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DIREITO DO TRABALHO

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DIREITO DO TRABALHO II
Professor Adelson Silva dos Santos
7 DURAÇÃO DO TRABALHO
7.1 Noções
Por questões de segurança e saúde do trabalhador a duração do trabalho é limitada e a legislação estabelece uma jornada considerada norma de labor durante um dia e durante a semana. Caso essa duração normal seja ultrapassada deverá se paga como hora extraordinária ou compensada. Para o Legislador, todavia, as regras sobre duração do trabalho e intervalos não são de proteção à saúde do empregado (611-B/CLT). 
7.2 Jornada de Trabalho, Horário de Trabalho e Tempo à disposição do Empregador
- Jornada normal: 8h diárias ou 44 horas semanais (art. 7º, XIII/CR e art. 58/CLT).
- Um dia deve ser de repouso semanal remunerado. Então as 44 horas podem ser distribuídas na semana, como numa jornada de 7:20 durante seis dias ou 8h por dia e 4h no sábado. Nesse caso, a jornada mensal será de 220h (44 : 6 x 30).
- Horário de trabalho corresponde à distribuição da jornada de trabalho durante o dia, como o de 8 às 18h, com 2h intrajornada. O início e o término cabem à negociação entre empregado e empregador. O horário de trabalho tem que ser dado a conhecimento (art. 74/CLT).
- De acordo com o art. 59-A/CLT é admitida a escala de revezamento na modalidade 12 x 36, mediante acordo escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. 
- Quanto aos trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento a CR/88 fixou que, salvo negociação coletiva, a jornada de trabalho é de 6h (art. 7º, XIV). Nesse tipo de jornada, grupos de trabalhadores se sucedem na empresa, cumprindo horários que permitem o funcionamento ininterrupto da mesma, com os trabalhadores escalados em forma de rodízio para atuarem revezadamente pela manhã, a tarde ou a noite. A interrupção do trabalho para reposo e alimentação ou descanso semanal remunerado não descaracteriza esse tipo de jornada (súmula 360/TST). Se houver negociação coletiva, o trabalhador submetido à jornada em turnos de revezamento de 8 horas não têm direito à 7ª e 8ª hora como extra (súmula 423/TST). Pela OJ 360 ainda que a alternância seja de dois turnos, desde que compreendam também horário noturno, o trabalhador faz jus à jornada especial. Também não retira o direito à hora noturna reduzida (OJ 395) e o divisor será de 180 horas (OJ 396).
- Tempo à disposição do empregador. É importante fixar quando o empregado se encontra à disposição do empregador, mesmo sem trabalhar. Nisso deve-se observar o §2º, do art. 4º da CLT, como estar na empresa para buscar proteção ou exercer atividades de interesse pessoal. Se o empregado permanece na empresa aguardando ordens do empregador estará cumprindo horário de trabalho. O TST vem admitindo como tempo à disposição o deslocamento entre a portaria e o local de trabalho se ultrapassado 10 minutos (S. 429), por analogia à situação do art. 294/CLT (trabalhador em minas de subsolo).
7.3 Trabalho em Regime de Tempo Parcial 
- Ocorre quando se trabalha em um turno por dia, com pagamento de salário proporcional em relação aos empregados na mesma função de tempo integral (art. 58-A, §1º/CLT). Existem duas categorias de empregados por tempo parcial:
a) sem possibilidade de horas extras – 30 horas semanais;
b) com possibilidade de 6 horas extras – 26 horas por semana.
7.4 Registro da Carga Horária de Trabalho
- Caso o estabelecimento da empresa tiver mais de 10 empregados, o empregador deve manter registro de controle de horário (art. 74, §2º/CLT). Caso não mantenha o horário alegado em reclamação trabalhista presumir-se-á verdadeiro (súmula 338/TST).
- Também é obrigatório o registro de horário de trabalho do empregado doméstico (art. 12, da LC 150/2015).
- A lei não exige assinatura do empregado nos cartões de ponto, de modo expresso, como requisito de validade. Dessa forma a falta de assinatura por si só não invalida o documento.
- Há tolerância no registro do horário de entrada e de saída (art. 58, §1º/CLT e súmula 449/TST): não é computada a variação de horário que não ultrapassa 5 minutos diários, observado o limite máximo de 10 minutos. Se ultrapassada essa tolerância deve-se computar como extraordinária a totalidade do tempo que exceder a jornada normal. Também, por aplicação do princípio da razoabilidade, minutos residuais na hora intervalar não serão computados, embora isso seja discutível.
 - A portaria nº 1.510/09 do MTE regulamenta o registro de ponto e busca assegurar a idoneidade dos horários de trabalho consignados pelos empregados, como por exemplo, o sistema de marcação eletrônica de ponto, devidamente certificado pelos órgãos do MTE, para garantir que a memória das marcações de ponto não possa ser alterada ou apagada.
7.5 Formas de Prorrogação da Jornada
- O trabalho acima da jornada normal implica em sua prorrogação. Como o trabalho é extraordinário deverá ser remunerado com o adicional de 50% no mínimo. O art. 59 da CLT estabelece que a prorrogação de jornada poderá ser ajustada por escrito ou por negociação coletiva em número não maior que 2h, porém a limitação legal não exime o empregador de pagar todas as horas extras laboradas, além de integrar os haveres trabalhistas se forem habituais (súmula 376/TST).
- As horas extras habitualmente prestadas quando suprimidas não se incorporam ao salário, mas haverá uma indenização (súmula 291/TST).
