximo a tocas e entradas de cavernas (Kunz et al. 2009). 
Outro modelo de rede para capturar morcegos, embora pouco usado no Brasil, é a chamada de “harp traps” que 
consiste de uma estrutura formada por linhas bastante finas apoiadas em um ou dois suportes de alumínio, para mais 
detalhes consultar Jones et al. (1996) e Kunz et al. (2009). 
 Um inventário de mamíferos, além de usar os métodos anteriormente descritos, pode ser complementado por 
meio de registro de pegadas, fotografando-as ou fazendo um molde feito com gesso, “armadilha fotográfica”, um 
dispositivo armado que aciona uma câmera fotográfica no momento que um animal passa na sua frente, pelotas de 
Introd. Taxon. Zool. Col. Prep. Mater. Zool. 11 
corujas, regurgitos da digestão de corujas que possuem ossos e pelos de pequenos mamíferos, (Auricchio 2002a). Além 
disso, pode realizar entrevistas com moradores da área ou caçadores, embora essa informação não seja precisa, a não 
ser que sejam obtidos junto aos moradores elementos do esqueleto ou peles, que permitam a identificação das espécies 
e sirvam como material testemunho. Muitas frequentemente, moradores locais estocam produtos derivados de animais 
locais, tais como crânio e peles, usados para fins medicinais ou ornamentais (Alves et al. 2007; Alves & Rosa 2006, 
2007; Alves et al 2009), que uma vez doados permitem a identificação da espécie com segurança. Em relação aos 
caçadores, o seu conhecimento da área e as técnicas usadas por eles também podem maximizar a coleta, para mais 
detalhes consultar Alves et al. (2009). 
 Os espécimes coletados podem ser mortos com anestésicos usados por veterinários, éter ou clorofórmio, 
injeção de álcool ou formol a 10% na base do crânio, para indivíduos de pequeno porte, (Auricchio 2002a) e doses 
maciças de cianureto para animais maiores (Vanzolini & Papavero 1967). A preparação dos espécimes pode ser por 
meio de via úmida, com injeção de formol a 10% e o exemplar conservado em álcool a 75%, ou por via seca através da 
taxidermia (Figura 6). O transporte e acondicionamento dos exemplares podem ser realizados em recipientes ou 
camburões com álcool a 75%, para os indivíduos preparados por via úmida, ou em caixas para as peles taxidemisadas. 
Maiores detalhes consultar Vanzolini & Papavero (1967) e Auricchio, (2002a). 
 
 
 
Figura 6: Espécimes taxidermizados e etiquetados em campo (Foto: Washington L.S. Vieira). 
 
Aves 
 
 A coleta de aves para fins científicos tem dois grandes objetivos: o estudo da plumagem e outras estruturas 
externas e o estudo do esqueleto e partes moles. Somando a isso, são anotadas também informações sobre ninhos, ovos, 
comportamento e canto (Vanzolini & Papavero 1967). De uma forma geral, as aves podem ser coletadas de duas 
formas: coleta ativa ou busca direta e coleta passiva. 
 A busca ativa pode ser realizada durante o dia, com início nas primeiras horas da manhã, ou à noite por meio 
de caminhada aleatória ou ao longo de transectos. De acordo com Bibby et al. (2000), a busca ativa por meio de 
transectos é mais apropriada porque permite fazer uma estimativa da densidade de aves no local, além de fornecer 
dados mais precisos sobre uso de habitat e microhabitats, gradiente de distribuição das espécies em uma área. 
Transectos longos podem ser divididos em seções menores o que facilita as observações e coletas de indivíduos. 
As aves são abatidas com espingarda calibre 36 usando cartuchos de chumbo fino (n. 8) e grosso (n. 5). O 
calibre da arma, o tamanho do cartucho e do chumbo e a distância do disparo devem ser adequados ao tamanho da ave 
e ao local da coleta. O uso desse equipamento exige que o pesquisador possua uma licença de porte de arma de fogo e 
o certificado da mesma ou uma carta do responsável cedendo-a para a realização do trabalho, caso a arma pertença a 
alguma instituição (Auricchio 2002b). 
A maioria dos equipamentos utilizados nas coletas de aves são geralmente os mesmos para os outros grupos, 
contudo deve-se ter em mão um bom binóculo, máquina fotográfica, gravador, caso o mesmo não for digital, é 
recomendado levar fitas cassetes de reserva, microfone direcional, baterias e pilhas de reserva, anilhas de diferentes 
tamanhos para anilhar as aves que não serão coletadas, alicates de bico fino, papel para a confecção de cones utilizados 
no transporte dos exemplares e algodão. Outros materiais, principalmente aqueles utilizados na preparação das peles, 
estão listados no tópico referente aos mamíferos. A finalidade e a utilização desses equipamentos foram bem 
detalhadas nos trabalhos de Vanzolini & Papavero (1967) e Auricchio (2002a). 
O método mais comum em coleta de aves é o uso das redes de neblina ou “mistnets” (Figura 5 e 7) que foram 
descritas no tópico referente à coleta de mamíferos. Estas redes devem ser instaladas de preferência no final da tarde e 
colocadas para funcionar antes que as aves iniciem suas atividades, geralmente entre as 4:00 e 4:30 horas da manhã 
Vieira, K. S et al. 12
dependendo da localização geográfica da área amostrada.Uma vez instaladas e em funcionamento, o coletor deve ficar 
sempre nas proximidades revisando-as constantemente e o intervalo de cada revisão varia conforme o método 
empregado pelo pesquisador. 
O coletor pode maximizar a coleta, tanto ativa como usando redes de neblina, realizando gravações de canto 
das aves para atração “playback”. Este método possui uma grande vantagem porque atrai um indivíduo ou mais de uma 
espécie em particular que vem ao encontro da “chama eletrônica” facilitando a captura e economizando tempo de 
coleta (Figura 7) Auricchio (2002b). Além disso, pode realizar entrevistas com moradores da área, caçadores ou 
passarinheiros, embora essa informação não seja precisam exceto nos casos onde espécimes ou partes que permitam 
identificação possam ser obtidos junto ao morador. Em relação aos caçadores e passarinheiros, o seu conhecimento da 
área e as técnicas usadas por eles também podem maximizar a coleta, para mais detalhes consultar Alves et al. (2009; 
2010). 
 
