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Sociologia e Antropologia do Direito Prof. Juliana Pessoa Sociologia e Antropologia do Direito 1. Introdução a. Conhecimento b. Formas de saber: I. Senso Comum II. Ciência 2. Sociologia: a. Significado b. Objeto c. Âmbito d. Origem Sociologia e Antropologia do Direito a. Conhecimento “Conhecimento. Do latim cognoscere, "ato de conhecer". Em português derivaram termos como cognoscente, "o sujeito que conhece", e cognoscível, "o que pode ser conhecido". (ARANHA e MARTINS, 2009, p.109) “O campo de investigação filosófica que abarca as questões sobre o conhecer chama-se teoria do conhecimento. Tradicionalmente costuma-se definir conhecimento como o modo pelo qual o sujeito se apropria intelectualmente do objeto.” (ARANHA e MARTINS, 2009, p.109) “o conhecimento como produto da relação sujeito-objeto, produto que pode ser empregado e transmitido” (ARANHA,1997, p.43) Sociologia e Antropologia do Direito b. Formas de Saber I. Senso Comum O senso comum é o conhecimento que ajuda a nos situarmos no cotidiano, para compreendê-lo e agir sobre ele. Mais propriamente, poderíamos dizer que se trata de um conjunto de crenças, já que esse conhecimento quase sempre o recebemos pela tradição, de modo espontâneo e não crítico. Mas não só. Trata-se também do esforço que fazemos para resolver os problemas que surgem no dia a dia, buscando soluções muitas vezes bastante criativas (ARANHA e MARTINS, 2009, p.343 ) Sociologia e Antropologia do Direito b. Formas de Saber II. Ciência: A ciência constitui-se de corpos de conhecimento organizado, nos quais as classificações assumem uma tarefa indispensável [...] suas conclusões se baseiam em investigações sistemáticas, empiricamente fundamentadas pelo controle dos fatos. As explicações científicas são formuladas em enunciados gerais, alcançados pelo exame das diferenças e semelhanças das propriedades dos fenômenos, de modo que um número pequeno de princípios explicativos possa unificar um grande número de fatos. (ARANHA e MARTINS, 2009, p.345 ) Sociologia e Antropologia do Direito 0 superorgânico é observado no mundo dos seres humanos em interação e nos produtos dessa interação: linguagem, religião, filosofia, ciência, tecnologia, ética, usos e costumes e outros aspectos culturais e da organização social. Portanto, ao estudar o superorganico, as Ciências Sociais terno seu interesse voltado para o homem em sociedade. (GIDDENS, 2001, p.21) Sociologia e Antropologia do Direito Conhecimento Científico Inorgânico Superorganico Economia / Política Direito / Psicologia Social Sociologia e AntropologiaOrgânicoSenso Comum Sociologia e Antropologia do Direito Antropologia Estuda as semelhanças e diferenças culturais, origem e história das culturas do homem, sua evolução e desenvolvimento, estrutura e funcionamento, em qualquer lugar e tempo. Inicialmente, a Antropologia Cultural preocupava-se apenas com o estudo das culturas dos povos agrafos (pre-letrados ou comumente denominados "primitives"). Mais recentemente, tem-se interessado também pela cultura das sociedades industriais. A abordagem especifica da Antropologia Cultural, ao analisar as sociedades, esta relacionada com os aspectos culturais e comportamentais que as caracterizam (LAKATOS, 1990, p.21) Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos. Estuda o homem e o meio humano em suas interações recíprocas. A Sociologia não e normativa, nem emite juízos de valor sabre os tipos de associação e relações estudados, pois se baseia em estudos objetivos que melhor podem revelar a verdadeira natureza dos fenômenos sociais. A Sociologia, desta forma, e o estudo e o conhecimento objetivo da realidade social. (LAKATOS, 1990, p. 22) Sociologia Geral Sociologia Geral 2. Sociologia: a. Origem: Idade Média Invasão de Roma Difusão do Cristianismo Estado Teocentrismo Sociologia Geral 2. Sociologia: Transformações radicais Fim da estrutura feudal Surgimento da burguesia e proletariado Modo de produção e organização capitalista