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O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO DIREITO PENAL V1

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FACULDADE INTERNACIONAL SIGNORELLI - FISIG
Curso de ---------
GUILHERME ROMANO
O Princípio da Insignificância no Direito Penal
Campo Grande, MS
2017 
Faculdade Internacional Signorelli
O Princípio da Insignificância no Direito Penal
Artigo Científico apresentado à Faculdade Internacional Signorelli como requisito parcial para a conclusão do Curso de Pós-graduação 
Lato sensu em (Nome do Curso).
Autor :
Orientador(Nome do Orientador) 
APROVADA em _______ de __________________ de __________.
Prof._____________________________
Prof._____________________________
___________________________________________________
Orientadora
CAMPO GRANDE
2017
RESUMO: O Princípio da Insignificância, destaca-se cada vez mais no cenário jurídico penal brasileiro, como causa excludente de tipicidade dos crimes de bagatela. Não há, no Brasil, nenhuma norma regulamentadora do Princípio da Insignificância, porém, a jurisprudência, em sua maioria, tem entendido pela sua aplicação, contudo, não é unânime a aceitação do Princípio da Insignificância, para alguns, como não há previsão expressa de lei para sua aplicação, o infrator deve ser punido, ainda que se trate de delitos de bagatela. Resta saber, para fins de se considerar de bagatela ou não o crime, o que é considerado insignificante, qual o valor da insignificância, o que é muito subjetivo, tendo em vista a desigualdade social. Por fim, deve-se observar qual é a real repercussão social do Princípio da Insignificância, pois uma vez praticado um delito e não sendo punido por tal, o cidadão pode acabar estimulado a práticas semelhantes com a consciência de que sempre sairá impune.
Palavras-chave: Princípio da Insignificância, Direito Penal, Crime de bagatela.
ABSTRACT: The Principle of Insignificance, stands out more and more in the Brazilian criminal legal scene, as an exclusionary cause of the typicality of the crimes of trifle. In Brazil, there is no normative norm of the Principle of Insignificance, but, for the most part, the jurisprudence has understood its application, however, there is no unanimous acceptance of the Principle of Insignificance, for some, as there is no express law for its application, the offender should be punished, even if it is trifling offenses. It remains to be seen, in order to consider trifling or not, crime, what is considered insignificant, what is the value of insignificance, which is very subjective, in view of social inequality. Finally, it is necessary to observe what is the real social repercussion of the Principle of Insignificance, because once a crime has been committed and not being punished for such, the citizen can end up stimulated to similar practices with the awareness that always goes away unpunished. 
Keywords: Principle of Insignificance, Criminal Law, Trial Crime.
1 INTRODUÇÃO
O Princípio da Insignificância é um tema que merece ênfase no cenário jurídico do Brasil, por estar sendo muito utilizado em teses de defesas no Direito Penal, ele era conhecido por tratar de casos de pouca ou nenhuma relevância tem chegado a mais alta corte do país. É um tema bastante relevante tanto para os aplicadores do direito, quanto para os réus. Assim, a motivação pela escolha do tema surgiu exatamente tendo em vista esse destaque, a essa crescente utilização deste Princípio. 
Tal princípio, foi introduzido no Direito Penal, por intermédio de Claus Roxin, jurista alemão que tinha muita influência no âmbito do Direito Penal, com o intento de afastar a tipicidade de fatos considerados sem relevância, isso conforme o doutrinador Rocha (2004, p.198) que diz: "Visando ressaltar que o fato-crime possui especial significado para a ordem social, Claus Roxin introduziu no Direito Penal a teoria da insignificância da lesão ao bem jurídico, segundo a qual excluem-se do tipo os fatos considerados de pequena importância".[2: ROCHA, Fernando A. N. Galvão da. Direito penal – parte geral.]
Com o decorrer do tempo o Princípio da Insignificância evoluiu, e está sempre ligado ao Princípio da Legalidade e atua com o objetivo de afastar a tipicidade ou ilicitude material no caso de ínfima ofensa ao bem-jurídico penal, em alguns crimes a dificuldade de aceitação da insignificância decorre da importância dada ao interesse individual acima do bem jurídico, seguidas de motivação política criminal de forma preventiva geral.
No decorrer deste artigo serão analisados alguns pontos importantes que fazem referência ao Princípio da Insignificância, como por exemplo: conceito, aplicação e como se dá sua repercussão no meio social, além disso através do estudo em questão, será possível conhecer melhor o tema, observando como se deu sua origem, se é possível medir a insignificância e qual a conduta da sociedade diante desse Princípio. Para a construção deste artigo, serão feitas pesquisas em doutrinas, jurisprudências, documentos eletrônicos entre outros, que possibilitem a realização de um trabalho esclarecedor do tema e que permita uma reflexão sobre sua repercussão no cenário social brasileiro, abordando desde os aspectos históricos do tema até sua repercussão social. 
