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Higiene e Seguran├зa do Trabalho-aula4

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Higiene e Segurança do 
Trabalho
Profª Renata dos Santos Fernandes
Curso: Engenharia de Produção
Agentes Físicos
Representam um intercâmbio brusco de energia entre o organismo e o 
ambiente, em quantidade superior àquela que o organismo é capaz de 
suportar, podendo acarretar uma doença profissional. O risco a que os 
trabalhadores estão sujeitos depende de: tempo de exposição, tipo, 
distância da fonte de risco, sensibilidade individual.
Ruído
Radiação
Vibração
Baixas 
temperaturas
Altas 
temperaturas
Umidade
Pressões 
anormais 
Iluminação
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As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos 
que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos 
provocar sérios prejuízos à saúde.
Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade 
individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou 
gradualmente.
Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição 
ocupacional.
Ruído
O ruído é um fenômeno acústico que produz uma sensação 
auditiva desagradável ou incomodativa. O ruído tem som 
incomodativo, desconfortável e nocivo para o homem.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o limite de 75 
dB(A) como o início do desconforto auditivo.
AUDIOMETRIA OCUPACIONAL
Avalia a audição dos trabalhadores expostos ao ruído no ambiente de trabalho, 
detectando possíveis alterações auditivas para adotar medidas que evitem o 
agravamento dessas alterações e suas conseqüências legais para a empresa. Ela é 
uma importante ferramenta para o acompanhamento e dimensionamento da 
agressão causada pelo ruído e continua sendo a melhor forma de diagnóstico, em 
termos da relação custo, praticidade e benefício. 
Características do ruído: 
- Intensidade: é a quantidade de energia vibratória que se propaga nas 
áreas próximas, a partir da fonte emissora, podendo ser expressa em termos 
de energia (watt/m2 ) ou em termos de pressão ( N/m2 ou Pascal).
- Freqüência é representada pelo número de vibrações completas em um 
segundo, sendo sua unidade de medida expressa em hertz (Hz).
Classificação do ruído:
- Contínuo estacionário: ruído com pequenas variações dos níveis (até ± 3 
dB) durante o período de observação (não inferior a 15 minutos).
-Contínuo flutuante ou intermitente: ruído cujo nível varia continuamente de 
um valor apreciável durante um período de observação (superior a ± 3 dB).
- Impacto ou impulsivo: ruído que se apresenta em picos de energia 
acústica, de duração inferior a um segundo e com , entre picos, inferiores a 
1 segundo.
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O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:
- Fadiga nervosa;
- Alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em 
coordenar idéias;
- Hipertensão;
- Modificação do ritmo cardíaco;
- Modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
- Modificação do ritmo respiratório;
- Perturbações gastrintestinais;
- Diminuição da visão noturna;
- Dificuldade na percepção de cores.
- Perda da acuidade auditiva, causando perda temporária ou definitiva da 
audição.
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Vibração
São oscilações, tremores, balanços, movimentos 
vibratórios e trepidações produzidas por máquinas e 
equipamentos.
Surgem sob a ação de forças variáveis e podem transmitir-se a outros 
objetos por contacto direto, podendo ser transmitida a todo o corpo. Elas 
podem caracterizar-se pela sua natureza, intensidade, direção e 
freqüência.
Podem estar associadas a diversos fatores, como a utilização de 
equipamentos, fenômenos naturais, modos de funcionamento ou defeito de 
máquinas, fatores ambientais e peso de equipamentos.
O efeito das vibrações depende da freqüência destas:
� Vibrações elevadas (superiores a 600 Hz) provocam efeitos neuromusculares;
� Vibrações superiores a 150 Hz afetam, principalmente, os dedos;
� Vibrações entre 70 e 150 Hz chegam até às mãos;
� Vibrações entre 40 e 125 Hz provocam efeitos vasculares;
� Vibrações de baixa freqüência podem provocar lesões nos ossos.
Exposição do Corpo 
Humano á Vibração
Os riscos devidos a vibrações mecânicas 
têm efeitos sobre a saúde e segurança 
dos trabalhadores e deles podem resultar 
em perturbações :
- musculoesqueléticas, 
- neurológicas e vasculares.
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Temperaturas Extremas: são as condições 
térmicas rigorosas, em que são realizadas 
diversas atividades profissionais.
