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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV PLANO AULA 1

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV - CCJ0038
Semana Aula: 1
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NA LEGISLAÇÃO ESPARSA I. JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS.
Tema
Critérios Norteadores do Sistema dos Juizados Especiais. Competência. Legitimidade. Procedimento. Sistema Recursal e as Ações Autônomas de Impugnação. Execução.  
Palavras-chave
Direito. Processual. Procedimentos Especiais. Juizados.
Objetivos
- Conhecer o sistema dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais.
- Examinar as hipóteses de sua competência, bem como o desenvolvimento dos processos.
- Estudar os critérios que norteiam e inspiram este sistema.
- Diferenciar o modelo processual adotado nos Juizados Especiais em relação aos Juízos Cíveis, especialmente com o advento da Lei nº 13.105/15.
Estrutura de Conteúdo
1. Sistema dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais.
2. Critérios. Competência. Legitimidade ativa e passiva.
3. Procedimento nos Juizados Especiais. 
4. Sistemática Recursal e executiva.
 
Procedimentos de Ensino
O presente conteúdo deve ser trabalhado já na primeira aula, após a apresentação da disciplina. É possível trabalhá-lo em uma única aula, podendo o professor dosar o conteúdo de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma. 
Após a apresentação do plano de ensino e da metodologia, deverá o professor dar início à abordagem do tema, incluindo nesta abordagem referências ao caso concreto e questão de múltipla escolha. Sugerimos que nesta aula o professor aborde: o 
sistema dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, bem como os seus critérios orientadores que se encontram insculpidos no art. 2º da Lei nº 9.099/95. Também deverão ser tratadas as suas hipóteses de competência, tanto em razão da matéria quanto em razão do valor, tudo em cotejo com a Lei nº 13.105/15. Outro ponto importante é a legitimação ativa e passiva para estes processos, bem como a análise do procedimento e da sistemática recursal e para execução das obrigações.
Estratégias de Aprendizagem
Aula expositiva e aula expositiva dialogada com ênfase na metodologia do caso concreto.
Indicação de Leitura Específica
ARAÚJO, Luís Carlos de, MELLO, Cleyson de Moraes (Orgs). Curso do  Novo Processo Civil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015.
HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Novo Código de Processo Civil – Comparado e Anotado. 1ª Ed. Niterói: Impetus, 2015.
Recursos
Lousa. Data show e material complementar em mídias diversas.
 
Aplicação: articulação teoria e prática
1a Questão: O Juizado Especial Cível decidiu ação, recorrendo o vencido, tendo a turma Recursal própria mantido a sentença, que rejeitou arguição de incompetência absoluta daquele Órgão Julgador, em razão do valor em discussão superior ao atribuído, legalmente, à competência dos Juizados Especiais. Contra essa decisão da Turma impetrou o interessado Mandado de Segurança, perante o Tribunal de Justiça, repisando a alegação de incompetência absoluta, vindo o órgão da Justiça comum a denegar a ordem, afirmando a incompetência do Tribunal de Justiça para rever decisões prolatadas por Juizados Especiais e respectivas Turmas Recursais. Pergunta-se: 
1) Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de Justiça?
O recurso cabível é o recurso ordinário. 
2) O que deve decidir o órgão competente para apreciar esse recurso? Justificar as respostas. 
O STJ vem admitindo, em caráter excepcional, que o Tribunal de Justiça pode exercer o controle sobre a competência dos processos que observam a Lei nº 9.099/95, caso venha a ser impetrado mandado de segurança perante a Corte inferior.
Resposta da 1a questão: 
Em relação ao primeiro questionamento, a resposta deve ser pelo uso do recurso ordinário. Quanto à segunda dúvida, o STJ vem admitindo, em caráter excepcional, que o Tribunal de Justiça exerça o controle sobre a competência dos processos que observam a Lei no 9.099/95, caso venha a ser impetrado mandado de segurança perante a Corte inferior. É o que constou, pelo menos, no seguinte julgado: Não se admite, consoante remansosa jurisprudência do STJ, o controle, pela justiça comum, sobre o mérito das decisões proferidas pelos Juizados Especiais. Exceção é feita apenas em relação ao controle de constitucionalidade dessas decisões, passível de ser promovido mediante a interposição de recurso extraordinário. A autonomia dos Juizados Especiais, todavia, não pode prevalecer para a decisão acerca de sua própria competência para conhecer das causas que lhe são submetidas. É necessário estabelecer um mecanismo de controle da competência dos Juizados, sob pena de lhes conferir um poder desproporcional: o de decidir, em caráter definitivo, inclusive as causas para as quais são absolutamente incompetentes, nos termos da lei civil. Não está previsto, de maneira expressa, na Lei no 9.099/95, um mecanismo de controle da competência das decisões proferidas pelos Juizados Especiais. É, portanto, necessário estabelecer esse mecanismo por construção jurisprudencial. Embora haja outras formas de promover referido controle, a forma mais adequada é a do mandado de segurança, por dois motivos: em primeiro lugar, porque haveria dificuldade de utilização, em alguns casos, da Reclamação ou da Querela Nullitatis; em segundo lugar, porque o mandado de segurança tem historicamente sido utilizado nas hipóteses em que não existe, no ordenamento jurídico, outra forma de reparar lesão ou prevenir ameaça de lesão a direito. O entendimento de que é cabível a impetração de mandado de segurança nas hipóteses de controle sobre a competência dos Juizados Especiais não altera o entendimento anterior deste Tribunal, que veda a utilização do writ para o controle do mérito das decisões desses Juizados. Recurso conhecido e provido? (STJ. RESP no 17.524/BA. Rel.a Min.a Nancy Andrighi. DJ 02/08/2006).
2ª Questão. 
Assinale a alternativa correta quanto aos embargos de declaração, interpostos para impugnar sentença proferida por magistrado lotado em juizado especial, após a vigência da Lei nº 13.105/15.
 a) estes embargos possuem efeito suspensivo quanto ao prazo para a interposição de ulterior recurso inominado; 
 b) estes embargos possuem efeito interruptivo quanto ao prazo para a interposição de ulterior recurso inominado; 
 c) os embargos de declaração são incabíveis em sede de juizados especiais; 
 d) os embargos de declaração deverão ser apreciados pelo mesmo magistrado prolator da decisão embargada, em obediência ao princípio da identidade física do juiz; 
 e) os embargos de declaração poderão ser empregados para a correção de erro material e nova valoração sobre as provas produzidas.
Avaliação
 
Resposta da 2ª questão: 
Gabarito: letra B
Justificativa: O NCPC (Lei nº 13.105/15), em suas disposições finais, mais precisamente no art. 1.065, altera o disposto no art. 50 da Lei nº 9.099/95, que passa a prever que os embargos de declaração terão efeito interruptivo.
Considerações Adicionais

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