Com o advento da Constituição Federal Brasileira de 1988, os princípios tem sido evidenciados e no cenário jurídico-penal do Brasil, o destaque é ainda maior para Princípio da Insignificância, com o objetivo de excluir a tipicidade dos crimes considerados de bagatela. Pretende-se apresentar com clareza, o conceito que traduz o que é o Princípio da Insignificância e como tem sido sua aceitação no jurídico brasileiro. A Carta Magna brasileira destaca a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, em seu artigo 1º, inciso III: "Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] III - a dignidade da pessoa humana".[3: VADE MECUM. Constituição da República Federativa Brasileira]
Dessa forma, antes de serem aplicados, todos os ramos do direito devem passar por uma análise criteriosa para verificar se são compatíveis com a dignidade da pessoa humana e, então, serem considerados legais e constitucionais, se assim não o forem, devem ser desconsiderados.
Pessoalmente, este trabalho visa transmitir ao leitor uma visão doutrinária do princípio da insignificância, baseada em princípios penais e constitucionais, bem como seus fundamentos, caracterização e principais críticas sofridas.
2 PRINCIPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Existem diversas discussões sobre a origem do princípio da insignificância, e essas, levaram alguns autores como, como Ackel Filho, defenderem a tese de que o princípio da insignificância veio do Direito Penal Romano, onde não havia preocupação com os delitos de pequena abrangência. O princípio da insignificância era chamado pelos alemães, de “criminalidade de bagatela”, e isso surgiu na Europa após as duas grandes guerras, onde, com a situação sócio-econômica precária, aumentaram os delitos de caráter patrimonial e se alastraram por todo o país, sendo a maioria deles furtos de pequena relevância. Assim, com o objetivo de evitar prisões sem relevância, tendo em vista o aumento do índice de ocorrência destes delitos, começaram a utilizar o conceito de “bagatela”, evitando assim, penas acentuadas para delitos insignificantes. [4: SILVA, Ivan L. da. Princípio da insignificância no direito penal brasileiro. Curitiba: Juruá, 2044. p.87.][5: LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Princípio da insignificância no direito penal: análise à luz da Lei9.099/95. São Paulo: RT, 1997. p. 38/43.]
Deste entendimento ocorre o caráter de patrimonialidade que é dado ao princípio, mas foi com o livro “Política Criminal y Sistema Del Derecho Penal”, que em 1972, o alemão Claus Roxin, introduziu a insignificância como princípio onde, partiu da máxima: minima non curat praetor, e esta deu início asua criação. Para Roxin, o princípio da insignificância servia para que os delitos de pouca importância fossem excluídos da instância penal. O princípio da insignificância está ligado ao princípio da legalidade e a maior demonstração da extensão deste princípio foi com a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1879, esta, nos artigos 5°, 7° e 8° sugerem o princípio da insignificância. Onde nota-se, que “a lei não proíbe senão as ações nocivas a sociedade, o que cria um caráter seletivo para o Direito Penal e desprezo às ações insignificantes.”[6: LOPES, op. cit., 86/87.][7: SILVA, op. cit., 89/90][8: LOPES, op. cit., 42/46.]
No Brasil, nenhum instrumento legislativo prevê princípio da insignificância, exceto no Código Penal Militar, e foi uma criação exclusivamente doutrinária e pretoriana. Hoje em dia os tribunais do país, já aplicam o princípio em alguns casos como: furto, lesão corporal dolosa de pequena gravidade, lesão corporal culposa, lesão corporal no trânsito, entre outros, mesmo não estando prevista em nenhuma legislação, e o princípio já ganhou espaço pela doutrina e como forma de limitá-lo vários autores já lançaram o seu conceito a exemplo de Assis Toledo que destaca-se por ser o primeiro ao analisar o abrangência do princípio. Para ele, o Direito Penal e seu caráter fragmentário, só deve se ocupar dos delitos que afetem a proteção do bem jurídico, e não com bagatelas. Assim observamos a importância do tema em estudo onde no Brasil ocorrem absurdos onde cidadãos preso por furto de uma lata de leite por exemplo, muitas vezes por necessidade e mesmo assim permanecem por anos no cárcere. Essas ocorrências precisam ser evitadas dando ênfase a importância de sua aplicação.[9: RÊBELO, José Henrique Guaracy. Princípio da insignificância: interpretação jurisprudencial. BeloHorizonte: Del Rey, 2000, p. 33][10: TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. 5ª ed. São Paulo, 1994, p. 133.]