Modificação dos costumes e valores Fim da monarquia ( absolutista) Surgimento do Estado Moderno Transformação científica Sociologia Geral 2. Sociologia: a. Origem: Idade Moderna Surgimento da Sociologia Fatores: Questões históricos - sociais Questões epistemológicas Sociologia Geral Idade Moderna Fatores: Questões históricos – sociais Rev. Industrial Rev. Francesa Iluminismo e Renascimento Questões epistemológicas Sociologia Geral 2. Sociologia: Idade Moderna Tabela Sell (2015,p. 17): Aspectos Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea Cultural Teocentrismo Renascimento Reforma Iluminismo Antropocentrismo Político Regimes Monárquicos Revolução Francesa Redimes Democráticos Econômico Economia Agrária Revolução Industrial Economia Industrial Sociologia Geral Sociologia O conjunto de transformações geradas pelas revoluções Industrial, Francesa e pelo Iluminismo precisava ser explicado e compreendido pela razão humana. Elas geravam a sensação de que o mundo estava em “crise” e de que algo precisava ser feito. Quais as causas destas transformações? Para onde elas apontam? De que modo elas alteram as formas de sociabilidade humana? O que fazer diante destes novos fatos? (SELL, 2015,p. 18) Sociologia Geral De que forma as forças sociais em luta podem se posicionar diante destes fenômenos? A sociologia nasceu da consciência da intensidade das mudanças em curso e da necessidade de buscar respostas para as perguntas acima. Em outros termos, a sociologia nasceu da constatação de que a ordem social moderna desorganizou as formas de convívio social, gerando problemas novos que reclamavam interpretações e soluções inovadoras (SELL, 2015,p. 18) Sociologia Geral Positivismo 1º corrente teórica Define: Objeto, conceitos, metodologia de investigação Cientificismo Substitui a teologia, filosofia e senso comum Explicação da realidade → vida social + vida natural Sociedade vista como organismo Objetividade e Neutralidade Sociologia Geral Autor: Isidore Auguste Marie Françóis Xavier Comte Obras: Sistema de Política Positiva Curso de Filosofia Positiva Discurso sobre o espírito positivo Discurso preliminar sobre o conjunto do positivismo Sistema de política positiva Catecismo positivista: sumária exposição da religião universal Síntese subjetiva ou sistema universal de concepções próprias ao estado normal da humanidade Sociologia Geral Autor: Isidore Auguste Marie Françóis Xavier Comte Positivismo e Sociologia Primeira denominação: Física social Observações: 1º a aplicar o método cientifico no estudo da sociedade Como enfrentar os problemas do mundo moderno? Leis Fundamentais dos Fenômenos Sociais Estudos matemáticos e científicos – tecnológicos Como a sociologia era entendida por Comte? Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia August Comte refere-se ao estudo da sociedade como ciência social, filosofia positivista e sociologia, termos estes que apontam a mesma área de investigação, ou seja, os fenômenos sociais, a partir de um corpo teórico que se identifica mais como filosofia da história (IAMUNDO, 2014, p.38) Propõe uma ciência natural da sociedade Estágios do desenvolvimento da humanidade TeleológicoMetafísico Positivo Sociologia Geral A Sociologia deveria ser dividida em dois campos Estática Social Dinâmica Social Obs: Problema da sociedade: Falta de harmonia entre a dimensão ordem e o progresso Raimundo Teixeira Mendes Sociologia Geral A Sociologia é o estudo da vida social humana, grupos e sociedades. É uma tarefa fascinante e constrangedora, na medida em que o tema de estudo é o nosso próprio comportamento enquanto seres sociais. A esfera de acção do estudo sociológico é extremamente abrangente, podendo ir da análise de encontros casuais entre indivíduos que se cruzam na rua até à investigação de processos sociais globais Sociologia Geral A Sociologia mostra que é necessário adoptar uma perspectiva mais abrangente do modo como somos e das razões pelas quais agimos. Ensina-nos que o que consideramos natural, inevitável, bom