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Direito Civil resumo

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Direito Civil:
*Bens: 
	Bens são utilidades materiais ou imateriais (direitos da personalidade, por exemplo), com valor econômico ou não, que são objetos de direitos subjetivos (facultativos, escolhidos pelo sujeito) e das relações jurídicas. Há diferenças entre bens e coisas. A doutrina diverge quanto a essa classificação, mas pode-se concluir que a coisa é o gênero, pois compreende tudo o que está na natureza. Patrimônio é aquilo que tem valor econômico, se manifestando através de direitos e obrigações. Os bens considerados em si mesmos são os bens corpóreos e incorpóreos, móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, consumíveis e inconsumíveis, divisíveis e indivisíveis, coletivos e singulares. Os bens corpóreos são aqueles que podem ser detectados pelos sentidos, pois são materiais, sendo possíveis nas relações de compra e venda. Já os bens incorpóreos são aqueles que são abstratos, não podendo ser detectados pelos sentidos e nem comprá-los ou vendê-los, sendo apenas transferidos pelo contrato de cessão. Os bens imóveis são aqueles que não podem ser transferidos sem a perda de sua substância. Eles podem ser classificados em imóveis por natureza (aqueles compreendidos como o solo, subsolo, árvores, frutos pendentes), imóveis por acessão física, artificial ou industrial (aqueles que foram incorporados artificialmente), imóveis por acessão intelectual (“são os bens que o proprietário intencionalmente destina e mantém no imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade, como ar condicionado, escadas de emergência etc, que podem ser chamados de pertenças e bens acessórios”) e por determinação legal (aquele que a lei determina que seja, como a sucessão aberta). Os bens imóveis, quando vendidos, têm que ser registrados. Além disso, salvo regime de separação absoluta, o marido ou a mulher só poderá alienar com a autorização do outro. Os bens móveis, por sua vez, podem ser transportados, sem que percam sua substância. Eles podem ser bens móveis por sua própria natureza que são os que podem ser transportados, sem perder a sua substância; bens móveis por antecipação (são aqueles que eram imóveis, mas se tornaram móveis, em razão da destinação econômica ou quando separados de imóveis); bens móveis por determinação legal são aqueles que a lei determina, como a energia com valor econômico, “os direitos pessoais de caráter patrimonial, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes”. Semoventes são os bens móveis que se movem de um lugar para o outro, como os animais. Os bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos em qualidade e quantidade. Já os bens infungíveis são o inverso. Mas os fungíveis podem se tornar infungíveis, a depender do valor histórico e da carga sentimental que carregam. Os bens consumíveis são aqueles que se destroem imediatamente com o seu uso, perdendo a sua substância. Já os bens inconsumíveis podem ser usados reiteradamente, sem que percam a sua essência. Os bens divisíveis são aqueles que podem ser fracionados sem que percam sua substância, já os bens indivisíveis não podem ser divididos, pois perderiam sua essência. Os bens singulares são aqueles que possuem individualidade, já os bens coletivos são o conjunto dos bens individuais, formando um todo homogêneo. Os bens coletivos formam a universalidade de fato (conjunto de coisas singulares agrupadas pela vontade da pessoa) ou universalidade de direito (“É o conjunto de relações jurídicas titularizados pela mesma pessoa possuindo valor econômico”). Bens reciprocamente considerados utilizam como critério o liame entre os bens principais e acessórios. Os principais existem por si mesmos, já os acessórios são aqueles que a sua existência depende da dos principais. Segundo o princípio da gravitação jurídica, em regra, o principal segue o acessório, salvo disposição em contrário. O acessório pode se tornar principal e vice-versa, dependendo do caso concreto. As partes integrantes são aquelas que estão atreladas ao bem principal, formando com ele um todo, não tendo uma existência própria (exemplo: a lâmpada em relação ao lustre). As pertenças não são partes integrantes e conservam autonomia própria, sendo usadas para a comodidade ou aformoseamento do bem principal. Via de regra, não acompanham o bem principal, salvo disposição em contrário. As benfeitorias são modificações feitas nas estruturas dos bens principais, para que o conservem, aumentem ou facilitem seu uso ou o embelezem. As benfeitorias necessárias são aquelas feitas para evitar a deterioração do bem principal, sendo indispensáveis para a finalidade dele. Já as benfeitorias úteis são aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem. E as benfeitorias voluptuárias são utilizadas para deleite, embelezamento. Um mesmo bem pode ser benfeitoria voluptuária, necessária ou útil dependendo do caso concreto. Os bens poderão ser públicos ou particulares. Os bens públicos são aqueles cujo domínio é da União, Estados ou Municípios, sendo classificados em bens de uso comum do povo (são aqueles que podem ser utilizados por qualquer pessoa e, em regra, são inalienáveis, mas podem ser vendidos, caso sejam desafetados), bens de uso especial (são aqueles destinados à execução e prestação de serviços públicos e, em regra, são inalienáveis, mas podem ser vendidos, caso sejam desafetados) e bens dominicais (são aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de Direito Público, podendo ser alienados se não estão cumprindo com a finalidade pública). Os bens privados são aqueles de domínio particular.
