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Aula 03 Raciocínio Lógico p/ PF - Agente - 2014 Professor: Marcos Piñon Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 68 AULA 03: Lógica (Parte 3) SUMÁRIO PÁGINA 1. Resolução das questões da Aula 02 1 2. Lógica da Argumentação 23 3. Exercícios Comentados nesta aula 57 4. Exercícios Propostos 61 5. Gabarito 68 1 - Resolução das questões da Aula 02 Como de costume, vamos começar com a resolução das questões que deixei na aula passada! 105 - (MPS - 2009 / CESPE) Considerando as proposições P, Q e R e os símbolos lógicos: ~ (negação); v (ou); ∧∧ (e); → (se ..., então), é correto afirmar que a proposição ~((~P) → R) → ~(P ∧ (~Q)) é uma tautologia. Solução: A primeira maneira que vem na cabeça para resolver esta questão é ir logo construindo a tabela verdade. Vamos lá: P Q R ~P ~Q ~P→R ~(~P→R) P∧~Q ~(P∧~Q) ~(~P→R)→ ~(P∧~Q) V V V F F V F F V V V V F F F V F F V V V F V F V V F V F V V F F F V V F V F V F V V V F V F F V V F V F V F F V F V V F F V V V V F F V V F F F V V F V F V V Olhando para a última coluna da tabela-verdade, podemos ver que se trata de uma tautologia. Acontece que na hora da prova, construir uma tabela desse tamanho leva bastante tempo e, se não tivermos uma atenção espetacular, pode Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 68 nos levar a cometer algum erro por desatenção. Assim, vou mostrar uma maneira mais simples de resolver esta questão, sem precisar construir esta tabela. Primeiro, vamos olhar com atenção a proposição: ~((~P) → R) → ~(P ∧ (~Q)) Destaquei os termos para mostrar que temos uma condicional. Já sabemos que uma condicional só será falsa quando o primeiro elemento for verdadeiro e o segundo elemento for falso (V → F). Assim, basta testar o primeiro elemento sendo verdadeiro e verificar o comportamento do segundo. Se houver a possibilidade de ele ser falso, poderemos concluir que a condicional poderá ser falsa e que a proposição não será uma tautologia. Tomando ~((~P) → R) como verdadeiro, temos: ~((~P) → R) = V Vimos a negação da condicional “~(p → q) = p ∧ ~q”: ~((~P) → R) = ~P ∧ ~R = V Para que uma conjunção seja verdadeira, as duas proposições simples devem ser verdadeiras. Assim, temos que ~P é verdadeiro e ~R também é verdadeiro (ou seja, tanto P quanto R são falsos). Por fim, considerando que P e R sejam falsos (para que o primeiro termo da condicional seja verdadeiro), resta verificar se o segundo termo da condicional pode ser falso: ~(P ∧ (~Q)) Substituindo o P por F, temos: ~(F ∧ (~Q)) Não sabemos se Q é verdadeiro ou falso, mas sabemos que numa conjunção, quando uma de suas proposições simples é falsa, seu valor lógico também é falso. ~(F) = V Assim, independentemente do valor lógico de Q, o segundo termo da condicional sempre será verdadeiro para P considerado falso. Logo, podemos concluir que temos uma tautologia, pois não existe a possibilidade de a condicional ~((~P) → R) → ~(P ∧ (~Q)) possui um valor lógico diferente de Verdadeiro. Item correto! Na prova, essa questão acabou sendo anulada, pois havia um erro de impressão que eu corrigi para que vocês pudessem treinar. Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 68 106 - (DETRAN/DF - 2008 / CESPE) A proposição (A v B) ∧ [(~A) ∧ (~B)] é sempre falsa. Solução: A questão está afirmando que a proposição (A v B) ∧ [(~A) ∧ (~B)] é sempre falsa, ou seja, a proposição é uma contradição. Para verificar isso, basta construir sua tabela-verdade. Vamos lá: A B ~A ~B A v B (~A) ∧ (~B) (A v B) ∧ [(~A) ∧ (~B)] V V F F V F F V F F V V F F F V V F V F F F F V V F V F Olhando para a última coluna, percebemos que realmente é uma contradição. Assim, este item está correto! 107 - (TRT - 2008 / CESPE) A proposição A ∧ (~B) → ~(A ∧ B) é uma tautologia. Solução: Nessa questão, como temos apenas duas variáveis (A e B), vamos direto construir a tabela-verdade: A B ~B A ∧ (~B) A ∧ B ~(A ∧ B) A ∧ (~B) → ~(A ∧ B) V V F F V F V V F V V F V V F V F F F V V F F V F F V V Percebemos pela última coluna da tabela que realmente a proposição A ∧ (~B) → ~(A ∧ B) é uma tautologia. Item correto! 108 - (MPS - 2010 / CESPE) Considerando as proposições P e Q e os símbolos lógicos: ~ (negação); v (ou); ∧∧ (e); → (se, ... então), é correto afirmar que a proposição (~P) ∧ Q → (~P) v Q é uma tautologia. Solução: Mais uma para treinar. Podemos ir direto para a tabela-verdade: Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 68 P Q ~P (~P) ∧ Q (~P) v Q (~P) ∧ Q → (~P) v Q V V F F V V V F F F F V F V V V V V F F V F V V Aqui nós já podemos marcar essa questão como certa. Para quem quiser outra forma de resolver essa questão, podemos fazer a seguinte análise, que vale para muitas questões desse tipo: Queremos saber se a proposição (~P) ∧ Q → (~P) v Q é uma tautologia. Para ela não ser uma tautologia é necessário que para alguma combinação dos possíveis valores lógicos de P e Q, a proposição (~P) ∧ Q → (~P) v Q seja falsa. Temos uma condicional. A condicional só é falsa quando a primeira proposição é verdadeira e a segunda proposição é falsa. Com isso, devemos testar se existe alguma possibilidade de, ao mesmo tempo, (~P) ∧ Q ser verdadeira e (~P) v Q ser falsa. Vamos testar? (~P) ∧ Q: Temos uma conjunção, que só será verdadeira quando (~P) e Q forem verdadeiras ao mesmo tempo. Assim, resta testar se o (~P) v Q será falsa, considerando (~P) verdadeira e Q também verdadeira. (~P) v Q (substituindo (~P) e Q por V) V v V (que possui valor lógico verdadeiro) Portanto, podemos concluir que não existe nenhuma possibilidade de a proposição (~P) ∧ Q ser verdadeira e a proposição (~P) v Q ser falsa ao mesmo tempo, o que torna a proposição (~P) ∧ Q → (~P) v Q sempre verdadeira, ou seja, uma tautologia. Item correto! 109 - (Escrivão-PF - 2009 / CESPE) Independentemente dos valores lógicos atribuídos às proposições A e B, a proposição [(A → B) ∧ (~B)] → (~A) tem somente o valor lógico F. Solução: Poderíamos construir a tabela-verdade e verificar se temos somente o valor lógico F para a proposição [(A → B) ∧ (~B)] → (~A). Mas eu vou resolver essa questão pelo outro método mostrado na questão anterior. Vamos lá! Devemos prestar atenção no seguinte, a questão afirma que a proposição [(A → B) ∧ (~B)] → (~A) será sempre falsa, independentemente dos valores lógicos de A e B. Como se trata de uma condicional, para testar se existe alguma possibilidade de essa proposição ser verdadeira, devemos lembrar que a condicional será verdadeira sempre que a primeira proposição for falsa ou quando as duas proposições forem verdadeiras. Ora, existe alguma possibilidade de Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 68 [(A → B) ∧ (~B)] ser falsa? É o que veremos agora, pois basta isso para que a proposição [(A → B) ∧ (~B)]→ (~A) tenha pelo menos um valor lógico verdadeiro. [(A → B) ∧ (~B)] Temos aqui uma conjunção, que será falsa sempre que qualquer uma de suas proposições for falsa. Assim, basta que (A → B) seja falsa ou (~B) seja falsa. Ora, basta que B seja verdadeira para que (~B) seja falsa. Logo, haverá pelo menos uma possibilidade na qual a proposição [(A → B) ∧ (~B)] → (~A) será verdadeira, o que torna o item errado. Só para ilustrar, vou construir a tabela-verdade: A B ~A ~B A → B [(A → B) ∧ (~B)] [(A → B) ∧ (~B)] → (~A) V V F F V F V V F F V F F V F V V F V F V F F V V V V V Podemos perceber que temos uma tautologia, que é o oposto do que a questão está afirmando. Perceba que sempre que B for verdadeira (linhas 1 e 3), [(A → B) ∧ (~B)] será falsa, como mostramos acima. Item errado! 110 - (Banco da Amazônia - 2010 / CESPE) A negação da proposição “se Paulo está entre os 40% dos homens com mais de 30 anos, então Luísa tem mais de 30 anos” é “se Paulo não está entre os 40% dos homens com mais de 30 anos, então Luísa não tem mais de 30 anos”. Solução: Nessa questão, devemos saber a negação de uma proposição “se...então...”. Vimos na aula passada que essa negação é dada por: ~(p → q) = p ∧ ~q Assim, transformando a sentença para a linguagem simbólica, temos: se Paulo está entre os 40% dos homens com mais de 30 anos, então Luísa tem mais de 30 anos p: Paulo está entre os 40% dos homens com mais de 30 anos q: Luísa tem mais de 30 anos Assim, a negação fica: Paulo está entre os 40% dos homens com mais de 30 anos e Luísa não tem mais de 30 anos p q → p ~q ∧ Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 68 Portanto, o item está errado! 