ou verdadeiro pode não o ser, e que o que tomamos como «dado» nas nossas vidas é fortemente influenciado por forças históricas e sociais. Compreender as maneiras ao mesmo tempo subtis, complexas e profundas, pelas quais as nossas vidas individuais refletem os contextos da nossa experiência social é essencial à perspectiva sociológica Antropologia Geral Antropologia Geral Expansão Mercantilista Estranhamento: Culturas diferentes Pensamento Comportamentos Grupo organizado sem o Estado Religião Necessidade de compreensão → travar relações Missionários Antropologia Geral Quem é o superior? Produção Para subsistência Exportação/dominação Relatos dos navegadores → primeiros estudos Investigação sistematizada →sec. XVIII e XIX Antropologia Geral Foi a partir do século XVII que investigações sistematizadas daqueles relatos, no sentido de compreensão ou mesmo de explicação do que é o homem ou mesmo a humanidade, começaram a ser realizadas. Agora, não se trata mais de qualificação, mas, sim de estudar o homem como objeto, em outras palavras, o homem passa da condição de sujeito que conhece para a condição de objeto que deve ser conhecido. Desse modo, o motivo que perpassa a literatura antropológica no século XVIII ou mesmo no século XIX, como os séculos em que a Antropologia tem seu início, deve-se efetivamente aos estudos realizados por Montesquieu, Rousseau, Durkheim, Maus e Fraser, cujas obras se direcionaram para a investigação, como se denominava então, das sociedades primitivas de forma abrangente, isto é, na perspectiva da organização social, política, econômica, das crenças religiosas, enfim, como se estruturam e como ocorriam as dinâmicas cotidianas Antropologia Geral Antropologia Objeto de estudo: Homem OBS: Particularidades sub culturais na mesma configuração social Cultura Antropologia Geral Etimologia: Anthopos Logos Estudo: Estudo das sociedades primitivas Dinâmicas cotidianas Divisão a) Antropologia Biológica/Física b) Antropologia Física Antropologia social Antropologia Geral Cultura: significados Uso popular (educação) Uso acadêmico (científico) Diferentes entendimentos acadêmicos Comportamento apreendido Ideias Objetos materiais X Imateriais Objetos materiais + imateriais OBS: Cultura material e não material Mecanismos de controle Antropologia Geral Aspectos: Processo contínuo Imutabilidade? Transmissão Instituições Uniformidade??? Cultura e Estado → unidade Controle → coerção Antropologia Geral Características da Cultura A. Símbolo Construções mentais Abstração Percepção de mundo Compartilhamento social Construção histórico da cultura Significado para um grupo Identificação com o grupo social Linguagem Antropologia Geral Características da Cultura B. Transmissão Transmissão de geração em geração Papel das instituições Endoculturação Válidos para o contexto Complexidade “cultura, apesar de ser produção social, realiza-se no indivíduo” (IAMUNDO, 2014,p. 170) Antropologia Geral Conceito “cultura, apesar de ser produção social, realiza-se no indivíduo” (IAMUNDO, 2014,p. 170) A cultura é entendida como as realizações humanas nos mais variados campos: científico, artístico, tecnológico, usos e costumes, que marcam a presença do homem. Presença esta caracterizada por um processo que pode manter, mudas e transmitir os fatores de determinado contexto sóciopolítico-econômico. Nesse sentido, a cultura é entendida como a expressão tanto do material quanto dos valores que permeiam as práticas culturais(IAMUNDO, 2014,p.192) Antropologia Geral Características da Cultura C. Transformação Imutabilidade?? interações D. Compartilhamento Padrão de comportamento “todos aqueles que vivem em determinada sociedade compreendem a identificação com a língua adotada, as formas de celebração, os símbolos utilizados, enfim, as diversas manifestações, tanto individuais quanto coletivas” ( IAMUNDO, 2014, p. 171) Antropologia Geral A Antropologia Cultural ou Social: Subdivisão Visa o conhecimento global do homem, abrangendo seu objeto em toda a sua