 
 
Figura 7: Captura de aves utilizando redes de neblina (Foto: Washington L.S. Vieira). 
 
 Os indivíduos capturados podem ser mortos com uma compressão no tórax, retardando a respiração e o 
batimento cardíaco, injeção de ketamina no tórax ou injeção de álcool ou formol na base do crânio, inalação de éter ou 
clorofórmio Auricchio (2002b). A preparação dos espécimes pode ser por meio de via úmida, com injeção de formol a 
10% e o exemplar conservado em álcool a 75%, ou por via seca, na grande maioria, através da técnica chamada de 
taxidermia. O transporte e o acondicionamento dos exemplares podem ser realizados em recipientes ou camburões com 
álcool a 75%, para os indivíduos preparados por via úmida, ou em caixas paras as peles taxidemisadas. Maiores 
detalhes consultar Vanzolini & Papavero (1967) e Auricchio (2002a). 
 
 
 
Coleções zoológicas 
 
 O material coletado em expedições científicas é encaminhado para uma coleção zoológica que consiste em 
uma reunião ordenada de espécimes mortos ou partes corporais, devidamente preservados para estudos (Martins 1994). 
As coleções são importantes para o desenvolvimento de pesquisas que abordam assuntos como: taxonomia, 
biogeografia, zoogeografia, morfologia, ecologia, etnobiologia, além de serem imprescindíveis na formação acadêmica 
de alunos de graduação e pós-graduação. Informações mais detalhadas sobre coleções zoológicas e suas peculiaridades 
consulte (Martins 1994; Franco 2002). 
 As coleções zoológicas podem ser dos seguintes tipos: coleções didáticas e coleções de pesquisas. As coleções 
didáticas são aquelas cujo material é destinado para o ensino, demonstração e treinamento. Elas estão localizadas em 
instituições que possuem o ensino em zoologia e seu material possui curta duração devido ao manuseio constante. 
Portanto, uma coleção didática necessita de renovação periódica. Todo material que é incorporado nesse tipo de 
coleção é impróprio para as coleções de pesquisa devido à falta de informações importantes, como por exemplo, a sua 
procedência, ou por estarem parcialmente danificados (Martins 1994; Franco 2002). 
Introd. Taxon. Zool. Col. Prep. Mater. Zool. 13 
 Segundo esses autores, as coleções de pesquisa, também conhecidas como coleções científicas, são muito 
importantes para o desenvolvimento de estudos taxonômicos e biológicos e podem ser de caráter geral, regional, 
particulares e especiais. 
Aquelas que apresentam um caráter geral conservam materiais biológicos diversos e são acervos seculares 
incorporadas a museus, embora algumas estejam em universidades ou outras instituições de pesquisa, enquanto que as 
de caráter regional reúnem um diversificado material zoológico de uma determinada região geográfica ou localidade e 
estão em universidades locais, escolas técnicas, institutos de pesquisa. Há casos que pesquisadores e aficionados ou até 
mesmo empresas particulares e usinas de cana-de-açúcar reúnem materiais zoológicos em coleções particulares que são 
mantidas com recursos próprios. Geralmente estas coleções particulares são doadas ou vendidas às instituições públicas 
após a morte ou desinteresse do colecionador. Por restringirem a um tipo de interesse ou a um determinado grupo 
zoológico, em geral estas coleções possuem um excelente acervo (Martins 1994; Franco 2002). 
 As coleções especiais reúnem material destinado a fundamentar estudos específicos e muitas delas são de 
interesse econômico, visando resolver especificamente os problemas abordados pelas instituições nas quais estão 
associadas. Os principais tipos de coleções especiais são as seguintes: coleções de interesse econômico, estas 
apresentam vários aspectos podendo ser médico-sanitários, agropecuários, alimentares; coleções de referência ou 
identificação são aquelas que comportam exemplares com a finalidade de facilitar a identificação de espécimes por 
comparação; coleções de grupos taxonômicos determinados, estas comportam exemplares específicos como, por 
exemplo, serpentes, anfíbios, coleópteros, moluscos, mamíferos, de relevante importância para a comunidade científica 
que trabalha com o grupo em questão (Martins 1994; Franco 2002). 
 As coleções devem ser mantidas em ordem para que seus dados sejam confiáveis e sua consulta fácil, além 
disso, o seu acervo deve ser ampliado e conservado para o acesso das futuras gerações. O armazenamento e 
manutenção de uma coleção são extremamente importantes e requerem uma atenção constante para que o material nela 
depositado não venha a ser perdido. Esse conjunto de atividades, chamada de curadoria, segue instruções e regras que 
estão detalhadas nos trabalhos de Martins (1994) e Franco (2002). 
 
Agradecimentos 
 
Agradecemos a Universidade Federal da Paraíba e a Universidade Estadual da Paraíba pelo apoio. 
 
Referências 
 
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