*Fato jurídico em sentido amplo:
	Fato é tudo o que acontece, seja pela ação ou omissão humana ou por causa exterior. Fato jurídico em sentido amplo, por sua vez, é todo acontecimento natural ou humano, que comece, modifique, conserve ou termine alguma relação jurídica, influenciando na órbita do direito. O fato jurídico em sentido estrito é aquele que corresponde aos acontecimentos naturais, podendo ser ordinários (os que estão relacionados ao nascimento, morte, decurso do tempo) e extraordinários (decorrem de acontecimentos inesperados, inevitáveis (força maior) e imprevisíveis (caso fortuito), como o terremoto, enchente, tsunami, furacão). “Ato jurídico é toda ação ou omissão humana, voluntária ou involuntária, que cria, modifica, conserva ou extingue relações jurídicas.” Os atos ilícitos são todas ações ou omissões humanas, voluntárias ou involuntárias, que firam o ordenamento jurídico. Já os atos lícitos estão em conformidade com o Direito. Ato jurídico em sentido estrito* é aquele que deriva do comportamento humano o qual, manifestada a vontade, apenas concretiza o que está previsto em lei, produzindo efeitos também já previstos.
*Ato ilícito: 
O ato ilícito corresponde à ação ou omissão humana, voluntária ou involuntária, que fere o ordenamento jurídico. A ilicitude do ato é una, mas tem que ser avaliada a natureza jurídica do bem jurídico ofendido e os efeitos do ato. Por isso, é que há o ilícito civil, penal e administrativo. O ilícito civil se refere às relações privadas, em que elas ferem o dever jurídico de natureza civil. Para punir o agente, tem-se a reparação do dano patrimonial ou moral, buscando restaurar o status quo ante. Caso não for possível, tem-se a indenização ou compensação. Já o ilícito penal, à luz dos princípios da ultima ratio e da fragmentariedade, se refere aos bens jurídicos mais importantes, os quais foram violados, desequilibrando toda a sociedade. Com isso, as punições são mais severas, em que se manifestam na pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa. Os elementos do ato ilícito são: ato culpável, dano e nexo causal. O ato culpável tem como premissa o dolo (ação ou omissão consciente destinada a um fim) ou a culpa em sentido estrito (não há a intenção de agir visando determinado fim, mas se lesiona através da imprudência, negligência ou imperícia). A imprudência é um fazer, uma conduta positiva, já a negligência é um não fazer, manifestada através do não uso da cautela. A imperícia acontece comprofissionais que não possuem determinado conhecimento técnico. O dano é o prejuízo, que pode ser material ou moral. Há a necessidade de se ter o nexo causal (relação de causa e efeito) entre o ato culpável e o dano, para que se tenha a punição do agente. “Nesse sentido, ninguém pode responder por algo que não fez. No entanto, excepcionalmente, existem algumas situações em que o indivíduo responde pelo fato de terceiro (responsabilidade indireta). Em outras palavras, é possível a imputação da responsabilidade sem que aquele que foi obrigado a indenizar tenha praticado a conduta causadora do dano.” Entretanto, um ato ilícito pode ser revestido de licitude, quando estiver amparado por alguma excludente de ilicitude, como a legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal. A legítima defesa ocorre mediante agressão injusta atual ou iminente, em que o agente tem como objetivo se defender ou a defesa de terceiros e, para isso, utiliza meios necessários (e com moderação) para repelir a injusta agressão. Se o agente atingir terceiro inocente, utilizando a legítima defesa, terá que indenizá-lo, podendo o agente entrar com uma ação regressiva contra o verdadeiro culpado. O estado de necessidade ocorre em uma situação de perigo atual, em que há conflito de bens jurídicos e o agente tem que optar em proteger um bem jurídico maior ou igual àquele que não foi escolhido. Caso ele atinja terceiro não causador da situação de perigo, este poderá exigir indenização, mas o agente pode entrar com uma ação regressiva contra o verdadeiro culpado.