extensão histórica e geográfica; A. Etnografia é geralmente denominada pesquisa ou trabalho de campo é o primeiro estágio da pesquisa antropológica. ocupa-se da descrição de culturas concretas a etnografia nasce com a proposta de inserir o pesquisador junto ao objeto de pesquisa, às vezes por meses ou anos Observação Participante; Diário de Campo Antropologia Geral A. Etnografia Etnografia é o trabalho de campo, como dissemos, o primeiro estágio da pesquisa antropológica. Consistente na observação, descrição e análise de grupos humanos considerados em suas particularidades (frequentemente escolhidos entre aqueles que mais diferem dos grupos ditos civilizados), visa à reconstituição, tão fiel quanto possível, da vida de cada um deles. A etnografia engloba também os métodos e as técnicas de classificação, descrição e análise dos fenômenos culturais particulares (armas, instrumentos, crenças e instituições). No caso de objetos materiais, essas operações prosseguem geralmente no museu, que pode ser considerado, sob esse aspecto, como um prolongamento do campo. Esse trabalho de campo é considerado a própria fonte da pesquisa. Em vista disso, não se trata de conhecimento secundário apenas para ilustrar uma tese. ( ASSIS e KUMPEl, 2011. p. 19) Antropologia Geral A. Etnologia é o prolongamento da etnografia, ou seja, é o segundo passo da pesquisa. seria a parte da interpretação dos dados colhidos com o método etnográfico - produz conhecimento acerca das sociedades humanas, descrevendo seus processos culturais. Ocupa-se do estudo da cultura e da investigação dos problemas teóricos que brotam da análise dos costumes humanos O método etnográfico tem sido usado hoje, com a ausência de tribos indígenas ainda não estudas, para estudar fenômenos urbanos, preferencialmente as chamadas tribos urbanas Antropologia Geral A. Etnologia Etnologia é o segundo estágio da pesquisa. O etnólogo utiliza, de modo comparativo, os documentos apresentados pelo etnógrafo e elabora o primeiro passo em direção à síntese, a qual pode operar-se em três direções: a) geográfica, quando procura integrar conhecimentos relativos a grupos vizinhos; b) histórica, quando visa reconstituir o passado de uma ou várias populações; c) sistemática, quando isola, para melhor entender, determinado tipo de técnica, de costume ou de instituição. A etnologia, portanto, compreende a etnografia como seu passo preliminar, e constitui seu prolongamento. (ASSIS e KUMPEl, 2011. p. 19) Antropologia Geral Claude Lévi-Strauss Para o antropólogo Claude Lévi-Strauss (1970:377) a etnografia corresponde “aos primeiros estágios da pesquisa: observação e descrição, trabalho de campo”. A etnologia, com relação à etnografia, seria “um primeiro passo em direção à síntese” e a antropologia “uma segunda e última etapa da síntese, tomando por base as conclusões da etnografia e da etnologia” Antropologia Geral Cultura e Controle Social Praticas culturais Hábitos, crenças, valores éticos e morais, normas de conduta Poder de coerção Transmissão: Sociedade tradicional X Sociedade complexa Uniformidade das praticas culturais Coesão Social → Controle Social OBS: Observação Participante Antropologia Geral Praticas culturais: A.Tradições Reserva cultural de determinada sociedade “As tradições são aquelas práticas que, mesmo depois das transformações culturais no cotidiano, são lembradas ou, melhor ainda, são colocadas no armazém da sociedade” “As tradição oferecem a oportunidade do estudo e do entendimento não só do passado, mas, também, da compreensão das modificações ou, mais precisamente, do porque das mutações das práticas” Antropologia Geral Praticas culturais: A.Costumes São entendidos como as práticas culturais que, inicialmente, com usos, passam a integrar o cotidiano dos indivíduos e integram as formas de controle do comportamento coletivo. Assim é possível entender que os costumes não são únicos, isto é, existem diversos costumes” “conjunto de regras que organizam a convivência social. As regras são estabelecidas