3 NATUREZA JURÍDICA E APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Após a apresentação dos aspectos históricos do princípio da insignificância, será feita uma análise da natureza jurídica que é variável de acordo com sua localização na teoria geral do delito penal. São três as correntes formuladas: excludente de tipicidade, de antijuridicidade ou de culpabilidade.[11: SILVA, op. cit,, p. 157.]
A corrente excludente de tipicidade, é a mais aceita, e esta ampara a tese de que os danos insignificantes são ocasionados por condutas atípicas, excluindo a tipicidade da conduta que, mesmo que tenha ocasionado um dano irrelevante, são compreendidas pela descrição absorta do tipo penal. Este é o entendimento de diversos juristas que tratam sobre a matéria, como: Toledo, Ackel Filho, Sanguiné, Vico Mañas e Santos, estes seguem esse pensamento pois entendem que o primeiro juízo normativo a ser feito é o de examinar a relevância da conduta tudo como típica. [12: SILVA, apud Lycurgo Santos. op. cit., p. 158.]
A menos expressiva defende a exclusão da antijuridicidade como natureza jurídica, e o debate em torno dela é pouco comum pelos doutrinadores. Nesse sentido, Carlos Frederico Pereira, citado por Ivan Luiz da Silva, assegura:
A insignificância no tipo indiciário se manifesta, como visto de regra na antijuridicidade material, pois é esta que contém o bem jurídico e exige a sua lesão e acima de tudo, que seja significante, sem o que não se poderá conceber a existência de crime.[13: SILVA, apud Carlos Frederico Pereira, op. cit., p. 160.]
A adoção do princípio da insignificância tem a função de reduzir o máximo possível o campo de atuação do Direito Penal, e entende-se como sendo um instrumento de interpretação taxativa, fundamentado pelo entendimento do tipo penal, resguardando-o apenas a tutela dos bens jurídicos que tenham relevância.[14: MAÑAS, Carlos Vico. O princípio da insignificância como excludente da tipicidade no direito penal.São Paulo: Saraiva, 1994, p. 58.]
Assim, quando aplicado o princípio da insignificância, as condutas são descriminalizadas e embora peculiares, por não afetarem de forma socialmente relevante os bens jurídicos, exclui-se a tipicidade, este posicionamento é defendido por Luiz Flávio Gomes que argumenta: “é o princípio da insignificância, que dogmaticamente autoriza excluir do tipo legal as ofensas mínimas, ou seja, nímias.”[15: GOMES, Luis Flávio. Delito de bagatela: princípios da insignificância e da irrelevância penal do fato.Boletim IBCCRIM. Ano 9. n. 102. Maio/2001. p. 3.]
Como visto, o Princípio da Insignificância versa sobre a não punição dos crimes de bagatela, pela supressão da tipicidade por ser o bem jurídico lesionado irrelevante, não ocasionar em prejuízo para à vítima e à sociedade, contudo não existe nenhuma lei específica que trata da insignificância e, por isso, questionamentos surgem no momento de se definir o que é, qual o valor é considerado insignificante.
Entende-se que para ser considerado como insignificante, o bem jurídico tutelado deve ser absolutamente desprezível, incapaz de causar qualquer dano, prejuízo à vítima a qual o bem lesionado pertencia, sendo o conceito de insignificância muito subjetivo, levando em consideração as desigualdades sociais no Brasil.
De maneira geral, alguns entendem que o valor teto da insignificância estaria baseado no salário mínimo vigente à época do fato, como poderá ser observado em jurisprudências dos tribunais brasileiros, o que torna atípica a conduta que ocasione dano Patrimonial inferior ao salário mínimo vigente, pois não caracterizaria em efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. O entendimento da jurisprudência brasileira pende para o resguardo do quantum do salário mínimo como critério para a fixação do pequeno valor. Para esclarecer tal entendimento cita-se um julgado do Superior Tribunal de Justiça (STJ, 2007):[16: BRASIL. Superior Tribunal de Justiça.Habeas Corpus n.°53.139. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura. Paraíba: julgado em 31/10/2007.]
Trata-se de tentativa de furto de trinta e duas cartelas de pilhas. Para que se aplique o princípio da insignificância, é necessário que se verifiquem dois critérios: o valor de pequena monta e o seu ínfimo caráter para a vítima. Na espécie, o valor da resfurtiva ultrapassou o salário mínimo vigente à época do fato, logo não há que se falar em crime de bagatela. Quanto ao sursis processual, deve o magistrado verificar se o réu está sendo processado, além de observar as condicionantes dispostas no art. 77 do CP. Assim, o fato de já ter se submetido a uma anterior suspensão processual não desestimulou o ora paciente, que voltou a delinqüir, motivo que inviabiliza uma nova concessão. Para que o condenado tenha a pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos, é necessário que preencha os requisitos do art. 44 do CP. Logo a Turma denegou a ordem. HC 53.139-PB, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 31/10/2007.
