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PERFURAÇÃO DE POÇOS 1 Prof. Patricia Braga Disciplina: Engenharia de Petróleo e Gás Perfuração de Poços O poço é perfurado em fases, dependendo das características das zonas a serem perfuradas e da profundidade final prevista. Geralmente, o número de fases de um poço é de três ou quatro, podendo chegar a oito, em certos casos. Cada fase é concluída com a descida de revestimento e sua cimentação. 2 Fluidos de Perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, às vezes, gás. podem ser suspensão, dispersão coloidal ou emulsão. devem garantir uma perfuração rápida e segura. 3 ser estável quimicamente estabilizar as paredes do poço, mecânica e quimicamente facilitar a separação dos cascalhos na superfície ser inerte em relação a danos nas rochas aceitar tratamentos físicos e químicos ser bombeável apresentar baixo grau de corrosão e de abrasão apresentar custo compatível com a operação 4 Características dos Fluidos de Perfuração propriedades físicas densidade: controle a partir de adição de BaSO4 ou água ou diesel forças géis: estado semirrígido adquirido pelos fluidos filtração: passagem da fase líquida do fluido para dentro da rocha teor de sólidos: deve ser bem controlado para que não influencie em outras propriedades 5 Propriedades dos Fluidos de Perfuração propriedades químicas pH: evitar a corrosão dos equipamentos e dispersão de formações argilosas (valor entre 7 e 10) teores de cloretos ou salinidade: identificar a quantidade de sal nos fluidos teor de bentonita: teste com metileno para saber a quantidade de argilas e sólidos presentes nos fluidos alcalinidade: presença de carbonatos, bicarbonatos e hidroxila dissolvidos e não dissolvidos nos fluidos 6 Propriedades dos Fluidos de Perfuração Fluidos à base de água Fluidos à base de óleo Fluidos à base de ar 7 Classificação dos Fluidos de Perfuração Fluidos à base de água (água + aditivos químicos) água: doce ou dura ou salgada aditivos químicos: argilas polímeros surfactantes inibidores bactericidas removedores de cálcio e magnésio anticorrosivos 8 Classificação dos Fluidos de Perfuração Fluidos à base de óleo (óleo + gotículas de água + sólidos coloidais) óleo: hidrocarbonetos líquidos vantagens: baixíssima taxa de corrosão alto grau de lubricidade amplo intervalo de densidade (0,89 a 2,4) desvantagens: menores taxas de penetração nas rochas maiores graus de poluição maior custo inicial 9 Classificação dos Fluidos de Perfuração Fluidos à base de ar termo genérico quando ar ou gás é usado como fluido circulante na perfuração ar: ar comprimido ou nitrogênio ou névoa ou espuma ou gás natural uso limitado 10 Classificação dos Fluidos de Perfuração 1) alargamento e repassamento 2) conexão, manobra e circulação 3) revestimento de poço 4) cimentação do poço 5) perfilagem 6) movimentação da sonda 11 Operações de Perfuração alargamento: aumentar o diâmetro do poço repassamento: reperfurar o poço por motivo de estreitamento conexão: encaixe de novo tubo de perfuração manobra: retirada e descida da coluna de perfuração para substituição de broca circulação: circular fluido de perfuração para remover os cascalhos do espaço anular 12 Operações de Perfuração revestimento de poço procedimento de proteção das paredes do poço, evitando desmoronamento é uma das parcelas mais expressivas do custo da perfuração são certificados pelo American Petroleum Institute (API), embora aceitem alguns procedimentos e produtos “não API” 13 Operações de Perfuração funções da coluna de revestimento prevenir o desmoronamento das paredes do poço evitar contaminação da água potável permitir o retorno do fluido de perfuração à superfície sustentar os equipamentos de segurança de cabeça de poço sustentar outra coluna de revestimento confinar a produção no interior do poço 14 Colunas de Revestimento características da coluna de revestimento ter resistência ser resistente à corrosão e à abrasão apresentar facilidade de conexão 15 Colunas de Revestimento classificação das colunas de revestimento condutor revestimento de superfície revestimento intermediário revestimento de produção liner 16 Colunas de Revestimento Condutor primeiro revestimento do poço, assentado entre 10 e 50 m, a fim de sustentar sedimentos superficiais não consolidados normalmente, assentado por cravação ou jateamento diâmetros típicos: 30”, 20”, 13 3/8” 17 Tipos de Colunas de Revestimento Superfície comprimento: 100 a 600 m finalidade: prevenir desmoronamentos de formações inconsolidadas, servir como apoio para equipamentos de segurança diâmetros típicos: 20”, 18 5/8”, 16”, 13 3/8”, 10 3/4” e 9 5/8” 18 Tipos de Colunas de Revestimento Intermediário faixa de profundidade: 1000 a 4000 m finalidade: isolar e proteger formações desmoronáveis, zonas de alta e baixa pressões diâmetros típicos: 13 3/8”, 9 5/8” e 7” Produção finalidade: permitir a produção do poço diâmetros típicos: 9 5/8”, 7” e 5 1/2” 19 Tipos de Colunas de Revestimento Liner coluna curta de revestimento que é descida e cimentada visando cobrir a parte inferior do poço uso crescente e pode substituir o revestimento intermediário e o de produção diâmetros típicos: 13 3/8”, 9 5/8”, 7” e 5 1/2” 20 Tipos de Colunas de Revestimento 21 Figura 1. Esquema do revestimento de poços. 