*Negócio jurídico (noções gerais):
 	Negócios jurídicos são declarações de vontade (a vontade tem que ser exteriorizada e tem que ter autonomia), respeitando os pressupostos de existência, validade e eficácia, entre duas ou mais pessoas, para que se produza determinados efeitos, admitidos pelo ordenamento jurídico. Os negócios jurídicos são classificados em: unilaterais (quando apenas uma pessoa participa do negócio jurídico, manifestando sua vontade, como no testamento); bilaterais (quando duas pessoas manifestam sua vontade); plurilaterais (quando mais de duas pessoas manifestam sua vontade); gratuitos (quando há o sacrifício de uma das partes e o benefício de outra, a exemplo da doação); onerosos (quando ambas se sacrificam e o benefício é mútuo); formais ou solenes (são aqueles que para serem considerados válidos se faz necessário que preencham a forma prescrita em lei); não solenes ou forma livre (para a realização do negócio jurídico, a lei não determina a forma); inter vivos (os efeitos ocorrem quando as partes estão em vida); mortis causa (os efeitos são produzidos após a morte do declarante); constitutivos (“a eficácia opera-se ex nunc, ou seja, a partir do momento da celebração”); declarativos (“negócios em que os efeitos retroagem ao momento da ocorrência fática a que se vincula a declaração de vontade, ou seja, ex tunc”). A interpretação dos negócios jurídicos tem que partir da boa fé objetiva.
*Plano de existência do negócio jurídico:
	Os elementos constitutivos do plano de existência do negócio jurídico são: manifestação da vontade, agente emissor da vontade, objeto e forma. A manifestação da vontade é a exteriorização da vontade de se formar um negócio jurídico, porque o Direito só considera existente aquilo que é exteriorizado e que não se limita apenas à intenção. Essa manifestação é obtida expressa – através da linguagem escrita ou falada, gestos ou sinais – ou tacitamente – pelo comportamento do agente. Em regra, o silêncio não significa nada, não produzindo nenhum efeito jurídico. Apenas produz quando as circunstâncias autorizam sua produção e não for necessária a declaração de vontade expressa (artigo 111). “Também no plano da validade do negócio jurídico o silêncio tem relevância, caracterizando omissão dolosa (causa de anulabilidade do negócio jurídico) quando, nos atos bilaterais, for intencionalmente empregado para prejudicar a outra parte que, se soubesse da real intenção do agente, não haveria celebrado a avença.” Para o negócio jurídico existir, tem que haver o agente emissor da vontade, o qual é o sujeito de direitos, sendo a pessoa jurídica ou natural. Além disso, esses sujeitos têm que ter um objeto – utilidade física ou ideal –, em que girará os interesses de ambas as partes. Ademais, há necessidade de se ter a forma, que é o meio onde se manifestará a vontade, ou seja, onde ela se exteriorizará. Essa forma não é confundida com a forma prescrita em lei, a qual confere validade ao negócio jurídico. Quando o negócio jurídico existir, é necessário que ele tenha validade. Como afirma Pontes de Miranda: “não tem sentido falar de validade ou invalidade do que não existe.” Por isso, existem os elementos constitutivos do plano de validade do negócio jurídico (são adjetivações do plano de existência): manifestação de vontade livre e de boa fé; agente emissor da vontade capaz e legitimado para o negócio; objeto lícito, possível e determinado (ou determinável); forma adequada (livre ou prescrita em lei). 