Baixas 
temperaturas
Altas 
temperaturas
Condições ambientais aconselhadas: 
temperatura situada entre 21ºC e 26 ºC
Os ambientes térmicos podem ser classificados como :
•
 Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias)
•
 Frios (armazéns frigoríficos, atividades de pesca)
•
 Neutros (escritórios)
A temperatura normal do corpo humano é de aproximadamente 37°C. O 
corpo humano produz calor e para manter sua temperatura em 37°C 
(equilíbrio térmico), perde calor para o ambiente se a sua temperatura for 
maior que a temperatura do ambiente e recebe calor do ambiente se a sua 
temperatura for menor do que a temperatura do ambiente.
CALOR - Altas temperaturas podem provocar:
· desidratação;
· erupção da pele;
· câimbras;
· fadiga física;
· distúrbios psiconeuróticos;
· problemas cardiocirculatórios;
· insolação.
FRIO - Baixas temperaturas podem provocar:
· feridas;
· rachaduras e necrose na pele;
· enregelamento: ficar congelado;
· agravamento de doenças reumáticas;
· predisposição para acidentes;
· predisposição para doenças das vias respiratórias.
Frio é a sensação produzida pela falta de calor num corpo ou matéria, causada pela 
baixa temperatura atmosférica ou por meios artificiais através de refrigeração. 
Calor é a energia térmica que é transferida de um sistema a outro exclusivamente 
em virtude da diferença de temperaturas entre eles.
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A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido 
Termômetro de Globo" – IBUTG, definido pelas equações que se seguem:
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural;
tg = temperatura de globo;
tbs = temperatura de bulbo seco.
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho 
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação 
de serviço.
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Refere-se à quantidade de luminosidade que incide no 
local de trabalho do funcionário. Os locais de trabalho 
devem dispor de iluminação adequada que assegure o 
desempenho visual das tarefas. Além disso, os padrões de 
iluminação são estabelecidos de acordo com o tipo de 
tarefa visual do funcionário.Iluminação
Uma iluminação deficiente pode dar origem a riscos como: 
• Fadiga ocular; 
• Má qualidade do trabalho, devido à posturas incorretas de trabalho;
• Dano ao sistema nervoso;
• Acidentes de trabalho.
Uma boa iluminação deve ser suficiente, preferencialmente natural, ser 
constante e uniforme, ser bem distribuídas ao plano de trabalho.
A Iluminação de um ambiente pode ser: 
Natural: é a iluminação feita pela luz solar através de vidraças, portas,
janelas, telhas de vidro, etc.
Artificial: é a iluminação feita através de lâmpadas elétricas, que podem 
ser fluorescentes, incandescentes, de mercúrio, etc. A iluminação artificial 
pode ser:
⇒ Geral - quando ilumina todo o local de trabalho, não objetivando uma 
única operação (teto).
⇒ Suplementar - além da geral, coloca-se outra luminária próxima ao 
trabalhador, com o objetivo de melhor iluminar uma determinada 
operação (luminárias nas pranchetas de desenho, luminárias nas 
máquinas, etc).
IMPORTÂNCIA DA BOA ILUMINAÇÃO
Iluminação adequada = ambiente agradável = redução de acidentes
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A umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%.
Umidade
Conseqüências de níveis inadequados de umidade:
· doenças do aparelho respiratório;
· quedas;· doenças de pele;
· doenças circulatórias.
É a quantidade de vapor de água na atmosfera. As 
atividades ou operações executadas em locais alagados ou 
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir 
danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas 
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada 
no local de trabalho. 
A alta umidade durante dias quentes faz a sensação térmica aumentar, ou 
seja, a pessoa tem a impressão de que está fazendo mais calor, devido à 
redução da eficácia da transpiração da pele, reduzindo o resfriamento 
corporal. Por outro lado, a baixa umidade pode provocar complicações 
alérgicas e respiratórias (ressecamento de mucosas), ressecamento da 
pele, irritação dos olhos e o aumento do potencial de incêndios em 
pastagens e florestas.
Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é 
preciso que se tome:
- Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: 
biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de 
radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). 
- Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco 
(ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para 
operadores de forno). 
- Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x). 
- Medida médica: exames periódicos. 
Radiação
São formas de energia que se transmitem por ondas 
eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo 
organismo é responsável pelo aparecimento de diversas 
lesões.