para ser obedecidas, mas o conjunto das regras não significa que há uma interação entre todas as regras, pois, para cada situação sociocultural, há regras específicas” Sociologia e Antropologia Jurídica Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica A Sociologia do Direito ou Sociologia Jurídica designa um ramo da Sociologia Geral que tem como objeto o estudo das relações concretas estabelecidas entre o Direito e a Sociedade. Com efeito, a Sociologia do Direito enfoca dois problemas fundamentais: de um lado, o problema da sociedade no direito, isto é, dos comportamentos sociais conformes ou disformes em relação às normas da considerada realidade jurídica efetiva, que pode funcionar como indicador de um direito livre, latente, vivente ou em formação; de outro, o problema do direito na sociedade, isto é, o da posição, função e objetivo do direito na sociedade vista em seu conjunto (TREVES, 2004, p. 4) Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica Trata-se, portanto, a Sociologia Jurídica de um saber que busca investigar a influência da sociedade na formação do direito, bem como o influxo do fenômeno jurídico no campo das relações humanas em sociedade A Sociologia do Direito examina as causas (sociais) e os efeitos (sociais) das normas jurídicas. O objeto de análise é a “realidade jurídica”, na tentativa de responder a três questões fundamentais: por que se cria uma norma ou um sistema jurídico inteiro? Quais são as consequências do direito na vida social? Quais são as causas sociais da “decadência” do direito, que se manifesta por meio do desuso e da abolição de certas normas ou mesmo da extinção de determinado sistema jurídico? Destarte, o jurista-sociólogo examina as relações entre o direito e a sociedade em três momentos: produção, aplicação e decadência da norma (SABADELL, 2002, p. 57) Sociologia e Antropologia do Direito o termo “sociologia do direito” indica o ramo da sociologia que tem como objeto de estudo o direito. Trata-se de uma leitura sociológica do sistema jurídico, feita preferencialmente por sociólogos. Já os juristas que estudam as dimensões sociológicas das normas jurídicas, fazem uma “sociologia jurídica”, permanecendo dentro do sistema jurídico e procurando contribuir para sua melhoria. Nada impede que estas duas abordagens se desenvolvam em paralelo. O certo é que a forma de analisar e os resultados da pesquisa são diferentes em cada caso. Sociologia e Antropologia do Direito Não há dúvidas de que a maioria dos autores usa os termos “sociologia jurídica” e “sociologia do direito” como sinônimos (Carbonnier,1979, p. 19; Treves, 1996, p. 5; Souto e Souto, 1997, p. 38). Por este motivo, resulta muito difícil impor esta distinção terminológica. Contudo, a leitura do sistema jurídico feita pelos sociólogos é extremamente diferente daquela realizada pelos juristas. Se o jurista pode pecar por um parco conhecimento sociológico e por uma tendência a justificar o sistema jurídico, o sociólogo muitas vezes desconhece completamente o direito, que é justamente a matéria que ele se propõe a analisar.’ Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica A sociologia jurídica tem por objeto de estudo o fenômeno moldado pela organização social e o ordenamento jurídico tanto na origem quanto na efetiva aplicação da norma jurídica e compreende três momentos: 1. O anterior ( fato social) 2. O próprio Direito ( fenômeno jurídico) 3. O Consequente ( repercussão social das ações jurídicas) (IAMUNDO, 2014,p.56) Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica • O que antecede e o que sucede ao fato jurídico são estudados pela sociologia jurídica • O fato jurídico é estudado pelo direito (IAMUNDO, 2014,p.56) Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Direito Para a melhor compreensão do significado do objeto da sociologia do direito, é oportuno fazer uma abordagem do Direito, segundo Weber, particularmente na esfera da criação e da aplicação do Direito. Tal estudo apresenta o sentido da gênese