*Plano de validade do negócio jurídico:
	Para o negócio jurídico ser válido, é necessário que se tenha a vontade manifestada de forma livre e com boa fé. O “livre” implica em não coação. A liberdade é tida à luz do princípio da autonomia privada, porém esse princípio não é absoluto, já que é restringido legalmente para que não haja arbitrariedades nem tirania. Além disso, a vontade deve ser manifestada com boa fé, a qual não deve apenas ser subjetiva, mas objetiva. Ou seja, as partes devem agir com confiança recíproca, lealdade, respeito para que se tenha validade do negócio jurídico. Isso significa que não se devem ter vícios. Caso não ajam dessa forma, e sim através de dolo ou erro, poderá ter a anulação do negócio. A reserva mental ou reticência essencial é o pensamento do indivíduo acerca do negócio jurídico realizado. Caso seja contrário a ele e a outra parte não tome conhecimento, o negócio subsiste. Mas, se a reserva mental for contrária ao negócio jurídico e a outra parte toma conhecimento, esse negócio não tem validade e poderá ser anulado, porque se feriu a boa fé objetiva – se agindo com vício da simulação. Ademais, tem que ter no negócio jurídico válido o agente capaz e legitimado. Ou seja, a pessoa natural, quando absolutamente capaz, ou jurídica tem como realizar os atos negociais pessoalmente. Entretanto, se a pessoa natural for absolutamente incapaz terá que ser representada; caso for relativamente incapaz, terá que ter um assistente, para realizar os negócios jurídicos. Além de o agente ser capaz, ele tem que ser legitimado, pois senão será impedido de realizar o negócio. São hipóteses de falta de legitimidade: “o tutor, plenamente capaz, não pode, mesmo em hasta pública, adquirir bens do tutelado; dois irmãos, maiores e capazes, não podem se casar; o excluído por indignidade, mesmo não sendo considerado incapaz, não poderá herdar da pessoa em relação à qual é considerado indigno.” Essas hipóteses são relevantes por serem razões de ordem social e pública. Além disso, há a necessidade de o objeto ser lícito, possível física e juridicamente, determinado ou determinável. Objeto lícito é aquele que está de acordo com as normas do ordenamento jurídico e, ainda, com as normas morais. Por isso, não é válido um contrato com prestações de serviço sexuais ou criminosas, pois fere as normas morais e jurídicas. Sendo assim, o objeto ilícito torna nulo o negócio jurídico, pois fere os bons costumes, a ordem pública. Não apenas o objeto tem que ser lícito, mas possível, para que ele seja realizável concretamente. Também tem que ser determinado ou determinável, pois todo objeto “deve conter elementos mínimos de individualização que permitam caracterizá-lo.” A forma adequada é livre ou legalmente prescrita. O Código Civil adotou o princípio da liberdade da forma, abdicando do formalismo, salvo quando expresso em lei. Isso significa que as partes podem utilizar da conveniência para escolhera forma que querem. Mas quando a lei determina, tem que ser utilizada a forma determinada legalmente. “Sobre o tema, importante observar o comando do art. 108 do CC, segundo o qual, não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente do País.”