111 - (SEBRAE - 2008 / CESPE) As proposições na forma ~(A ∧ B) têm exatamente três valores lógicos V, para todos os possíveis valores lógicos de A e B. Solução: Nessa questão, podemos simplesmente construir a tabela-verdade e verificar quantos valores lógicos serão V e quantos serão F. Podemos, também, lembrar que ~(A ∧ B) é equivalente a ~A v ~B. Como já temos decorada a tabela-verdade de uma disjunção, sabemos que ela possui três valores lógicos V e um valor lógico F. Logo, o item está correto! Segue a tabela- verdade para ilustrar: A B ~A ~B A ∧ B ~(A ∧ B) ~A v ~B V V F F V F F V F F V F V V F V V F F V V F F V V F V V 112 - (TRT - 2009 / CESPE) A negação da proposição “O juiz determinou a libertação de um estelionatário e de um ladrão” é expressa na forma “O juiz não determinou a libertação de um estelionatário nem de um ladrão”. Solução: Começamos passando a sentença para a linguagem simbólica: “O juiz determinou a libertação de um estelionatário e de um ladrão” Reescrevendo essa sentença, temos: “O juiz determinou a libertação de um estelionatário e o juiz determinou a libertação de um ladrão” Batizando as proposições simples, temos: A: O juiz determinou a libertação de um estelionatário B: O juiz determinou a libertação de um ladrão Portanto, temos uma conjunção (proposição composta do tipo “A ∧ B”). Vimos na aula passada que a negação dessa conjunção é dada por “~A v ~B”. Assim, temos: ~A: O juiz não determinou a libertação de um estelionatário Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 68 ~B: O juiz não determinou a libertação de um ladrão Assim, ~A v ~B é dado por: “O juiz não determinou a libertação de um estelionatário ou o juiz não determinou a libertação de um ladrão” Voltando para o enunciado da questão, é informado que a negação é dada por “O juiz não determinou a libertação de um estelionatário nem de um ladrão”. Ora, isso é o mesmo que “O juiz não determinou a libertação de um estelionatário e não determinou a libertação de um ladrão” (“nem” = “e” + “não”). Na linguagem simbólica essa sentença é dada por: ~A ∧ ~B. Portanto, o item está errado! 113 - (TRE/ES - 2009 / CESPE) A negação da proposição “A pressão sobre os parlamentares para diminuir ou não aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários” está corretamente redigida na seguinte forma: “A pressão sobre os parlamentares para não diminuir e aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários”. Solução: Essa questão é bem parecida com esta última que acabamos de resolver. Vamos começar passando a sentença para a linguagem simbólica: “A pressão sobre os parlamentares para diminuir ou não aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários” Reescrevendo, temos: “A pressão sobre os parlamentares para diminuir o percentual de reajuste dos seus próprios salários ou a pressão sobre os parlamentares para não aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários” Batizando as proposições simples, temos: A: A pressão sobre os parlamentares para diminuir o percentual de reajuste dos seus próprios salários B: A pressão sobre os parlamentares para não aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários” Temos aqui uma disjunção (A v B). Já sabemos que a negação da disjunção é dada por: ~A ∧ ~B. Assim, temos: ~A: A pressão sobre os parlamentares para não diminuir o percentual de reajuste dos seus próprios salários ~B: A pressão sobre os parlamentares para aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários” Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 68 ~A ∧ ~B: A pressão sobre os parlamentares para não diminuir o percentual de reajuste dos seus próprios salários e a pressão sobre os parlamentares para aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários Reescrevendo para simplificar a sentença, temos: ~A ∧ ~B: A pressão sobre os parlamentares para não diminuir e aprovar o percentual de reajuste dos seus próprios salários Comparando com o enunciado da questão, concluímos que ela está correta! 114 - (MPE/RR - 2008 / CESPE) Considere as seguintes proposições. A: Jorge briga com sua namorada Sílvia. B: Sílvia vai ao teatro. Nesse caso, independentemente das valorações V ou F para A e B, a expressão ~(A v B) corresponde à proposição C: “Jorge não briga com sua namorada Sílvia e Sílvia não vai ao teatro”. Solução: Nessa questão, temos quem é A e quem é B e devemos encontrar quem é ~(A v B). Ora, já sabemos que: ~(A v B) = ~A ∧ ~B Assim, temos: ~A: Jorge não briga com sua namorada Sílvia ~B: Sílvia não vai ao teatro Assim, ~A ∧ ~B: Jorge não briga com sua namorada Sílvia e Sílvia não vai ao teatro. Voltando para o enunciado, vemos que a questão está correta! 115 - (Polícia Civil/ES - 2010 / CESPE) A negação da proposição “havia um caixa eletrônico em frente ao banco ou o dinheiro foi entregue à mulher de Gavião.” é logicamente equivalente à proposição “Não havia um caixa eletrônico em frente ao banco ou o dinheiro não foi entregue à mulher de Gavião”. Solução: Vamos começar passando a proposição para a linguagem simbólica: Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br9 de 68 “Havia um caixa eletrônico em frente ao banco ou o dinheiro foi entregue à mulher de Gavião.” A: Havia um caixa eletrônico em frente ao banco B: O dinheiro foi entregue à mulher de Gavião Temos, portanto, uma disjunção (A v B). Já sabemos que sua negação é ~A ∧ ~B. Assim, temos: ~A: Não havia um caixa eletrônico em frente ao banco ~B: O dinheiro não foi entregue à mulher de Gavião Assim, ~A ∧ ~B é dado por: ~A ∧ ~B: Não havia um caixa eletrônico em frente ao banco e o dinheiro não foi entregue à mulher de Gavião Comparando com o enunciado, vemos que a questão está errada já que é dito que a negação da proposição é equivalente a “Não havia um caixa eletrônico em frente ao banco ou o dinheiro não foi entregue à mulher de Gavião”. Vejam, a diferença está no conectivo. 116 - (MPS - 2009 / CESPE) A negação da proposição “Pedro não sofreu acidente de trabalho ou Pedro está aposentado” é “Pedro sofreu acidente de trabalho ou Pedro não está aposentado”. Solução: Mais uma questão bem parecida com essas últimas que nós acabamos de resolver. Queremos a negação de “Pedro não sofreu acidente de trabalho ou Pedro está aposentado”. Passando para a linguagem simbólica, temos: “Pedro não sofreu acidente de trabalho ou Pedro está aposentado” A: Pedro não sofreu acidente de trabalho B: Pedro está aposentado Portanto, temos uma disjunção A v B. Já sabemos que a negação dessa disjunção é dada por ~A ∧ ~B. Assim, ~A: Pedro sofreu acidente de trabalho ~B: Pedro não está aposentado Com isso, ~A ∧ ~B é dado por: ~A ∧ ~B: Pedro sofreu acidente de trabalho e Pedro não está aposentado Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 68 Comparando com o enunciado da questão, percebemos o erro na troca do conectivo “e” pelo “ou”. Portanto, a questão está errada! 117 - (MPS - 2009 / CESPE) A negação da proposição “O cartão de Joana tem final par ou Joana não recebe acima do salário mínimo” é “O cartão de Joana tem final ímpar e Joana recebe acima do salário mínimo”. Solução: Viram que as questões se repetem bastante? Só mais uma questão desse tipo. Passando para a linguagem simbólica, temos: “O cartão de Joana tem final par ou Joana não recebe acima do salário mínimo” A: O cartão de Joana tem final par B: Joana não recebe acima do salário mínimo Assim, devemos negar uma disjunção “A v B”. A essa altura já devemos estar carecas de saber que a negação de “A v B” é dada por “~A ∧ ~B”. Assim, temos: ~A: O cartão de Joana não tem final par ~B: Joana recebe acima do salário mínimo ~A ∧ ~B: O cartão de Joana não tem final par e Joana recebe acima do salário mínimo Comparando com o enunciado, vemos que a primeira proposição simples está diferente “O cartão de Joana tem final ímpar”. Mas será que está diferente mesmo? Será que dizer que “O cartão de Joana não tem final par” e dizer “O cartão de Joana tem final ímpar” são coisas diferentes? Nesse caso, podemos afirmar que se trata da mesma coisa! Qualquer cartão só poderá ter em seu final os números 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Ora, 0, 2, 4, 6 e 8 são números pares e 1, 3, 5, 7 e 9 são números ímpares. Logo, se o final não é par, com certeza ele será ímpar. Portanto, nesse caso, dizer que “o final não é par” é o mesmo que dizer que “o final é ímpar”. Assim, a questão está correta! 