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RESENHA "O direito como meio de controle social ou instrumento de mudança social?"

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Direito
ANA CAROLINA DOS SANTOS DE ASSIS
20172100940
FERNANDA ALVES DE OLIVEIRA
20181104423
LETÍCIA FIGUEROA PRADA ALVES
20172101350
MARIANNE CONRADO
20172102542
PAULA DE ANDRADE GOMES FERNANDES
20172100552
A função do Direito
Direito: controle social ou mudança social?
Rio de Janeiro – RJ
2018
O artigo de Jorge Rubem Folena de Oliveira, “O direito como meio de controle social ou como instrumento de mudança social?”, coloca em pauta as diferentes interpretações do Direito: como meio de controle social e instrumento de mudança social. Também as compara entre si, em um texto claro e explicito, em que o autor exemplifica condições de cada uma destas interpretações.
No início de sua argumentação, o autor descorre sobre a origem do Direito, sendo este fruto de uma realidade social. Como exposto na obra “Leviatã”, de Thomas Hobbes, o homem vive em sociedade para garantir sua própria segurança, tendo em vista que, em um primeiro momento, quando em seu estado de natureza, ele corre risco constante. A segurança da vida em sociedade é garantida através de um conjunto de regras que pauta os interesses impostos pela sociedade, regulados pelo Direito. Sendo o direito inerente a sociedade, e estando a sociedade em constante mutação, o direito, portanto, também está sempre mudando. É possível concretizar essa ideia a partir de Paulo Nader: “se o direito se envelhecer, deixa de ser um processo de adaptação, pois passa a não exercer a função para qual foi criado”.
Se o direito é decorrente da criação humana e do desejo do homem de viver em uma sociedade autorregulada, fica clara sua função inicial: ser instrumento de controle do homem social, ou seja, o direito é utilizado como instrumento de dominação. Sendo assim, aqueles que detêm poder político controlam a organização social. É por meio da figura do Estado e de suas instituições que os indivíduos que ocupam cargos políticos exercem sua força de dominação, desenvolvendo seus interesses e manifestando seu poder de controle social. Ao longo da história, podemos ver clássicos exemplos de dominação, como a Burguesia durante a Idade Moderna, que utilizou o poder do rei – que era sustentado por esta classe – para desenvolver seus negócios através do auxílio estatal.
Para melhor entender esse raciocínio, vejamos o conceito de Estado: “é uma ordem jurídica detentora do monopólio do uso da força, situada em determinado território, com jurisdição sobre determinado povo e que realiza os fins de seu elemento humano através de um governo” (ARAÚJO, 2017). Ou seja, o Estado tem base em uma relação entre dominado e dominador e este só pode existir a partir de premissa de que os primeiros se submetam às autoridades que garantem essa dominação, isto é, os agentes do Estado e detentores do poder político. 
Dito isso, é fato que o direito, que é manifestado pelas leis elaboradas nos parlamentos, é utilizado de forma perversa pela classe política para benefício próprio e para a manutenção do controle sobre a sociedade. Tal situação pode ser exemplificada pela Lei nº 8.985/95 (D.O.U, de 8.2.1995), que absolveu os ilícitos eleitorais praticados pelo Senador Humberto Lucena. Logo, o Estado-legislador é crucial para a aplicação do domínio praticado pelos possuidores do poder político. Para trazer uma explicação mais completa, o autor cita um termo criado por Eduardo Novoa Monreal, o “direito formalmente imposto”. Esse termo representaria as leis criadas pelos poderosos a partir de sua força política, leis essas que não são de desejo geral ou da vontade real da sociedade, mas ainda assim são formalmente legítimas. 