*Plano de eficácia do negócio jurídico:
	O plano de eficácia é o que possibilita a produção de efeitos jurídicos quando são realizados os negócios. Eles podem conter elementos acidentais, os quais não são obrigatórios, sendo de uso facultativo pelas partes mas, uma vez inseridos, ficam indissociavelmente vinculados. Os elementos acidentais são: condição, termo e encargo. A condição é a que subordina o negócio jurídico a eventos futuros e incertos (se referem a própria ocorrência do fato, ou seja, não se sabe se ele realmente ocorrerá ou não), em que ele apenas produzirá seus efeitos quando esses eventos ocorrerem. Assim, a morte não é uma condição, mas um termo, pois se tem certeza que um dia ela ocorrerá, apenas não se sabe quando. Caso o negócio jurídico coloque um prazo para a morte ocorrer, ela será incerta, portanto virará uma condição. A condição pode ser suspensiva ou resolutiva. A condição suspensiva é aquela que suspende a aquisição e o exercício do direito, até que se tenha a realização do evento incerto e futuro. Ou seja, na condição suspensiva, só se passa a produzir efeitos se ocorrer o evento futuro e incerto. Em contrapartida, a condição resolutiva passa a produzir efeitos de modo imediato, quando se realiza o negócio jurídico, ou seja, há a aquisição e exercício de direito de maneira imediata. Mas quando ocorre o evento futuro e incerto, o negócio jurídico se torna eficaz, ou seja, para de produzir efeitos. O termo, ao contrário da condição, se refere a eventos certos, mas também têm que ser futuros. Assim, o termo acontece quando é certo o evento ocorrer em determinada época no futuro. Além disso, o termo implica em uma aquisição imediata do direito, mas suspende o exercício deste. O encargo ou modo é um ônus, uma restrição à liberalidade, típico de negócios jurídicos gratuitos. Ou seja, trata-se de uma autolimitação da vontade, tendo em vista o benefício da outra parte. O encargo não coloca a suspensão da aquisição ou do exercício do direito, salvo quando se coloca o encargo como condição suspensiva. Entretanto, se exige que o modo seja possível e lícito. Mesmo que não seja cumprido o encargo, o negócio jurídico não é invalidado, podendo a outra parte cobrar judicialmente com uma posterior revogação do negócio. “A mesma norma legal, por outro lado, ressalva a hipótese de tal encargo haver sido imposto como motivo determinante da liberalidade (causa do negócio jurídico), caso em que invalida todo o negócio.” 
*Defeitos do negócio jurídico: 
Os defeitos do negócio jurídico correspondem aos vícios, que invalidam os atos negociais, pois ferem a livre manifestação da vontade e a boa fé, que devem estar presentes em todo negócio jurídico. Por isso, existem os vícios de consentimento, os quais a vontade não é expressada de maneira absolutamente livre – erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo – e vícios sociais, os quais a vontade não é manifestada com boa fé – simulação, fraude contra credores. 
	O erro ou ignorância é quando o sujeito tem uma falsa percepção da realidade, tendo uma conduta que não teria, caso tivesse o conhecimento real das circunstâncias. Ele faz com que o negócio jurídico se submeta à anulabilidade, caso for um erro essencial (substancial) e escusável. O erro substancial é aquele que incide na essência da coisa, nas características da identidade de algo, podendo ser uma pessoa, um objeto ou o próprio negócio. Exemplo de um erro essencial em um objeto: querer comprar um anel de ouro, mas compra um anel de cobre. Isso é erro de fato. Para ele ser anulável, também tem que ser escusável, ou seja, tem que se aferir se as circunstâncias eram duvidosas até mesmo para o homem médio. Caso não e o indivíduo tenha agido com negligência, esse erro torna-se inescusável e não é passível de anulabilidade. O erro de fato acidental, diferente do substancial, geralmente não admite anulabilidade se for um mero acidente ou equívoco na formação do ato, podendo ser corrigido pelo contexto e pela circunstância. O erro de direito é quando “sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.” O dolo é um erro provocado por terceiro, de maneira livre e espontânea, para que o indivíduo, enganado, realize o negócio jurídico. Esse é o dolus malus, imbuído de animus decipiendi (malícia), o qual faz com que o terceiro se beneficie pelo engano de outrem, causando prejuízo a este. O dolus malus se ramifica em principal e acidental. O dolo principal é aquele que incide na causa principal do negócio jurídico, ou seja, sem ele o negócio não teria ocorrido. Ele implica em anulabilidade. Já o dolo acidental é aquele que o negócio poderia ser realizado, mas por outro modo, implicando em