118 - (TRT - 2009 / CESPE) As proposições (~A) v (~B) e A → B têm os mesmos valores lógicos para todas as possíveis valorações lógicas das proposições A e B. Solução: Bom, a melhor maneira de resolver logo essa questão é construir a tabela-verdade e verificar se as duas proposições são equivalentes: Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 68 A B ~A ~B (~A) v (~B) A → B V V F F F V V F F V V F F V V F V V F F V V V V Podemos perceber que as proposições não são equivalentes, já que para os mesmo valores lógicos de A e B, essas proposições possuem valores lógicos diferentes. Logo, a questão está errada! 119 - (MPE/RR - 2008 / CESPE) Se A e B são proposições, então ~(A ↔ B) tem as mesmas valorações que [(~A) → (~B)] ∧ [(~B) → (~A)]. Solução: Vamos para a tabela-verdade? A B ~A ~B A ↔ B ~(A ↔ B) ~A → ~B ~B → ~A [~A → ~B] ∧ [~B → ~A] V V F F V F V V V V F F V F V V F F F V V F F V F V F F F V V V F V V V Olhando para os valores lógicos de ~(A ↔ B) e de [(~A) → (~B)] ∧ [(~B) → (~A)], vemos que as duas proposições não possuem os mesmos valores lógicos. Assim, concluímos que a questão está errada! Acontece que essa tabela-verdade deu um trabalhão. Será que não tem outra forma de resolver essa questão? Tem sim! Vamos a ela! Lembram que A ↔ B é o mesmo que (A → B) ∧ (B → A)? Assim, temos: A ↔ B = (A → B) ∧ (B → A) ~(A ↔ B) = ~[(A → B) ∧ (B → A)] Vimos na aula passada que A → B é equivalente a ~B → ~A, e, de forma semelhante, B → A é equivalente a ~A → ~B. Voltando para a nossa expressão, temos: ~(A ↔ B) = ~[(A → B) ∧ (B → A)] ~(A ↔ B) = ~[(~B → ~A) ∧ (~A → ~B)] Vimos, também na aula passada, que A ∧ B é o mesmo que B ∧ A. Assim, podemos reescrever nossa expressão: ~(A ↔ B) = ~[(~A → ~B) ∧ (~B → ~A)] Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 68 Comparando com o enunciado da questão, temos: ~(A ↔ B) = ~[(~A → ~B) ∧ (~B → ~A)] (o que acabamos de demonstrar) ~(A ↔ B) = [(~A → ~B) ∧ (~B → ~A)] (o enunciado da questão) Assim, podemos concluir que a questão está errada, já que o resultado apresentado no enunciado da questão é o oposto do resultado demonstrado aqui. Bom, essas são duas maneiras de resolver essa questão. Acho que ainda deu muito trabalho. Existe, ainda, uma terceira, que às vezes é bem mais simples. Vamos a ela! Podemos simplesmente ir testando os possíveis valores lógicos de A e B e verificando o resultado nas proposições ~(A ↔ B) e [(~A → ~B) ∧ (~B → ~A)]. Vamos lá: Testando A e B verdadeiros: ~(A ↔ B) ~(V ↔ V) ~(V) = F [(~A → ~B) ∧ (~B → ~A)] [(~V → ~V) ∧ (~V → ~V)] [(F → F) ∧ (F → F)] [(V) ∧ (V)] = V Já nesse primeiro teste podemos concluir que as proposições ~(A ↔ B) e [(~A) → (~B)] ∧ [(~B) → (~A)] não possuem as mesmas valorações. Portanto, o item está errado! 120 - (UNIPAMPA - 2009 / CESPE) As proposições A ∧∧ (~B) ∧ (~C) e ~[A →→ (B v C)] têm os mesmos valores lógicos, independentemente dos valores lógicos das proposições A, B e C. Solução: Bom, a primeira maneira de resolver esta questão é construir a tabela-verdade das duas proposições e fazer a comparação. Porém, olhando com cuidado para as proposições, podemos tirar as seguintes conclusões: A ∧ (~B) ∧∧ (~C): Estamos diante de uma conjunção. Ela só será verdadeira quando todos os seus elementos forem verdadeiros, ou seja, quando “A”, “~B” e “~C” forem verdadeiros ao mesmo tempo, ou seja, A verdadeira, B falsa e C falsa. Em qualquer outra situação, a proposição será falsa. Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 68 ~[A →→ (B v C)]: Estamosdiante da negação de uma condicional. Assim, como a condicional só será falsa quando o primeiro elemento for verdadeiro e o segundo elemento for falso, a negação da condicional é o oposto, ou seja, ela só será verdadeira quando o primeiro elemento for verdadeiro e o segundo elemento for falso (quando A for verdadeira e (B v C) for falsa, ou seja, tanto B quanto C forem falsas). Em qualquer outra situação esta negação será falsa. Resumindo: Proposição 1: V (A verdadeira, B falsa, C falsa) F (qualquer outra combinação) Proposição 2: V (A verdadeira, B falsa, C falsa) F (qualquer outra combinação) Assim, concluímos que a questão está correta. Só para ilustrar, segue a tabela- verdade: A B C ~B ~C A ∧ (~B) ∧ (~C) B v C A → (B v C) ~[A → (B v C)] V V V F F F V V F V V F F V F V V F V F V V F F V V F V F F V V V F F V F V V F F F V V F F V F F V F V V F F F V V F F V V F F F F V V F F V F 121 - (Escrivão-PF - 2009 / CESPE) As proposições [A v (~B)] → (~A) e [(~A) ∧∧∧∧ B] v (~A) são equivalentes. Solução: Aqui só temos duas variáveis, o que indica que a tabela-verdade pode ser a melhor opção. Vamos desenhá-la? A B ~A ~B A v (~B) [A v (~B)] → (~A) (~A) ∧ B [(~A) ∧ B] v (~A) V V F F V F F F V F F V V F F F F V V F F V V V F F V V V V F V Bom, podemos perceber que a questão está correta! Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 68 122 - (Polícia Civil/ES - 2010 / CESPE) A proposição “Se havia um caixa eletrônico em frente ao banco, então o dinheiro ficou com Gavião” é logicamente equivalente à proposição “Se o dinheiro não ficou com Gavião, então não havia um caixa eletrônico em frente ao banco”. Solução: Começamos passando para a linguagem simbólica: A: havia um caixa eletrônico em frente ao banco B: o dinheiro ficou com Gavião Proposição 1: Se havia um caixa eletrônico em frente ao banco, então o dinheiro ficou com Gavião Proposição 1: A → B Proposição 2: Se o dinheiro não ficou com Gavião, então não havia um caixa eletrônico em frente ao banco Proposição 2: ~B → ~A Portanto, a questão quer saber se (A → B) é equivalente a (~B → ~A). Lembram dessa equivalência? Já vimos algumas questões onde ela apareceu. Item correto! 123 - (Escrivão-PF - 2009 / CESPE) Se A for a proposição “Todos os policiais são honestos”, então a proposição ~A estará enunciada corretamente por “Nenhum policial é honesto”. Solução: Lembrando a aula passada, vimos que a negação de “existe... que é...” é dada por “todo... não é...” e a negação de “todo... é...” é dado por “existe... que não é...”. Assim, A: Todos os policiais são honestos ~A: Existe policial que não é honesto Portanto, a questão está errada, já que afirmar que “Nenhum policial é honesto” não é o mesmo que afirmar que “Existe policial que não é honesto”. Assim, o item está errado! 124 - (Banco da Amazônia - 2010 / CESPE) Dizer que “todas as senhas são números ímpares” é falsa, do ponto de vista lógico, equivale a dizer que “pelo menos uma das senhas não é um número ímpar”. Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 68 Solução: Vamos lá: A: Todas as senhas são números ímpares ~A: pelo menos uma das senhas não é um número ímpar A proposição “A” será verdadeira se realmente TODAS as senhas forem números ímpares. Caso pelo menos uma das senhas não seja um número ímpar, a proposição “A” será falsa. Assim, do ponto de vista lógico, podemos concluir que esta questão está correta! 125 - (UNIPAMPA - 2009 / CESPE) Se a proposição A → (B v C) é F, então a proposição (A ∧∧ B) v (A ∧ C) é V. Solução: A questão afirma que se a proposição A → (B v C) é falsa, então a proposição (A ∧∧ B) v (A ∧∧∧∧ C) é verdadeira. Poderíamos simplesmente construir a tabela- verdade e verificar isso. Como aparecem três variáveis, teríamos uma tabela com 8 linhas, o que dá um bom trabalho. Com isso, vamos fazer de outra forma. Para a proposição A →→ (B v C) ser falsa, devemos ter A verdadeira e (B v C) falsa, ou seja, A verdadeira, B falsa e C falsa, ao mesmo tempo. Agora, resta testar estes valores na proposição (A ∧∧ B) v (A ∧ C) e verificar se ela é verdadeira: (A ∧ B) v (A ∧ C) (V ∧ F) v (V ∧ F) (F) v (F) = F Assim, podemos concluir que a questão está errada. Segue a tabela-verdade, caso você prefira esta forma de resolução. A B C B v C A → (B v C) A ∧ B A ∧ C (A ∧ B) v (A ∧ C) V V V V V V V V V V F V V V F V V F V V V F V V V F F F F F F F F V V V V F F F F V F V V F F F F F V V V F F F F F F F V F F F Podemos observar na quarta linha da tabela que a proposição A → (B v C) é falsa e a proposição (A ∧ B) v (A ∧ C) também é falsa. Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 68 126 - (Polícia Civil/CE - 2012 / CESPE) A negação da proposição “Toda pessoa pobre é violenta” é equivalente a “Existe alguma pessoa pobre que não é violenta”. Solução: Devemos saber que a negação de uma proposição do tipo “Todo ... é ...” corresponde a “Existe ... que não é ...”. Assim: P: “Toda pessoa pobre é violenta”. ~P: “Existe pessoa pobre que não é violenta”. Item correto. 127 - (Polícia Civil/CE - 2012 / CESPE) A negação da proposição “Se houver corrupção, os níveis de violência crescerão” é equivalente a “Se não houver corrupção, os níveis de violência não crescerão”. Solução: Vamos começar passando as duas proposições para a linguagem simbólica: p: Houver corrupção. q: Os níveis de violência crescerão. ~p: Não houver corrupção. ~q: Os níveis de violência não crescerão. p → q: Se houver corrupção, os níveis de violência crescerão. ~p → ~q: Se não houver corrupção, os níveis de violência não crescerão. Portanto, devemos verificar se “~(p → q)” é equivalente a “~p → ~q”. Sabemos que a negação de uma proposição do tipo “p → q” é “p ∧ ~q”. Assim, devemos verificar se “p ∧ ~q” é equivalente a “~p → ~q”. De forma direta, sabemos que uma conjunção qualquer possui três valores lógicos falsos e um valor lógico verdadeiro e que uma condicional qualquer possui um valor lógico falso e três valores lógicos verdadeiros. Portanto, as proposições “p ∧ ~q” e “~p → ~q” não podem ser equivalentes. Segue a tabela-verdade que prova o que falei acima: p q ~p ~q p → q ~(p → q) p ∧ ~q ~p → ~q V V F F V F F V V F F V F V V V F V V F V F F F F F V V V F F V Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 68 Item errado. 128 - (Polícia Civil/CE - 2012 / CESPE) Considerando que Jorge não seja pobre, mas pratique atos violentos, é correto afirmar que Jorge é um contraexemplo para a afirmação: “Todo indivíduo pobre pratica atos violentos”. Solução: Um contraexemplo para a afirmação “Todo indivíduo pobre pratica atos violentos” é um exemplo que negue esta afirmação, ou seja, é um exemplo que confirme que “Existe indivíduo pobre que não pratica atos violentos”. Assim, como Jorge não é pobre, ele não pode ser um contraexemplo.Item errado. (Texto para a questão 129) Com a finalidade de reduzir as despesas mensais com energia elétrica na sua repartição, o gestor mandou instalar, nas áreas de circulação, sensores de presença e de claridade natural que atendem à seguinte especificação: P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural suficiente no recinto. Acerca dessa situação, julgue o item seguinte. 129 - (TCDF - 2012 / CESPE) A negação da especificação P é logicamente equivalente à proposição “A luz não permanece acesa se, e somente se, não há movimento ou há claridade natural suficiente no recinto”. Solução: Nessa questão, vamos começar passando a especificação P para a linguagem simbólica: P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural suficiente no recinto. p: A luz permanece acesa q: Há movimento r: Há claridade natural suficiente no recinto P: p ↔ (q ∧~r) Agora, passamos a proposição do enunciado (vou chamar de Q) para a linguagem simbólica: Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 68 Q: “A luz não permanece acesa se, e somente se, não há movimento ou há claridade natural suficiente no recinto” Q: ~p ↔ (~q v r) Portanto, queremos saber se ~[p ↔ (q ∧ ~r)] é equivalente a ~p ↔ (~q v r). Para descobrir se essas duas proposições são ou não são equivalentes, temos mais de uma maneira. A primeira é tentar desenvolver as duas proposições para chegarmos em algo mais simples: ~[p ↔ (q ∧ ~r)] Lembrando que A ↔ B = (A → B) ∧ (B → A), temos: ~{[p → (q ∧ ~r)] ∧ [(q ∧ ~r) → p]} Lembrando que A → B = ~B → ~A, temos: ~{[~(q ∧ ~r) → ~p] ∧ [~p → ~(q ∧ ~r)]} Lembrando que ~(A ∧ B) = ~A v ~B, temos: ~{[(~q v r) → ~p] ∧ [~p → (~q v r)]} Lembrando, também que p ∧ q = q ∧ p, temos: ~{[~p → (~q v r)] ∧ [(~q v r) →→ ~p]} Desenvolvendo a segunda proposição, temos: ~p ↔ (~q v r) [~p → (~q v r)] ∧ [(~q v r) → ~p] Perceberam que as proposições em azul são iguais? Pois é, podemos concluir que a proposição “P” é a negação da proposição do enunciado (Q), ou seja, não são equivalentes. Outra possibilidade é utilizar a tabela-verdade: Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 68 p q r ~p ~q ~r q ∧ ~r p ↔ (q ∧ ~r) ~[p ↔ (q ∧ ~r)] ~q v r ~p ↔ (~q v r) V V V F F F F F V V F V V F F F V V V F F V V F V F V F F F V V F V F F F V V F F V V F F V V V F F F V F V V F V F V F V V F V F F F F V V V F F V F V V F F F V V V F V F V V Podemos ver que quando uma proposição é verdadeira, a outra é falsa, e vice- versa, exatamente o que tínhamos concluído acima, que uma é o oposto da outra, ou seja, elas são contraditórias. Item errado. 130 - (MPU - 2013 / CESPE) A negação da proposição “Não apareceram interessados na licitação anterior e ela não pode ser repetida sem prejuízo para a administração” está corretamente expressa por “Apareceram interessados na licitação anterior ou ela pode ser repetida sem prejuízo para a administração”. Solução: Nessa questão, vamos começar passando a proposição para a linguagem simbólica: “Não apareceram interessados na licitação anterior e ela não pode ser repetida sem prejuízo para a administração” p: Não apareceram interessados na licitação anterior q: A licitação não pode ser repetida sem prejuízo para a administração p ∧ q: Não apareceram interessados na licitação anterior e ela não pode ser repetida sem prejuízo para a administração Devemos, então, negar uma conjunção p ∧ q. Sabemos que: ~(p ∧ q) = ~p v ~q Assim, temos: ~p: Apareceram interessados na licitação anterior ~q: A licitação pode ser repetida sem prejuízo para a administração ~p v ~q: Apareceram interessados na licitação anterior ou ela pode ser repetida sem prejuízo para a administração Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 68 Portanto, item correto. (Texto para as questões 131 a 134) — Mário, você não vai tirar férias este ano de novo? Você trabalha demais! — Ah, João, aquele que trabalha com o que gosta está sempre de férias. Considerando o diálogo acima, julgue os itens seguintes, tendo como referência a declaração de Mário. 131 - (SERPRO - 2013 / CESPE) A negação da declaração de Mário pode ser corretamente expressa pela seguinte proposição: “Aquele que não trabalha com o que não gosta não está sempre de férias”. Solução: Nessa questão, devemos escrever a negação da declaração de Mário. Mário disse: "Aquele que trabalha com o que gosta está sempre de férias." Bom, essa frase pode ser reescrita da seguinte forma: "Se o indivíduo trabalha com o que gosta, então ele está sempre de férias" Passando a frase reescrita para a linguagem simbólica, temos: p: O indivíduo trabalha com o que gosta q: O indivíduo está sempre de férias p → q: Se o indivíduo trabalha com o que gosta, então ele está sempre de férias Temos, então, uma condicional. Sabemos que a negação da condicional é dada por: ~(p → q) = p ∧ ~q Assim, podemos escrever a negação: p: O indivíduo trabalha com o que gosta ~q: O indivíduo não está sempre de férias p ∧ ~q: O indivíduo trabalha com o que gosta e não está sempre de férias Para ficar no formato da frase original, podemos reescrever esta frase da seguinte forma: Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 68 p ∧∧ ~q: Aquele trabalha com o que gosta e não está sempre de férias. Portanto, item errado. 132 - (SERPRO - 2013 / CESPE) A declaração de Mário é equivalente a “Se o indivíduo trabalhar com o que gosta, então ele estará sempre de férias”. Solução: Vimos na solução da questão anterior justamente esta equivalência, quando fizemos a reescritura. A frase dita por Mário nada mais é do que uma condicional. Assim, concluímos que o item está correto. 