da norma jurídica a partir da realidade social e da sustentação legítima da efetiva aplicação da imposição legal. Tal estudo apresenta o sentido da gênese da norma jurídica a partir da realidade social e da sustentação legítima da efetiva aplicação da imposição legal (IAMUNDO, 2014,p.56) Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Direito O objeto de estudo da sociologia do direito: o controle social da racionalidade da norma jurídica(IAMUNDO, 2014,p.59) Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica Alguns problemas surgidos na pré-história da antropologia e seus desdobramentos na sociedade contemporânea demonstram que o estudo do direito não pode restringir-se apenas ao aspecto dogmático, que implica meras sistematizações e classificações de normas jurídicas emanadas do Estado. O mundo jurídico é mais articulado e complexo do que aparece nesse tipo de estudo. A ciência do direito, como diz Tercio Sampaio Ferraz Jr. (1995: 92), envolve sempre um problema de decisão de conflitos sociais, motivo pelo qual tem por objeto central o próprio ser humano que, por seu comportamento, entra em conflito e cria normas para decidi-lo. O ser humano é, pois, o centro articulador não apenas do pensamento antropológico, mas também do pensamento jurídico ( Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica Para Norbert Rouland (2003: 405), a antropologia jurídica demonstra sua utilidade quando permite descobrir (e entender) o direito que se encontra encoberto pelos códigos. Essa utilidade também se evidencia quando prepara e alerta a sociedade para aceitar as evoluções jurídicas que estão em curso e que apontam para um direito mais maleável, punições flexíveis, transações ou mediações em vez de julgamentos, regras que mais formam modelos do que prescrevem ordens. Tudo isso, segundo ele, pode ser aceito mais naturalmente quando as pessoas tomam conhecimento de que há muito tempo ou que em algumas sociedades, homens e mulheres, aos quais chamamos primitivos,já reconheceram esses procedimentos, ou os empregam ainda. Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica Para Norbert Rouland (2003: 405), a antropologia jurídica demonstra sua utilidade quando permite descobrir (e entender) o direito que se encontra encoberto pelos códigos. Essa utilidade também se evidencia quando prepara e alerta a sociedade para aceitar as evoluções jurídicas que estão em curso e que apontam para um direito mais maleável, punições flexíveis, transações ou mediações em vez de julgamentos, regras que mais formam modelos do que prescrevem ordens. Tudo isso, segundo ele, pode ser aceito mais naturalmente quando as pessoas tomam conhecimento de que há muito tempo ou que em algumas sociedades, homens e mulheres, aos quais chamamos primitivos, já reconheceram esses procedimentos, ou os empregam ainda. Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica De modo geral, a sociologia jurídica sempre se preocupou com o estudo do direito das sociedades complexas, sociedades metropolitanas e industriais, enquanto a antropologia jurídica investigava o direito das sociedades simples ou primitivas. A partir da década de 1960, contudo, houve, conforme observa Boaventura de Sousa Santos (1988), uma subversão dessa divisão de trabalho, de modo que a antropologia do direito também passou a se interessar pelo estudo das sociedades complexas ou metropolitanas. Deu-se assim origem a um sincretismo teórico e metodológico, ainda hoje em processo de evolução. Foi nesse contexto científico que o conhecimento antropológico saiu do seu “gueto primitivo”. Sociologia e Antropologia do Direito Sociologia Jurídica Essa nova orientação da antropologia jurídica tem auxiliado a corrigir o desvirtuamento teórico que consistiu em suprimir dos estudos acadêmicos a produção jurídica não estatal. Nessa trilha, a antropologia jurídica tem colocado em evidência o fenômeno conhecido como pluralismo jurídico ( ASSIS e KUMPEL, 2011. p.50)
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