reparação de perdas e danos. O dolus bonus é aquele utilizado sem o animus decipiendi, então ele não implica em anulabilidade. Acontece quando, por exemplo, o vendedor exalta as características do produto. Mas se o vendedor extrapolar, pode configurar como propaganda enganosa. Há também o dolo bilateral ou enantiomórfico, quando as duas partes agem com dolo. Nesse caso, as atitudes ilícitas se neutralizam e não reclamam a anulabilidade do negócio, já que não tinha boa fé em ambas as partes. A coação pode ser sinônimo de violência psicológica ou física, dependendo de que coação se está utilizando, fazendo com que o negócio jurídico seja realizado, inibindo a vontade interna do coagido. Ela pode acontecer por meio da outra parte ou de terceiro. A coação física (vis absoluta) é aquele que o coator coage a vítima com o emprego de violência física, fazendo com que a manifestação de vontade seja neutralizada totalmente. Por isso, o negócio jurídico não é invalidado, mas inexistente, gerando nulidade, porque produz ausência total de consentimento. Já a coação moral (vis compulsiva) é aquela em que o coator emprega a violência moral, ou seja, agride o psicológico do coagido, ameaçando sua família, seus bens, amigos etc. Por isso, ele manifesta seu consentimento de maneira viciada, mas não se tolhe completamente a liberdade volitiva do coagido. Então, implica em uma anulação do negócio jurídico. É apenas a coação moral (relativa) que está nos vícios de consentimento. A coação, moral ou física, pode ocorrer por ação ou omissão. Por ação: ação deliberada, consciente e injusta; por omissão: omissão deliberada, consciente e injusta. O temor reverencial, em regra, não é causa de anulação do negócio jurídico, pois é uma atividade de respeito com quem está em uma posição hierarquicamente superior. A não ser que ele seja empregado mediante ameaça ou intimidação. Deve ser analisado, mediante caso concreto, se o coator tinha condições para coagir e se, dentro dessas condições, o coagido tinha como se inserir nesse papel. Só se configura lesão quando há inexperiência e necessidade, em que a outra parte se aproveita disso, vendo a hipossuficência econômica, por exemplo, fazendo com que o indivíduo se obrigue a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Nesse caso, poderá haver anulabilidade do negócio jurídico em um prazo decadencial de até 4 anos ou pode apenas receber o suplemento. O estado de perigo é quando o agente realiza um negócio jurídico, decorrente da necessidade de salvar-se ou para salvar alguém de sua família, assumindo obrigação excessivamente onerosa com a outra parte, a qual conhece o estado de perigo do agente. Mas ela não exerce nenhum tipo de coação. Apenas conhece. A simulação é um vício social, se constituindo em um negócio jurídico aparente, ou seja, visa aparentar um negócio diferentedo efetivamente desejado, porque a intenção dos negociantes é outra, para fraudar a própria lei. Nesse caso, ela torna o negócio jurídico nulo de pleno direito, porque burla o Direito e há um interesse público. O princípio da responsabilidade patrimonial coloca que as dívidas só serão pagas com o patrimônio do devedor, caso ele não esteja em um estado de insolvência. Mas isso faz com que exista a fraude contra credores. A fraude contra credores é um vício social, que ocorre quando o devedor aliena seus bens, perdoa dívidas, para ficar num estado de insolvência, com o objetivo de prejudicar o credor. Ela tem três pressupostos: conluio fraudulento (pressuposto subjetivo), dano (pressuposto objetivo) e anterioridade do crédito. O dano é o prejuízo ao credor, quando a alienação dos bens do devedor o levou a um estado de insolvência. Já o conluio fraudulento é a má fé do devedor, a qual não necessita ser provada quando o estado de insolvência é notório ou percebido por qualquer pessoa próxima ou se tem a remissão de dívida. Além disso, se deve ter a anterioridade do crédito, em que deve ter o crédito antes da alienação fraudulenta, em regra. Mas o STJ reconhece que havendo possibilidades futuras de crédito e intenções fraudulentas, também se pode gerar anulação do negócio jurídico. A fraude contra credores é reconhecida através da ação pauliana, a qual tem como polo ativo o credor e o polo passivo é o devedor insolvente e o adquirente (dos bens do devedor). Essa ação tem prazo decadencial de 4 anos e ela anula o negócio jurídico. Diferentemente, a fraude à execução ocorre durante o processo judicial, em que o devedor aliena seus bens concomitante ao processo, desrespeitando ainda mais a ordem pública, sendo considerado atos atentatórios à dignidade da justiça. A fraude à execução tem como premissa a inadimplência. 