133 - (SERPRO - 2013 / CESPE) A proposição “Enquanto trabalhar com o que gosta, o indivíduo estará de férias” é uma forma equivalente à declaração de Mário. Solução: Novamente, podemos perceber que esta frase do enunciado e a frase dita por Mário expressam a mesma informação, que é "Se o indivíduo trabalha com o que gosta, então ele está sempre de férias". Item correto. Achei interessante essas questões da prova do Serpro, para que a gente não fique bitolado achando que só existe condicional no formato "Se ... então ...". 134 - (SERPRO - 2013 / CESPE) “Se o indivíduo estiver sempre de férias, então ele trabalha com o que gosta” é uma proposição equivalente à declaração de Mário. Solução: Vimos que a declaração de Mário pode ser reescrita da seguinte forma: "Se o indivíduo trabalha com o que gosta, então ele está sempre de férias" Assim, devemos comparar se esta proposição é equivalente a: "Se o indivíduo estiver sempre de férias, então ele trabalha com o que gosta" Passando as duas para alinguagem simbólica, temos: p: O indivíduo trabalha com o que gosta q: O indivíduo está sempre de férias Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 68 p → q: Se o indivíduo trabalha com o que gosta, então ele está sempre de férias q → p: Se o indivíduo estiver sempre de férias, então ele trabalha com o que gosta E então? p → q é equivalente a q → p? Já sabemos muito bem que p → q é equivalente a ~q → ~p e não a q → p. Portanto, o item está errado. (Texto para as questões 135 e 136) Considerando que, P, Q e R são proposições conhecidas, julgue os próximos itens. 135 - (DEPEN - 2013 / CESPE) A proposição [(P ∧ Q) →→ R] v R é uma tautologia, ou seja, essa proposição é sempre verdadeira independentemente dos valores lógicos de P, Q e R. Solução: Um forma de resolver esta questão é construir a tabela-verdade da proposição [(P ∧ Q) → R] v R e verificar se seu valor lógico é sempre verdadeiro, independentemente dos valores lógicos de P, Q e R. Outra forma de resolver é analisar a proposição [(P ∧ Q) → R] v R e verificar se é possível ela ser falsa, o que faria com que não fosse uma tautologia: [(P ∧ Q) → R] v R Temos aqui uma disjunção, que só será falsa se (P ∧ Q) → R for falsa e R também for falsa ao mesmo tempo. Assim, considerando o R falso, temos: [(P ∧ Q) → R] v R [(P ∧ Q) → F] v F Bom, para que (P ∧ Q) → F seja falsa, basta que P e Q sejam verdadeiras ao mesmo tempo. Assim, podemos concluir que para P verdadeira, Q verdadeira e R falsa, a proposição [(P ∧ Q) → R] v R será falsa, ou seja, não será uma tautologia. [(P ∧ Q) → R] v R [(V ∧ V) → F] v F [(V) → F] v F [F] v F = F Item errado. Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 68 136 - (DEPEN - 2013 / CESPE) A Proposição ~[(P → Q) v Q] é equivalente à proposição P ∧ (~Q), em que ~P é a negação de P. Solução: Como temos apenas duas variáveis, P e Q, vamos construir a tabela-verdade e verificar se as proposições são equivalentes: P Q ~Q P → Q (P → Q) v Q ~[(P → Q) v Q] P ∧ (~Q) V V F V V F F V F V F F V V F V F V V F F F F V V V F F Portanto, as duas proposições são equivalentes. Item correto. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ufa!!! Agora, vamos à teoria da aula de hoje. 2 – Lógica da Argumentação Considere a proposição: FHC foi um bom presidente Você saberia me dizer se essa proposição é verdadeira ou falsa? Bom, para isso, teríamos que definir o que vem a ser um bom presidente. Podemos avaliar as conquistas na área econômica, as melhorias na área social, os prêmios internacionais, a quantidade de escândalos de corrupção, etc. Veja que cada um desses itens pode ter um peso maior ou menor a depender de quem avalia, pois o conceito de “bom presidente” é um conceito subjetivo. Para um grupo de pessoas, essa afirmação é considerada verdadeira, já para outro grupo de pessoas, esta afirmação é considerada falsa. “Mas onde você quer chegar, professor?” Bom, o que eu quero dizer é que o objetivo da Lógica da Argumentação não é a avaliação do conteúdo em si, mas a forma com que as informações são apresentadas, se determinado raciocínio foi ou não bem construído, se podemos chegar a alguma conclusão baseada no raciocínio apresentado, independentemente dos valores subjetivos dos conceitos. Vejamos um exemplo: Marcos é um uma pessoa legal. Será que podemos avaliar se essa proposição é verdadeira ou falsa? Mais uma vez seria muito subjetivo, além de não sabermos de que Marcos estamos falando. Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 68 Agora, se eu falo “Marcos é uma pessoa legal, pois ele é baiano e todo baiano é legal”. Nesse caso, estamos diante de uma conclusão baseada em alguns fatos que foram apresentados. Assim, independentemente do Marcos que estou me referindo, sabendo que todo baiano é legal e que Marcos é baiano, eu posso afirmar sem nenhuma dúvida que ele é legal. No estudo da Lógica da Argumentação, nos baseamos em regras de inferência lógica. A argumentação centra-se essencialmente em alcançar conclusões por meio do raciocínio lógico, isto é, fatos baseados em premissas. O argumento é uma sequência determinada (finita) de proposições (premissas) que leva a uma proposição final, uma conclusão do argumento. Observe esse argumento: Todo baiano é legal (premissa) Marcos é baiano (premissa) Marcos é uma pessoa legal (conclusão) Nesse argumento as duas premissas podem ser chamadas de antecedentes e dão suporte à conclusão, que pode ser chamada de consequente. Podemos utilizar um diagrama para mostrar que este argumento é válido. Vejamos: Observando o diagrama, podemos perceber que Marcos está dentro do conjunto dos baianos (elipse amarela), pois ele é baiano, e o conjunto dos baianos está dentro do conjunto das pessoas legais (elipse verde), pois todo baiano é legal. Vimos conjuntos na primeira aula, e esse conceito dos diagramas é muito útil para o que estamos estudando agora. Vejam que você pode até discordar e dizer que nem todo baiano é legal. Tudo bem, mas, baseado nas informações de que “todo baiano é legal” é uma premissa verdadeira e que “Marcos é baiano” também é uma premissa verdadeira, podemos afirmar que “Marcos é legal” é uma conclusão verdadeira baseada nessas duas premissas. Um argumento é constituído de proposições P1, P2, P3, ..., Pn, chamadas de premissas, que servem de base para afirmar que uma outra proposição C é verdadeira, chamada de conclusão. Marcos Baianos Pessoas Legais Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 68 Quando temos apenas duas premissas e uma conclusão, estamos diante de um Silogismo. Assim, o silogismo nada mais é do que uma argumentação com duas premissas e uma conclusão. No estudo da Lógica da Argumentação o que nos interessa são os “Argumentos Válidos”. Dizemos que um argumento é válido (legítimo), quando a sua conclusão é uma consequência obrigatória do seu conjunto de premissas. Assim, não é possível saber se a conclusão do argumento é verdadeira se nós não considerarmos todas as premissas como verdadeiras. Dizemos que um argumento é inválido (ilegítimo, falacioso, sofisma) quando, mesmo considerando suas premissas como verdadeiras, ainda assim, não é possível garantir a verdade da conclusão, ou seja, a conclusão não é uma consequência obrigatória do seu conjunto de premissas. Resumindo o que já falamos até aqui, não estamos interessados em saber se cada proposição de um argumento é verdadeira ou falsa, mas sim, se o argumento é válido, ou seja, se a conclusão é uma consequência obrigatória das premissas, considerando que as premissas sejam verdadeiras simultaneamente. Assim, o argumento é classificado em válido ou inválido e não em verdadeiro ou falso (as proposições é que são classificadas em verdadeiras ou falsas). Vejamos dois exemplos: Ex. 1:P1: Todos os baianos são nordestinos P2: Pedro é baiano C: Pedro é nordestino Ex. 2: P1: Todos os baianos são alemães P2: Pedro é baiano C: Pedro é alemão Pedro Baianos Nordestinos Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 68 Percebam que os dois argumentos são válidos, pois considerando as premissas verdadeiras, as conclusões são consequência obrigatória das premissas, independentemente do conteúdo das premissas. Percebam que no primeiro exemplo, o conteúdo também é verdadeiro, já que todo baiano realmente