- A súmula 338/TST disciplina a questão do ônus da prova quanto à jornada de trabalho: a empresa com mais de 10 empregados que não apresenta registro de jornada, ou registro com horário invariável, tem que provar o não cumprimento de jornada suplementar.
- Quanto ao comissionista, aplica-se a súmula 340/TST – só tem direito ao adicional de horas extras, pois a hora normal já estaria remunerada. Se é comissionista misto deve receber horas extras com o adicional apurada com base na parcela salarial fixa e somente o adicional quanto às comissões (OJ 397).
- Pode haver acordo de compensação de jornada (banco de horas), na forma do art. 59, §2º/CLT, e se cumprida não caberá horas extras (nem o adicional de horas extras). O banco de horas poderá ser ajustado por acordo individual ou por negociação coletiva, e mesmo de forma tácita (art. 59, §6º/CLT). Se a compensação não for realizada, ou sobrevier rescisão contratual, as horas extras laboradas devem ser pagas com o acréscimo legal, com base no valor da remuneração na data da rescisão contratual (Art. 59,§3º/CLT).
- Em caso de força maior, a prorrogação será sem limites de horas, independentemente de negociação coletiva, com remuneração das horas extras com o adicional normativo (art. 66, caput, §§1 e 2º/CLT). Se for para atender a realização ou conclusão de serviços inadiáveis, ou cuja inexecução traga prejuízos (exemplo: confecção de fantasias no carnaval ou terminar de assentar uma laje) pode-se prorrogar por mais 4 horas também com pagamento das horas suplementares a 50% (idem).
- Outras causas de prorrogação legais de jornada – art. 60 e 413, I e II/CLT.
- Se a jornada normal é de 40 horas semanais, o divisor aplicável é de 200 horas, se for 36 horas semanais será 180 horas, segundo a formula: horas normais da semana dividido por 6 dias x 30 dias.
- As horas in itinere relativas ao tempo despendido pelo empregado no deslocamento casa-trabalho-casa não é computado como tempo a disposição do empregador (art. 58, §2º da CLT), o que afasta a aplicação da súmula 90/TST por ilegalidade. O tempo despendido dentro da empresa, no entanto, segue as disposições da súmula 429/TST
7.5.1 Empregados excluídos do controle de jornada
- Art. 62/CLT – atividades externas incompatíveis com a fixação de jornada, os gerentes e diretores que exercem cargo de confiança, de mando, comando e gestão, dentro da empresa, os teletrabalhadores são excluídos do controle de jornada. A condição do trabalhador externo deve ser anotada na CTPS e no registro do empregado. Se houver como controlar a jornada descaracterizada está essa situação. Os queexercem cargo de confiança devem receber gratificação de função nunca inferior a 40% do salário efetivo, e estarem no maior posto na empresa, sem superior hierárquico. Só o rótulo de gerente não basta. O teletrabalhador se tiver efetiva fiscalização do horário de trabalho pode-se pensar em interpretação analógica com o art. 6, parágrafo único, da CLT para afastar a exclusão da jornada de trabalho. Esses empregados, contudo, em regra, não têm direito às horas extras.
7.5.2 Jornadas Especiais de Trabalho
a) Bancários. Art. 224/CLT. 6 horas diárias e 30 semanais. O sábado é dia útil não trabalhado e por isso não há reflexos de horas extras neste dia (súmula 113/TST), o que pode ser disciplinado diferentemente por negociação coletiva. Se exerce função de confiança na forma do §2º, do art. 224/CLT (receber gratificação de função), com subordinados e superiores hierárquicos, terá a mesma duração do trabalho normal, já tendo remunerada a 7ª e 8ª hora (súmula 102/TST). Deve-se observar, no entanto, pela aplicação do princípio da primazia da realidade sobre a forma, se o bancário exerce mesmo cargo de confiança, caso contrário cai na jornada especial (súmula 109/TST). O divisor, para o que não exerce função de confiança, é de 180h e para o que exerce 220h (súmula 124/TST). Pela súmula 253/TST a gratificação semestral não repercute sobre horas extras, férias e aviso prévio, mas sim na gratificação natalina. Existem os bancários por equiparação conforme as súmulas 55 e 239/TST. Empregados de empresas distribuidoras e corretora de títulos, de cooperativas de créditos, bem como, categoria profissional diferenciada não estão abrigados pela jornada especial dos bancários (súmula 119 e OJ 379). O intervalo intrajornada do bancário é de 15 minutos, salvo para o que exerce função de confiança que é de 1 h ou quando a jornada é prorrogada habitualmente para mais de 6h.
b) Empregados nos serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, de radiotelegrafia e radiotelefonia estão sujeitos à jornada especial de 6 horas contínuas diárias e 36 semanais (art. 227/CLT). 
c) Advogados (lei 8.906/1994). Jornada de 4 horas e 20 horas semanais salvo negociação coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. 
d) Outros. músicos e jornalistas – 5 horas e divisor 150; mineiros e operadores cinematográficos – 6 horas e divisor 180. Em relação ao motorista empregado que realiza transporte rodoviário de passageiro e de carga aplica-se a lei 13.103/15
	Hora normal de trabalho
	Salário : divisor horário
	Hora extra compensada na semana com acordo escrito
	Valor da hora normal
	Hora extra compensada na semana sem acordo escrito
	Somente o adicional de 50%
	Hora extra salário por produção
	Somente o adicional de 50%
	Hora extra além da 44ª semanal
	Hora normal + 50%
	Intra e interjornada não concedidos
	Hora normal + 50%
	Domingos e feriados não compensados
	Hora normal + 100%
	Sobreaviso
	1/3 da hora normal
	Prontidão
	2/3 da hora normal

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