Apesar de acreditar que em nossa sociedade o Direito seja operado como sistema de controle social, Jorge Rubem Folena de Oliveira acredita que essa ciência deva ir além disso, podendo ser utilizada como instrumento de mudança social, para que a dominação exposta anteriormente seja invertida. Para isso, devemos notar que o direito não se expressa apenas a partir das leis, existem fontes de caráter secundário, mas ainda muito relevantes, como a jurisprudência. Define-se a jurisprudência como o conjunto de decisões feitas por um tribunal com base no entendimento que se tem a partir da interpretação de determinadas leis. Dessa forma, a jurisprudência tem papel primordial na ideia de que o direito deve ser utilizado como instrumento de mudança social, pois é a partir dela que a dominação exercida pelos detentores de poder político é interrompida. O autor acredita que no Poder Judiciário é que reside a resistência, já que os juízes podem de fato se comprometer com o verdadeiro desejo do povo, e não com meras formalidades, sempre mirando no ideal de justiça, atendendo à vontade da maioria, sem injustiças e sem diferenciar ricos dos pobres; ou o dominador do dominado.
Levando em consideração a situação atual do nosso país, é importante que essa discussão seja enfatizada, tendo em vista a grande variedade de exemplos da malevolência dos nossos poderes Legislativo e Executivo, que, baseados em suas crenças e vontades, governam cada vez menos para o povo. O momento que estamos vivendo no Brasil se caracteriza por um excesso de conservadorismo, que vem crescendo exponencialmente em meio à população, além de ter uma forte presença nas Casas Legislativas, trazendo consigo decisões retrógradas e eliminando ou impedindo a concessão de uma série de direitos que são necessários para acompanhar a evolução da nossa sociedade. Nesse caso, podemos destacar a concessão pelo Poder Judiciário, através da jurisprudência, do direito ao matrimônio aos casais homoafetivos. É nítido que, se dependesse da vontade do Poder Legislativo, esses direitos nunca nos seriam concedidos, sendo necessário, portanto, que o Poder Judiciário, de certa forma, “legislasse”.
Cabe aqui mencionar, também, as diversas manobras políticas aprovadas com base em grandes acordos de corrupção para beneficiar a classe política, seja esse benefício em dinheiro ou favores. Podemos citar a aprovação da PEC do teto de gastos públicos, por exemplo, que congela os gastos em saúde e educação por 20 anos tendo como justificativa o ajuste das contas públicas. A medida, no entanto, traz consigo o agravamento do processo de sucateamento das instituições de saúde e educação, o que apenas contribui para a manutenção da pobreza, da ignorância e das mortes por falta de recursos nos hospitais públicos. Futuramente, a PEC poderá ocasionar na privatização desses serviços e, consequentemente, negar o acesso dos menos favorecidos. Enquanto isso, o setor privado lucra cada vez mais, tendo suas dívidas perdoadas, aumentando o cenário da desigualdade social e mantendo a população na miséria para que haja sempre mão de obra disponível. A manutenção da ignorância é também um dos objetivos da escassez de investimentos na área de educação, já que ela permite que a classe política continue se reelegendo e usufruindo do poder. 
Por fim, com base na análise da corrupção sistêmica que se expande no Brasil, mesmo que o Poder Judiciário seja a nossa melhor aposta para nos libertarmos do controle social exercido pelos detentores do poder político, não podemos ter certeza de que os juízes irão de fato se comprometer com a justiça, sem diferenciar ricos de pobres, atendendo aos desejos do povo. Precisamos ficar atentos à possibilidade de ficarmos presos a esse controle perpetuamente.
Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Jorge Rubem. O direito como meio de controle social ou como instrumento de mudança social? Revista de Informação Legislativa, Brasília a. 34 n. 136 out/dez. 1997.
STF, União Homoafetiva: Bibliografia, Legislação e Jurisprudência Temática. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaBibliografia/anexo/uniao_homoafetiva.pdf. Acesso em 17 de abril de 2018.
AMORIM, Felipe, PEC do Teto é aprovada em votação final e congela gastos por 20 anos. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/12/13/pec-que-congela-gastos-do-governo-por-20-anos-e-aprovada-em-votacao-final.htm.Acesso em 17 de abril de 2018.
ARAÚJO, Josemar. Caderno de Introdução à Ciência do Direito. Rio de Janeiro: 2017.
HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
Da Redação, Governo perdoa dívidas de grandes empresários, mas prejudica servidores e aposentados, aponta Ângela. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/11/01/governo-perdoa-dividas-de-grandes-empresarios-mas-prejudica-servidores-e-aposentados-aponta-angela. Acesso em 17 de abril de 2018.

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