é nordestino e se uma pessoa é baiana, com certeza ela também será nordestina. Já o segundo exemplo, possui um conteúdo falso, pois dizer que todo baiano é alemão não é verdade. Mas o que interessa é que os dois argumentos são válidos, já que as conclusões são consequência obrigatória das premissas, considerando estas verdadeiras. Além desses casos, podemos ter argumentos inválidos com conteúdo verdadeiro e argumentos inválidos com conteúdo falso. Vejamos mais dois exemplos: Ex. 3: P1: Todos os baianos são nordestinos P2: Existem nordestinos que são ricos C: Existem baianos que são ricos Vejam que nesse exemplo, mesmo sabendo que existem baianos que são ricos, essa conclusão não é consequência obrigatória das premissas, que também são verdadeiras. Assim, temos um argumento falacioso com conteúdo verdadeiro. Ex. 4: P1: Todos os baianos são ricos P2: Pedro é rico C: Pedro é baiano Pedro Baianos Alemães Baianos Nordestinos Ricos Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 68 Vejam que nesse exemplo, mesmo considerando as premissas verdadeiras, a conclusão não é consequência obrigatória das premissas. Nesse caso também o conteúdo das premissas não é verdadeiro, já que nem todos os baianos são ricos. Assim, temos um argumento falacioso com conteúdo falso. Tipos de argumentos Basicamente, existem dois tipos de argumentos: Argumentos Categóricos e Argumentos Hipotéticos. Não é necessário saber esta classificação, mas sim como resolver as questões que envolvem cada um desses dois tipos. Comecemos com os argumento categóricos. Os argumentos categóricos são aqueles que apresentam premissas representadas por enunciados simples, contendo um quantificador, um sujeito, um verbo de ligação e um predicado. Não, isso não é aula de português! Vejamos alguns exemplos: Todo baiano é nordestino todo: Quantificador baiano: Sujeito é: Verbo de ligação nordestino: Predicado Existe baiano que é rico existe: Quantificador baiano: Sujeito é: Verbo de ligação rico: Predicado Nenhum carioca é baiano nenhum: Quantificador carioca: Sujeito é: Verbo de ligação baiano: Predicado Alguns nordestinos não são baianos Pedro Baianos Ricos Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 68 alguns: Quantificador nordestinos: Sujeito não: Partícula de negação são: Verbo de ligação baianos: Predicado Representamos acima os quatro tipos de proposições com quantificadores: Todo A é B (universal afirmativo), Nenhum A é B (universal negativo), Algum A é B (particular afirmativo) e Algum A não é B (particular negativo). Vamos explicar as conclusões que podem ser tiradas a partir desses quantificadores: Todo A é B A partir dessa informação podemos ter certeza que a área pintada de vermelho não possui nenhum elemento e que a área pintada de azul possui algum elemento. Todos os elementos do conjunto A estarão localizados dentro do conjunto B. Pode existir algum elemento de B que não seja de A (área branca), mas isso nós não temos como saber apenas com a afirmação de que “Todo A é B”. A negação desse quantificador é dizer que existe elemento de A na área vermelha, ou seja, dizer que “Algum A não é B”. ~(Todo A é B) = Algum A não é B Nenhum A é B A partir desta informação podemos ter certeza que a área pintada de vermelho não possui nenhum elemento e que a área azul possui algum elemento. Todos os elementos do conjunto A estarão localizados fora do conjunto B. A negação desse quantificador é dizer que existe elemento de A na área vermelha, ou seja, dizer que “Algum A é B”. A B A B Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 68 ~(Nenhum A é B) = Algum A é B Algum A é B A partir desta informação podemos ter certeza que a área pintada de azul possui algum elemento. Ou seja, podemos concluir que A e B possuem pelo menos um elemento em comum. Pode existir algum elemento de B que não seja de A, e algum elemento de A que não seja de B, mas isso nós não temos como saber apenas com a afirmação de que “Algum A é B”. A negação desse quantificador é dizer que não existe elemento de A na área azul, ou seja, dizer que “Nenhum A é B”. ~(Algum A é B) = Nenhum A é B Algum A não é B A partir desta informação podemos ter certeza que a área pintada de azul possui algum elemento. Podemos concluir que A possui algum elemento que não pertence a B. Pode existir algum elemento de A que seja de B, mas isso nós não temos como saber apenas com a afirmação de que “Algum A não é B”. A negação desse quantificador é dizer que não existe elemento de A na área azul, ou seja, dizer que “Todo A é B”. ~(Algum A não é B) = Todo A é B Existe uma relação entre esses quatro tipos de proposições com quantificadores, que pode ser representada por um “Quadrado das Oposições”. Vejamos: A B A B Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 68 Todo A é B Nenhum A é B Algum A é B Algum A não é B Proposições contrárias (Todo A é B x Nenhum A é B): Duas proposições contrárias não podem ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo. Proposições contraditórias (Todo A é B x Algum A não é B; Nenhum A é B x Algum A é B): Duas proposições contraditórias não podem ser nem verdadeiras nem falsas ao mesmo tempo. Se uma é verdadeira, a outra é falsa. Proposições subcontrárias (Algum A é B x Algum A não é B): Duas proposições subcontrárias não podem ser ambas falsas ao mesmo tempo. Proposições subalternas (Todo A é B x Algum A é B; Nenhum A é B x Algum A não é B): Se a proposição universal é verdadeira, sua subalterna também será verdadeira. Essas regras não são cobradas explicitamente nos concursos, mas podem nos ajudar na resolução das questões. Agora, vamos aprender a resolver as questões de concurso queapresentam esses quantificadores nas premissas. Para isso, vamos aprender a representá-los por meio de diagramas, que nos ajudarão a visualizar a solução. Comecemos com o quantificador universal afirmativo (Todo): A B A B A B A B Contraditório Subalterno Subalterno Contrário Subcontrário Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 68 Todo baiano é nordestino Esse quantificador nos diz que o conjunto dos baianos está contido no conjunto dos nordestinos, ou seja, todos os elementos do conjunto dos baianos também pertencem ao conjunto dos nordestinos. A representação utilizada acima é a mais usual, mas não é a única. Podemos representar esse quantificador de outra maneira. Vejamos: Todo baiano é nordestino Nessa representação, o conjunto dos baianos coincide com o conjunto dos nordestinos. Assim, continua valendo o que eu disse acima, todos os elementos do conjunto dos baianos também pertencem ao conjunto dos nordestinos. Agora, observe o seguinte: Na primeira representação, havia elementos do conjunto dos nordestinos que não eram elementos do conjunto dos baianos (área verde do diagrama). Essa informação difere do que vimos na segunda representação, onde não há elementos do conjunto dos nordestinos que não sejam também elementos do conjunto dos baianos (os conjuntos são coincidentes). Assim, com a informação de que “Todo baiano é nordestino”, não podemos garantir se há ou não nordestinos que não sejam baianos. O que podemos garantir é que não há baianos que não sejam nordestinos. Assim, dizendo que “Todo A é B”, podemos concluir que “não existe A que não seja B”. O próximo quantificador é o universal negativo (Nenhum). Vejamos: Nenhum carioca é baiano Baianos Nordestinos Baianos Nordestinos Baianos Cariocas Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 68 Esse quantificador só possui essa maneira de ser representado, pois os conjuntos dos baianos e o conjunto dos cariocas não possuem nenhum elemento em comum. Com isso, podemos concluir que não existe a possibilidade de alguém ser carioca e baiano ao mesmo tempo. Agora, vamos aos quantificadores particulares. Comecemos com o afirmativo: Existe baiano que é rico (é o mesmo que “algum baiano é rico”) Essa é a maneira mais usual de representar esse quantificador. Mas também, não é a única. Porém, a informação mais importante é que o conjunto dos baianos e o conjunto dos ricos possuem pelo menos um elemento em comum, ou seja, eles não são disjuntos. Olhando o diagrama, podemos dizer com certeza que a área azul possui