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Podem ser classificadas em dois grupos: 
Radiações ionizantes - Podem ser de procedência natural ou artificial. 
Estas radiações são chamadas de ionizantes, pois elas ionizam o meio que 
a cerca alterando o estado normal da(s) substância(s) que estão em 
contado com a fonte de radiação. 
São radiações ionizantes: os raios X, alfa, beta, gama e outras. 
Os efeitos dessas radiações podem se manifestar a curto ou ao longo 
prazo: 
- curto prazo, podem provocar vômitos, alterações no sangue, infecções, 
queimaduras e hemorragias. 
- longo prazo, os efeitos são muito mais graves: podem produzir alterações 
irreversíveis nos lipídios e nas células, catarata, leucemia e câncer. 
Transforma átomo em íon, retirando elétron. Os danos ao 
DNA são os mais importantes e podem levar ao mal 
funcionamento ou morte da célula.
Os Limites de Tolerância são os especificados na Norma 
CNEN-NE-3.01: “Diretrizes Básicas de Radioproteção” da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN
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São exemplos de exposição a radiações ionizantes: serviços de raios X, 
serviços de medicina nuclear, trabalhos em usinas nucleares etc.
Os operadores de raios-X e radioterapia estão freqüentemente expostos a 
esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos 
descendentes das pessoas expostas. 
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Radiações não ionizantes - Energia eletromagnética encontrada em 
diversas formas:
• Radiação Infravermelho - também chamada de calor radiante, é bastante
comum em indústrias siderúrgicas e metalúrgicas, proveniente de operação 
em fornos, ou de solda oxiacetilênica.
• Radiação Ultravioleta - são encontradas em operações de solda elétrica,
fusão de metais, calor radiante do sol, etc.
• Radiação a laser - Encontradas nas atividades de levantamento 
topográficos, medicinas, comunicações.
• Radiação de microondas - são bastante utilizadas nas comunicações 
sendo produzida em instalações de radar e rádio transmissores.
Os efeitos das radiações não-ionizantes variam segundo o tipo, a 
intensidade e a duração dessas radiações e segundo as condições de 
absorção e de reflexão do local e do equipamento de trabalho. Seus efeitos 
são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na 
pele, etc.
Espectro
 de
 Radiações
Não
 Ionizantes
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São exemplos de exposição a radiações não-ionizantes: serviços de 
soldagem elétrica e oxiacetilênica, trabalhos com radiofreqüência e 
microondas, trabalhos com laser na medicina e em telecomunicações.
Pressões 
anormais 
São aquelas que estão abaixo ou acima da pressão 
atmosférica. Há uma série de atividades em que os 
trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais 
acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da 
pressão atmosférica a que normalmente estamos 
expostos.
Existem 2 tipos de pressões anormais, causadas pela variação da pressão 
atmosférica: PRESSÃO HIPOBÁRICA e PRESSÃO HIPERBÁRICA.
Hipobárica: quando o homem está sujeito a pressões menores que a 
pressão atmosférica normal. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos 
a este risco. Estas situações ocorrem a elevadas altitudes quando os 
trabalhadores realizam tarefas em grandes altitudes. 
Pode ocorrer: coceira na pele, dores musculares, vômitos, hemorragias pelo 
ouvido e ruptura do tímpano.
Nessa pressão, o organismo tende à hipóxia. Como o ar entra com muito 
menos pressão no pulmão, há imediatamente um reajuste na freqüência 
respiratória (aumenta), na freqüência cardíaca e na pressão arterial 
(também aumentam), afim de que haja um aumento do fluxo sangüíneo. 
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Hiperbárica: quando o homem fica sujeito a pressões maiores que a 
pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em 
tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões 
pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Os trabalhos de 
mergulho, de mineração subterrânea e em caixões pneumáticos deixam as 
pessoas expostas a esse tipo de problema.
Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos 
dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a 
água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na 
construção de pontes e barragens. 
Os problemas relacionados com ambientes de alta pressão: ruptura do 
tímpano, irritação dos pulmões, dores abdominais, dor de dente, 
exoftalmia (saliência exagerada do globo ocular), obstrução dos vasos 
sanguíneos, embolia traumática pelo ar, embriaguez das profundidades, 
intoxicação pelo oxigênio e gás carbônico, e doença descompressiva. 
PRESSÃO HIPOBÁRICA
PRESSÃO HIPERBÁRICA
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