Faz-se necessária a observação, ainda que, o salário mínimo é o quantum adotado pela maioria, contudo existem variações desse valor, em crimes de natureza tributária, por exemplo, avalia-se insignificante, em algumas situações, valores muito altos, bastante significantes para a maioria dos brasileiros. Diante do exposto, torna-se necessário um estudo mais aprofundado no que diz respeito a esse tema, pois, é complicado considerar insignificante um determinado valo em um país como o Brasil onde as desigualdades sociais são tamanhas que muitas pessoas não tem acesso a moradia e a alimentação, para estes qualquer quantia, por menor que seja pode significar a própria sobrevivência.
Contudo a não aplicação do Princípio da Insignificância pode refletir no meio social, uma vez que se deixar de punir pelo crime de bagatela, poderá estimular a prática de novos delitos, razão pela qual se deve buscar o princípio da razoabilidade. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de não haver legislação específica regulamentando o mesmo, doutrina e jurisprudência majoritárias tem entendidopela sua aplicação. 
O Princípio da Insignificância conceitua-se por orientar no sentido de se excluir a tipicidade dos crimes considerados de bagatela, por não haver lesão, ou perigo de lesão, grave, ao bem jurídico tutelado e assim não ensejar prejuízo efetivo à vítima e/ou à sociedade. Considera-se crime, segundo a teoria analítica, hoje adotada pelo sistema jurídico penal brasileiro, todo fato típico, ilícito e culpável. 
Como não há uma legislação específica tratando do Princípio da Insignificância, questionamentos surgem quanto ao valor a ser considerado para que o crime seja de bagatela. Alguns doutrinadores entendem que o valor teto da insignificância está proposto, de maneira indireta, na própria legislação penal, ao estabelecer o valor mínimo das sanções pecuniárias, ou seja, 1/30 (um trinta avos) do salário mínimo vigente na data do fato. Porém, nesse ponto, cabe uma reflexão mais profunda, pois, valorar a insignificância é muito subjetivo, principalmente num país como o Brasil com tanta desigualdade social.
Chega-se a conclusão, com base na teoria estudada no decorrer deste trabalho que, a melhor solução para os crimes de bagatela é a criação de penas alternativas, proporcionais ao ato praticado, na tentativa de socioeducação, para que ocorra uma diminuição nos índices de criminalidade, ao invés de tornar atípico um fato ilícito, descaracterizando o crime, pois dessa forma aquele que cometeu o ato infracional nunca entenderá que seu ato está errado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Jurisprudência em Revista. Habeas Corpus n.°53.139. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura. Paraíba: julgado em 31/10/2007. Disponível em: <http://jurisprudenciaemrevista.wordpress.com/2008/04/04/principioinsignificancia-sursis-processual-substituiçao-penas/> Acesso em 12 ago. 2017
GOMES, Luis Flávio. Delito de bagatela: princípios da insignificância e da irrelevância penal do fato.Boletim IBCCRIM. Ano 9. n. 102. Maio/2001. p. 3. Disponível em: https://www.ibccrim.org.br/boletim_editorial/129-109-Dezembro-2001. Acesso em: 12/07/2017.
_______, Luiz Flávio. Princípio da insignificância e outras excludentes de tipicidade. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. v. 1. 
GRECO, Rogério. Curso de direito penal – parte geral. 10. ed. Niterói: Impetus, 2008. v. 1.
JESUS, Damásio E. de. Direito penal – parte geral. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 1. 
LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Princípio da insignificância no direito penal: análise à luz da Lei 9.099/95. São Paulo: RT, 1997. p. 38/43.
MAÑAS, Carlos Vico. O princípio da insignificância como excludente da tipicidade no direito penal.São Paulo: Saraiva, 1994, p. 58.
NEVES, Carlos Eduardo. Sobre o princípio da insignificância no direito penal do Brasil. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6714/Sobre-o-principio-da-insignificancia-no-Direito-Penal-do-Brasil Acesso em: 13 jul. 2017. 
PRADO, Luiz Régis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral: arts. 1º a 120. 8. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. v. 
RÊBELO, José Henrique Guaracy. Princípio da insignificância: interpretação jurisprudencial. Belo Horizonte: Del Rey, 2000, p. 33
ROCHA, Fernando A. N. Galvão da. Direito penal – parte geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2004. 
SILVA, Ivan L. da. Princípio da insignificância no direito penal brasileiro. Curitiba: Juruá, 2044. p.87.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. 5ª ed. São Paulo, 1994, p. 133.
VADE MECUM. Constituição da República Federativa Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 9.

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