pelo menos um elemento, mas as áreas amarela e verde podem possuir elemento ou não. Vamos ver outras representações para esse quantificador: Existe baiano que é rico (é o mesmo que “algum baiano é rico”) Veja que continua valendo o que eu disse: “o conjunto dos baianos e o conjunto dos ricos possuem pelo menos um elemento em comum” (representada pela área azul). Existe baiano que é rico (é o mesmo que “algum baiano é rico”) Baianos Ricos Baianos Ricos Ricos Baianos Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 68 Mais uma vez, continua valendo o que eu disse: “o conjunto dos baianos e o conjunto dos ricos possuem pelo menos um elemento em comum” (representada pela área azul). Existe baiano que é rico (é o mesmo que “algum baiano é rico”) Nessa última representação, com os conjuntos dos baianos e dos ricos coincidindo, continua valendo o que eu disse: “o conjunto dos baianos e o conjunto dos ricos possuem pelo menos um elemento em comum”. Para terminar, vejamos o quantificador particular negativo: Alguns nordestinos não são baianos (é o mesmo que “existem nordestinos que não são baianos”) Como o quantificador é o mesmo, só mudando a existência do “não”, a maneira mais usual de representar esse quantificador é a mesma do item anterior. Ocorre que, agora, o que podemos concluir com certeza, é que a área verde possui pelo menos um elemento, ou seja, ela não está vazia. As áreas amarela e azul podem ou não possui elementos. Podemos afirmar que não é todo nordestino que é baiano. Mais uma vez, essa não é a única maneira de representar esta proposição. Vejamos as outras: Alguns nordestinos não são baianos Baianos Nordestinos Ricos Baianos Baianos Nordestinos Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 68 Veja que continua valendo o que eu disse acima: “Não é todo nordestino que é baiano” (área verde do diagrama). Alguns nordestinos não são baianos Por fim, mais uma representação e continua valendo o que eu disse acima: “Não é todo nordestino que é baiano” (área verde do diagrama). Bom, vimos todas as maneiras de representar as proposições com quantificadores por meio dos diagramas. Para fechar esse assunto, vamos ver como resolver as questões. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (Texto para as questões 137 e 138) Um argumento constituído por uma sequência de três proposições — P1, P2 e P3, em que P1 e P2 são as premissas e P3 é a conclusão — é considerado válido se, a partir das premissas P1 e P2, assumidas como verdadeiras, obtém-se a conclusão P3, também verdadeira por consequência lógica das premissas. A respeito das formas válidas de argumentos, julgue os próximos itens. 137 - (PC/ES - 2010 / CESPE) Considere a seguinte sequência de proposições: P1 – Existem policiais que são médicos. P2 – Nenhum policial é infalível. P3 – Nenhum médico é infalível. Nessas condições, é correto concluir que o argumento de premissas P1 e P2 e conclusão P3 é válido. Solução: Para resolver essa questão, vamos começar representando as premissas por meio dos diagramas. Utilizaremos os diagramas mais comuns. P1 – Existem policiais que são médicos. Baianos Nordestinos Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 68 Essa premissa nos dá a certeza da existência de pelo menos um elemento na área azul. P2 – Nenhum policial é infalível. Com essa afirmação, podemos concluir que não há nenhuma pessoa que seja ao mesmo tempo policial e infalível, ou seja, os conjuntos acima não possuem nenhum elemento em comum. Unindo as duas figuras: Vejam que eu coloquei os médicos e os infalíveis bem colados, pois não temos como saber se existe algum médicoque seja infalível. Para finalizar, vamos verificar se a conclusão é uma consequência obrigatória de suas premissas: P3 – Nenhum médico é infalível. Vimos que não temos como saber se existe algum médico que seja infalível. Portanto, essa não é uma consequência obrigatória das premissas. Assim, concluímos que esse argumento não é válido. Item errado. Policiais Médicos Policiais Infalíveis Policiais Médicos Infalíveis Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 68 138 - (PC/ES - 2010 / CESPE) Se as premissas P1 e P2 de um argumento forem dadas, respectivamente, por “Todos os leões são pardos” e “Existem gatos que são pardos”, e a sua conclusão P3 for dada por “Existem gatos que são leões”, então essa sequência de proposições constituirá um argumento válido. Solução: Da mesma forma que fizemos na questão anterior, vamos começar representando as premissas por meio dos diagramas, utilizando os diagramas mais comuns. P1: “Todos os leões são pardos” A partir dessa premissa, podemos concluir que se o bicho é um leão, com certeza ele será pardo. Ou seja, não há leão que não seja pardo. P2: “Existem gatos que são pardos”, Essa premissa nos dá a certeza da existência de pelo menos um elemento na área azul. Sobrepondo os diagramas: Vejam que eu coloquei os leões e os gatos bem colados, pois não temos como saber se existe algum gato que seja leão. P3: “Existem gatos que são leões” leões pardos gatos pardos gatos pardos leões Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 68 Vimos que não temos como saber se existe algum gato que seja leão. Portanto, essa não é uma consequência obrigatória das premissas. Assim, concluímos que esse argumento não é válido. Item errado. (Texto para a questão 139) A questão da desigualdade de gênero na relação de poder entre homens e mulheres é forte componente no crime do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, pois as vítimas são, na sua maioria, mulheres, meninas e adolescentes. Uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), concluída em 2009, indicou que 66% das vítimas eram mulheres, 13% eram meninas, enquanto apenas 12% eram homens e 9% meninos. Ministério da Justiça. Enfrentamento ao tráfico de pessoas: relatório do plano nacional. Janeiro de 2010, p. 23 (com adaptações). Com base no texto acima, julgue o item a seguir. 139 - (PC/ES - 2010 / CESPE) O argumento “A maioria das vítimas era mulher. Marta foi vítima do tráfico de pessoas. Logo Marta é mulher” é um argumento válido. Solução: Vamos começar representando o argumento por meio dos diagramas: Premissa 1: A maioria das vítimas era mulher Dizer que a maioria das vítimas era mulher, não é o mesmo que dizer que todas as vítimas eram mulheres, mas sim, que algumas das vítimas eram mulheres. Premissa 2: Marta foi vítima do tráfico de pessoas Unindo os diagramas, temos: mulheres vítimas vítimas Marta Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 68 Vejam que eu coloquei Marta e o conjunto das mulheres bem colados, pois não temos como saber se ela é ou não é mulher, a partir dessas premissas. Conclusão: Marta é mulher Vimos que não temos como saber se Marta é ou não é mulher. Portanto, essa não é uma consequência obrigatória das premissas. Assim, concluímos que esse argumento não é válido. Item errado. 140 - (PREVIC- 2010 / CESPE) Suponha que um argumento tenha como premissas as seguintes proposições. Alguns participantes da PREVIC são servidores da União. Alguns professores universitários são servidores da União. Nesse caso, se a conclusão for “Alguns participantes da PREVIC são professores universitários”, então essas três proposições constituirão um argumento válido. Solução: Mais uma vez, vamos começar representando as premissas por meio dos diagramas: P1: Alguns participantes da PREVIC são servidores da União. P2: Alguns professores universitários são servidores da União. mulheres vítimas Marta Participantes da PREVIC Servidores da União Servidores da União Professores universitários Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 68 Unindo os diagramas: Alguns participantes da PREVIC são professores universitários Vejam que não temos como saber se os participantes da PREVIC e os professores universitários possuem elementos em comum (áreas azul e vermelha). Assim, concluímos que esse argumento não é válido. Item errado. 