*Prescrição e decadência:
A pretensão não é infinita. Além do mais, o Direito não protege quem permanece inerte. Assim, existe a prescrição e decadência. A prescrição estabelece um limite temporal para que o titular exija de outrem um direito subjetivo. Caso não for exigido dentro do prazo prescricional, a prescrição impõe uma sanção civil, fulminando o direito de pretensão, mas não o Direito, para que haja estabilidade e segurança jurídica. Assim, terminado o prazo prescricional, o titular do direito subjetivo não pode mais exigir o seu cumprimento judicialmente, somente extrajudicialmente. Mas o prazo prescricional, à luz do princípio da actio nata, não se inicia assim que o direito é violado, mas sim com o conhecimento do direito violado, porque senão seria uma penalização para o titular do direito caso a fluência do prazo começasse com a violação do direito. A prescrição somente é possível para os direitos subjetivos patrimoniais (aqueles que conferem ao titular determinada pretensão de exigir de alguém determinado comportamento; Assim, não realizado o comportamento esperado, poderá o titular exercer a sua pretensão). O beneficiário da prescrição pode abdicar dela, renunciando tácita ou expressamente, desde que ela já esteja consumada e que a renúncia não prejudique terceiros. O prazo prescricional poderá ser interrompido, suspenso ou impedido. Caso haja interrupção, a contagem do prazo prescricional é integralmente reiniciada, retornando ao início. Havendo suspensão, a contagem do prazo é paralisada, de modo que quando se reinicia, o prazo começa a contar a partir do momento que paralisou. Em relação ao impedimento, se evita que a prescrição se inicie. O casamento é uma causa suspensiva. Mas se a dívida é contraída entre os cônjuges durante o casamento, este se torna uma causa impeditiva. Outras hipóteses impeditivas é quando alguém está sob o poder familiar (dura até os 18 anos), mas esta pessoa poderá cobrar extrajudicialmente, caso queira; além disso, há a hipótese impeditiva contra um absolutamente incapaz. Também não ocorre prescrição contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra; quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva (hipótese impeditiva); pendendo ação de evicção. Com o relativamente incapaz, o prazo prescricional se inicia. As hipóteses interruptivas são: quando não há decisão de mérito; protesto judicial; protesto cambial (extrajudicial); confissão de dívida. “A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.” A decadência tem como pressuposto direitos potestativos, ou seja, que dependem apenas do titular, o qual tem que reclamar judicialmente dentro do prazo decadencial. Caso não reclame dentro do prazo adequado, o seu direito é fulminado. Além disso, a decadência não implica em pretensão, pois não se exige nenhuma pretensão de outrem. Em regra, a decadência não sofre as paralisações como na prescrição. Além disso, diferente da prescrição, não há somente decadência legal, mas convencional (convencionada pelas partes). A decadência legal pode ser conhecida de ofício pelo juiz, mas a decadência convencional não (por se limitar a um interesse privado). Além disso, não se pode renunciar a decadência legal, apenas a convencional. As diferenças da prescrição e decadência, é que a prescrição estabelece um prazo para o titular do direito subjetivo patrimonial exigir judicialmente, em contrapartida a decadência estabelece um prazo para o titular reclamar judicialmente. Além disso, a prescrição não fulmina o direito, apenas o direito de pretensão, já a decadência não envolve pretensão e fulmina o direito; só há prescrição legal, já a decadência pode ser legal ou convencional; a prescrição pode ser renunciada, desde que esteja consumada e não prejudique terceiros, já a decadência só pode ser renunciada se for convencional; a prescrição pode ser conhecida de ofício pelo juiz, já a decadência só é conhecida de ofício pelo juiz se for legal; a prescrição admite causa de interrupção, suspensão ou impedimento, já a decadência, em regra, não.

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