22 Operações de Perfuração cimentação de poço procedimento de preenchimento do espaço anular com cimento, de modo a fixar a tubulação e as paredes do poço e evitar que haja migração de fluidos entre zonas permeáveis atravessadas pelo poço ocorre o bombeio de pasta de cimento e água tipos de cimentação: primária secundária 23 Cimentação de Poço cimentação primária: é a cimentação principal realizada logo após a descida da cada coluna de revestimento no poço. cimentação secundária: destina-se a corrigir eventuais falhas na cimentação primária. Pode-se realizar usando uma nova circulação de pasta de cimento (recimentação com canhoneio) ou realiza-se a compressão do cimento (squeeze) a fim de corrigir os defeitos. Também pode-se usar tampões que servem para abandonar o poço ou para ajudar no desvio do poço. 24 cimento mistura de calcário e argila composição básica: CaO, SiO2, Al2O3 e Fe2O3 cimento mais utilizado é o Portland das classes G e H principais aditivos: aceleradores de pega, retardadores de pega, redutores de fricção, controladores de filtrado, entre outros Cimentação de Poço 25 Operações de Perfuração perfilagem retirada de amostras (testemunhos) para medir algumas propriedades das formações, fundamentais para a caracterização e avaliação econômica. movimentação da sonda procedimento de retirada dos equipamentos para levá-los para uma nova locação. Em Terra ocorre DTM (Desmontagem, Transporte e Montagem) e em Mar ocorre DMM (Desmobilização, Movimentação e Mobilização). 26 Otimização da Perfuração deve-se escolher os parâmetros de modo a conseguir uma perfuraçãoeconômica e segura. principais elementos: número de fases tipo e profundidade de assentamento do revestimento tipo de fluido de perfuração e suas propriedades tipo de broca peso e rotação da broca pressão, vazão 27 Perfuração Direcional tipos de poços: Vertical Tipo I Tipo II Tipo III Poço Horizontal Poço de longo alcance Poço Multilateral Poços direcionais 28 Perfuração Direcional os poços normalmente se desviam da vertical (máximo de 5º). caso tenham grandes distorções, os poços são chamados de tortuosos. causas das distorções: características das formações (dureza, inclinações) mudança brusca no peso da broca desbalanceamento nos parâmetros de perfuração problemas gerados: desgaste dos tubos de perfuração dificuldade na descida de colunas de revestimento 29 Perfuração Direcional técnica que intencionalmente desvia a trajetória do poço da vertical. finalidades: controlar poço com blowout através de perfuração de poço de alívio atingir formações produtoras abaixo de locações inatingíveis (rios, lagos, cidades, etc) acidentes geológicos (domos de sal e falhas) perfurar vários poços partindo de um mesmo ponto desviar poços com problemas operacionais 30 Perfuração Direcional Figura 2. Causas de poços direcionais. 31 Figura 3. Tipos de poços direcionais. 32 Figura 4. Tipos de poços. Fonte: http://www.petroleoetc.com.br/wp-content/uploads/2010/11/po%C3%A7os.gif 33 Figura 5. Poços Multilaterais. Fonte: Renato Brandão Mansano, UFSC 2004, file:///C:/Users/Patricia%20Braga/Downloads/perfuraoecompletao-100503230151-phpapp01.pdf 34 Perfuração Direcional operação de desvio após atingida a profundidade desejada (KOP), retira-se a coluna de perfuração e desce-se a coluna com motor de fundo. a broca gira pela ação do motor de fundo e o poço vai gradativamente ganhando ângulo e se dirigindo para a direção desejada. 35 Figura 6. Coluna de desvio e motor de fundo. 36 Perfuração Direcional Instrumentos de orientação single shot multishot giroscópio Measurement While Drilling (MWD) Fotos da direção e inclinação do poço Envio de registro contínuo e instantâneo da inclinação e direção através do fluido de perfuração 37 Perfuração Marítima antigamente se utilizava as mesmas técnicas para a perfuração terrestre, sendo necessários novos tipos de equipamentos e técnicas para a perfuração marítima. tipos BOP na superfície: plataformas fixas, autoeleváveis, submersíveis, tension leg BOP no fundo do mar: plataforma semissubmersível e navios-sonda 38 Perfuração Marítima Figura 7. Tipos de sondas marítimas. 39 Perfuração Marítima Plataforma Fixa lâmina d’água: até 300 m responsáveis pro grande parte do petróleo produzido no mar estacas cravadas no fundo do mar recebem todos os equipamentos de perfuração, estocagem, alojamento de pessoal, etc. Figura 8. Plataforma fixa na Bacia de Campos. 40 Perfuração Marítima Plataforma Autoelevável lâmina d’água: até 130 m. operações semelhantes às realizadas em terra é o tipo de unidade de perfuração marítima que tem sofrido maior número de acidentes Figura 9. Plataforma autoelevável. 41 Perfuração Marítima Plataformas Flutuantes sofrem movimentações devido à ação das ondas, correntes e ventos, podendo danificar os equipamentos. são fixadas ao fundo do mar através de âncoras e/ou cabos e/ou correntes. Também podem ser posicionadas por sensores que determinam a posição da plataforma a partir de seus cascos. 42 Perfuração Marítima Figura 10. Plataforma semissubmersível e navio-sonda. 43 Perfuração Marítima Plataforma Tension Leg estruturas semelhantes às plataformas semissubmersíveis, porém as colunas ficam ancoradas no fundo do mar comumente empregadas para o desenvolvimento de campos, devido à boa estabilidade, o que permite operações similares às realizadas em plataformas fixas Figura 11. Plataforma tension leg. 44 Blowout Preventer (BOP) conjunto de válvulas que possibilita o fechamento do poço. Figura 12. BOP.
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