141 - (PREVIC- 2010 / CESPE) Considere o diagrama abaixo. Esse diagrama é uma prova de que o argumento a seguir é válido, ou seja, as proposições I e II são premissas e a proposição III é uma conclusão, pois é verdadeira por consequência das premissas. I Nenhum analista administrativo é dançarino. II Todos os dançarinos são ágeis. III Logo, nenhum analista administrativo é ágil. Solução: Vamos começar checando as premissas e comparando com o diagrama do enunciado I Nenhum analista administrativo é dançarino. II Todos os dançarinos são ágeis. dançarinos ágeis analista administrativo Participantes da PREVIC Servidores da União Professores universitários dançarinos analista administrativo Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 68 Aparentemente, nós poderíamos pensar que o argumento é válido, mas unindo os diagramas, podemos perceber que isso não é verdade: III Logo, nenhum analista administrativo é ágil. Portanto, podemos perceber que pode haver analista administrativo que seja ágil. Assim, concluímos que o argumento não é válido. Item errado. 142 - (SEPLAG/DF - 2009 / CESPE) Se forem V as proposições “Todos os assistentes de educação auxiliam os professores” e “João e Aline auxiliam os professores”, então a proposição “João e Aline são assistentes de educação” também será V. Solução: Vamos analisar o argumento: P1: Todos os assistentes de educação auxiliam os professores P2: João e Aline auxiliam os professores dançarinos ágeis dançarinos ágeis analista administrativo assistentes pessoas que auxiliam os professores pessoas que auxiliam os professores João Aline Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícioscomentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 68 Unindo os diagramas: C: João e Aline são assistentes de educação Vejam que não temos como garantir que João e Aline são assistentes de educação. Portanto, não podemos garantir que a proposição “João e Aline são assistentes de educação” também será V. Item errado. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Voltando à teoria, vamos conhecer agora os Argumentos Hipotéticos. Os argumentos hipotéticos são aqueles que possuem proposições compostas conjuntivas, disjuntivas, condicionais ou bicondicionais. Podem apresentar proposições simples e proposições compostas que utilizam os conectores “e”, “mas”, “ou”, “se...então...”, “...se e somente se...”, etc. Vejamos um exemplo: Premissa 1: Se chover, então não vou à praia Premissa 2: Chove Conclusão: Não vou à praia Veja que na premissa 1 temos uma proposição composta condicional (se... então...). Intuitivamente podemos perceber que estamos diante de um argumento válido (não se costuma ir à praia quando está chovendo). Mas nem sempre será apresentado de maneira simples. Vamos aprender algumas técnicas para a resolução dos exercícios. Utilizando a tabela-verdade Vimos que um argumento é válido quando a conclusão é uma consequência obrigatória das premissas. Assim, quando o argumento é válido, a conjunção das premissas verdadeiras implica logicamente numa conclusão verdadeira. Simbolicamente, podemos representar o que eu disse acima da seguinte forma: (P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ … ∧ Pn) ⇒ C Ora, uma implicação é verdadeira, quando a sua condicional correspondente é uma tautologia. Assim, para saber se um argumento é válido, construímos a tabela-verdade da condicional que o representa e verificamos se é uma tautologia. Um argumento é válido se (P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ … ∧ Pn) →→ C é uma tautologia assistentes pessoas que auxiliam os professores João Aline Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 68 Essa primeira técnica é infalível, mas pode demandar muito tempo na hora da prova. De qualquer forma, vamos começar com ela. Voltemos ao nosso exemplo: Premissa 1: Se chover, então não vou à praia Premissa 2: Chove Conclusão: Não vou à praia Para checar se o argumento é válido, passamos as proposições para a linguagem simbólica e depois montamos a tabela-verdade. Vejamos: p: Chover q: Ir à praia P1: p → ~q P2: p C: ~q p q ~q p → ~q (p → ~q) ∧ (p) [(p → ~q) ∧ (p)] → (~q) V V F F F V V F V V V V F V F V F V F F V V F V Podemos perceber que o argumento é válido, pois a condicional que o representa é uma tautologia. Vejamos outro exemplo: Premissa 1: Se chover, então não vou à praia Premissa 2: Não vou à praia Conclusão: Chove E agora, será que você consegue me dizer se esse argumento é válido ou não? Vamos mais uma vez utilizar a tabela-verdade para verificar isso. p: Chover q: Ir à praia P1: p → ~q P2: ~q C: p P1 P2 C Argumento Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 68 p q ~q p → ~q (p → ~q) ∧ (~q) [(p → ~q) ∧ (~q)] → (p) V V F F F V V F V V V V F V F V F V F F V V V F Perceba que a condicional que representa o argumento não é uma tautologia. Logo, o argumento é inválido. Utilizando a tabela-verdade reduzida Uma observação importante sobre o método demonstrado acima é que sempre que alguma premissa é falsa, a condicional que o representa possui valor lógico verdadeiro. Isso se deve ao fato de que numa condicional, sempre que “o termo antes da seta” (antecedente) é falso, a condicional é verdadeira. Como o antecedente é uma conjunção formada por todas as premissas, basta que uma das premissas seja falsa para que a conjunção seja falsa. Com isso, o que eu quero mostrar é que, na análise das tabelas, só nos interessa aquelas linhas em que todas as premissas são verdadeiras. Se nessas linhas a conclusão tiver algum valor falso, a condicional que representa o argumento será falsa, pois teremos o antecedente verdadeiro e o “termo após a seta” (consequente) falso, que numa condicional possui valor lógico falso (V → F, que possui valor lógico falso). Vamos ver um exemplo: P1: Se o avião cair, então o piloto morrerá P2: O avião caiu C: O piloto morreu Vamos passar as proposições para a linguagem simbólica e montar a tabela- verdade. Vejamos: p: O avião cair q: O piloto morrer P1: p → q P2: p C: q p q p → q V V V V F F F V V F F V P1 P2 C Argumento P1 P2 C Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 68 Para um melhor entendimento, vamos reorganizar a ordem das colunas (P1, P2 e C): p → q p q V V V F V F V F V V F F Vimos que um argumento é válido quando a conclusão é uma consequência obrigatória do conjunto das premissas, considerando as premissas verdadeiras. Assim, só nos interessa o valor lógico da conclusão para os casos em que todas as premissas são verdadeiras simultaneamente. Olhando para a tabela acima, podemos perceber que apenas a primeira linha apresenta valor lógico verdadeiro para as duas premissas simultaneamente. Assim, devemos verificar qual o valor lógico da conclusão apenas na primeira linha. p → q p q V V V F V F P1 é falso, não serve. V F V P2 é falso, não serve. V F F P2 é falso, não serve. Eliminando as linhas onde as premissas são falsas, temos: p → q p q V V V Veja que na única linha em que as premissas são verdadeiras simultaneamente, a conclusão também é verdadeira. Com isso, podemos concluir que a conclusão é uma consequência obrigatória das premissas, ou seja, podemos concluir que o argumento é válido. Vejamos outro exemplo: P1: Se o avião cair, então o piloto morrerá P2: O piloto morreu C: O avião caiu E agora, será que você consegue me dizer se esse argumento é válido ou não? Vamos mais uma vez utilizar a tabela-verdade para verificar isso. p: O avião cair q: O piloto morrer P1: p → q P2: q C: p P1 P2 C P1 P2 C P1 P2 C Raciocínio Lógico p/ Polícia Federal (Agente) Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Piñon – Aula 03 Prof. Marcos Piñon www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 68 p q p → q V V V V F F F V V F F V Organizando a ordem das colunas, temos: p → q q p V V V F F V V V F V F F Eliminando a segunda e a quarta linhas, temos: p → q q p V V V V V F Veja que nas duas linhas em que as premissas são verdadeiras simultaneamente, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa. Ou seja, considerando as premissas verdadeiras, não temos como afirmar se a conclusão é verdadeira ou falsa. Assim, concluímos que este argumento é falacioso. Análise sem tabela-verdade É possível, também, verificar se um argumento é válido ou não sem a utilização da tabela-verdade. Para isso, devemos conhecer muito bem as regras lógicas
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